sábado, 23 de novembro de 2013

O desalento com a política economica.

Rogério L. Furquim Werneck no ESTADÃO de ontem é leitura IMPERDÍVEL.

Ganhou espaço na mídia o argumento de que o descrédito em que caiu a política econômica é, em boa medida, simples decorrência de falhas de comunicação. Os grandes erros não estariam propriamente na condução da política econômica, mas na forma desastrada com que o governo tem explicado o que vem tentando fazer. Trata-se de uma racionalização das dificuldades enfrentadas pelo governo na área econômica que não tem aderência aos fatos. E que só contribui para dificultar e retardar as correções que se fazem necessárias na condução da política econômica.

Não é preciso análise exaustiva das muitas evidências de que tal interpretação não faz sentido. Basta concentrar a atenção em poucos fatos relacionados à política fiscal. O que mais preocupa é que o governo se recusa a aceitar que fez escolhas equivocadas que precisam ser urgentemente corrigidas. Muito pelo contrário, continua determinado a insistir nos mesmos erros.

Há algumas semanas chegou a ser noticiado que, para evitar que a dívida do País fosse rebaixada pelas agências de classificação de risco, o governo estaria disposto a fechar dois grandes flancos que têm dado margem a avaliações muito negativas da condução da política fiscal. Seriam gradativamente eliminadas as vultosas transferências do Tesouro ao BNDES. E registro das contas públicas, não seriam mais utilizados truques contábeis. A escalada de "contabilidade criativa" dos últimos anos seria afinal encerrada.

Houve até quem acreditasse, Mas, poucos dias depois, a real extensão dessa suposta disposição de levar à frente tais mudanças pôde ser devidamente aferida. Perante uma platéia de sindicalistas, o presidente do BNDES denunciou as pressões pela redução de aportes do Tesouro à instituição como parte de um "ataque conservador" desferido contra o banco. E esclareceu que,na verdade, os desembolsos do BNDES em 2013 deverão atingir o nível recorde de R$ 190 bilhões.

Na mesma semana, em entrevista concedida à revista Época o secretário do Tesouro exaltou o "sólido" estado das contas públicas no País e, quando indagado sobre os truques contábeis que tanto descrédito vêm trazendo ao registro das contas, permitiu-se partir para o deboche, declarando não saber o que era "contabilidade criativa".

Salta aos olhos que o governo não tem a menor intenção de alterar o regime fiscal em vigor. Dados dos primeiros nove meses de 2013 mostram que o dispêndio público federal vem crescendo, em termos reais, ao triplo da taxa de crescimento do PIB. E é bom não alimentar ilusões. O que se pode esperar em 2014 é mais do mesmo. Ou, com alta probabilidade, muito mais do mesmo. A verdade é que, apesar de toda a coreografia de política contracionista que vem sendo seguida pelo Banco Central, o governo ainda resiste ao diagnóstico de que o crescimento do PIB esteja restrito pelo lado da oferta. Continua acalentando a esperança de melhorar o desempenho da economia pelo lado da política fiscal.

A perspectiva de mais um ano de crescimento econômico pífio tem deixado as lideranças do PT cada vez mais apreensivas com os riscos envolvidos no projeto da reeleição. E, para conter o clamor do partido por um Plano B, o Planalto se vê obrigado a mostrar que o desempenho da economia em 2014 poderá ser bem melhor do que se espera. A presidente quer manter as mãos livres para apostar todas as fichas que lhe restam na aceleração da expansão do gasto público e na manutenção das gigantescas transferências de recursos do Tesouro ao BNDES. E, para "manter as aparências", vai persistir na escalada de "contabilidade criativa", não obstante todo o descrédito adicional que isso possa trazer ao registro das contas públicas no País.

O que mais explica o desalento com a condução da política econômica do governo é exatamente essa percepção de que os mecanismos de correção de erros parecem ter sido desativados. Tudo indica que, em 2014, o governo vai teimosamente insistir nas mesmas políticas equivocadas que lhe deixaram tão pouco a mostrar no final do mandato.

E o brasileiro compra muito... no exterior.

Leio na FOLHA que apesar do dólar mais caro, gastos de brasileiros com viagens ao exterior não param de crescer.

Essas despesas somaram US$ 2,324 bilhões em outubro, maior valor mensal da história. No ano, o valor também é recorde: US$ 21,251 bilhões.


Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o aumento da renda e do emprego no país explica essa expansão.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

iPhone 5S: Brasil x Estados Unidos - preços.


O iPhone 5S, custará no Brasil, na versão mais barata (32 GB), R$ 3.199,00. 

