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sexta-feira, 12 de junho de 2009

A SELVA NO JORNAL NACIONAL

  • Por diversos motivos raramente tenho visto o Jornal Nacional. Hoje, 12/06, fui surpreendido pela primeira matéria apresentada: A Rodovia PA 150 (onde trafego com frequência)  e a cidade de Tailândia (próxima a fazenda onde trabalho). E o que o Brasil viu hoje é o que vejo diariamente: madeira da floresta sendo livremente levada em "caminhões?" ou algo parecido com isso, pela nossa PA 150. Que vergonha de ser brasileiro nesta hora. É estranho que neste momento não exista a presença do ESTADO a proibir essa situação. Será possível que matérias como essas sejam reprisadas novamente e nada seja feito? Até quando? Onde estão as ONGs que gostam de hoteis cinco estrelas que não impedem essa devastação? Qual o último governador do Pará que foi de Belém à Tailândia através da PA 150?   
  • Desligo a TV. 
  • LAMENTÁVEL E TRISTE.  

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA SEGUNDO A THE ECONOMIST

Que aqui neste país TODOS já são cientes que a nossa EDUCAÇÃO - no sentido instituição de ensino - está entre as piores do mundo, NÃO é nenhuma novidade. Porém nesta semana, a sempre irônica e sensacional The Economist inicia uma matéria sobre esse assunto com a frase: "Deus pode ser brasileiro, como os cidadãos do maior país da América do Sul gostam de dizer, mas certamente Ele não teve envolvimento no planejamento do sistema educacional." Como diria o colega blogueiro Professor Claudio Shikida no seu sempre excelente  http://gustibusgustibus.wordpress.com/, nem eu escreveria melhor. 
LAMENTÁVEL que esse assunto não esteja como prioridade número UM dos governos. Enquanto nosso sistema educacional assim continuar, NUNCA seremos um país de PRIMEIRO MUNDO. Afinal, com o belo exemplo de um presidente que tem orgulho de nunca ter lido um livro, não ler jornais nem revistas, o futuro é promissor...  
No momento não comentarei sobre a EDUCAÇÂO SOCIAL, pois se na EDUCAÇÃO ESCOLAR estamos na lanterna, no vida social o atraso também é tão grande que merece uma postagem especial.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

KRUGMAN, DÍVIDAS E POUPANÇA

Paul Krugman, como sempre, na Folha de S. Paulo e/ou no The New York Times, colocando o dedo na ferida e, com todas as letras, confirmando o que já é público e notório: "Os padrões mais frouxos de empréstimo para outros tipos de crédito ao consumidor, levou a uma mudança radical no comportamento americano.
Nem sempre fomos uma nação de grandes dívidas e pouca poupança: nos anos 70, os americanos poupavam quase 10% de sua renda, um pouco mais do que nos anos 60. Foi só depois da desregulamentação de Reagan que a parcimônia desapareceu gradualmente do modo de vida americano, culminando na taxa quase zero de poupança que predominava às vésperas da grande crise. A dívida dos lares era de apenas 60% da renda quando Reagan assumiu o governo, praticamente a mesma que era na época do governo Kennedy. Em 2007, ela chegou a 119%.
Tudo isso, nos foi assegurado, era uma coisa boa: claro, os americanos estavam acumulando dívidas e não guardavam nada de sua renda, mas suas finanças pareciam em ordem assim que levada em consideração a valorização de seus imóveis e de seus portfólios de ações." 
E, por tudo isso, fica bem claro hoje que essa situação chegaria a uma insustentabilidade que em algum momento resultaria nisso que estamos vivenciando agora. Eu não posso ganhar $1 e gastar $2. E isso vale muito também para o governo, apesar dele ter a máquina de imprimir $$$$$$$$$$...           

terça-feira, 2 de junho de 2009

REVISTA EXAME: UM NOVO CAPITALISMO?

