sábado, 19 de dezembro de 2009

PAUL SAMUELSON E OS MAIORES.

Em entrevista na The New Yorker, PAUL SAMUELSON registra a sua opinião sobre os maiores economistas de todos os tempos:

Q: At this stage, how would you rank Keynes?

A: “I still think he was the greatest economist of the twentieth century and one of the three greatest of all time.”

Q: “Who are number one and number two?”

A: “Adam Smith and Leon Walras.”

PROJEÇÕES 2009/2010 BRASIL

Mais previsões para 2010, agora do pessoal do VALOR ECONÔMICO:

O crescimento econômico previsto, de 5%, será pautado principalmente pela expansão do consumo. O superávit da balança comercial deve cair dos US$ 27 bilhões deste ano para US$ 19 bilhões, segundo previsão do Banco Central - o mercado trabalha com apenas US$ 11 bilhões. E a dívida pública líquida deverá ficar entre 39% e 41% do PIB, em comparação com 38,8% em 2008. O déficit em transações correntes subirá de US$ 18 bilhões neste ano para US$ 40 bilhões em 2010, segundo projeções do mercado.

A conferir em 2010, of course.

REUNIÃO DE COPENHAGUE 2009.

SINFRÔNIO, lá da nossa FORTALEZA-CE, do nosso DIÁRIO DO NORDESTE, demonstra de maneira genial, o que restou de Copenhague.

O HOMEM DO ANO 2009

BEN BERNANKE – PERSON OF THE YEAR 2009

He just happens to be the most powerful nerd on the planet.

Bernanke is the 56-year-old chairman of the Federal Reserve, the central bank of the U.S., the most important and least understood force shaping the American — and global — economy. Those green bills featuring dead Presidents are labeled "Federal Reserve Note" for a reason: the Fed controls the money supply. It is an independent government agency that conducts monetary policy, which means it sets short-term interest rates — which means it has immense influence over inflation, unemployment, the strength of the dollar and the strength of your wallet. And ever since global credit markets began imploding, its mild-mannered chairman has dramatically expanded those powers and reinvented the Fed.

LER NA VEJA

Li na VEJA e aprovei com louvor. Ler ainda é o melhor remédio. PARABÉNS VEJA.

Há cerca de um ano e meio, surgiu na redação de VEJA a ideia de patrocinar, na internet, uma rede social que girasse em torno dos livros. Fomentar a leitura entre os brasileiros sempre foi uma missão para a revista. Fazer isso no ambiente digital representava um desafio. Era preciso desenvolver a ferramenta certa para cativar os usuários dos sites de relacionamento. Essa ferramenta é o VEJA Meus Livros, que faz sua estreia oficial neste sábado, depois de um mês em versão de teste.

Quando o projeto do VEJA Meus Livros começou a ser debatido, sites americanos como LibraryThing e Goodreads já estavam no ar. Eles são redes sociais inteiramente centradas na literatura. Em meados deste ano, foi lançada no Brasil uma iniciativa semelhante: o site O Livreiro, ligado ao jornal O Globo. A essa altura, o VEJA Meus Livros já caminhava numa outra direção. Por que levar as pessoas a construir, do zero, uma nova teia de amizades virtuais, se elas já dedicaram tanto tempo e energia a fazer isso no Orkut ou no Facebook? Em vez de um site independente, optou-se por fazer do VEJA Meus Livros um aplicativo que pode ser utilizado por qualquer um que tenha um perfil nessas grandes redes. Hoje, a ferramenta está disponível para quem usa o Orkut. Em poucas semanas, a versão para o Facebook deverá ser lançada.

No VEJA Meus Livros, é possível organizar uma biblioteca virtual em várias categorias: os volumes que você está lendo ou já leu, aqueles que são seus favoritos, e até aqueles que você gostaria de ganhar de presente. É possível convidar os amigos a compartilhar de suas leituras, postando longas resenhas ou comentários breves - basta um clique para publicar esses últimos no Twitter. Uma parceria com o site da Livraria Cultura também permite que você realize compras on-line.