O aparelho custa US$ 749.00 nos EUA, ou R$ 1.700,00.

LAMENTÁVEL. 

Economia brasileira - destaques.

Neste início de final do ano de 2013, para leitura dos meus ainda, (espero), dois fiéis leitores, algumas breves notas econômicas:

1 – A arrecadação federal somente em outubro totalizou quase R$ 101 bilhões, o que melhorará o resultado das contas do governo.

2 – Com a divulgação pelo IBGE do IPCA-15 de 0,57% para novembro, especialistas no mercado agora estimam a inflação de 2013 em 5,85%.


3 – Segundo o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, o saldo da balança comercial ficou positivo em US$ 808 milhões na terceira semana deste novembro. 

domingo, 17 de novembro de 2013

Os economistas da situação e de oposição à política econômica de Dilma Rousseff.


Leio no portal do Ministério do Planejamento, matéria da jornalista Rosana Hessel, do Correio Braziliense, sobre economistas da "situação" e da "oposição" a gestão econômica da Presidente Dilma. Como a própria matéria alerta, ninguém na Esplanada dos Ministérios confirma a existência desta lista de importantes colegas economistas, pró ou contra, a atual política econômica.    

Por manifestar uma visão crítica dos rumos da administração Dilma Rousseff, um grupo de economistas vem sendo constantemente desqualificado por integrantes do governo. Devido a suas opiniões, expressas em artigos e entrevistas publicadas na imprensa, eles são considerados de oposição e, por isso, não têm sido convidados para reuniões que técnicos oficiais costumam fazer com profissionais do setor privado para avaliar a conjuntura econômica.

A lista, que ninguém na Esplanada dos Ministérios confirma oficialmente, é composta, principalmente, por ex-integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso, como o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, e por desafetos do governo petista, a exemplo do ex-diretor do Banco Central (na era Lula) Alexandre Schwartsman. Dela, ainda fazem parte o ex-ministro da Fazenda no governo Sarney, Maílson da Nóbrega, e economistas da Casa das Garças, no Rio de Janeiro, capitaneados por Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real.

A relação inclui também integrantes do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas, como José Roberto Afonso e Samuel Pessoa. Um dos formuladores da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Afonso vem denunciando as manobras do governo a fim de permitir maior endividamento de estados e de municípios para elevar a taxa de investimento. Ele lembra que, no governo FHC, costumava participar de reuniões com acadêmicos para discutir problemas econômicos — o que não acontece no governo Dilma.

Um economista que pediu anonimato conta que deixou de ser chamado para reuniões do Banco Central (BC) por ser muito crítico. Procurado, o BC negou que tenha feito qualquer exclusão. “Havendo compatibilidade de agendas e fora do período de blecaute (que antecede reuniões do Copom), o BC atende as solicitações de audiência, bem como os seus dirigentes, incluindo membros da diretoria, também reservam suas agendas para encontros periódicos com um número considerável de economistas”, disse a assessoria da instituição.

Também está na lista o economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda na administração de FHC, que não poupa críticas à equipe de Dilma em artigos semanais. No governo Lula, ele era constantemente chamado para reuniões com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mas nunca foi convidado pelo sucessor, Alexandre Tombini, que foi funcionário dele na secretaria. Já seu irmão, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é elogiado na Fazenda e considerado uma pessoa “muito sensata”.

Alexandre Schwartsman é evitado por membros do governo devido à sua “agressividade” nos comentários. “Não sou convidado para os seminários de inflação, mas, se existe lista, para mim, é indiferente. Eu não quero falar com o governo nem ele comigo. E, se tenho algum prestígio com meus clientes e leitores, isso não se deve a estar ou não numa lista”, comentou o ex-diretor do BC.

Samuel Pessoa, da FGV, também não acha que faça parte da relação. “Na minha coluna semanal, faço críticas, mas também defendo programas do governo, como o Mais Médicos, ou mostro preocupação com a aprovação do Orçamento Impositivo no Congresso, que seria muito ruim para as contas públicas”, explicou.

Quem conhece a presidente Dilma diz que ela não escuta quase ninguém, principalmente em economia. Por ser economista, ela possui ideias próprias e exige que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, as executem. Os mais próximos dizem que ela respeita apenas três economistas: Delfim Netto, ministro da Fazenda e do Planejamento no regime militar; Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da FGV de São Paulo; e Luiz Gonzaga Belluzzo, secretário de Política Econômica do governo Sarney.

Cenário econômico para 2014.

