domingo, 21 de maio de 2017

O amigo alemão: Um raro episódio na Segunda Guerra Mundial.


Samuel Pêssoa: O choque político piora a recuperação.

O Brasil é um País complicado. Quando parecia que as coisas estavam minimamente se acertando, que a gente ia arrumar um monte de coisas, acontece isso. Eu queria que o governo Temer fosse até o final e que a gente tivesse, na sequência, uma eleição tranquila. Fiquei triste com tudo. 

Daqui para frente, no aspecto político, a gente vai ter de ver qual pessoa o Congresso vai escolher. Precisa ser alguém que tenha alguma sobrevivência no ambiente do Congresso – que está na penúria – e não seja indigesto para a sociedade. Senão, nós vamos ter gente na rua indisposta a engolir o cara. Temer vai ter de renunciar. Se ele se agarrar ao cargo, vai ser mesquinhez. Vai afundar o País. Dadas as circunstâncias em que tudo ocorreu, talvez também seja difícil manter o Meirelles (Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda, foi presidente do conselho de administração da holding J&F, controladora da JBS, dos irmãos Batista). 
O choque político piora a recuperação da economia. Nisso não há a menor dúvida. As reformas pararam. Não consigo ver de onde virá ambiente político para votá-las no meio da indefinição. Alguma coisa vai ser possível tocar depois de cumprido o rito da eleição indireta, de a gente ver quem foi eleito e qual é a agenda dele.
Na economia, a tendência da atividade é para baixo e o câmbio, para cima. A resultante disso sobre a inflação ainda é uma incógnita. Em 2008, tivemos inflação para baixo. Mas, lá atrás, a crise era internacional e agora ela é só nossa. Por outro lado, estamos numa recessão muito mais profunda. Não consigo saber se o processo é inflacionário ou desinflacionário. E é isso que vai definir a velocidade de queda da taxa de juros pelo Banco Central.” 

Otavio Frias Frio: Ainda é cedo para dizer que a administração Temer acabou.

Neste domingão de ansiedade econômica e especialmente para a leitura de meus três ou quatro leitores diários, compartilho a visão do inteligente Otavio Frias Frio, diretor de redação da FOLHA DE S. PAULO, sobre o atual e complexo momento político brasileiro.     

Montaigne escreveu, citando Sêneca, que a natureza criou um só meio de entrar na vida, mas cem de sair dela, omitindo que por nenhum deles é fácil passar.

Algo parecido se aplica às saídas para a crise endêmica que esgarça o país desde 2013 e que se tornou outra vez galopante com as revelações de quarta-feira (17). Caso surjam evidências irrefutáveis de que o presidente Michel Temer cometeu crime, o que era discutível quando se concluía esta seção, haverá quatro opções no horizonte.

A primeira delas, a renúncia, foi rechaçada no breve e veemente discurso de quinta-feira (18). Mas renunciar, na vida pública, não é exatamente decisão de alçada pessoal; o incumbente é antes "renunciado" pelas circunstâncias, conforme os próprios aliados o informam em dado momento de que seu governo se esvaiu, como um piloto que é ejetado após perder controle do aparelho. Ainda estamos longe disso, o palácio dispõe de recursos políticos consideráveis, mas a crise se acelerou da noite para o dia.

Outras duas possibilidades constitucionais –impeachment e aceitação, pelo Supremo Tribunal Federal, de denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República (o que inabilitaria o presidente, uma vez convertido em réu)– dependem ambas de autorização por parte de 2/3 dos deputados. Estes se movem pelos próprios interesses, muito bem incrustados no governo semiparlamentarista de Temer. Que conveniência falaria mais alto entre eles, o usufruto imediato do poder ou o medo de não se reeleger e ficar ao relento, muitos à mercê dos azares da primeira instância do Judiciário?