A edição atual da CEO EXAME que está nas melhores bancas de revistas do Brasil, traz como capa o tema "Um novo capitalismo?". E acrescenta: Um dos defeitos mais imediatos da atual crise foi colocar o sistema capitalista sob feroz ataque. E pergunta: Há alternativas reais à nossa frente OU a solução passará pela purgação de nossos próprios excessos?".
Somente a leitura do artigo de PAUL KENNEDY, Professor de História na Universidade Yale e bastante conhecido pelo seu famoso livro "Ascensão e Queda das Grandes Potências", vale o preço pago pela revista. Em resumo, Kennedy afirma que o capitalismo está longe de acabar. Ele está convicto, (assim como este aprendiz) que "o sistema baseado no poder da iniciativa privada ressurgirá mais forte após a atual crise, pois tem sido assim nos últimos 500 anos e não há nada que indique o contrário".   
Alguém aposta o contrário? 

sábado, 16 de maio de 2009

NOURIEL ROUBINI E A PIADA DO ANO

Uma das piadas favoritas do "Dr. Apocalipse" NOURIEL ROUBINI, 50 anos, é a seguinte:
"Encontrei certa vez, num evento internacional, uma senhora russa que me disse que ECONOMISTAS são como terapeutas sexuais: conhecem mil posições, mas nunca as praticaram. Eu respondi a ela: 'Minha senhora, eu faço ECONOMIA APLICADA'."
Não é a toa que atualmente ele passa 25 dias por mês viajando pelo mundo a convite de empresas, bancos e instituições que pagam pelo menos 75.000 dólares para ouvi-lo falar. 

REVISTA PIAUÍ - CARTA PUBLICADA

Para quem ler a revista piauí, edição de maio - nº 32 que está nas bancas, localizará na página 65 um comentário deste blogueiro sobre o que ele leu na edição anterior.
Trata-se de uma revista que fazia falta no mercado editorial brasileiro, porém sob a direção do competente Mario Sergio Conti, revela ao leitor brasileiro matérias excepcionais.  

domingo, 10 de maio de 2009

BANCO CENTRAL - INDEPENDÊNCIA

Como já postei anteriormente, sou totalmente favorável a um Banco Central INDEPENDENTE, não refém das pressões de quem senta na cadeira nº 1 do Palácio do Planalto. 
Por isso fico contente quando leio que EDMUND PHELPS, prêmio Nobel de Economia, em entrevista ao jornal Valor Econômico afirma: "Acho que o Banco Central brasileiro é provavelmente um dos que possuem julgamento mais sólido, um dos mais capazes entre os banco centrais."
E para quem não gostou do tema, estude o assunto e reveja como éramos quando, por exemplo, os grandes bancos estaduais estavam em poder de "certos" governadores...   

ECONOMIA E SAÚDE - DUAS CRISES

E agora que temos também a preocupação com a "gripe suína", nada como analisar a charge do nosso cearense SINFRÔNIO, no Diário do Nordeste, grande Mestre na arte de dizer tudo sem escrever quase nada.
Afinal, com o Nosso Guia no comando, realmente a situação está sob controle. Lembram da "marolinha?" 
 

SINAIS DE VIDA NA ECONOMIA - EXAME

A revista EXAME que está nas bancas, oferece aos seus leitores numa reportagem de capa com o título "SINAIS DE VIDA NA ECONOMIA", uma excelente análise da situação econômica atual, esclarecendo o que há de real e o que é ilusório, nestes primeiros indícios de recuperação da economia mundial.  Foram ouvidos nove dos mais influentes e prestigiados economistas da atualidade, entre eles três ganhadores do prêmio Nobel. O grupo é composto pelo Jeffrey Sachs - Edward Prescott - Joseph Stiglitz - Raghuram Rajan - Moisés Naím - Robert Mundell - Martin Wolf - Kenneth Rogoff e o brasileiro, Mestre e Ph.D em Economia, atualmente Professor na Universidade Princenton, nosso colega JOSÉ ALEXANDRE SCHEINKMAN.  Tem muita coisa boa na matéria para reflexão e pistas do que precisaremos olhar daqui para a a frente. Especialmente gostei de uma resposta do Naím quando questionado sobre "quais são as regiões ou países mais ameaçados hoje pela crise". Vejam o nível da resposta: "Como Tolstói escreveu no romance Anna Karenina, todas as famílias felizes são iguais, mas toda família infeliz o é de uma maneira diferente. Os países emergentes apresentam, uma imensa diversidade. Eu diria que a Rússia, em razão de sua enorme dependência do petréleo, será o emergente mais negativamente afetado pela crise."  Nós que estamos por aqui, vamos mais é torcer para que o BRASIL (ainda emergente? Até quando?consiga atravessar este período com os menores prejuízos possíveis.          