Li recentemente no ESTADÃO, lúcida entrevista com a diretora executiva do Santander Brasil Asset Management, Luciane Ribeiro.

A conversa com Luciane, responsável pela administração de R$ 140 bilhões, inaugura a série de entrevistas do ESTADÃO com importantes gestores de recursos do Brasil sobre o cenário econômico para 2014.

• O que esperar dos investimentos para 2014?
Para falar de investimentos, temos de falar do cenário macroeconômico. Estamos achando este ano, com todo o movimento que aconteceu até então guiado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do Estados Unidos), que o PIB brasileiro deve crescer 2,3%. O cenário econômico como um todo é preocupante porque há vários riscos para a economia em 2014. Nos EUA terá novamente a história da dívida americana, por exemplo. No Brasil, tem Copa do Mundo, eleições. Será um ano com muitos eventos. Temos a impressão de que a economia brasileira vai andar um pouco de lado, com a tendência de piora das contas. A nossa previsão de crescimento é de 1,9%. A inflação, controlada, mas com o juro real tendo que subir novamente. A expectativa e que a Selic feche este ano em 10%, e no começo de 2014, ocorra mais um movimento de alta de 0,25 ponto. Diante desse cenário, voltamos a ter um juro real alto, de 4%. Haverá uma tendência - como já está acontecendo neste ano - de a pessoa física buscar uma política mais conservadora e tentar tirar benefícios dos investimentos conservadores, como por exemplo, a compra de ativos com isenção fiscal. Na Bolsa vamos ter de olhar alguns setores, segmentos e algum tipo de estratégia diferenciada em renda variável.

• Qual setor deve ser olhado?
Eu acho que o de commodities. É um setor que ajuda bastante o Brasil. O nosso cenário para a economia mundial é de crescimento. Alguns países vão crescer mais, outros menos. Mas terá crescimento.

• O desempenho ruim do Ibovespa este ano tem origem nos indicadores macroeconômicos ou a crise do Grupo X respingou na Bolsa?
A crise respingou. Gomo as empresas (do grupo X) têm uma participação importante no índice, elas comprometeram as carteiras passivas. Agora a tendência é melhorar um pouco. Mas, novamente, é preciso olhar alguns setores, como o de commodities, que é um segmento que pode andar na Bolsa. Além disso, a gente também gosta dos fundos de valor. Eles têm agregado resultado, independentemente de a Bolsa não estar tão bem. E os fundos long and short conseguem se destacar num ambiente controverso e de alta volatilidade.

• Como avalia o menor crescimento da China e um impacto nas commodities?
A nossa previsão para a China é que o crescimento econômico continue desacelerando, mas ele ainda vai ser muito elevado. A China veio na faixa de crescimento de 9%, 9,5%, atualmente está na faixa de 8%, e a gente entende que até o fim da década deve ir para 7%. Estamos falando de uma economia gigante e que contribui para o mundo. A China está passando por uma mudança estrutural importante: de um modelo que era exportador e vinculado à indústria para um modelo de consumo. Isso leva um pouco de tempo. A China continua crescendo, e a exportação (para lá) continuará. Não há nenhum risco potencial de a economia chinesa mudar substancialmente para 0 lado negativo.

Qual é a projeção para a Bolsa para o ano que vem?
A gente acha que a Bolsa para 2014 terá um crescimento na faixa de mais ou menos 15%.

• É interessante?
Não tanto para um ano em que o juro será elevado. Esse crescimento pode estar muito mais vinculado quando se analisa alguns papéis ou setores específico, e não a Bolsa como um todo.

• Em 2012, falou-se muito em produtos isentos de Imposto de Renda, como os fundos imobiliários. Mas eles não estão indo bem. Por quê?
O fundo imobiliário é um produto que continua tendo seu espaço. O problema é que ele teve um crescimento muito rápido. E claramente aconteceu a mesma coisa com os produtos de renda fixa índices (fundos que buscam seguir ou superar indicadores de desempenho dos títulos de renda fixa). O investidor brasileiro precisa se acostumar com a dinâmica do longo prazo. E por uma infelicidade do momento, o Brasil teve que voltar a subir a taxa de juros. Se pegar 18 meses para trás, estávamos num movimento de declínio da taxa de juros tanto real como nominal. Era um momento bom de se mostrar uma diversificação. Só que (a alta) pegou no contrapé. Todo mundo estava vislumbrando um cenário de longo prazo, até porque os próprios fundos previdenciários foram obrigados a fazer o alongamento por causa de uma mudança regulatória. É ruim porque os ativos no País são marcados a mercado. E a subida de taxa de juros no Brasil e o movimento externo - o fator do Fed - fizeram com que o cenário piorasse. Aí, todas as carteiras apanharam. Os fundos de renda fixa índices estão negativos no ano. É a mesma coisa com os fundos imobiliários. Mas eu acho que é um processo. O mercado vem aprendendo, e o próprio investidor entende mais a marcação a mercado.