A quarta via é a judicial, por meio de cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, previsto para o início de junho e estribado em clamorosos indícios de financiamento ilegal da campanha que elegeu essa malsinada dupla no já remoto outubro de 2014. Mas também aqui o caminho não deixaria de ser tortuoso: Temer recorreria ao Supremo, que daria início a novo julgamento, durante o qual o presidente permaneceria, ao que tudo indica, no posto.

Removido Temer, restaria o problema da eleição indireta do sucessor. Como se sabe, é o que manda a Constituição: o Congresso escolhe o novo presidente quando a vacância se der na segunda metade do mandato. No entanto, depois de a sociedade haver engolido a ascensão de Temer e suas impopularidades em nome do respeito à Constituição, parece inverossímil que possa tolerar um presidente escolhido a dedo por 500 e tantos parlamentares vilipendiados. Seria, como se diz em inglês, adicionar insulto à injúria.

Não é da boa doutrina mudar as regras do jogo em meio ao jogo; a rigor, só um referendo popular poderia autorizá-lo. Mas uma emenda constitucional, que requer aprovação de 60% dos parlamentares, talvez baste em termos de legitimidade. Tramita proposta do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que confina a eleição indireta aos casos de vacância presidencial no último semestre do mandato; antes disso, Diretas-Já.

Claro que esses são formatos jurídicos vazios à espera de ser movimentados pelo jogo das forças políticas reais. O combustível desta crise, que é a monstruosa recessão econômica legada pela gestão de Dilma Rousseff, continua a abastecer a insatisfação que grassa na sociedade e parece prestes a se inflamar de novo em vigorosas manifestações de rua, pois os efeitos saneadores da política econômica de Temer, a melhor parte de sua gestão, ainda não se fazem sentir. Escala e intensidade dos protestos em praça pública nos próximos meses deverão definir que desenlace institucional vai prevalecer.

Mesmo no campo predominante dos que desejam a saída de Temer, começa a surgir uma dissidência indiretista disposta a resistir à campanha pela emenda Miro Teixeira, em boa parte por recear que eleições diretas reconduzam Lula à Presidência. As pesquisas indicam que o ex-presidente petista é favorito no primeiro turno, ao mesmo tempo que sugerem expressiva probabilidade de que venha a eleger seu antagonista em segundo turno. Agora ou em 2018, as eleições parecem mais imprevisíveis que nunca.

Os alicerces do governo Temer, sempre frágeis, estão ainda mais abalados. Mas é cedo para dizer que esta administração acabou. A economia, que aos poucos sai do atoleiro, atua em seu favor. O relógio, que mostra as eleições gerais de 2018 cada vez mais perto, também. Enquanto isso, um governo cambaleante se encastela ao forcejar por reformas que preparam o ciclo de expansão econômica apto a consagrar, talvez, seu sucessor. 


sábado, 20 de maio de 2017

Brasil 2017: Em que pese 517 anos de história, ainda falta racionalidade!


Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito é uma navalha

Brasil
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada antes de eu nascer

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada pra só dizer sim, sim

Brasil
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil,
qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim

Grande pátria desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair

Não, não vou te trair.

Cazuza

House of Cards: No Brasil, a série é real!


Mary Beard - SPQR: Uma história da Roma antiga.


terça-feira, 16 de maio de 2017

CAGED: criadas 59.856 mil vagas de emprego formal durante o mês de abril/2017.

O país criou 59.856 mil vagas de emprego formal durante o mês de abril. O resultado representa uma variação positiva de 0,16% em relação a março deste ano, conforme apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (16) pelo Ministério do Trabalho. É o primeiro resultado positivo para um mês de abril desde 2014.
No último mês, foram contabilizadas 1.141.850 admissões e 1.081.994 desligamentos. Já em março deste ano, foram registradas 1.261.332 admissões e 1.324.956 desligamentos, ou seja, 63.624 vagas foram perdidas.
Em abril do ano passado, o mercado de trabalho formal tinha registrado a perda de 62.844 postos de trabalho.
"Estamos tendo a alegria de celebrar números positivos. Esperamos que estes números positivos se estabeleçam", comemorou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
O setor de serviços foi o que registrou melhor resultado em abril deste ano, com um saldo de 24.712 contratações, seguido pela agropecuária (14.648); indústria de transformação (13.689) e comércio (5.327).
Embora tenha apresentado saldo negativo (-1.760 postos de trabalho), a construção civil teve um desempenho melhor que o de abril do ano passado (-16.036 vagas).

