sábado, 26 de julho de 2008

domingo, 20 de julho de 2008

BRASIL - PREVISÕES ECONÔMICAS?

Em meados de 2004 escrevi o texto abaixo que encontra-se publicado no site do CORECON CE. É apenas para recordar neste ano eleitoral que muitas críticas a algo que está sendo realizado é depois mantido sem alterações substanciais. Decorridos quatro anos do que publiquei, estarei em breve atualizando o assunto e verificando "minhas previsões".

Quando em 1989 John Williamson escreveu "What Washington Means by Policy Reform", uma explicação concisa com dez das reformas que o FMI, o BIRD e o governo americano julgavam necessárias serem aplicadas pelos países da América Latina, o Brasil era governado por José Sarney e o Partido dos Trabalhadores tentava chegar ao governo considerando as idéias do artigo como um neoliberalismo que deveria ser combatido ferozmente. Decorridos mais de 15 anos, comparando as recomendações do texto com o momento presente, verificamos deficiências no cumprimento dessa agenda, denominada posteriormente "Consenso de Washington", porém a ortodoxia da política econômica do governo anterior, tão combatida, não foi substancialmente alterada pelo governo petista.

Contrariando a recomendação inicial de que os déficits orçamentários podem até ser aceitos, desde que pequenos, o governo fechou 2004 com um superávit primário de 4,61% do PIB, a custa de mais cortes em gastos essenciais. No entanto, fato é que as contas públicas registraram em 2004 um déficit nominal de R$ 47,1 bilhões, uma vez que o governo vem aumentando seus gastos de consumo e transferências. Somente em 2003 e 2004 as despesas correntes aumentaram R$ 30 bilhões acima da inflação. A dívida pública interna de R$ 826,7 bilhões é alta, prevista para 58% do PIB ao final de 2005 e significativamente maior do que os 28% de 1994. Ao invés dos gastos públicos serem redirecionados para áreas como saúde, educação primária e infra-estrutura visando melhorar a distribuição de renda, o governo gasta mais com juros do que com investimentos. E quando investe, gasta mais com um aluno de uma universidade pública do que com uma criança na creche Em 2004, somente com pagamento de encargos da dívida, o governo gastou cerca de 7,29% do PIB.

Recentemente o governo realizou uma parcial reforma tributária e tem uma nova medida em estudo, o que prejudica basicamente a classe média e as empresas. Se quando da Constituinte em 1988, a carga tributária era de 22,43% do PIB, em 2004 atingiu 36,76%, uma das mais altas do mundo. Ao invés de administrar uma taxa de juros que incentive à produção, o país mantém hoje 18,75%aa. Trata-se da mais alta taxa de juros reais do mundo, para a alegria do oligopolista e não competitivo setor bancário que, totalmente avesso ao risco, busca conquistar agora apenas empréstimos através do desconto em folha de pagamento. Quanto à taxa de câmbio, que deve ser competitiva visando aumentar as exportações, principalmente dos produtos não tradicionais, a mesma recua aos valores de 1997/1998, cerca de R$ 2,55, o qual não tem refletido negativamente no resultado da balança comercial, como receiam os exportadores. É importante ressaltar que a produtividade das empresas colabora para o bom resultado do setor.

Medidas para reduzir as restrições comerciais e a abolição de barreiras à entrada de investimentos estrangeiros diretos são ainda insuficientes e dificultam as relações com os investidores, que dependem das decisões dos políticos em estabelecerem regras claras para a realização dos seus negócios. Após um período da gestão tucana em que o estado realmente privatizou várias empresas, o que temos atualmente são certos setores encastelados no governo favoráveis ao monopólio estatal e ao invés de novas privatizações são favoráveis até a estatização de empresas privadas. A criação das agências reguladoras foi vista como uma maneira de deixar ao mercado as operações diárias, sendo o governo apenas o organismo regulador. O que temos hoje é a escolha política em detrimento à técnica, restringindo a autonomia das agências e preocupando os investidores na manutenção dos seus direitos de propriedade. É necessária uma reforma da legislação trabalhista e finalizar a reforma tributária e da previdência, além de regulamentar a área de infra-estrutura.

É fato que os últimos números do PIB real, da taxa de inflação e da taxa de desemprego, as três variáveis macroeconômicas mais importantes, estão com melhores resultados. Porém, estimando em 5,3%aa o desempenho econômico brasileiro em 2004, o resultado é inferior a países de mesmo padrão, mesmo o Brasil tendo se beneficiado por um contexto internacional favorável. Além do que, considerando as décadas perdidas, o país necessita elevar o seu nível de crescimento a níveis que sejam suficientes para empregar a maior parte de sua força de trabalho.

Diferente do período em que criticava a política econômica de Fernando Henrique, Lula mantém a mesma política econômica do antecessor, tornando-a inclusive ainda mais rígida quando muitos críticos acreditam que haveria espaço para afrouxa-la. Hoje o Banco Central está implacável em atingir uma meta de inflação de 5,1%aa e a manter um câmbio flexível, o que afirma na prática sua independência e penaliza o setor produtivo, além de continuar aumentando a dívida pública.