• E outros investimentos não ligados à Bolsa ou à isenção de IR que podem ser atrativos?
Nos fundos de renda fixa índices, a tendência é ter uma melhora devido ao ajuste forte no cupom desses fundos. Com a taxa de juros elevada, também surgem os produtos de renda fixa simples ou com crédito privado, que conseguem agregar um pouco mais de valor. O mercado está vindo com muitas emissões de debêntures. Isso faz com que os fundos de renda fixa participem, diversifiquem as suas carteiras, e eu acho que é muito interessante num período de visão mais conservador, já que teremos uma alta volatilidade em 2014.

Na época do juro alto, o ganho almejado para o mês era o de 1%. Hoje, existe um número ideal?
Não tem que ter porque dificulta o processo de diversificação de portfólio. Se o investidor diversifica, ele aumenta a possibilidade de um retorno melhor. O brasileiro precisa se acostumar com um processo de educação financeira, de aprender a diversificar os investimentos, mas é importante que isso esteja aliado ao perfil. Para um investidor altamente conservador, não faz sentido diversificar indo para a Bolsa. Mas, mesmo no conservadorismo, ele pode agregar valor com outro tipo de produto, por exemplo, buscando ativo com isenção fiscal. E o investidor com perfil mais arrojado tem que ter outros tipo de investimentos, como fundos que investem no exterior, porque ele tem a possibilidade de pegar a diversificação de bolsas em outros países. O importante é o investidor ter o conhecimento para entender o modelo de risco que ele quer para sua carteira.

A cara do Brasil.

Leio no ESTADÃO, a excelente coluna do FÁBIO PORCHART - Meu Brasil, brasileiro e, em total acordo com o pensamento dele, compartilho-a com os meus dois féis leitores. 

Isso sim, também é a cara do BRASIL. 

Aeroporto é um lugar de onde podemos tirar vários exemplos de quem é o brasileiro de verdade. Por mais que esteja acontecendo uma classecelização da passagem aérea (que bom!), o que torna esse ambiente agora cheio de marinheiros (voadores) de primeira viagem, quem eu vejo dar escândalo no balcão das companhias aéreas são sempre aqueles que já estão acostumados a viajar, que conhecem bem o esquema.

Estava em Florianópolis essa semana, sendo atendido tranquilamente pelo atendente, quando um cara ao meu lado começou a dar o seu escândalo. Um à parte: eu adoro ver pessoas alteradas aos berros dando piti, essas estão num tal estado bruto do sentimento que não tem mais filtros e se mostram como são lá dentro de verdade. E é divertidíssimo. Claro que pra mim e não pro coitado do atendente da TAM que estava sendo acuado.

O cara, transtornado, dizia que o voo dele era às 10h30 e que ainda eram 10h10 e o avião ainda não tinha saído. Que era um absurdo o pessoal não dar um jeitinho de colocá-lo pra dentro. O atendente tentava explicar que o voo estava encerrado, mas era interrompido por gritos de: "Você não está com boa vontade! Acordou de mau humor e resolveu descontar nos clientes. Isso é Brasil".

O que ele não conseguia ver é que, na verdade, se o atendente o tivesse colocado dentro do avião, aí sim é que seria Brasil. Desrespeitar as regras, dar um jeitinho, fazer todo um avião esperar um cara que estava atrasado e errado embarcar, isso é que é Brasil. Se o horário de embarque é meia hora antes, então é meia hora antes, não é vinte minutos antes. Ponto.

A gente gosta de bradar aos quatro cantos que lá na Europa sim as pessoas são bem tratadas, que nos EUA o atendimento é diferente, mas, quando a aplicação da regra tem que valer pra gente aqui, reclamamos. O brasileiro gosta é do jeitinho brasileiro. É o que o coloca no patamar de malandro. E se eu sou malandro, alguém é otário. Aí sim eu vejo vantagem. Contanto que esse otário não seja eu. Alguém tem que se ferrar pra eu me sentir melhor. Se seguir as normas me faz fazer o papel de otário, eu não quero. A malandragem fala mais alto.

