domingo, 17 de agosto de 2014

As 500 melhores universidades do mundo: seis do Brasil.

Leio no G1 a mais recente pesquisa sobre as melhores universidades do mundo:

Seis universidades do Brasil estão entre as 500 melhores do mundo, de acordo com ranking da Universidade Jiao Tong, de Xangai, publicado nesta sexta-feira (15). O índice reafirma a supremacia dos Estados Unidos no ensino superior.

Das seis instituições brasileiras na lista, a melhor colocada é a Universidade de São Paulo (USP), que aparece na faixa entre as posições 101 e 150. É a única da América Latina entre as 150 melhores do mundo.

As outras instituições de ensino superior do Brasil no 'Top 500 de Xangai' são a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), e a Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ), todas na faixa entre as posições 301 e 400. Em seguida vem a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na faixa entre as posições 401 e 500.

Outras quatro universidades latino-americanas aparecem entre as 500 melhores do mundo: duas do Chile (Católica e Universidad do Chile), uma da Argentina (Universidade de Buenos Aires, UBA) e uma do México (Universidade Nacional Autônoma do México, Unam).

Veja a lista das 20 melhores universidades do mundo em 2014 de acordo com a classificação de Xangai e as posições das instituições brasileiras:

1. Universidade Harvard (EUA)
2. Universidade Stanford (EUA)
3. Instituto Tecnológico de Massachusetts - MIT (EUA)
4. Universidade da Califórnia-Berkeley (EUA)
5. Universidade de Cambridge (Reino Unido)
6. Universidade de Princeton (EUA)
7. Instituto Tecnológico da Califórnia - Caltech (EUA)
8. Universidade Columbia (EUA)
9. Universidade de Chicago (EUA)
10. Universidade de Oxford (Reino Unido)
11. Universidade Yale (EUA)
12. Universidade da Califórnia Los Angeles (EUA)
13. Universidade Cornell (EUA)
14. Universidade da Califórnia San Diego (EUA)
15. Universidade de Washington (EUA)
16. Universidade da Pensilvânia (EUA)
17. Universidade John Hopkins (EUA)
18. Universidade da Califórnia São Francisco (EUA)
19. Instituto Federal de Tecnologia da Suíça Zurique (Suíça)
20. Universidade College London (Reino Unido)
101-150. Universidade de São Paulo (USP/Brasil)
301-400. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil)
301-400. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/Brasil)
301-400. Universidade Estadual Paulista (Unesp/Brasil)
301-400. Universidade Estadual de Campinas - (Unicamp/Brasil)
401-500. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/Brasil)

A edição de 2014 do ranking universitário não apresenta muitas mudanças em relação a 2013 e reafirma o domínio americano.

Harvard é considerada a melhor universidade do mundo, seguida por Stanford, MIT e Universidade da Califórnia. O Reino Unido é o outro país que integra o exclusivo clube anglo-saxão das 10 melhores universidades do mundo, com Cambridge (quinta posição) e Oxford (nona posição).

Na Europa continental, a ETH de Zurique (19ª), a Universidade Pierre e Marie Curie de Paris (35ª) e a Universidade de Copenhague (39ª) são as três melhores da região.

A Universidade de Tóquio (21) e a Universidade de Kioto (26) são apontadas como as melhores da Ásia.

O índice de Xangai foi criado em 2003 na Universidade Jiao Tong da cidade chinesa. A classificação é muito aguardada em todo o mundo, mas também é objeto de críticas por sua metodologia.

De acordo com os pesquisadores da Jiao Tong, a lista é baseada em uma série de indicadores objetivos e informações fornecidas por terceiros.

A classificação se concentra nas pesquisas de ciências exatas, em detrimento do ensino, algo muito mais difícil de quantificar.