Como os livros são matéria-prima fundamental para as reportagens de VEJA, reservou-se uma área do aplicativo às contribuições da redação. Lá você vai encontrar, sempre atualizada, nossa lista de mais vendidos, as bibliotecas e resenhas de jornalistas e colaboradores, e um acesso a este novo blog sob o mundo da literatura.

VEJA Meus Livros foi feito para quem ama a leitura e a internet. Esperamos que você goste do presente.

ENTRE A SELVA E A NEVE

Para não comentarem que estou na floresta, MAS não escrevi sobre a fracassada reunião de Copenhague, fico com a bela imagem da neve que cobre o jardim norte da Casa Branca, em Washington, pouco depois do retorno do presidente Barack Obama, que chegou aos EUA de viagem a Copenhague na madrugada deste sábado. A cúpula do clima na capital dinamarquesa, que durou 12 dias, foi um "fracasso histórico", afirmaram ONGs.

Enquanto brasileiros e brasileiras esticavam pernas na Dinamarca, a floresta amazônica aqui continua com sua eterna devastação.

Afinal, entre o calor e o frio, minha alma congela.

domingo, 13 de dezembro de 2009

PAUL SAMUELSON: 1915 - 2009.

Estou chegando neste momento de uma rápida viagem ao meu Ceará e para a nossa total tristeza e pesar, leio direto do The New York Times que Paul A. Samuelson, the first American Nobel laureate in economics and the foremost academic economist of the 20th century, died Sunday at his home in Belmont, Mass. He was 94.

His death was announced by the Massachusetts Institute of Technology, which Mr. Samuelson helped build into one of the world’s great centers of graduate education in economics.

In receiving the Nobel Prize in 1970, Mr. Samuelson was credited with transforming his discipline from one that ruminates about economic issues to one that solves problems, answering questions about cause and effect with mathematical rigor and clarity.

PAUL SAMUELSON é o pai de toda uma geração de colegas que tiveram e têm no seu livro ECONOMIA/ECONOMICS a nossa Bíblia. Recordo que foi a partir da compra e leitura de seu livro que tive a satisfação que estava no caminho certo, estudando a mais fantástica das ciências. Com a sua morte, a ECONOMIA perde um de seus mais inteligentes mestres. Entre seus alunos estão, dentre muitos, BEN BERNANKE e PAUL KRUGMAN.

É uma triste notícia para início de uma das semanas mais movimentadas do ano.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GUSTAVO FRANCO E A ECONOMIA 2009

Para este final de semana de viagem, uma entrevista com Gustavo Franco, diretamente do Blog da Miriam Leitão, que merece a devida reflexão e sinaliza para a manutenção dos pés no chão, neste próximo ano totalmente eleitoral. Ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco chama de "gastança pró-cíclica de intuito eleitoral" as medidas do governo para incentivar a economia. Ontem, o ministro Guido Mantega anunciou uma injeção de mais R$ 80 bilhões. Para Franco, o governo está superaquecendo o país e isso vai forçar um aumento da taxa de juros no ano que vem.
Nesta entrevista ao blog, o hoje sócio da Rio Bravo Investimentos afirma que as previsões de um crescimento próximo de zero do PIB em 2009 significam um ritmo muito forte da economia no quatro trimestre, forte a ponto de ser insustentável em 2010. O mercado começa a revisar as perspectivas de crescimento da economia para uma taxa ligeiramente negativa. O que isso significa para a economia? Gustavo Franco - Acho que o resultado está dentro das margens de previsão: os analistas esperavam um crescimento levemente positivo ou negativo para o ano fechado, ou seja, algo próximo de zero, o que é um excelente resultado, por paradoxal que pareça. É preciso lembrar que este crescimento é média de quatro trimestres de 2008, contra média de quatro trimestres de 2009, e que o “peso” da crise é muito grande. Terminar em zero significa que os três últimos trimestres de 2009 serão muito fortes, como têm sido, fortes a ponto de se dizer que é um ritmo insustentável para um ou dois trimestres adiante de 2010. O PIB do terceiro trimestre pode piorar o cenário da economia em 2010? O que está fazendo piorar a perspectiva para o próximo ano é a insistência injustificada em medidas de incentivo enganosamente descritas como “anti-cíclicas”. Já ultrapassamos este assunto, o que temos agora, em bom português, é uma gastança pró-cíclica de intuito eleitoral, cujo impacto será o de superaquecer a economia e forçar a taxa de juros para cima. O dado do PIB em si pouco alterou, então, a perspectiva de aumento de juros no próximo ano? O anúncio alterou muito pouco a expectativa de que os juros vão subir. Quanto mais gasto, mais juro. Tentar demonstrar, na prática, que a teoria econômica não funciona, ou que o Brasil é diferente, fazendo a nação de cobaia, não vai nos levar a lugar algum, exceto a um passado de planos heterodoxos de triste memória. Com esse PIB, você teme que o governo se sinta compelido a injetar ainda mais recursos na economia? Seria péssimo, principalmente porque nos retira de um caminho virtuoso e sustentável de política macroeconômica. Não há cabimento em imaginar que se possa levar muito adiante um processo de “substituição” do gasto privado pelo público, ou seja, reduzir o gasto privado via juros e aumentar o gasto público para compensar. Esta substituição perversa pode ser uma herança maldita, esta sim, verdadeiramente maldita, que este governo estará deixando para o próximo.