Eu duvido que se esse cara que estava alterado tivesse chegado atrasado no aeroporto de Munique, ia dar aquele chilique. Claro que não. Porque lá as coisas funcionam, lá é primeiro mundo, lá... Lá, ele teria saído do hotel duas horas antes, justamente pra não atrasar porque sabia que, se atrasasse, perderia o voo e não teria choro nem vela.

Não estou aqui querendo fazer uma defesa das companhias aéreas, pelo amor de Deus. Longe de mim. Elas realmente têm milhões de problemas, e muitas vezes tratam muito mal seus clientes. Mas a gente também trata muito mal as pessoas quando elas não nos deixam fazer o papel de malandro. Não adianta querer que nos tratem como na Alemanha se nós ainda somos brasileiros. E brasileiros no sentido mais pejorativo e preconceituoso da palavra "brasileiros".
*

PS: No final ele foi embora aos gritos de: "O comandante Rolim vai saber disso!". Hahaha! Gênio!

Brasil: aqui você paga a conta "deles".

Em Fortaleza leio no O POVO que nos próximos dias 21 e 22 a VIVO lançará no Nordeste o iPhone 5S e o 5C ao custo de R$ 3.000,00 e R$ 2.100,00 respectivamente.

Enquanto isso, a Apple sugere os valores de US$ 199.00 para o 5S de 16 GB e US$ 299.00 para o de 32 GB. Para o iPhone 5C vale US$ 99.00 para o modelo de 16 GB e de US$ 199.00 para o de 32 GB.


Acorda Brasil!!! 

Ceará: belo, mesmo sem água.




Carta de Fortaleza - biografias.

Os biógrafos reunidos no 1º Festival de Biografias, em Fortaleza, vêm a público manifestar apoio irrestrito à Ação Direta de Inconstitucionalidade dos artigos 20 e 21 da Lei 10.406/2002 (Código Civil), ajuizada no Supremo Tribunal Federal pela Associação Nacional dos Editores de Livros, e ao projeto de lei 393/2011, de autoria do deputado federal Newton Lima. As duas bem-vindas iniciativas pretendem abolir a censura prévia imposta a biografias e demais manifestações culturais, acadêmicas e jornalísticas.

A necessidade de autorização prévia converteu-se no Brasil em constrangimento e impedimento à produção não apenas de biografias, mas de qualquer trabalho de não ficção que trate de política, artes, esportes e outros aspectos da vida nacional.

Esse instrumento de censura os artigos 20 e 21 do Código Civil já retirou de circulação ou ergueu obstáculos à difusão de livros, filmes, canções, teses acadêmicas, programas de televisão e obras diversas. São atingidos historiadores, documentaristas, ensaístas e pesquisadores de modo geral, além do jornalismo e, sobretudo, a sociedade brasileira.

A legislação em vigor transformou nosso país na única grande democracia do planeta a consagrar a censura prévia, em evidente afronta aos princípios de liberdade de expressão e direito à informação conquistados com a Constituição Cidadã de 1988.

Alguém já disse que, antes de virar a página da história, é preciso lê-la. Para ler, pesquisar e narrar, a liberdade é imprescindível.

Nós, que vivemos sob a censura imposta pela ditadura instaurada em 1964, recusamo-nos a aceitar agora formas de cerceamento da livre manifestação de ideias e relatos históricos. O conhecimento da própria história é um direito dos brasileiros.

Confiamos no espírito democrático e republicano dos congressistas do Brasil e dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Fortaleza, 17 de novembro de 2013.

Fernando Morais
Guilherme Fiuza
Humberto Werneck
João Máximo
Josélia Aguiar
Lira Neto
Lucas Figueiredo
Luiz Fernando Vianna
Mário Magalhães
Paulo César de Araújo
Regina Zappa
Ruy Castro

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A equipe econômica de Aécio Neves?

Segundo o VALOR ECONÔMICO já existe um grupo de economistas bem próximo ao pré-candidato Aécio Neves. Vide abaixo. 

Melhorar o ambiente de negócios, simplificar tributos, reverter políticas consideradas intervencionistas, abrir mais o país à competição internacional, retomar as privatizações e rever a política de desonerações tributárias. Estas são algumas das ideias defendidas por um grupo de economistas e acadêmicos que têm se reunido com o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República.

O grupo alerta que não se deve esperar, no curto prazo, diminuição da carga tributária nem expansão do PIB em ritmo mais acelerado. O primeiro ano da próxima gestão será marcado por dificuldades. O senador quer apresentar, já em dezembro, um primeiro pacote de ideias sobre temas que considera relevantes e urgentes para o país.