Entre os critérios utilizados está o número de prêmios Nobel que ex-alunos ou pesquisadores das universidades receberam, o número de medalhas Fields (consideradas equivalentes a um  "Nobel de Matemática" e que teve o franco-brasileiro Artur Avila, do Impa, no Rio, entre os vencedores este ano), assim como o número de artigos publicados em revistas exclusivamente de língua inglesa como "Nature" e "Science".


A cada ano são avaliadas 1.200 universidades de todo o mundo, mas a lista inclui apenas as 500 melhores.

Eduardo Campos: o neto de Arraes que quase chegou lá!



Brasil: Em 2014 ainda uma Colônia de Portugal.

Leio na coluna do Lauro Jardim na VEJA.com:

A burocracia brasileira é um caso perdido. 

Em julho, o Diário Oficial da União publicou a nomeação de uma servidora do Ministério da Micro e Pequena Empresa para ocupar o cargo de Coordenador da Coordenação da Coordenação-Geral de Serviços de Registro do Departamento de Registro Empresarial e Integração da Secretaria de Racionalização e Simplificação. 

Não há limites para o ridículo.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Brasileiro ganha o "Nobel" da Matemática - Uma notícia realmente extraordinária.

Leio no UOL uma excelente notícia:

O matemático brasileiro Artur Avila, 35, foi o escolhido para receber, nesta terça-feira (12) à noite (horário de Brasília), a Medalha Fields, popularmente conhecida como o "Nobel da matemática". Ele será o primeiro ganhador da América latina.

A entrega do prêmio ocorrerá na a abertura do 27º Congresso Internacional de Matemáticos, em Seul, na Coreia do Sul.

Nascido no Rio de Janeiro, Avila é pesquisador do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) e do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica, órgão de pesquisa do governo francês).

Considerado um dos matemáticos mais talentosos de sua geração, o brasileiro vinha sendo citado nos últimos anos como forte candidato ao prêmio.

"Já havia um burburinho sobre eu ganhar a medalha", disse Avila à Folha. "Quase todo mundo que falava comigo acabava mencionando esse assunto. Já estava ficando uma coisa até um pouco chata."

César Camacho, diretor-geral do Impa, dá a dimensão da conquista. "É sem dúvida o maior prêmio já recebido por um pesquisador brasileiro."

Comparada ao Nobel, pela importância, a Medalha Fields distingue-se por ser entregue apenas de quatro em quatro anos para matemáticos de até 40 anos.

A cada edição, são entregues de duas a quatro medalhas. Os vencedores recebem ainda 15 mil dólares canadenses (cerca de R$ 31,3 mil) cada.

Neste ano, também receberam o prêmio o canadense-americano de origem indiana Manjul Bhargava, o austríaco Martin Hairer, e a iraniana Maryam Mirzakhani, a primeira mulher a receber a distinção.

"Artur não é só um jovem brilhante, mas também extremamente dedicado", diz Welington de Melo, pesquisador do Impa, que orientou o doutorado de Avila.

A primeira linha de pesquisa de Avila foi na área de sistemas dinâmicos. Esse ramo da matemática busca prever a evolução no tempo de fenômenos naturais e humanos observados nos mais diversos ramos do conhecimento. Hoje, suas ferramentas são usadas para descrever a evolução de epidemias, para estudar como surgem espécies animais e mostrar a impossibilidade de previsões do tempo para mais do que alguns dias.

Dentre esses sistemas, uma classe importante são os sistemas dinâmicos caóticos. Na linguagem coloquial, caos está ligado a ideia de desordem completa, mas, na matemática, trata-se de um termo geral para processos com extrema sensibilidade às menores perturbações, em que pequenas alterações na situação inicial provocam modificações dramáticas na evolução do sistema.

O exemplo clássico é do bater de asas de uma borboleta no hemisfério Sul que multiplica-se e acumula-se, influenciando a ocorrência de uma tempestade no Japão.

Mais recentemente Avila tem trabalhado para construir uma teoria geral dos chamados operadores de Schrödinger quase-periódicos. Esses operadores originaram-se na física e são usados para descrever o comportamento quântico das partículas.


