Na contramão dos municípios com dificuldades financeiras, as prefeituras que
conseguiram manter o alto padrão de administração das contas públicas em meio à
crise dependem pouco do governo federal. Segundo estudo divulgado pela
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), as dez melhores
prefeituras têm alta capacidade de arrecadação, de liquidez (dinheiro em caixa)
e de investimentos.
No ano passado, apenas 13 municípios alcançaram a mais alta
classificação no Índice Firjan de Gestão Fiscal, que analisa as contas dos
municípios com base em dados enviados pelas prefeituras ao Tesouro Nacional.
Obtiveram as dez maiores notas, na ordem, Gavião Peixoto (SP), São Gonçalo do
Amarante (CE), Bombinhas (SC), São Pedro (SP) Balneário Camboriú (SC), Niterói
(RJ), Cláudia (MT), Indaiatuba (SP), São Sebastião (SP) e Ilhabela (SP).
Joaçaba (SC), São José do Hortêncio (RS) e Costa Rica (MS)
completam a lista dos municípios com classificação excelente. Segundo o
coordenador de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Costa, todos os
municípios têm em comum economias pujantes e boa gestão dos recursos. “Eles
gastam pouco com pessoal [em relação ao Orçamento], investem muito e têm caixa
equilibrado”, ressalta.
A cidade campeã da lista, Gavião Peixoto, abriga a fábrica de
montagem final de aeronaves da Embraer e recebe constantes investimentos no
setor aeronáutico. No segundo lugar, São Gonçalo do Amarante, está instalado o
Complexo Industrial e Portuário de Pecém. A construção de uma hidrelétrica
melhorou a arrecadação em Claúdia. Indaiatuba é sede de grandes empresas e um
importante centro econômico do estado de São Paulo.
O restante das cidades com melhor gestão fiscal destaca-se pelo
turismo e pelo agronegócio. Em Niterói, destaca o levantamento da Firjan, a
gestão fiscal consciente e o baixo volume de restos a pagar (verbas de anos
anteriores executadas no exercício atual) conseguiram manter elevado o volume
de investimentos.