PIB 2017: O mundo cresce e o Brasil não deve ficar atrás!


Folha de S. Paulo: A bela imagem de Macron e Merkel!


segunda-feira, 15 de maio de 2017

Prévia do PIB para o 1º trimestre de 2017: 1,12% ou 1,30%.


Foi divulgado hoje pelo Bacen que o IBC-Br de março registra um crescimento de 1,12% para o primeiro trimestre deste ano.

Em época de notícias ruins, pelo menos alguma evidência que a economia está reagindo positivamente.

Na avaliação dos números dessazonalizados de janeiro a março, o acumulado para o período é um aumento de 1,30%.     


A esperar o dia 1º de junho com a divulgação oficial do PIB. 

Bacen: PIB crescerá 0,50% neste ano e 2,50% em 2018.


O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação este ano pela décima  vez seguida. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,01% para 3,93%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas, pelo Banco Central (BC), e divulgada às segundas-feiras.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta, que é de 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a estimativa caiu 4,39% para 4,36%.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano foi ajustada de 0,47% para 0,50%. Para o próximo ano, a estimativa permanece em 2,50%.
Para as instituições financeiras, a taxa básica de juros,  a Selic, encerrará 2017 e 2018 em 8,5% ao ano.
Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano. A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Edição: Kleber Sampaio

domingo, 14 de maio de 2017

sábado, 13 de maio de 2017

Portugal: Papa Francisco e os Santos Francisco Marto e Jacinta Marto.


"Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de termos longamente refletido, implorado várias vezes o auxílio divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos nossos no Episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco Marto e Jacinta Marto e inscrevemo-los no Catálogo dos Santos, estabelecendo que, em toda a Igreja, sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo."

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Belo Horizonte: XXII Congresso Brasileiro de Economia - 06 a 08 de setembro de 2017.


O Conselho Federal de Economia e o Conselho Regional de Economia da 10ª Região - MG realizarão o XXII Congresso Brasileiro de Economia (CBE) no período de 06 a 08 de setembro de 2017, em Belo Horizonte (MG), com a seguinte temática: “Desenvolvimento Econômico, Justiça Social e Democracia: Bases para um Brasil Contemporâneo”.

O CBE acontece bienalmente, desde 1968, e reúne profissionais da área, empresários, autoridades, consultores, estudantes de Ciências Econômicas e representantes dos principais segmentos da sociedade. O objetivo é promover debates e reflexões sobre temas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do País, apresentando análises, alternativas e perspectivas de solução para importantes questões que influenciam no bem-estar de toda a sociedade.

O CBE 2017 será uma grande oportunidade para ter contato com um grupo seleto formado por autoridades, pesquisadores, profissionais de destaque e especialistas, nacionais e internacionais, com grande conhecimento e experiência sobre o tema central do evento. Já estão confirmadas as presenças do economista argentino Roberto Frenkel (Professor Honorário da Universidade de Buenos Aires) e do norte-americano Jan Kregel (Diretor do Programa de Mestrado em Teoria Econômica no Levy Economics Institute dos EUA).


Durante o evento, teremos a satisfação de efetuar a entrega do XXIII Prêmio Brasil de Economia e dos Prêmios de Personalidade Econômica do Ano e Destaque Econômico do Ano. O XXII CBE também será palco da etapa nacional da Gincana Nacional de Economia, com premiação na cerimônia de encerramento.

A recuperação da economia brasileira segundo Henrique Meirelles.