Avila trabalha com matemática pura. Isso quer dizer, que mesmo trabalhando em problemas com possíveis aplicações em outras áreas, esse não é o seu objetivo. "Meus interesses e motivações são puramente matemáticos. Mesmo quando trabalho com problemas originados na física, não me importo com possíveis aplicações." 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Robin Williams - Um fim antes do tempo.


Recebi a pouco da CNN o e-mail abaixo:

Comedic actor Robin Williams died at his Northern California home Monday, law enforcement officials said. Williams was 63.

Investigators suspect "the death to be a suicide due to asphyxia," according to a statement from the Marin County, California, sheriff's office.


Inesquecível na minha vida pelo seu exemplar papel em Sociedade dos Poetas Mortos


domingo, 10 de agosto de 2014

23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

IMPERDÍVEL

 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

22 a 31 de Agosto de 2014 - Anhembi

De Seg. à Sex. das 9h às 22h | Sáb. e Dom. 10h às 22h (*dia 31/08 somente até às 21h)


DIVERSÃO, CULTURA E INTERATIVIDADE. 

TUDO JUNTO E MISTURADO.

Semana 10 a 16.08.2014 - Dicas de leitura.









sábado, 9 de agosto de 2014

À margem da lei - Miriam Leitão.

Hoje, em coluna no O GLOBO, Miriam Leitão registra a sua indignação com recente episódio envolvendo alteração de seus dados pessoais no Wikipédia, supostamente por pessoas ligadas ao governo federal.     

No princípio, eu me assustei como cidadã. Era difícil acreditar que da Presidência da República foram postados ataques caluniosos a pessoas, porque na democracia o aparato do Estado não pode ser usado pelo governo para atingir seus supostos adversários. A propósito: não sou adversária do governo; sou jornalista e exerço meu ofício de forma independente.

Só no segundo momento é que pensei no fato de que os ataques eram contra mim e meu colega Carlos Alberto Sardenberg. Ninguém, evidentemente, tem que concordar com o que eu escrevo ou falo no rádio e na televisão. Há, em qualquer democracia, um debate público, e eu gosto de estar nele. Mas postaram mentiras, e isso pertence ao capítulo da calúnia e difamação.

Tenho 40 anos de vida profissional e um currículo do qual me orgulho por ter lutado por ele, minuto a minuto. Acordo de madrugada, vou dormir tarde, estudo diariamente, falo com pessoas diversas, apuro, confiro dados, para que cada opinião seja baseada em fatos. Alguns temas são áridos, mas gosto de mergulhar neles para traduzi-los para o público.

Na primeira vez que um amigo me mostrou o perfil cheio de ataques na Wikipedia fiquei convencida de que era coisa de desocupados. Saber que funcionários públicos, computadores do governo, foram usados na Presidência da República para um trabalho sórdido assim foi um espanto. Uma das regras mais caras do Estado de Direito é que o grupo político que está no governo não pode usar os recursos do Estado contra pessoas das quais não gosta.

O início da minha vida profissional foi tumultuado pela perseguição da ditadura. No Espírito Santo, fui demitida de um jornal por ordem do governador Élcio Álvares. Em Brasília, fui expulsa do gabinete do então ministro Shigeaki Ueki, durante uma coletiva, porque ele não gostava das minhas perguntas e reportagens. O Palácio do Planalto não me dava credencial porque eu havia sido presa e processada pela Lei de Segurança Nacional. Aquele governo usava o Estado contra seus inimigos. E eu era, sim, inimiga do regime.

Na democracia, em todos os governos, ouvi reclamações de ministros e autoridades que eventualmente não gostaram de comentários ou colunas que fiz. Mas eram reclamações apenas, algumas me ajudaram a entender melhor um tema; outras eram desprovidas de razão. Desta vez, foi bem diferente; a atitude só é comparável com a que acontece em governos autoritários.