PIB 2009 QUASE ZERO?

A cada dezembro é a mesma coisa: o dia precisa ter 36 horas para conseguirmos realizar toda a nossa programação. Hoje estou viajando da selva para o litoral, mas na madrugada de segunda já estarei de retorno. Para não deixar órfãos os meus quase dois (milhões) fiéis leitores, abaixo um artigo publicado na Folha de S. Paulo, onde o colega FERNANDO SAMPAIO, da LCA Consultores, analisa o resultado do PIB brasileiro no 3º trimestre deste ano. A informação que, compreensivelmente, deverá constar nas manchetes é um tanto frustrante: o PIB brasileiro, ao crescer 1,3% na passagem do 2º para o 3º trimestre, avançou menos do que, em média, projetavam bancos, consultorias e demais analistas econômicos (2%). Mas o vasto conjunto de informações divulgado ontem pelo IBGE sugere que a avaliação geral, positiva, sobre a trajetória recente e as perspectivas da atividade econômica no Brasil não sofreu abalo. O IBGE trouxe a público não apenas os resultados no PIB no período julho-setembro mas também os números revistos dos trimestres precedentes, desde o início de 2007. Esses números mudaram, até bastante: a queda do PIB na passagem de 2008 para 2009 foi menor do que se estimou inicialmente (a contração acumulada entre outubro de 2008 e março de 2009 passou de 4,3% para 3,8%), e a retomada no 2º trimestre se deu a um ritmo mais moderado do que apontava o primeiro cálculo (o crescimento sobre o 1º trimestre foi revisto de 1,9% para 1,1%). A história que os novos números contam, porém, é essencialmente a mesma: a guinada recessiva da economia brasileira, em seguida ao travamento global do crédito, foi muito forte (em especial porque a indústria brasileira, confiando na tese da "marolinha", carregava estoques altos e, por isso, efetuou o corte de produção mais drástico da sua história). Mas essa guinada foi também breve: já no 2º trimestre a economia voltava a crescer, graças sobretudo ao fato de que, pela primeira vez em décadas, a política econômica tinha margem de manobra para estimular a demanda interna num contexto de contração da liquidez global; e ao fato de que no Brasil a demanda interna tem peso particularmente alto (as exportações de bens não chegam a 13% do PIB, metade da média mundial). No 3º trimestre, a retomada prosseguiu, a um ritmo, conforme se esperava, ligeiramente superior ao do 2º. A perspectiva para o fechamento do ano permanece a de uma variação do PIB próxima de zero, e, para 2010, uma alta da ordem de 5% (ou mais) continua a ser a expectativa predominante. Cabe, aqui, uma advertência sobre o contraste entre o ritmo do PIB apurado pelo IBGE, com alta mais moderada do que se avaliava no 2º e 3º trimestres, e o ritmo da demanda interna, tão dinâmico quanto se estimava. Esse contraste está ligado a um aspecto técnico da medição do PIB, que é a variação de estoques. Embora as informações sobre estoques sejam muito imperfeitas, não resta dúvida de que, desde o final de 2008, suas flutuações na indústria brasileira têm sido muito fortes. E essas movimentações têm tido um peso extraordinário nos números do PIB. Para ter uma ideia: embora a variação de estoques tenha peso de apenas 1,2% na composição do PIB, se excluíssemos a queda dos estoques do cálculo do PIB, a alta deste no 3º trimestre saltaria de 1,3% para 2,3%. Um comentário final: os novos números do IBGE indicam que a retomada do investimento teve início já no 2º trimestre e se acelerou no 3º, sinalizando menor risco, à frente, de gargalos de oferta a pressionar a inflação.