“O Brasil está mudando mais em um ano do que mudou em décadas”, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na reunião ministerial para balanço de um ano do governo Temer, realizada hoje (12) no Palácio do Planalto, em Brasília. Segundo o ministro, a recessão econômica é parte do passado.

“O Brasil vive um momento e um governo de profunda transformação. Encontramos um país que viveu a maior recessão da história. A recessão que encontramos foi maior que a depressão de 1930 e 1931”, disse. O ministro enfatizou que a recessão já passou e que o Brasil mostra sinais de que voltou a crescer. Meirelles citou o aumento do consumo em 20%, da produção de aço, também em 20%, e a safra de grãos, “surpreendendo os mais otimistas”, com crescimento de 22%, em relação ao ano passado.

Entretanto, Meirelles disse que o desemprego leva mais tempo para reagir à retomada da economia. “O desemprego deve crescer ainda um pouco porque tem uma reação mais lenta.”

Meirelles relembrou medidas adotadas neste ano de governo, como a emenda à Constituição que estabeleceu um teto para os gastos públicos. “A aprovação da PEC do Teto dos Gastos foi fundamental para dar previsibilidade à economia brasileiras, às contas públicas”, disse Meirelles, acrescentando que foi a primeira vez em que foi feito um projeto de longo prazo para as contas públicas.

“Tivemos como resultado dessa retomada, a confiança. Tivemos uma mudança gradual da perspectiva, e os efeitos são, de fato, impressionantes. Se olharmos para a medida de Risco Brasil, que representa o custo de financiar o país, caiu de 500 pontos para um pouco mais 200 pontos”, disse. Ele citou ainda a possibilidade de as agências de classificação de risco pensarem em melhorar a nota do Brasil. E acrescentou que o real está se fortalecendo e a bolsa de valores, subindo.

O ministro citou ainda a redução da inflação, que atingiu 9,28% em 12 meses em maio de 2016 e agora está em 4,08%, abaixo do centro da meta (4,5%).

*Colaboraram Pedro Peduzzi, Débora Brito e Karine Melo
Edição: Maria Claudia

Morre Antonio Candido de Mello e Souza, uma inteligência brilhante - 1918-2017.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Carlos Vieira e sua homenagem ao Dia do Psicanalista.


A psicanálise foi criada e fundada por S.Freud no fim do século XIX e começo do século XX, após a publicação do livro a Interpretação dos Sonhos. Depois de sua experiência com a técnica de ab-reação e da hipnose, Freud expandiu seus trabalhos de pesquisa sobre o funcionamento da mente humana, e criou a técnica da “associação livre”, ou seja, o analisando falaria tudo o que lhe viesse à mente e o analista o escutaria numa atitude de “atenção flutuante”(ouvir sem intenção pré-concebida). Essa técnica tem como elementos de observação, a transferência, a associação livre e a interpretação dos sonhos. Sonhos sonhados durante a noite, e sonhos (devaneios e atividade imaginativa) diurnos, não pensados.

Dois fatos marcantes ocuparam Freud durante suas pesquisas: primeiro o sonhar, a atividade onírica. Freud descobre sua importância a partir dos sonhos de seus pacientes, e principalmente dos próprios sonhos. Esse fato leva o pai da psicanálise a fazer a análise dos seus sonhos, a auto-análise, e aprofundar a interpretação dos sonhos de seus analisandos. Com isso, estava se abrindo outro vértice de sua pesquisa - a análise da pessoa do psicanalista. Como segundo fato, surge na experiência analítica um fenômeno chamado – transferência - ou seja, afetos e desejos projetados na figura do analista pelo analisando. Logo a seguir a contraparte na pessoa do analista – a contratransferência. Isso fala da importância novamente, da pessoa do psicanalista. Porque enfatizo isso?