sexta-feira, 8 de maio de 2009

LIVRARIAS NO BRASIL - 2.676

Com a maior parte dos dias aqui no interior da floresta amazônica, fico feliz quando alguém lembra de mim e envia algum jornal de São Paulo. Estou lendo agora no Estadão de 29/04/09 que das 2.676 livrarias que existem no Brasil, apenas 132 estão na região Norte, ou seja, 5% do total, enquanto 53% delas estão no Sudeste.
Fã de livraria, torço para que Belém receba no novo shopping que será inaugurado ainda neste ano uma verdadeira livraria.  

sexta-feira, 1 de maio de 2009

NOURIEL ROUBINI ESTÁ NA LISTA DA TIME

Como faz anualmente, a TIME publicou nesta sua última edição, os nomes das 100 pessoas mais influentes do mundo. (Estou "invocado", mas não localizei o nome do nosso LULA...). É claro que neste 2009, ele que é realmente um dos mais influentes economistas globais não poderia deixar de constar: o Professor de Economia NOURIEL ROUBINI, (que em 2006 provocou risadas ao prever a crise financeira de 2009), com texto do Nobel PAUL KRUGMAN. 

Nouriel Roubini  By Paul Krugman

Nouriel Roubini was right. At a time when the likes of Alan Greenspan were dismissing concerns about excessive home prices and declaring that banks were stronger than ever, Roubini warned that there was a monstrous bubble in the housing market and that the bursting of that bubble would cause much of the financial system to collapse. And so it has turned out, with even the most seemingly outlandish of Roubini's predictions matched or even exceeded by reality.

How did he do it? For the first decade of his career, Roubini, 51, was a well-regarded but hardly renowned macroeconomist. When the Asian financial crisis struck in 1997, however, he created a Web page — the forerunner of his subscription service, RGE Monitor — that became the go-to place for anyone trying to keep up with the flood of news, data and economic analysis. And in the process, he became acutely aware — more, perhaps, than any other economist of our era — of the dangerous mix of folly and fragility that characterizes the modern financial system.

Does Roubini sometimes get it wrong? Of course. Everybody does. Four years ago, he was predicting an imminent end to China's willingness to accumulate trillions in sterile reserves, leading to a plunge in the dollar's value and to financing problems for the U.S. government. He was wrong about that, and no doubt he'll be wrong again.

But he's much more than a Chicken Little who finally got lucky when the sky did fall. Don't be fooled by his sometimes over-the-top writing style: his warnings are based on sophisticated modeling and careful data analysis and have often proved right — not just in general but in detail. He was predicting $2 trillion in bank losses when most people thought those losses would be a few hundred billion at most, largely because he realized early on that subprime was only the beginning. And now even the International Monetary Fund is predicting U.S.-originated losses of $3 trillion or more.

So is Roubini a Cassandra? Yes, he is. Remember, people dismissed Cassandra's dire prophecies — until they all came true.

Krugman, the winner of the 2008 Nobel Prize for Economics, teaches economics and international affairs at Princeton University;

Fast Fact: Born in Turkey, Roubini has also lived in Italy, Iran and the U.S. He speaks fluent Farsi, Hebrew, English and Italian.

A GRIPE SUÍNA E CERTO CONGRESSO

Diante do que diariamente estamos acompanhando sem quase nenhuma reação dos envolvidos, alguma coisa bem que poderia ser feita, expurgando determinadas "figuras" cujos prontuários contemplem alguns artigos do Código Penal, pois se fosse pelo de Conduta Ética... 
Sinfrônio, no jornal Diário do Nordeste, como sempre, um MESTRE

A "THE ECONOMIST" DESTA SEMANA

  • Como se já não fosse pouco o problema da crise econômica, eis que nos chega a crise da gripe. E o assunto é realmente muito sério. Vide acima a capa semanal da prestigiosa "The Economist", que é também famosa por suas capas chocantes. Nesta, mostra a MORTE buscando a próxima vítima (parece até coisa de novela, mas não é).

terça-feira, 28 de abril de 2009

ECONOMIA TAMBÉM NOS TRÊS PODERES

Esta é do meu conterrâneo cearense Sinfrônio, no Diário do Nordeste, da minha especial Fortaleza e vai para a blogueira Cibele Bastos. É como sempre digo: Economia está em tudo. Vejam na charge: não existe almoço grátis. Eenquanto um está rindo a toa, outro está chorando.  

sábado, 25 de abril de 2009

A "THE ECONOMIST" DESTA SEMANA

Nesta semana a The Economist traz na capa a pergunta: Um vislumbre de esperança? Para a revista, a pior coisa para a economia global seria presumir que o pior da crise acabou. Na verdade, eu acredito que hoje, INEXISTE NO MUNDO uma só pessoa que tenha a data do fim desta crise. Diante disso, "muita calma nesta hora".