O Planalto afirma que não tem como saber quem foi. É ingenuidade acreditar que uma pessoa isolada, enlouquecida, resolveu, do IP da sede do governo, achincalhar jornalistas. A tese do regime militar de que os excessos eram cometidos pelos “bolsões sinceros, porém radicais” nunca fez sentido. Alguém deu ordem para que isso fosse executado. É uma política. Não é um caso fortuito. E o alvo não sou eu ou o Sardenberg. Este governo desde o princípio não soube lidar com as críticas, não entende e não gosta da imprensa independente. Tentou-se no início do primeiro mandato Lula reprimir os jornalistas através de conselhos e controles. A ideia jamais foi abandonada. Agora querem o “controle social da mídia”, um eufemismo para suprimir a liberdade de imprensa.


Sim, eu faço críticas à política econômica do governo porque ela tem posto em risco avanços duramente conquistados, tem tirado transparência dos dados fiscais, tem um desempenho lamentável, tem criado passivos a serem pagos nos futuros governos e por toda a sociedade. Isso não me transforma em inimiga. E, ainda que eu fosse, constitucionalmente o governo não tem o direito de fazer o que fez. É ilegal e imoral.

domingo, 3 de agosto de 2014

A importância do agronegócio brasileiro.

Uma ótima notícia para os colegas da ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e para o PIB brasileiro, segundo recentes dados da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. 
Em junho as exportações agropecuárias conseguiram um bom resultado superando o mesmo período de 2013. As exportações, com receita de US$ 9,61 bilhões cresceram 4,7% se comparadas com o ano passado. O saldo na balança do setor de junho foi de US$ 8,40 bi, um crescimento de 6,3% em relação a junho de 2013, graças também às importações do brasileiras que diminuíram 3,8% no mês.
O valor exportado acumulado no ano, com US$ 49,1 bilhões, teve queda de 0,9% O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 40,8 bilhões, 1,2% menor que o mesmo período do ano passado.
Os demais produtos brasileiros fora do agronegócio tiveram uma expressiva e preocupante queda de 9,2% nas exportações (de US$ 11,9 bi em 2013, para US$ 10,8 bi em 2014), o que levou a participação do setor nas exportações alcançar incríveis 47% em relação as exportações totais do Brasil, ou seja, o agro foi responsável em mais um mês por quase metade de tudo que o Brasil exportou.
O saldo da balança comercial brasileira se recuperou e apresentou um superávit de US$ 2,37 bilhões no mês de junho, porém no acumulado do ano o país teve um déficit de US$ 2,49 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 43,3 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.
Neste junho, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: farelo de soja (aumentou US$ 299,9 milhões em relação a junho de 2013), café verde (US$ 159,9 mi), soja em grãos (US$ 136,2 mi), carne bovina in natura (US$ 84,2 mi), carne suína in natura (US$ 68,9 mi), couros/peles bovinos preparados (US$ 28,0 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 24,5 mi), celulose (US$ 22,1 mi), arroz (US$ 16,2 mi) e algodão não cardado nem penteado (US$ 15,3 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 855,1 milhões nas exportações do agro de junho.
A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: carne suína in natura (56,9%), outros couros/peles bovinos curtidos (35,1%), café verde (16,9%), farelo de soja (11,9%), couros/peles bovinos preparados (11,6), carne bovina in natura (8,5%), algodão não cardado nem penteado (6,0%), soja em grãos (-2,0%), arroz (-9,9%) e celulose (-13,4%).
No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Rússia (US$ 190,5 milhões a mais que em junho de 2013), Venezuela (US$ 179,3 mi), Países Baixos (US$ 178,4 mi), Estados Unidos (US$ 168,9 mi), França (US$ 106,8 mi), Emirados Árabes (US$ 70,8 mi), Espanha (US$ 65,0 mi), Alemanha (US$ 62,9 mi), Romênia (US$ 46,4 mi) e Irã (US$ 41,9 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,11 bilhão.