Porque daí em diante, Freud percebe a importância da “análise do psicanalista” como meio de apurar sua capacidade de observação. Quanto mais um analista fizer análise pessoal, mais terá condições de discriminar e não misturar seus conflitos com os dos seus analisandos, além de sofisticar a sua capacidade de observação da realidade psíquica. Com essa descoberta, Freud passar a exigir na formação de um psicanalista, que o mesmo faça com um colega mais experiente, pelo menos cinco anos de análise pessoal em sua formação, e de tempos em tempos volte à sua análise. Essa é uma exigência formal nos Institutos de Psicanálise filiados à Associação Internacional de Psicanálise, com sede em Londres. Para algumas escolas ditas “de psicanálise”, a análise do psicanalista é tida como coisa secundária e o peso recai sobre a formação teórica e técnica. Desse modo, não se preocupa com a pessoa do psicanalista e sua saúde mental. Como analisar outras mentes sem cuidar da sua própria! Os psicanalistas são humanos, têm conflitos, preconceitos, atitudes moralistas e julgadoras, aspectos que jamais podem influir em suas análises. Caso contrário, estarão “fazendo a cabeça dos outros”, professando “suas crenças e preconceitos”, e não sendo objetivos, livres, criativos e respeitosos com seus analisandos. Se for uma profissão que exige uma ética sem “moralismo”, “racismos”, “fundamentalismos”, ou o “ismo” que queira, é a profissão de psicanalista. O psicanalista não pode julgar, dar conselhos morais e educacionais, emitir juízo de valor, caso contrário – a liberdade para se conhecer e ser si mesmo – jamais acontecerá com seu cliente. Freud quando largou a técnica da hipnose, estava renunciando o “suposto poder” que o analista teria sobre a outra pessoa!

Psicanalista, ainda que seja humano e “filho de Deus” está vetado em atitudes moralistas. Sua função primordial é pensar as experiências emocionais não pensadas dos seus clientes, e assim, fazê-los conhecer melhor seus conflitos e minorar, desse modo, a angústia de viver.Freud fugiu do nazismo; enfrentou experiências dolorosas por mostrar a importância da sexualidade nos conflitos psíquicos; combateu o preconceito contra os Judeus; frisou sempre que a liberdade de pensar e sentir era um caminho para a saúde mental e mostrou, principalmente, que a destrutividade humana é a raiz de todos os males mentais. Por todos esses motivos e preocupações, ele tinha uma atitude firme na formação de um psicanalista – a necessidade de sua análise pessoal – para evitar efeitos maléficos na pessoa de seus analisandos.

O que quero enfatizar hoje, prezados leitores, é que a Psicanálise só se desenvolve, e isso está sendo feito sempre, se o crescimento mental e a saúde mental dos psicanalistas forem cuidados, sempre. Cabe aos Institutos de Psicanálise essa função: cuidar dos seus alunos e futuros analistas para que sua prática e sua pessoa não sejam comprometidas. A psicanálise oferece um serviço de atendimento social, e como tal, faz parte e tem como finalidade, proporcionar o crescimento psíquico das pessoas.


Carlos de Almeida Vieira - psicanalista e psiquiatra

Déficit primário em 2017 atingirá R$ 148 bilhões segundo projeções do mercado financeiro.

Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda projetam que o déficit primário do Governo Central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, deve chegar a R$ 148,036 bilhões neste ano. A estimativa está acima da meta de déficit perseguida pelo governo, de R$ 139 bilhões. Em abril, a projeção era R$ 147,049 bilhões.
A estimativa consta na pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em projeções do mercado financeiro.
Para 2018, a estimativa das instituições financeiras é de déficit de R$ 125,124 bilhões, contra R$ 123,606 bilhões previstos em abril.
A projeção da arrecadação das receitas federais este ano caiu de R$ 1,344 trilhão para R$ 1,341 trilhão. Para 2018, a estimativa é de R$ 1,442 trilhão, ante R$ 1,448 trilhão previstos anteriormente.
Para a receita líquida do Governo Central a estimativa para este ano é R$ 1,144 trilhão, ante R$ 1,146 trilhão previstos no mês passado.
No caso da despesa total do Governo Central, a projeção passou de R$ 1,295 trilhão para R$ 1,294 trilhão.
A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do Governo Central, que, na avaliação das instituições financeiras, deve ficar em 75,44% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país). A previsão anterior era 75,42% do PIB. Para 2018, a estimativa ficou em 78,50% do PIB, ante 78,53% previstos no mês passado.