terça-feira, 21 de abril de 2009

GUSTAVO FRANCO NO ESTADÃO

Para melhor entendimento da atual época, vide abaixo, entrevista no Estadão de 17/04/2009 com o Economista GUSTAVO FRANCO:
'Cada mês será melhor, mas pior que o de 2008'' 
Para o economista, a redução da taxa Selic seria mais eficaz para a economia que qualquer pacote do governo Os efeitos da crise internacional na economia brasileira transformaram uma política fiscal "quase irresponsável" em um quase acerto, na opinião do economista Gustavo Franco. Ex-presidente do Banco Central, o hoje sócio-fundador e estrategista-chefe da Rio Bravo Investimentos diz que o sentimento de alívio seria "mais justo" do que euforia no governo. 
Para ele, a redução da taxa Selic para um dígito será mais eficaz para a atividade do que qualquer pacote do governo, "inclusive o PAC, de efeito pequeno na economia como um todo". A seguir, os principais trechos da entrevista: 
Foi um erro classificar os efeitos da crise como marola? 
Uma coisa são as declarações das autoridades, outras são as ações. 
As declarações são, às vezes, infelizes, mas não têm a menor importância, a não ser no noticiário, no imaginário e na política. Para a economia propriamente dita, não creio que seja verdade que as autoridades econômicas tenham tratado a crise com pouca importância. 
Do ponto de vista das medidas efetivamente tomadas, acho que a direção, sem dúvida, é correta. 
E o que, na sua opinião, não está na direção correta? 
A política fiscal. Antes de setembro tínhamos uma situação inadequada, excessivamente expansionista, quase irresponsável, sobreaquecendo a economia. 
Depois de setembro, as coisas se precipitam com enorme velocidade e essa política contracíclica se inverte, fica menos deslocada e excessiva. 
As autoridades começam a falar de política anticíclica e aumentam o gasto público. Isso dá a sensação de observar um relógio parado que pelo menos uma vez por dia marca a hora certa. 
O relógio estava errado, veio a crise, do ponto de vista fiscal ficou certo, mas o tempo não para de passar e daqui a pouco vai precisar encolher, o que será mais complicado. 
Os indicadores econômicos melhoram mês a mês, mas há grande saldo negativo em relação há um ano. Está bom ou ruim? 
Temos agora uma das pequenas armadilhas da estatística. 
O País vinha crescendo a um ritmo bastante veloz e a partir de setembro teve um encolhimento em curva muito rápida. 
A partir daí recomeçamos a crescer lentamente. Vamos continuar, lá pelo meio do ano, com a sensação de que cada mês é melhor do que o anterior, mas ainda pior do que o mesmo mês do ano passado. 
Essa situação vai prevalecer durante muito tempo e as pessoas vão se divertir com os paradoxos da estatística. A sensação vai ser de crescimento e de que as estatísticas estão erradas. 
Essa evolução será suficiente para evitar crescimento negativo este ano? 
Difícil dizer. Dependendo do ritmo que as coisas andarem é possível, sim, crescimento positivo este ano. 
Há muita gente projetando crescimento negativo, ou perto se zero. Mas isso é adivinhação. Depende do que ocorrer no futuro, especialmente em relação à política monetária. 
Há um fato histórico, que é a taxa de juros cair a um dígito. Isso será muito mais útil e relevante do que os impulsos que vêm nessas iniciativas governamentais; são sempre seletivas e de pouco alcance. Eu incluiria aí o próprio PAC. 
O investimento total do setor público este ano de 2009 será um pouquinho maior do que 1% do PIB, mesmo com o PAC, o que não é muito diferente do que foi nos últimos anos.
Este governo, como muitos que o precederam, sempre procura pegar os investimentos que vai fazer de qualquer jeito e reempacotá-los de um jeito que parece uma iniciativa deste governo. 
Há euforia no governo? 
Acho deslocada totalmente a ideia de euforia. Alívio talvez seja o sentimento mais justo de perceber nas autoridades. 
Uma coisa muito séria está se dissipando sem que isso tenha produzido nenhuma catástrofe. 
Mas produziu, sim, um efeito negativo. Não há nada para comemorar. As perspectivas são razoáveis e vamos conseguir sair dessa. 
No setor privado e no mercado financeiro não há nenhum sinal de euforia, mas de cautela. Às vezes Brasília produz um sentimento desvinculado da realidade próprio daquele ambiente.