Entre os conselheiros de Aécio estão Armínio Fraga, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Elena Landau, todos ex-integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso. Participam também das conversas Samuel Pessoa e Mansueto Almeida. "A preocupação não é tanto garantir um crescimento mais acelerado em 2015 e 2016, e, sim, adotar medidas que garantam um melhor desempenho da economia depois disso", admitiu Almeida.

domingo, 10 de novembro de 2013

O perigo mora nos números da economia brasileira.

Gostaria de saber o que pensam a respeito de alguns dos principais indicadores da economia brasileira, os nossos quase candidatos à Presidência da República em 2014.

- Inflação: da meta de 4,5% ao ano para 5,84% (IPCA em 12 meses);

- Um dólar em novembro de 2012 equivalia a R$ 2,03 e hoje está em R$ 2,31;

- Déficit público no período de janeiro a setembro/2012 de R$ 85,6 bilhões e hoje em 132,2 bilhões;

- Déficit externo para o mesmo período de US$ 34,1 bilhões para US$ 60,4 bilhões.


Afinal, vamos resolver os problemas acima ou vamos ficar discutindo o sexo dos anjos?

O que esperar de 2014?

Para quem está em São Paulo, recomendo o seminário abaixo:

O Brasil entra em 2014 com a economia desaquecida e com a credibilidade da política econômica desgastada.  Confirmadas as expectativas de que as pressões inflacionárias e os desequilíbrios fiscais não serão corrigidos antes das eleições de novembro, resta saber em quanto a confiança necessária para a realização de investimentos continuará abalada.

É importante avaliar agora o potencial do programa de concessões em infraestrutura, que em 2014 apresentará importantes oportunidades de investimentos ao setor privado. Se as incertezas econômicas e políticas não chegarem ao ponto de comprometer a resposta do setor privado, os projetos de infraestrutura poderão elevar a taxa de investimentos e melhorar as expectativas sobre o desempenho da economia brasileira.

Participe deste Seminário, que reúne renomados economistas, para melhor dimensionar os desafios que estarão diante da sua empresa no ano que vem.

Pelo quarto ano, o crescimento do PIB ficará abaixo dos 3%?

O consumo das famílias se manterá aquecido?

O ajuste econômico mais forte ficará para 2015?

Qual será o impacto do programa de concessões em infraestrutura?

Haverá mudança na política do FED com fortes repercussões no Brasil?

Conferencistas:
Delfim Netto - Ex-deputado federal, foi ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento



Gesner Oliveira - Sócio da GO Associados, ex-presidente da Sabesp, ex-presidente do CADE, professor de Economia da FGV-SP, PhD em Economia pela Universidade de Berkeley



Armando Castelar - Coordenador de Pesquisa Econômica Aplicada do IBRE/FGV-RJ e professor do Instituto de Economia da UFRJ. Foi professor de pós-graduação da PUC-Rio e da EPGE da FGV-RJ. Ph.D. em Economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley


Roberto Castello Branco - Diretor de Relações com Investidores da Vale. Doutor em Economia pela Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV e Post-Doctoral Fellow in Economics, pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Participe deste Seminário, que reúne renomados economistas, para melhor dimensionar os desafios que estarão diante da sua empresa no ano que vem.

Email de contato:
Local:  Renaissance São Paulo Hotel.

Entrevista no VALOR com DELFIM NETTO.

Recentemente no VALOR ECONÔMICO, li uma entrevista com Delfim Netto, a qual compartilho com os meus ainda dois fiéis leitores os trechos abaixo:

Valor: Os dados de setembro mostraram uma forte deterioração das contas públicas. O que pode acontecer daqui por diante?
Delfim Netto: Estamos caminhando para um déficit fiscal de 3% do PIB este ano e de 4% do PIB em 2014. Esse é o déficit nominal, que não passava de 2,5% do PIB. Acho que a estimativa do Banco Central para a dívida bruta não tem viés e poderia ser aceita pelo Fundo Monetário Internacional. Hoje, a dívida como proporção do PIB não seria uma coisa trágica, mas a perspectiva é preocupante.

Valor: Por quê?
Delfim: Em condições normais, o ano terminaria com 2,5% do PIB de déficit nominal e 60% do PIB de dívida bruta. Hoje, acho que a probabilidade é de chegarmos a 3%, ou um pouco acima de 3%, do PIB de déficit nominal. E veja o que está acontecendo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Está no Congresso a proposta de mudança retroativa do indexador da dívida dos Estados e municípios.