Edição: Maria Claudia

The Economist: Trumponomics - The policy designed to make America great again - May 13th 2017.


terça-feira, 9 de maio de 2017

Planalto 2018: Paul Samuelson e as funções do governo.

Em seu famoso ECONOMIAPaul Samuelson relacionou as quatro principais funções do governo:

1 – Melhorar a eficiência econômica;

2 – Reduzir a desigualdade econômica;

3 – Estabilizar a economia por meio de políticas macroeconômicas;

4 – Conduzir a política econômica internacional.

É muito importante que os candidatos ao Planalto em 2018 conheçam muito bem as funções do governo e estejam preparados para uma gestão que efetivamente faça a sociedade acreditar que vive num Brasil sério!

Afinal, estamos no século XXI, porém continuamos com problemas ainda da época colonial...


A conferir!

Presidents of France's Fifth Republic.


segunda-feira, 8 de maio de 2017

Bacen: Crescimento do PIB em 2017 será de 0,47% e para 2018 em 4,39%.

O mercado financeiro reduziu - pela nona vez seguida - a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano. Agora, a estimativa passou de 4,03% para 4,01%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central (BC) e divulgada às segundas-feiras.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a estimativa subiu de 4,30% para 4,39%.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano foi ajustada de 0,46% para 0,47%. Para 2018, a expectativa é que a economia cresça 2,5%, a mesma projeção há sete semanas consecutivas.
Para as instituições financeiras, a Selic encerrará 2017 e 2018 em 8,5% ao ano. Atualmente, a taxa é de 11,25% ao ano. A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Edição: Kleber Sampaio

domingo, 7 de maio de 2017

Morre Elon Lages Lima, uma lenda na matemática brasileira.