ECONOMISTAS NO COFECON

Numa positiva iniciativa, o COFECON - CONSELHO FEDERAL DE ECONOMIA  divulga diariamente no endereço http://www.cofecon.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1703   o pensamento econômico de colegas que estão em destaque, naquele determinado dia, nos diversos meios da mídia. Boa leitura e que cada um aproveite e entenda melhor a complexa Economia e a diversidade de pensamento dos nossos Economistas.

sábado, 4 de abril de 2009

O QUE MUDA COM A SAÍDA DE MEIRELLES DO BACEN?

Uma nota triste que li nesta semana foi a de Suely Caldas, também da Folha, republicada pelo colega blogueiro Reinaldo Azevedo: A saída de Meirelles do Banco Central.
Meirelles escolheu o pior e mais impróprio momento para revelar-se: a inflação disparando, juros futuros em alta, superávit externo em queda e o ministro Guido Mantega impondo a criação de um fundo soberano. Por ter explicitado várias vezes resistência à idéia desse fundo - pelo menos enquanto o Brasil não começar a reduzir sua enorme dívida -, o presidente do BC passou para o mercado uma mensagem ruim, uma espécie de rendição nos embates com o Ministério da Fazenda, nada bom para o futuro da economia. Afinal, se o BC é o principal fiador de uma política econômica que reduziu a inflação e os juros e expandiu a produção e o emprego, uma escolha errada de substituto pode pôr em risco esse êxito. Seria um petista? Alguém sem nenhuma familiaridade e experiência no trato com o mercado? Abriu-se uma estrada longa para especulações. 
Nota deste blog: Por mais que critiquem Meirelles e os juros altos do BACEN, nestes seis e muitos anos de Lula, a situação está satisfatória graças ao trabalho dele e de sua equipe. Lamentavelmente, mais uma vez a ambição política supera um sério trabalho econômico.      

G20 EM LONDRES - CÚPULA DE EGOS

Essa é para concluir o assunto G20 em Londres. Já falaram tanta coisa sobre essa reunião, de Lula a Obama, de Michelle a Rainha Elizabeth II, mas este foi o melhor título que li sobre o encontro: Cúpula de egos, por RUBENS RICUPERO, como sempre, na nossa Folha de S. Paulo: A última vez em que se anunciou que nova ordem mundial estava emergindo foi em dezembro de 1990, quando Bush pai pediu emprestada a expressão a Gorbatchov. Ambos são hoje simpáticos aposentados, depois que o primeiro fracassou na reeleição e o último acabou destruindo o comunismo que pretendia restaurar. 
Oxalá o precedente não traga má sorte a Gordon Brown. Autêntico herói que não se poupou para garantir o êxito da cúpula do G20 poderá terminar como Churchill, vencedor da guerra, mas rejeitado pelos eleitores britânicos. Lutando contra a maré conservadora, Brown demonstrou que nem um escocês austero, filho de pastor presbiteriano, consegue resistir à hipérbole quando se trata de exagerar o êxito de uma reunião para impressionar o eleitorado.
Mas, se o encontro de Londres está longe de se comparar ao nascimento da nova ordem da ONU e do FMI, merece ser visto como contribuição útil, embora não espetacular, para restabelecer a confiança. Retomando os três critérios que sugeri ontem nesta Folha, vou invertê-los da cabeça para baixo por ordem de importância dos resultados. 
De longe a ação mais concreta e nova consistiu no aumento dos recursos do FMI para US$ 750 bilhões, mais que o Fundo pedira, e a decisão de emitir US$ 250 bilhões em Direitos Especiais de Saque. Na mesma linha destacam-se os US$ 250 bilhões para financiar o comércio. Nada disso é imediato; levará meses, talvez um ano, para que esse dinheiro entre de fato e comece a ser desembolsado. Não obstante, não há dúvida de que os países necessitados se sentirão mais tranquilos. O México não esperou para se candidatar a US$ 47 bilhões da Linha de Crédito Flexível. 
No critério da regulamentação, a parte conceitual do comunicado vai na boa direção: todos, entidades cinzentas como os fundos de hedge e instrumentos financeiros tóxicos, serão disciplinados, e os padrões internacionais para evitar risco excessivo ou contágio passarão por reforço. Mas os americanos lograram resistir à ideia de transnacionalizar as regras. Os EUA gostam de globalização só quando se trata de abrir fronteiras para as transnacionais, o capital e o comércio. Na hora de regular e fiscalizar, preferem a soberania. O primeiro critério, o de substanciais estímulos adicionais, pecou pela ausência. Figura apenas como veleidade de fazer mais, caso necessário. Os europeus e os que dependem da demanda alheia para crescer não se emocionaram. 
Um sucesso de relações públicas, para não usar palavra mais feia, foi convencer a imprensa de que era pertinente fazer o êxito da cúpula depender de tema periférico, sem relação direta com as causas da crise: os paraísos fiscais, preocupação dos fiscos alemão e francês. Aqui, como na questão da regulação, tudo dependerá da qualidade e do rigor das regras internacionais a serem definidas nos próximos meses. Afinal, antes da crise já existiam os padrões de Basileia, que se revelaram frouxos e complacentes. No caso do protecionismo e da conclusão da Rodada Doha, ouvimos a mesma canção com letra um pouco modificada.
Quanto ao mais, Obama saiu-se bem na modéstia de pretender ter vindo para escutar, Brown teve sua "finest hour" e todos os atores voltaram para casa convencidos de que o sucesso se deveu a eles. Que mais desejar de uma Cúpula de Egos?  RUBENS RICUPERO, 72, é diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad e ministro da Fazenda (governo Itamar Franco).  