Estamos esperançosos, mesmo com uma anunciada super-safra nos EUA, aguardando aumento dos volumes exportados, bem como na recuperação da China nas importações brasileiras. Somado a isso, ainda temos grãos armazenados, a safra de cana de açúcar já começou e temos um dólar no patamar dos R$ 2,30. Cabe ainda nossas esperanças nos países em desenvolvimento que cada vez mais são importantes para as exportações do Brasil, quem sabe ainda dá para passar de US$ 100 bilhões em 2014.

Banco Santander: até Delfim Netto discorda, porém duela a quien duela.

Lamentável o Banco Santander demitir uma analista econômica pelo simples fato dela avaliar a conjuntura econômica brasileira desfavorável ao governo.


A propósito, leiam com atenção o colega economista Alexandre Schwartsman, ex-economista-chefe do próprio Santander, em entrevista publicada na revista Época desta semana: “o governo tem de aprender a ouvir o contraditório”. 

Na VEJA, um contundente Delfim Netto  afirma que "ninguém mais vai acreditar em nenhum informe do banco sobre a economia brasileira". 

O espanhol Santander é um dos mais sólidos e importantes bancos do mundo e acredito que ocorrido não venha a por em dúvida o excelente trabalho de sua competente equipe de colegas economistas. 

E que venham novas análises, "duela a quien duela".     


Cuidado com a inflação.

Clayton, no cearense O POVO e sua provocativa charge sobre a inflação brasileira. O dragão não morreu...

 

Falta sentimento democrático.

Para reflexão, abaixo a lúcida análise de Fernando Henrique sobre o atual momento político e econômico brasileiro, publicada no ESTADÃO de hoje. 

Ainda é cedo, mas há fortes indícios de que o PT perderá as próximas eleições. Em que estado com muitos eleitores seus candidatos a governador se mostram competitivos? Talvez em um. No total os petistas aparecem bem situados apenas em quatro estados, se tanto, três deles com não muitos eleitores. Quanto aos aliados, especialmente o principal, o PMDB, parece que andam em franca debandada em vários estados. Também, pudera, como pedir fidelidade no apoio à reeleição quando, além do pouco embalo da chapa presidencial, os candidatos da oposição e do próprio PMDB aos governos estaduais aparecem bem à frente dos candidatos do PT?

As taxas de rejeição da presidenta estão nas nuvens, não só em São Paulo, onde nem o céu é o limite. Também crescem nos pequenos municípios do Norte e do Nordeste para onde, nas asas das Bolsas Família, migraram os apoios do partido que nasceu com os trabalhadores urbanos. As raízes deste quadro se abeberam em vários mananciais: o das dificuldades econômicas, da tragédia das políticas energéticas (vale prêmio Nobel derrubar ao mesmo tempo o valor de bolsa da Petrobras e as chances do etanol e ainda encalacrar as empresas de energia elétrica), da confusão administrativa, do pântano das corrupções e assim por diante. Culpa da presidenta? Não necessariamente.

Há tempo, escrevi um artigo nesta coluna com o título de “Herança Maldita”. Fazia ironia, obviamente, com o estigma que petistas ilustres quiserem impingir a meu governo. No artigo indicava que a origem das dificuldades não estava no atual governo, vinha de seu predecessor. A cada oportunidade que tenho procuro separar a figura da presidenta, seu comportamento passado e atual, digno de consideração, dos erros que, eventualmente atribuo ora a ela, ora ao estilo petista de governar.