Um dos mais importantes e prolíficos autores de livros de matemática no país, Elon Lages Lima, ex-diretor do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), morreu na manhã deste domingo, aos 87 anos, no Rio de Janeiro.
Matemático de ponta, o alagoano Elon deu contribuição fundamental à literatura matemática brasileira, com 25 livros, e recebeu duas vezes o Prêmio Jabuti de Ciências Exatas, da Câmara Brasileira do Livro. Ele também desempenhou o papel de mentor e inspirador de jovens matemáticos de grande destaque no país, como o ganhador da Medalha Fields Artur Avila, Carlos Gustavo Moreira, o Gugu (ambos do IMPA), Ralph Teixeira (UFF) e Nicolau Saldanha (PUC-Rio), entre outros.
“Eu era aluno de graduação, em Portugal, quando ouvi falar de Elon pela primeira vez, por meio de seus livros. Ninguém, nos dois países, contribuiu como ele para a criação de uma literatura matemática em língua portuguesa”, afirmou o diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana. Para o ex-diretor do IMPA Jacob Palis, Elon “foi um excelente matemático, escritor e didata”. “Ele deu uma contribuição muito grande ao IMPA, desde o início, integrando um grupo pequeno e de alta qualidade.”
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 1963, foi diretor do IMPA em três períodos (1969-71, 79-80 e 1989-93), presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (1973-75) e integrou o Conselho Nacional de Educação e o Conselho Superior da Faperj. Recebeu a Ordem do Mérito Científico na Classe Grã-Cruz, da Presidência da República, e o Prêmio Anísio Teixeira, do MEC.
O jovem Elon fez sua formação inicial no Ceará e no Rio de Janeiro. Ao chegar ao Rio, presenciou a fundação do IMPA, por Leopoldo Nachbin e Maurício Matos Peixoto. Obteve os graus de mestrado e doutorado na prestigiosa Universidade de Chicago, onde especializou-se em Topologia Algébrica, entre 1954 e 1958, e recebeu o Prêmio Edna M. Allen.
Após voltar ao Brasil, tornou-se pesquisador do IMPA. Com uma bolsa Guggenheim, esteve em Princeton e Columbia e foi influenciado pelo norte-americano Stephen Smale, ganhador da medalha Fields. Nessa época, obteve resultados pioneiros no campo de vetores comutativos. Foi professor da UnB, de onde pediu demissão em 1965, após o início do Regime Militar. Foi Elon que abriu o caminho para outros pesquisadores do IMPA, como Jacob Palis e César Camacho, serem orientados por Smale – hoje pesquisador honorário do IMPA.
Além de pesquisador de alto nível, Elon sempre compreendeu a importância da divulgação da Matemática e da formação de professores, áreas em que desempenhou um papel de protagonista nacional. Colaborou para estruturar os cursos de licenciatura, bacharelado e pós-graduação Universidade Federal do Ceará, de onde recebeu, em 89, o título de Professor Honoris Causa. Ele também era doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Alagoas.
Idealizou e dirigiu as coleções “Projeto Euclides” e “Coleção Matemática Universitária” e foi o criador, em 1990, do PAPMEM (Programa de Formação e Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio), que continua ativo e já beneficiou mais de 20 mil professores do país. Talvez porque tenha sido justamente na Educação Básica o início de sua brilhante trajetória de matemático, como professor, aos 18 anos, no Ginásio Farias Brito e no Colégio Estadual do Ceará.
Elon era casado com Carolina Celano e tinha cinco filhas da primeira união, com Valdece. O velório será a partir das 9h, e o enterro às 16h desta segunda-feira (8), no Cemitério da Penitência, no Caju.

2017 Emmanuel Macron élu président de la République: Vive la France!


França: Mario Vargas Llosa está otimista com Emmanuel Macron.

"Ser um liberal e deixar isto bem claro, como Macron deixou durante sua campanha, é ser um autêntico revolucionário na França atual. É devolver à empresa privada sua função de principal ferramenta de criação de empregos e motor do desenvolvimento, reconhecer no empresário, se sobrepondo às caricaturas ideológicas que o ridicularizam e vilipendiam, sua condição de pioneiro da modernidade, facilitar sua tarefa, atenuando o peso do Estado de modo a que se concentre no que realmente lhe diz respeito, ou seja, a administração da justiça, da segurança e da ordem pública, permitindo que a sociedade civil lute e atue na conquista do bem-estar e na solução dos desafios econômicos e sociais.

Esta tarefa já não está nas mãos de países isolados e encapsulados como querem os nacionalistas. No mundo globalizado dos nossos dias, a abertura e a colaboração são indispensáveis. E os países europeus compreenderam isto, com seu avanço para uma integração.

A França é um país riquíssimo que, graças às más políticas estatais, pelas quais dirigentes de esquerda e de direita foram responsáveis, empobreceu e foi se atrasando cada vez mais. Enquanto isto, Ásia e América do Norte, mais conscientes das oportunidades que a globalização oferecia para os países que abriam suas fronteiras e se integravam nos mercados mundiais, deixavam a França cada vez mais para trás.


Com Macron abre-se, pela primeira vez, em muito tempo, a possibilidade de a França recuperar o tempo perdido e iniciar as reformas – audazes e custosas, claro, que irão enxugar esse Estado obeso, que reprime e controla à exaustão sua vida produtiva, e mostrar a seus jovens mais brilhantes que o mundo da burocracia administrativa não é o mais propício para exercitar o seu talento e criatividade, e sim aquele em que a cada dia surgem novas oportunidades criadas pela fantástica revolução científica e tecnológica que vivemos hoje."


sábado, 6 de maio de 2017

Emmanuel Macron: França 2017!