Valor: Mas não é o próprio Executivo que está patrocinando essa mudança, abrindo caminho para um novo ciclo de endividamento dos Estados e municípios?
Delfim: Rever a taxa de juros daqui para frente não tem problema, mas estimular o endividamento, mesmo que para o investimento, quando estamos perto do pleno emprego, só vai estimular a inflação. O que está perturbando hoje são duas coisas. Primeiro, a perspectiva de aumento da dívida bruta retira do governo a capacidade de enfrentar uma política anticíclica, se ele tiver necessidade. Numa situação perto do pleno emprego, isso pressiona os juros e aumenta o gasto com juros como proporção do PIB. E aí aparece uma de duas coisas: ou um déficit em conta corrente, ou inflação, que é o que está visivelmente ocorrendo.

Os economistas de Roberto Campos.

"Na minha juventude e nos anos maduros os economistas com quem mais convivi foram Eugênio Gudin, o pioneiro e o mais sábio; Octávio Gouveia de Bulhões, o mais criativo; Mário Henrique Simonsen, o de melhor instrumentação técnica; Delfim Netto, o de maior intuição política. Eu fui apenas o mais teimoso. Deles aprendi lições e com eles partilhei frustrações".


Esse é Roberto de Oliveira Campos, mencionando grandes colegas economistas, os quais merecem respeito e admiração, indiferente de suas posições políticas.    

A Lanterna na Popa.


Morava em São Paulo quando li algumas passagens do excelente “A Lanterna na Popa” de Roberto Campos. Na época, por algum motivo que não recordo agora, não comprei o exemplar. Em 2004, após a sua morte, o livro saiu em dois volumes, uma robusta 4ª edição revista e aumentada, com 1.460 páginas.

Desde então, tentei por várias vezes comprar esta autobiografia e ler com vagar, mas algumas editoras preferem publicar alguns lixos e deixar fora do catálogo um texto tão primoroso quanto o do Roberto Campos.   


Numa época em que meus artistas favoritos Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil "et al." preferem censurar biografias, finalmente eu consigo comprar e ler a (auto)biografia de um economista, também dos meus favoritos. 

E neste 2013, com eleição presidencial em 2014, que falta faz ao BRASIL uma lanterna na popa.

domingo, 3 de novembro de 2013

Grupo de Estudos sobre Conjuntura Econômica.

É um prazer divulgar o Grupo de Estudos sobre Conjuntura Econômica (GECE), com sede na Universidade Federal Fluminense. 

O link é o que está ai em embaixo:

Conforme o colega Vítor Wilher, "o grupo nasceu sob inspiração do Núcleo de Estudos em Política Monetária (o NEPOM), coordenado pelo nosso amigo Claudio Shikida, lá no IBMEC-BH, www.nepom.wordpress.com. Acho bacana a iniciativa e vejo com bons olhos a difusão da mesma".

"O grupo já publicou inúmeros posts, textos, artigos, resenhas, cartas e um relatório trimestral, titulado "Monitor de Política Monetária". Ademais, já recebemos dois convidados externos à nossa faculdade: Julio Hegedus e Monica de Bolle. Mais dois estão programados para as próximas semanas: Marcelo Mello e Armando Castelar". 

Sem complacência.

Fernando Henrique, para iniciar a semana, no ESTADÃO e no GLOBO. 

As notícias da semana que terminou não foram auspiciosas, nem no plano internacional nem no local. Uma decisão da Corte Suprema da Argentina, sob forte pressão do governo, sancionou uma lei que regula a concessão de meios de comunicação. Em tese, nada de extraordinário haveria em fazê-lo. No caso, entretanto, trata-se de medida tomada especificamente contra o grupo que controla o jornal “El Clarín”, ferrenho adversário do kirchnerismo. Cerceou um grupo de comunicação opositor ao governo sob pretexto de assegurar pluralidade nas normas de concessão. Há, contudo, tratamento privilegiado para o Estado e para as empresas amigas do governo.

Da Venezuela, vem-nos uma patuscada incrível: as cidades do país apareceram cobertas de cartazes contra a “trilogia do mal”, ou seja, os principais líderes opositores, aos quais se debitam as falências do governo! Seria por causa deles que há desabastecimento, falta de energia e crise de divisas, além da inflação. Tudo para incitar ódio popular aos adversários políticos do governo, apresentando-os como inimigos do povo.

O lamentável é que os governos democráticos da região assistem a tudo isso como se fosse normal e como se as eleições majoritárias, ainda que com acusações de fraudes, fossem suficientes para dar o passaporte democrático a regimes que são coveiros das liberdades.