DELFIM PREOCUPADO? VAMOS ENTENDER O PORQUE.

Em sua última coluna na Folha de São Paulo, o Economista ANTONIO DELFIM NETTO, já chama atenção para o título de seu texto: PREOCUPAÇÕES.

Houve uma dramática queda do crescimento do PIB entre o terceiro e o quarto trimestres de 2008, e os sinais no primeiro de 2009 são dúbios. O que será o crescimento deste ano, entretanto, não pode ser "previsto". Depende do vigor e da inteligência das políticas fiscal e monetária e de como reagirá a elas o setor privado. 
Há, certamente, muito a fazer napolítica monetária, onde o Banco Central só agora começou a usar a sua musculatura para restabelecer o fluxo do crédito interbancário. O governo tem dado ênfase aos únicos instrumentos de que dispõe para ativar a economia: 1º) acelerar os seus investimentos e 2º) tentar cooptar o setor privado com alguns estímulos creditícios e fiscais para fazerem o mesmo. Ambos, sempre submetidos à responsabilidade fiscal. 
Por seus sacerdotes, os "Deuses do Mercado" têm manifestado sérias dúvidas sobre tal política. Em relação à menos importante tarefa do Banco Central (a redução da taxa Selic), manifestam com a gravidade de quem se pensa portador de uma verdade "científica", a preocupação que ela possa vir a acelerar a desvalorização cambial e, assim, comprometer a meta inflacionária de 4,5%. Há mil razões para discutir em que condições tal "ciência" deve ser levada a sério, mas apenas uma basta para pô-la em dúvida: a tremenda queda da demanda interna, que só será recuperada lentamente. Essa recuperação depende menos da taxa de juros Selic do que das ações do Banco Central para regularizar o fluxo interbancário. 
Em relação à política fiscal, boa parte das preocupações dos sacerdotes é que a provável redução do superávit primário venha a comprometer a queda monotônica da relação dívida/PIB, fator de alguma importância para a redução da taxa de juros. Hoje ela anda em torno de 37%, contra 52% em 2003. Mesmo que o PIB caia 1% (possível, mas dependente do que fizermos nos próximos nove meses), se a taxa de juros real anual cair para 6% (o que já deveria ter acontecido há alguns anos!), um superávit primário em torno de 3% do PIB será suficiente para estabilizá-la.
Nas condições atuais, até os "Deuses" a aprovarão, porque em 2009 praticamente todos os países verão sua relação dívida/PIB elevar-se.
Os investimentos do governo registraram uma aceleração: de 0,4% em 2003 para 1% em 2008 - de um PIB que cresceu 26% no período (4,7% real ao ano). É claro, entretanto, que, sem cooptar o setor privado, eles não terão potência suficiente para sustentar o crescimento. Isso sugere a urgência de acelerar e estimular todas as formas de concessão das obras de infraestrutura
Nota: Como já postei anteriormente discordo do autor sobre seu conceito de "previsões econômicas". Aqui ele logo no início do texto já faz sua crítica. E conclui com o pensamento no PAC...

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...