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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Elevando a inflação.

Carlos Alberto Sardenberg, no “O Estado de S. Paulo” de hoje, comenta sobre “Elevando a inflação”.

Junte as histórias: a presidente Dilma Rousseff afirma que o combate à inflação não pode matar o crescimento econômico. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que, se a inflação do ano ficar abaixo de 6,5%, a meta terá sido cumprida. O Banco Central (BC) deixa de dizer que seu objetivo é levar a inflação para o centro da meta (4,5%) em 2012.

Conclusão: os 4,5% ficaram para 2013.

Ninguém do governo disse isso com todos os números e muitos analistas acham que o compromisso com a meta em 2012 está de pé. Mas o jeitão da coisa parece ter mudado: o governo se encaminha para aceitar uma inflação mais alta por um tempo maior.

Não faz muito tempo que a Fazenda esperava para este ano uma inflação (sempre medida pelo IPCA, índice do IBGE) em torno dos 5%. Aos poucos, foi admitindo algo maior - tudo por culpa dos preços internacionais de alimentos - e, mais recentemente, Mantega disse que até 6,5% estaria tudo bem.

É uma análise tão criativa quanto a contabilidade que turbinou as contas públicas no ano passado. A meta de inflação no Brasil é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para baixo (que ninguém conta) ou para cima. Logo, pode ir até 6,5%, mas em circunstâncias excepcionais. Essa margem é colocada justamente para acomodar pressões inesperadas, que estejam em parte ou totalmente fora do controle das autoridades locais.

É justamente o caso da alta internacional de preço de alimentos, causada por aumento de consumo, mas também por quebra de safra e problemas climáticos em diversos países. Essas cotações pressionam os preços locais e a inflação de alimentos contamina o índice ao consumidor. E aí? Uma forte alta de juros, aqui, não altera o clima na Rússia.

Assim, é preciso acomodar essas elevações e combater seus efeitos secundários, utilizando-se, por algum período, da margem de tolerância. Ou seja, não se pode dizer, aqui, que qualquer inflação abaixo de 6,51% ao ano cumpre a meta.

Não cumpre. É um desvio. Transformar esse desvio em regra equivale, simplesmente, a elevar a meta de inflação - e parece ser exatamente essa a intenção do governo.

Nas projeções do Banco Central, divulgadas na última Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a inflação só volta para a meta em meados de 2013, daqui a dois anos, portanto, um tempo muito largo.

Quando os cenários mostram isso, o Banco Central, pela atual política monetária, deve elevar os juros hoje para trazer a inflação para a meta num prazo menor, digamos 12 meses, que era a conversa inicial das autoridades monetárias.

Ficaria assim: em 2010 e 2011, a inflação rodaria na casa dos 6%, mas caindo forte no segundo semestre deste ano para chegar nos 4,5% em 2012.

Mas a Ata disse umas coisas e deixou de dizer outras, levando analistas a entender que o Banco Central está preparando o ambiente para suspender o ciclo de alta de juros nos atuais 12,5%. Sendo isso mesmo, o conjunto só fecha com a aceitação de inflação maior ao longo de todo o próximo ano e início de 2013.

Ficamos assim: em 2010, o BC parou de elevar juros para não atrapalhar a eleição de Dilma Rousseff e, assim, comprometeu os resultados daquele ano e de parte deste. Agora, o pretexto é não elevar juros para manter o crescimento perto dos 5%. O risco é indexar a inflação num nível perigoso e obter menos crescimento econômico.

Agora, no segundo semestre, ocorrem negociações salariais de categorias importantes e numerosas. O Banco Central alerta: aumentos acima da produtividade são inflacionários.

De fato, são, mas a medida da produtividade não é trivial. E como dizer aos trabalhadores que a inflação está elevada por um bom tempo, a economia veio bem, setores estão com lucros bons, mas os salários têm de ser regulados pela expectativa de inflação menor? Sobretudo quando se sabe que o salário mínimo vai subir 14% em janeiro.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Cuidado com a inflacao!

No UOL leio com preocupacao que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou alta de 0,77% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6).