Liberté, Égalité, Fraternité! 



Folha: Os livros mais vendidos na semana.

Teoria e Análise
1º (2º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cortella (Planeta) - R$ 31,90
2º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) - R$ 29,90
3º (3º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) - R$ 49,90
4º (4º) Gente que Convence - Eduardo Ferraz (Planeta Estratégia) - R$ 34,90
5º (5º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) - R$ 29,90


Práticas e Pessoas
1º (1º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
2º (2º) Revolução Orçamentária - Ana Paula Tozzi e Jéssica Costa (Trevisan) - R$ 54
3º (-) Quanto É Suficiente - Robert e Edward Skidelsky (Civilização Brasileira) - R$ 64,90
4º (5º) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90
5º (-) O Capital no Século 21 - Thomas Piketty (Intrínseca) - R$ 59,90


Lista feita com amostra informada pelas livrarias Saraiva, Curitiba, Martins Fontes, Fnac, Livraria da Vila, Cultura e Argumento; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 23/4 e 29/4; entre parênteses, a posição na semana anterior 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Balança comercial tem maior desempenho em abril desde 1989.

A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 6,969 bilhões em abril. Trata-se do melhor resultado para o mês desde o início da série histórica do governo, em 1989. O saldo positivo supera o recorde de abril de 2016, quando a balança ficou positiva em US$ 4,862 bilhões.

Os dados foram divulgados ontem (3) pelo Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços. De janeiro a abril deste ano, a balança acumula superávit de US$ 21,387 bilhões. O valor também é o maior da história, superando o recorde de US$ 13,2 bilhões registrado de janeiro a abril de 2016.
A balança comercial tem superávit quando as exportações –  vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior – superam as importações, que são as compras do país também no exterior.

No mês de abril, as exportações brasileiras ficaram em US$ 17,686 bilhões, superando os US$ 10,717 bilhões em importações. As exportações cresceram 27,8% em relação a abril de 2016, segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante março deste ano, houve alta de 12,5%.

As importações, por sua vez, cresceram 13,3% na comparação com abril do ano passado e subiram 5,8% em relação a março deste ano, também segundo o critério da média diária.

Destaques
Altas de preços impulsionaram as exportações, principalmente de itens básicos e semimanufaturados que cresceram 29,2% e 27,5% ante abril de 2016. Entre os básicos, foram destaque as vendas de minério de ferro (alta de 87,6% na comparação com abril de 2016), petróleo bruto (58,6%), minério de cobre (50,9%), carne suína (34,4%), soja em grão (24,2%) e farelo de soja (15,5%).
Nos semimanufaturados, produtos como óleo de soja (alta de 173,9%), de ferro e aço (55,5%), ferro fundido (46,1%) e açúcar bruto (44,4%) se destacaram. Entre os manufaturados, cujas vendas aumentaram 25,7% ante abril do ano passado, cresceu a exportação de itens como açúcar refinado (139,1%) e veículos de carga (123,3%).
Nas importações, cresceu a compra de combustíveis e lubrificantes (28,5%), bens intermediários (16,5%) e bens de consumo (6,3%). Por outro lado, caiu a aquisição de bens de capital (-5,9%).


Edição: Maria Claudia

terça-feira, 2 de maio de 2017

Focus: Crescimento do PIB 2017 é estimado em 0,46%. Para 2018 em 2,5%.

O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação este ano pela oitava semana consecutiva. Agora, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,04% para 4,03%, de acordo com o boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central (BC), em Brasília.

A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a estimativa foi reduzida de 4,32% para 4,30%, no quarto ajuste seguido.

A projeção de instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano passou de 0,43% para 0,46%. Para o próximo ano, a estimativa permanece em 2,5%.

Para as instituições financeiras, a Selic encerrará 2017 e 2018 em 8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 11,25% ao ano. A Selic é um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Edição: Kleber Sampaio

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...