No Brasil, também há sinais preocupantes. Às manifestações espontâneas de junho se têm seguido demonstrações de violência, desconectadas dos anseios populares, que paralisam a vida de milhões de pessoas nas grandes cidades. A estas se somam às vezes atos violentos da própria polícia. Com isso, deixa-se de ressaltar que nem toda ação coercitiva da polícia ultrapassa as regras da democracia. Pelo contrário, se nas democracias não houver autoridade legítima que coíba os abusos, estes minam a crença do povo na eficácia do regime e preparam o terreno para aventuras demagógicas de tipo autoritário.

Temos assistido ao encolhimento do Estado diante da fúria de vândalos, aos quais aderem agora facções do crime organizado. Por isso, é de lamentar que o secretário-geral da Presidência se lamurie pedindo mais “diálogo” com os black blocs, como se eles ecoassem as reivindicações populares. Não: eles expressam explosões de violência anárquica desconectadas de valores democráticos, uma espécie de magma de direita, ao estilo dos movimentos que existiram no passado no Japão e na Alemanha pós-nazista.

Esses atos vandálicos dão vazão de modo irracional ao mal-estar que se encontra disseminado, principalmente nas grandes cidades, como produto da insensatez da ocupação do espaço urbano com pouca ou nenhuma infraestrutura e baixa qualidade de vida para uma aglomeração de pessoas em rápido crescimento. O acesso caótico aos transportes, o abastecimento de água deficiente e a rede de serviços (educação, saúde e segurança) insuficiente não atendem às crescentes demandas da população. Sem mencionar que a corrupção escancarada irrita o povo. Não é de estranhar que, conectados aos meios de comunicação, que tudo informam, os cidadãos queiram dispor de serviços de países avançados ou de padrão Fifa, como dizem. Sendo assim, mesmo que a situação de emprego e salário não seja ruim, a qualidade de vida é insatisfatória. Quando, ainda por cima, a propaganda do governo apresenta um mundo de conto da Carochinha, e o cotidiano é outro, muito mais pesado, explicam-se as manifestações, mas não se justificam os vandalismos.

Menos ainda quando o crime organizado se aproveita desse clima para esparramar terror e coagir as autoridades a não fazer o que deve ser feito. Estas precisam assumir suas responsabilidades e atuar construtivamente. É necessário dialogar com as manifestações espontâneas, conectadas pela internet, e dar respostas às questões de fundo que dão motivos aos protestos. A percepção de onde o calo aperta pode sair do diálogo, mas as soluções dependem da seriedade, da competência técnica, do apoio político e da visão dos agentes públicos.

Os governos petistas puseram em marcha uma estratégia de alto rendimento econômico e político imediato, mas com pernas curtas e efeitos colaterais negativos a prazo mais longo. O futuro chegou, na esteira da falta de investimento em infraestrutura, do estímulo à compra de carros, do incentivo ao consumo de gasolina, em detrimento do etanol, e do gasto das famílias via crédito fácil, empurrado pela Caixa Econômica Federal. Os reflexos aparecem nas grandes cidades pelo país afora: congestionamentos, transporte público deficiente, aumento do nível de poluição atmosférica etc.

De repente caiu a ficha do governo: tudo pela infraestrutura, na base da improvisação e da irresponsabilidade fiscal. Primeiro, o governo federal subtraiu receitas de estados e municípios para cobrir de incentivos a produção e compra de carros. Depois, em vista do “caos urbano” e da proximidade das eleições, afagou governadores e prefeitos, permitindo-lhes a contratação de novos empréstimos, sobretudo para gastos em infraestrutura. A mão que os afaga é a mesma que apedreja a Lei de Responsabilidade Fiscal, ferida gravemente pela destruição de uma de suas cláusulas pétreas: a vedação ao refinanciamento de dívidas dentro do setor público. Mais uma medida, esta especialmente funesta, que alegra o presente e compromete o futuro.


Não haverá solução isolada e pontual para os problemas que o país atravessa e as grandes cidades sentem mais do que quaisquer outras. Os problemas estão interconectados, assim como as manifestações e demandas. Não basta melhor infraestrutura se o crime organizado continua a campear, nem ter mais hospitais e escolas se a qualidade da Saúde e da Educação não melhora. As soluções terão de ser iluminadas por uma visão nova do que queremos para o Brasil. Precisamos propor um futuro não apenas materialmente mais rico, mas mais decente e de melhor qualidade humana. Quem sabe assim possamos devolver aos jovens e a todos nós causas dignas de serem aceitas, que sirvam como antídoto aos impulsos vândalos e à complacência com eles.

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