Nos últimos 12 meses, o índice está acumulado em 6,51%, valor levemente superior à meta de 6,5% para o ano.

É a primeira vez desde junho de 2005 em que a taxa em 12 meses supera o teto estabelecido pelo governo. No acumulado do ano, o índice já subiu 3,23%. A inflação de 0,77% em abril representa uma leve desaceleração em relação à registrada em março (0,79%).

O combate à inflação se tornou um dos principais objetivos do governo. Para este ano, o centro da meta de inflação perseguido pelo Banco Central é de 4,5%. O mercado, porém, prevê inflação de 6,37%, mas não descarta totalmente a possibilidade de o índice deste ano superar o teto de 6,5%.

Comento:

Nao eh possivel que o governo deixe a inflacao retornar. Trata-se de um tremendo retrocesso e prejuizo principalmente para as classes de menor renda. Eh fundamental que o BACEN cumpra com rigor a meta de inflacao de 6,5%, independentemente das pressoes politicas existentes. Minimizar os riscos inflacionarios eh um tremendo erro economico e politico.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A INFLAÇÃO NO BRASIL É UM DRAGÃO ADORMECIDO?

A população brasileira que hoje esta na faixa dos seus 16 anos desconhece o que seja a inflação. O Brasil registrou entre 1980 a junho de 1994, quando foi lançado o Plano Real, uma inflação acumulada de 10,5 trilhões por cento. Esse terrível dragão foi finalmente domado pelo Plano Real, o poder de compra dos brasileiros aumentou e os presidentes Fernando Henrique e Lula da Silva conseguiram governar de uma maneira que favoreceu as classes sociais de baixa renda.

Com o mundo convivendo ainda com os estragos causados pela crise econômica de 2008, registra-se no Brasil um sinal que a inflação pode voltar. Esse perigo latente não deve, sob hipótese alguma, ser desconsiderado pelo atual governo. Durante estes últimos 16 anos o povo brasileiro aprendeu a viver num país onde o preço de um bem hoje é o mesmo de amanhã e foi o mesmo de ontem. Aceitar a volta da inflação somente trará prejuízos a todos, mas em época eleitoral a tolerância do governo com o assunto, resultou em sinal amarelo hoje para o novo governo.

O Brasil, que tem uma meta oficial de inflação de 4,5% ao ano, brilhantemente defendida pelo Banco Central, acumula uma alta de 6% nos doze meses encerrados em janeiro/2011. O país vem crescendo a uma taxa anual de quase 8%, o que vem resultando num aumento mais forte da demanda, que a oferta não consegue atender, o que acarreta o aumento de preços de diversos produtos.

Para combater essa situação, além dos últimos aumentos na taxa básica de juros – hoje em 11,25% ao ano, uma das mais elevadas do mundo, recentemente o governo cortou no próprio orçamento algo em torno de R$ 50 bilhões, um número mágico que até o momento ninguém consegue detectar onde e quais despesas efetivamente sofrerão os cortes. A boa notícia é que, conforme Olivier Blanchard, quando os efeitos sobre as expectativas são levados em conta, uma redução dos gastos do governo não leva necessariamente a uma queda do produto.

Quando analisamos o comportamento das curvas IS e LM nessa situação específica, fica bastante claro que os gastos do governo diminuindo, levam a um deslocamento da curva IS para a esquerda. Porém, se o governo consegue reduzir a taxa de juros, a curva IS desloca-se para a direita e a essa taxa de juros em queda estimula os gastos e aumenta o produto.

Isso posto, mais do que nunca compete ao governo saber onde deve cortar, sem prejuízo às suas funções básicas de assegurar melhores benefícios para a população e sem esquecer da estratosférica carga tributária cobrada da sociedade. Fazendo a sua parte e deixando o mercado trabalhar, o governo atingirá seus objetivos, ou seja, não deixar o dragão inflacionário voltar a dominar este país, bem como, conseguir manter a taxa de juros num patamar que atenda ao consumo consciente da população.