Embora duramente criticado, o Consenso de Washington busca a melhor política que conduza ao crescimento e desenvolvimento. Trata-se da redução do papel do estado, mantendo a estabilidade econômica através do equilíbrio fiscal e de estímulos ao aumento da eficiência da economia. Caso os governos anteriores tivessem aplicado totalmente as reformas recomendadas, é possível que o país tivesse iniciado mais cedo um ciclo de crescimento sustentado. A manutenção de políticas populistas, visando apenas o curto prazo, pode até causar bem-estar momentâneo ao eleitor. No entanto, a conta será cobrada de alguma maneira no futuro. Muito tempo o Brasil perdeu. Não precisamos mais inventar a roda.

INFLAÇÃO X GLOBALIZAÇÃO?

Recentemente, dia 14 passado, fui surpreendido por um texto do Dani Rodrik com o definitivo título “A morte do consenso da globalização”. Em que pese nossa diferença acadêmica com seu imenso conhecimento econômico, não tenho motivos para considerar o que ele escreve como verdade verdadeira, apesar do respeito que lhe tenho. Eu continuo sendo defensor dos “dez mandamentos” que constam no paper “What Washington Means by Policy Reform” do John Williamson, principalmente nas partes que falam de disciplina fiscal e controle dos gastos públicos. Hoje temos mundialmente uma preocupação com o retorno da inflação, com sugestões das mais diversas causas, tais como o crescimento da China, o aumento do preço do petróleo, aumento no consumo, principalmente da demanda por alimentos etc. Porém, não basta apenas aumentar a taxa de juros, como deverá ocorrer na próxima reunião do Copom. Compete ao governo não aumentar seus gastos, notadamente neste ano eleitoral e ao gastar o seu, o meu, o nosso dinheiro, fazê-lo com competência. Vide o texto original no http://www.iie.com/publications/papers/paper.cfm?researchid=486

sábado, 12 de julho de 2008

LIBERAL - APROVADO NOS TESTES

Hoje fiz no site da VEJA o poloticômetro, que é um teste de opinião que situa o cidadão no campo das liberdades individuais e da relação entre o estado e a economia.
Para a não minha surpresa o meu resultado foi que eu estou no extremo do LIBERALISMO de direita, acreditando que o estado não deve regular nenhum setor da economia nem interferir nas opções individuais dos cidadão.
Outro tipo de teste no mesmo estilo está no site http://ordemlivre.org/ e o resultado, também para a não minha surpresa, foi que eu sou LIBERAL. De acordo com o site meu perfil político é: "Os liberais/libertários entendem que as pessoas são iguais em direitos e que o governo toma muitas decisões que deveriam ser tomadas pelos próprios indivíduos. Diferentes dos conservadores de direita, os liberais acreditam que a moral não deve ser imposta pelo governo, mas que as pessoas devem ser livres para buscar a verdade e a felicidade, pois uma ação só pode ser verdadeiramente virtuosa se decorrer da livre escolha. E, ao contrário da esquerda, os liberais entendem que, numa economia livre do protecionismo estatal, o lucro de uma pessoa corresponde à satisfação da necessidade de outra, gerando prosperidade para toda a sociedade." Minha pontuação nas questões de liberdade individual é 100% e nas questões de liberdade econômica é 80%.
Pena que não consegui copiar os gráficos para este post.

domingo, 6 de julho de 2008

REVISTA VEJA - EDIÇÃO DE 09/07/2008

Nesta semana quem está na VEJA, mas precisamente página 54, é o meu ex-Professor Carlos Pio, da UnB, como sempre, escrevendo muito bem. Para quem ainda não está com a VEJA, vide abaixo seu comentário sobre a nota do governo brasileiro sobre o resgate de Ingrid Betancourt: "O Brasil teve uma posição covarde, fugindo ao reconhecimento das Farc como grupo terrorista. E covarde também ao não reconhecer a eficácia da estratégia corajosa do presidente Álvaro Uribe." Eu realmente não entendo como existem pessoas que defendem os atuais procedimentos da Farc. Gostaria apenas de saber quais os benefícios que as Farc trazem ao processo democrático colombiano e porque mantém pessoas em cativeiro?

VERÃO 2008 - FÉRIAS? MAS QUANDO?

Entre apenas quatro dias do pedido na SARAIVA e o recebimento, já estou com dois presentes, pagos pelo meu cartão. Fazer o que? De Tony Judt, o seu "PÓS-GUERRA UMA HISTÓRIA DA EUROPA DESDE 1945". Esse livro foi selecionado pela TIME como o melhor livro do ano e estava entre um dos dez melhores do ano do NEW YOK TIMES. Pelo que já li, com toda o mérito ao autor. Depois farei uma resenha deste aprendiz de REL. De Rodrigo De Losso da Silveira Bueno, o seu ECONOMETRIA DE SÉRIES TEMPORAIS, boa indicação do Cristiano Costa abaixo. Trata-se de uma área que tenho interesse e que quase não inclui bibliografia em português. Espero que me seja útil num projeto que estou desenhando. Blog do Cristiano M. Costa: Dica de Livro: Econometria Um bom domingão para quem está em férias em praias nordestinas e muito calor para os que estão por aqui.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...