A SITUAÇAO DO CÂMBIO

Direto da FOLHA DE S. PAULO, ERNESTO LOZARDO, professor de economia da EAESP-FGV, e autor de "Globalização: A Certeza Imprevisível das Nações" analisa a situação do câmbio. HÁ UMA discussão em torno da valorização do real que tem dificultado o entendimento das pessoas pouco familiarizadas com essa realidade. As premissas sobre a política cambial do passado ainda têm reflexos nas discussões do presente. No passado, o Brasil não adotava políticas monetária e fiscal que assegurassem o crescimento e a estabilidade dos preços. Isso porque o país não tinha orçamentos monetário e fiscal consistentes. Daquela época, guardamos a seguinte ideia-força de Mário Henrique Simonsen: "A inflação mutila, mas o câmbio mata". Nos dias atuais, há quem afirme: "A atual valorização do câmbio é um problema real e pode prejudicar a economia" (Paul Krugman). Encontramos, também, alarmistas, para quem, por conta da alta do real, haverá desindustrialização. Isso já é demais. Desde os tempos de Simonsen até os dias atuais, muita loucura foi feita em relação à política cambial. Nem por isso o setor exportador foi aniquilado. O foco da política econômica deve ser a competitividade da economia brasileira. Nesse sentido, precisa-se das reformas fiscais e de política de estímulo às exportações. A valorização do câmbio resulta de vários fatores. Ela está atrelada à política monetária, especificamente à taxa de juros. Quanto mais elevados os juros, mais o real se aprecia, e, de forma oposta, quanto menores os juros, mais competitivo o real fica. Os elevados juros resultam do alto gasto corrente do governo federal. Para financiar esse gasto, o governo precisa arredar mais recursos por meio de tributos. De modo que a grande carga tributária sobre a produção e sobre a renda do trabalhador reduz o lucro das empresas, o poder aquisitivo da sociedade e o nível de poupança. Para os bancos, esse risco está incorporado no elevado custo dos empréstimos. A redução efetiva dos juros e, portanto, da valorização da moeda nacional dependerá de ações concretas dos representantes do Congresso, impondo reduções nos gastos correntes do governo, nos programas assistenciais e nas correções graduais no deficit da Previdência. Uma das aberrações na política de exportações é o fato de o país exportar impostos. Independentemente do fato de a moeda estar valorizada, prejudicando a competitividade e a lucratividade do exportador, é inconcebível tributar a exportação. A Fiesp propõe eliminar os tributos que incidem sobre os produtos exportados, modificando os mecanismos de compensações. A indústria brasileira paga em média 22,9% de impostos indiretos sobre o faturamento líquido. Desse total, 5,8% das receitas líquidas com exportações são créditos irrecuperáveis: o governo federal não paga ao exportador. Isso é crime. Mesmo assim, a entidade sugere que o calote do governo federal se transforme em moeda de troca no pagamento de qualquer tributo federal. É mais uma ginástica tributária do setor privado para lhe fazer justiça e amenizar a atual perda de receita. Essa alternativa não visa à competitividade do setor, mas, no momento, ela é necessária. A inexistência de reformas fiscal e previdenciária tem dado margem a todo tipo de proposta, negando o saber de que a política cambial é parte da política macroeconômica. A política cambial não é a política industrial e muito menos a política de crescimento sustentável. Manter um câmbio competitivo dependerá das reformas apontadas que tornem o Brasil globalmente competitivo, estruturalmente equilibrado e receptivo ao capital, aumentem expressivamente a poupança pública e privada e fomentem o surgimento de ampla sociedade de consumo.

domingo, 6 de dezembro de 2009

FECAP - A MINHA I.E.S.