Como comentou nesta semana Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central do Brasil, “Não podemos tolerar que a inflação fuja do controle num país como o Brasil, que ainda trem resquícios de indexação. Quanto menor a inflação, menor o custo para mantê-la em patamar baixo, porque todos os agentes econômicos trabalham com a perspectiva de que ela vai se manter assim e resistem à tentação de reajustar seus preços”.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O DRAGÃO DA INFLAÇÃO!

Todo cuidado é pouco com o dragão da inflação. Por isso, diretamente de FORTALEZA, do DIÁRIO DO NORDESTE, mestre SINFRÔNIO em genial charge. Diante disso, é recomendável ler na FOLHA ON LINE o alerta de hoje da MOODY’S.

O conjunto de incentivos monetários e fiscais do ano passado não apenas tirou o Brasil da recessão, como colocou a economia num ritmo superaquecido, o que leva o Banco Central a um impasse no esforço de controlar a inflação, disse a Moody's em relatório desta quinta-feira.

Segundo a instituição, mesmo com o ritmo de crescimento desacelerando nos próximos trimestres, o PIB brasileiro deve ter uma expansão de cerca de 6 por cento em 2010, num ritmo acima do potencial.

"Nessas circunstâncias, a inflação poderia chegar à casa dos 6 por cento no meio do ano, ainda abaixo mas muito perto do teto da meta de 6,5 por cento para o ano", diz trecho do relatório assinado pelo economista sênior para América Latina da Moody's Economy.com, Alfredo Coutiño.

Para evitar essa deterioração no cenário de preços, o economista sugere um aperto na política monetária já a partir deste mês, por meio de um aumento de 0,75 ponto percentual da Selic, hoje em 8,75 por cento ao ano.

O movimento, dirigido para conter a demanda superaquecida, principal motor da inflação alta segundo a Moody's, o juro deveria continuar subindo nos próximos meses, até chegar à casa de 10 a 11 por cento no final do ano.

O teor do documento está em linha com o alerta feito na véspera pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que, ao elevar a previsão de crescimento do Brasil em 2010 de 4,7 para 5,5 por cento, sugeriu que a política monetária mude de muito expansiva para mais neutra.

Espera-se que o Banco Central do Brasil eleve a taxa de juro pela primeira vez em quase dois anos na próxima semana, embora os analistas não tenham consenso sobre o tamanho da alta --0,50 ou 0,75 ponto.

Mas tentar segurar a inflação apenas elevando o juro embute um risco, alertou a agência de classificação de risco, por incentivar a entrada de capital externo no país, levando à valorização do real, que por sua vez facilita as importações, o que pressiona o balanço de pagamentos e pode novamente pressionar a inflação.

"O jeito de o Banco Central resolver esse aparente dilema seria acelerar a acumulação de reservas internacionais, combinando isso com mecanismo de esterilização monetária", conclui a Moody's.

domingo, 7 de dezembro de 2008

INFLAÇÃO + CRESCIMENTO = POSSÍVEL?

Há poucos dias li na Folha sobre a pressão que o Presidente Lula está fazendo sobre o BACEN para reduzir a taxa de juros (atualmente em 13,75%aa) na próxima reunião do COPOM. Enquanto isso, eu aqui no meu canto na Selva, que torço tanto pela independência do Brasil, digo, do BACEN, tenho que ler tamanha notícia. Trabalhei muito no banco na época da inflação e não tenho nenhuma saudade dela. Por que ainda temos colegas que entendem que INFLAÇÃO pode conviver, e bem, com o CRESCIMENTO ECONÔMICO? Ou esqueçem que dragão sempre come alguma coisa???

Hoje o blog http://gustibusgustibus.wordpress.com/ comentou sobre o assunto, o que não posso deixar de publicar conforme abaixo: Lula estuda limitar autonomia do BC sobre juros. Podem se preparar para conviver com um inflação mais alta, caso isso realmente aconteça. Para curar a “doença” da inflação, existem dois remédios: política monetária e política fiscal. Por aqui na Selva, a política fiscal é expansionista, basta ver o crscimento dos gastos do governo, restanto somente a política monetária como “remédio”. Se o nosso ilustre presidente quer eliminar esse “suprimento”, vamos ter que conviver com esta doença tão comum na década de 1980 até meados de 1990.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...