DIA
DO ECONOMISTA
13/08/2015
Carlos
Roberto de Castro
Professor de
Economia, ex-Presidente do CORECON-SP e do COFECON
Embora
a profissão de economista já tenha atingido a sua terceira idade – completados
no dia 13 agosto 64 anos de existência, reconhecida pela edição da Lei nº 1.411
de 13 de agosto de 1951 - até hoje sua atividade é pouco compreendida pela
sociedade, sendo, não raro, muitas vezes confundida por outras profissões.
Se
citarmos o médico, o advogado, o engenheiro, por exemplo, prontamente se cria
uma expectativa de quais sejam as atividades de cada um desses profissionais.
Mais
exposto à opinião pública e mais diretamente vinculado ao sucesso ou insucesso
do cenário em que atua, o economista é frequentemente apontado como responsável
pelos problemas econômicos que passam, invariavelmente, a ter cunho social.
O
profissional economista se preocupa com um aspecto do comportamento humano:
aquele que se origina do fato de as ambições dos homens serem maiores que sua
possibilidade de satisfazê-las.
De
forma resumida, questão econômica – em um conceito amplo – se configura quando
estão presentes quatro condições:
1)
múltiplos objetivos pretendidos;
2)
possibilidade de apresentação desses objetivos em escala hierárquica
3)
insuficiência de recurso para o atendimento integral de todos os objetivos
propostos; e
4)
possibilidade de aplicação desses meios, alternativamente entre os diversos
objetivos.
Em
outras palavras, cada solução tem seu custo. Existe sempre um preço a pagar.
Atuamos
no campo das ciências humanas e, portanto, trabalhamos com variáveis
condicionadas, também, por fatores sociais e políticos.
Jamais
conseguiremos eliminar completamente as margens de erro porque não podemos
fazer experiências de laboratório, repetindo simulação de fatores idênticos.
É
a interação do comportamento de milhões de indivíduos, cada um pensando em si,
com suas próprias expectativas, mas sujeitos a restrições do seu orçamento e do
sistema de preços; ou seja, trata-se de uma ciência que procura descrever o
comportamento de homens e mulheres produzindo, comprando e vendendo coisas.
Os
economistas têm uma formação matemática que permite lidar com números com
competência; uma formação histórica e sociológica que permite ter uma visão de
conjunto das mudanças; um treinamento da expressão escrita e uma formação
teórica consistente.
O
Economista é, portanto, um profissional que a partir de um bom domínio da
Ciência Econômica está capacitado para intervir no processo social, oferecendo
a melhor contribuição específica sobre aspectos que são privativos de sua
profissão. Ou seja, ele está apto a colocar a serviço da sociedade moderna um
conjunto de conhecimentos científicos, acumulados e sistematizados ao longo de
toda a história, tanto política, quanto social e econômica.
São
essas regularidades que os economistas pretendem conhecer e utilizar para fins
de política econômica. Cada cenário reúne condições novas, embora semelhantes
aos fenômenos anteriores.
Nosso
compromisso, como profissionais de economia é conhecer cada vez melhor nossa
área de atuação e conhecer os instrumentos que essa ciência nos oferece para
minimizar ao máximo as possibilidades de erro
Importa
ter sempre em mente que o trabalho teórico tem uma destinação própria: Fazer compreender a realidade.
Mas
é preciso compreender que a teoria deve ser aplicada ao momento histórico por
quem conheça as suas limitações. É imprescindível que as condições reclamadas
para sua validade estejam presentes.
Por
sua formação o economista tem um mercado de trabalho bastante diversificado,
podendo atuar em empresas públicas ou privadas, de vários segmentos produtivos.
O
conhecimento da realidade de mercado e do ambiente político-legal em diversos
países permite ao economista planejar as ações estratégicas (volume de oferta,
política de preços, etc.), analisar o retorno dos investimentos da empresa e o
comportamento da demanda, entre outras atividades de simulação e planejamento.
Para
a consecução destes objetivos o economista tem que se relacionar com uma equipe
multidisciplinar que envolve especialistas de diferentes áreas de atuação.
Portanto,
economista não é somente aquele que faz orçamentos, planejamentos, análises de
investimentos etc. Mas é aquele profissional que, além de exercer todas estas
funções, é capaz de pensá-las dentro de um contexto geral de todo o processo de
distribuição e produção da sociedade.
Parafraseando
o saudoso professor Armando Dias Mendes:“Não basta ser um bom Economista,
é preciso ser um Economista bom”.