Cursei Economia em São Paulo na FECAP, uma escola fundada em 1902. Hoje leio na FOLHA que o CENTRO UNIVERSITÁRIO FECAP foi avaliado pelo MEC como "o melhor centro universitário privado do BRASIL". Anúncio da própria FECAP informa que "95% dos nossos alunos estão empregados."
Que boa notícia aqui na floresta para iniciar uma semana que terminará na praia.
PARABÉNS a todos que fazem a FECAP e tenho orgulho de ter sido aluno dessa Instituição de Ensino Superior.

BRASILEIROS 2009 NA ÉPOCA

Como ocorre a cada ano, ÉPOCA divulga a sua lista dos 100 brasileiros mais influentes do ano. Com todo o respeito, listas dividem opiniões, mas a deste ano de 2009 realmente está quase uma tragédia... Pensando melhor, SE dos quase 200.000.000 de brasileiros os "nossos" 100 mais influentes são esses, então este é o BRASIL que temos. Que pena, pois acredito que poderia ser melhor.

sábado, 5 de dezembro de 2009

INTERVENÇÃO NO CÂMBIO?

É cada um puxando brasa para a sua sardinha... É como entendo a atuação da FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - FIESP ao preparar um documento solicitando ao governo uma intervenção no câmbio para chegar a um valor entre R$ 2,00 e R$ 2,20, o que, segundo ela, garantiria competitividade às exportações brasileira. MENOS FIESP, MENOS. Reavaliem a economia brasileira de forma macro e vejam que NÃO é o câmbio a causa raiz das nossas deficiências empresariais.

DAN BROWN MOVIMENTA A ECONOMIA BRASILEIRA

Como é bom LER no ESTADÃO que temos leitores no Brasil. Indiferente de gostar OU não do que eles estão lendo, é o tipo de notícia que gosto de divulgar.
A Editora Sextante conseguiu vender 100.000 exemplares de O SÍMBOLO PERDIDO, o novo livro do DAN BROWN em...
15 dias.
Que maravilha.

BRASIL E CHILE - DIFERENÇAS

Tenho uma boa impressão econômica e social do Chile e confirmei isso quando de minha visita a Santiago. Na VEJA desta semana, um breve resumo da diferença entre NÓS e ELES. Por que será que no BRASIL tudo é tão difícil de resolver?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

E SE KRUGMAN ESTIVER CERTO?

Leio agora a pouco na FOLHA DE S. PAULO: Os pesados fluxos de recursos para o Brasil ameaçam o país de haver uma bolha financeira semelhante às que atingiram México, o sudeste asiático e o leste europeu, afirmou nesta terça-feira o prêmio Nobel de Economia 2008, Paul Krugman, professor da Universidade Princeton e colunista do "The News York Times", que participou de evento em São Paulo.

Em entrevista a jornalistas, Krugman disse que a superação da crise internacional pelo Brasil foi "uma história feliz", mas a sobrevalorização do real, a falta de infraestrutura e o baixo nível de educação da população brasileira são entraves importantes para que o país se torne uma "superpotência econômica".

"Dizer que o Brasil é uma boa história não é o mesmo que dizer que se tornará uma superpotência econômica no ano que vem, e é isso que os mercados estão dizendo", declarou Krugman.

O economista afirmou que o cenário econômico brasileiro "não é de apocalipse, não é a Argentina, mas não é saudável".

Krugman brincou ao dizer que uma das vantagens do Brasil em relação ao restante do mundo "é o fato de que vocês odeiam banqueiros".

"Nos Estados Unidos, se alguém fala em ajudar o Goldman Sachs, o cidadão médio fica preocupado, acha que é importante. Aqui, politicamente, não faz sentido."