Mas, francamente, é demais não reconhecer que há motivos reais, objetivos, para o mal-estar que envolve a atual política brasileira sob hegemonia petista. Abro ao acaso os jornais desta semana: os europeus advertem que a produtividade do país está estagnada; o humor do varejo em São Paulo é o pior em três anos; a produção industrial e a confiança dos industriais não param de cair; o FMI publica documento oficial assinalando que nossa economia é das mais vulneráveis a uma mudança no cenário internacional e ajusta mais uma vez para baixo a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2014, para 1,3% (seriam otimistas?); o boletim Focus, do BC, prevê um crescimento ainda menor, de 0,9% (seriam os pessimistas?); o juro para a pessoa física atinge seu maior patamar em três anos; a geração de empregos é a menor para o mês de junho em 16 anos; para não falar na decisão do TCU de bloquear os bens dos dirigentes da Petrobras ao responsabilizá-los por prejuízos causados aos cofres públicos na compra da refinaria de Pasadena.

Espanta, portanto, que a remessa de análise conjuntural feita por analistas de um banco a seus clientes haja provocado reações tão inusitadas. O mercado não deve se intrometer na política, protestaram governo e petistas. Talvez. Mas se intromete rotineiramente e quando o vento está a favor os governos se deixam embalar por seu sopro. Então, por que agora e por que de forma tão desproporcional ao fato, presidenta?

Não creio que seja por desconhecimento da situação nem muito menos por ingenuidade. Trata-se de estratégia: o ataque é a melhor defesa. E nisso Lula é mestre. Lá vêm aí de novo com as “zelites” (da qual faz parte) contra o povo pobre. Até aí, táticas eleitorais. Mas me preocupa a insistência em tapar o sol com a peneira. Talvez queiram esconder o acúmulo de dificuldades que estão se avolumando para o próximo mandato: inflação subindo, com tarifas públicas e preço da gasolina represados; contas públicas que nem malabarismos fiscais conseguem ajustar; o BNDES com um duto ligado ao Tesouro, numa espécie de orçamento paralelo, como no passado remoto; as tarifas elétricas rebaixadas fora de hora e agora o Tesouro bancando os custos da manobra populista, e assim por diante. Em algum momento o próximo governo, mesmo se for o do PT, terá de pôr cobro a tanto desatino. Mas, creem os governistas, enquanto der, vamos empurrando com a barriga.

Que fez o governo do PSDB quando as pesquisas eleitorais de 2002 apontavam possível vitória do PT da época? Elevou os juros, antes mesmo das eleições, reduzindo as próprias chances eleitorais. Sustentou mundo afora, antes e depois das eleições, que não haveria perigo de irresponsabilidades, pois as leis e a cultura do país haviam mudado. Pediu um empréstimo ao FMI, com a prévia anuência pública de todos os candidatos a presidente, inclusive e especificamente do candidato do PT. O dinheiro seria desembolsado e utilizado pelo governo a ser eleito para acalmar os mercados, que temiam um descontrole cambial e inflacionário e mesmo uma moratória com a vitória de Lula. Aprovamos ainda uma lei para dar tempo e condições ao novo governo de se inteirar da situação e se organizar antes mesmo de tomar posse.

Agora, na eventualidade de vitória oposicionista (e, repito, é cedo para assegurá-la) que fazem os detentores do poder? Previnem-se ameaçando: faremos o controle social da mídia; criaremos um governo paralelo, com comissões populares sob a batuta da Casa Civil que dará os rumos à sociedade; amedrontam bancos que apenas dizem o que todos sabem etc. Sei que são mais palavras equívocas do que realidades impositivas. Mas denotam um estado de espírito. Em lugar de se prepararem para “aceitar o outro”, como em qualquer transição democrática decente, estigmatizam os adversários e ameaçam com um futuro do qual os outros estarão excluídos.


Vejo fantasmas? Pode ser, mas é melhor cuidar do que não lhes dar atenção. A democracia entre nós, já disseram melhor outros personagens, é como uma planta tenra que tem que ser cuidada e regada com exemplos, pensamentos, palavras e ações todos os dias. Cuidemos dela, pois.

What makes a good economist?

Diretamente do blog “Prosa Econômica” http://prosaeconomica.com/2014/08/03/o-que-faz-um-bom-economista/ um breve vídeo com uma ótima reflexão para os economistas de hoje e para os que pretendem seguir em tão importante área.


A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...