O prêmio Nobel elogiou o sistema bancário brasileiro, menos exposto a empréstimos de alto risco, como os que vitimaram a economia americana no ano passado, em especial no mercado imobiliário.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

E SE CELSO FURTADO FALASSE DA CRISE DE 2008?

Espero que o meu colega Erik Figueiredo http://hazardm.blogspot.com/ não fique aborrecido comigo pela citação de seu conterrâneo, o sempre lembrado CELSO FURTADO, autor da frase "Só um economista imagina que um problema de economia é estritamente econômico".

DEZEMBRO COM DELFIM NETTO

Para iniciar o melhor mês do ano, vamos lendo o colega ANTONIO DELFIM NETTO, direto do VALOR, com o sugestivo artigo Para salvar a teoria econômica.

Creio que pelo menos alguns economistas que dominam brilhantemente as “modelagens” matemáticas (se forem um pouco menos cínicos do que o prêmio Nobel Robert Lucas) devem repetir para si mesmos a pergunta que a rainha Elizabeth II fez aos professores da famosa London School of Economics em novembro de 2008: “Como foi possível que, depois de mais de um século de estudos, os senhores foram incapazes de prever a crise que colocou em risco a economia mundial?O fracasso da macroeconomia em matéria de “previsão” é fato passado em julgado. E (com razão ou não) muitos acadêmicos garantem que “prever” não é obrigação dos economistas e não é a finalidade da teoria econômica “científica”, o que não parece fora de propósito. O fato curioso é que eles mesmos, quando assumem o papel de “analistas” no mercado financeiro (a serviço de bancos, fundos e “tutti quanti”), não fazem outra coisa a não ser “prever”, para induzir “cientificamente” os compradores de seus papéis. Aquela atitude defensiva, entretanto, não poupa a teoria econômica. De um “cientifismo equivocado” que lhe deu imensa visibilidade e prestígio, há pouco mais de uma década, ela hoje é vista com desconfiança, quando não desmoralizada.

O sentimento de frustração é geral. Todas as tribos que constituem a confederação dos economistas sentem esse rebaixamento da opinião pública com relação às suas aspirações de sugerir políticas capazes de manter a economia num estado de equilíbrio dinâmico interno e externo. Em resposta à sua incômoda pergunta, a rainha recebeu duas cartas. Uma assinada por um grupo de economistas “neoclássicos”, encabeçada pelo professor Tim Besley, da British Academy. Outra de economistas relativamente fora do “mainstream”, encabeçada pela professora Sheila Dow, da University of Stirling.

A primeira é um relato das conclusões de um fórum realizado em 17/6/2009 na British Academy (especialmente para responder à perplexidade da rainha). Dele participaram homens de negócios, especialistas do mercado financeiro (da City), reguladores, professores de economia e membros do governo. Ela desfila uma longa lista de dificuldades e justificativas. Em resumo diz a carta:

1) muitos economistas previram a possibilidade da crise, mas não o momento de sua eclosão. O BIS, entretanto, chamou sistematicamente a atenção dos governos e do mercado para tal risco;

2) apesar da imensidão de analistas (apenas um banco inglês que hoje é do governo tinha um time de 4.000!), os riscos eram considerados isoladamente usando “as melhores mentes matemáticas nacionais e estrangeiras”, mas ignorando uma visão global;

3) apesar dos avisos, a maioria estava convencida de que “os bancos sabiam o que estavam fazendo”. Estavam crentes que o “mercado” mudara. Banqueiros e economistas estavam encantados por ele. Os modelos pareciam prever os pequenos riscos no curto prazo, mas poucos economistas estavam equipados para dizer o que aconteceria se as coisas dessem erradas como deram;

4) havia um consenso que seria melhor lidar com as “bolhas” depois que houvessem ocorrido do que explodi-las preventivamente. Como a inflação permanecia baixa, a taxa de juros foi mantida muito baixa por muito tempo, estimulando a ação dos agentes.

Prometendo um novo Fórum da Academia no futuro, a primeira carta termina dizendo: “Tudo isso, combinado com uma psicologia de rebanho e o mantra dos gurus financeiros e governamentais, conduziu a uma receita perigosa. Pequenos riscos individuais podem ter sido estimados corretamente, mas os riscos (não percebidos) do sistema global eram imensos.”

A segunda carta ratifica essas críticas, mas sugere que “a preferência pelas técnicas matemáticas com relação à substância do mundo real desviou os economistas da análise do todo”. Termina dizendo que o que fez falta foi “uma sabedoria profissional informada por seguros conhecimentos de psicologia, das estruturas institucionais e dos precedentes históricos”.

A mesma discussão se processa no mundo inteiro. Não se trata, entretanto, de abolir a matemática. Pelo contrário, ela é indispensável, mas deve ser combinada com a história, a geografia, a psicologia etc., com inteligência, moderação e respeito à realidade. Esta não é a primeira vez que o desencanto com as promessas da ciência econômica acontece. Já em março de 1892, W. Cunnigham, num artigo publicado no “Economic Journal”, dizia que “se existe uma coisa que mais do que qualquer outra tem imposto sofrimento à economia política (o velho, sério e modesto nome da atual teoria econômica) é o fato que o público formou uma opinião exagerada do que ela pode realmente fazer e, portanto, desapontou-se porque ela não foi capaz de satisfazer tais expectativas”.

A despeito disso é mais do que evidente que o conhecimento econômico é fundamental para uma administração pública que deseje estimular o crescimento com alguma Justiça social e equilibrios interno e externo, e que ignorá-lo tem custos sociais imensos. O exemplo mais claro é a obediência às identidades da Contabilidade Nacional que governos mais sanguíneos tentam frequente e inutilmente violar e pagam caro por isso.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O BRASIL NA FOREIGN POLICY 2009

Final de ano chegando, amanhã já estamos em DEZEMBRO/2009, e começam as famosas listas anuais. Diretamente da revista FOREIGN POLICY - edição de dezembro, os 100 principais intelectuais do mundo, vários deles nossos colegas de ECONOMIA. Encabeçada pelo BEN BERNANKE - CHAIRMAN, FEDERAL RESERVE - WASHINGTON - for staving off a new Great Depression, a lista registra a presença de um brasileiro, o presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, conforme abaixo.

11. Fernando Henrique Cardoso - for calling the war on drugs what it is: a disaster.

Cardoso has never been afraid to ask tough questions. As president of Brazil, he shook the country's huge but lethargic market back to life with tough fiscal policy and pioneering social programs. So it was no surprise this year when, together with fellow Latin American ex-presidents César Gaviria and Ernesto Zedillo, Cardoso took on a new challenge: the U.S.- led war on drugs. "Prohibitionist policies based on eradication, interdiction and criminalization of consumption simply haven't worked," they wrote in the Wall Street Journal.

Cardoso's broadside, laid out in full in a report last February, reinvigorated a moribund debate over the legalization of drugs. He pushed to rebrand the problem as one of global health, rather than mere criminality. And his timing couldn't have been better: Barack Obama once called the drug war an "utter failure," and he seems to prefer treating users to locking them up. The man who called himself Brazil's "accidental" president may have just done more for his country and his region than many of its more deliberate leaders.

Reading list: Alliance: The Inside Story of How Roosevelt, Stalin and Churchill Won One War and Began Another, by Jonathan Fenby; Prisoner of the State, by Zhao Ziyang; Grown up Digital, by Don Tapscott.

Wants to visit: Iran, where I never have been. It is fascinating from a sociological point of view (secularization vs. fundamentalism), from a political point of view (an autocracy with elections), and from the point of view of global affairs, as Iran plays a crucial role in the Middle East.

Gadgets: Twitter and BlackBerry.

domingo, 29 de novembro de 2009

PROJEÇÕES 2009/2010 BRASIL

Relatório de projeções macroeconômicas do grupo SANTANDER registra para 2009 um PIB ZERO, enquanto para 2010 projeta um crescimento de 4,8%.
A conferir.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...