Comentário no Valor Econômico de hoje sobre a
política econômica de Ben Bernanke.
Ben Bernanke ainda tem quase dois anos pela
frente no comando do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas o
seu legado já começa a ser escrito, num momento em que a economia americana
dá sinais de se recuperar de forma mais forte do que o esperado,
impulsionando a candidatura de Barack Obama para um segundo mandato.
Em palestras e entrevistas, Bernanke tem
procurado acrescentar algumas linhas à narrativa sobre seu trabalho à frente do
Fed, que está sendo escrita num ambiente de alta temperatura. Republicanos o
acusam de empurrar os EUA à beira de um abismo inflacionário. A esquerda
diz que ele é fraco porque não foi mais ousado para baixar o desemprego.
Muitos, porém, avaliam que, no futuro, Bernanke será julgado de forma generosa.
Já há o que mostrar: os bancos americanos estão funcionando, enquanto na
Europa o crédito segue obstruído. Os EUA poderão crescer mais de 3% neste
ano, melhor do que o risco de recessão europeu. Além disso, as empresas
criam empregos e os preços dos imóveis parecem ter parado de cair.
Mas se Paul Volcker é visto como o presidente
do Fed que empurrou a América Latina para a crise da dívida, com juros altos, a
política monetária de Bernanke é criticada pelo Brasil como peça da
"guerra cambial": o dinheiro impresso pelo Fed estaria levando à
depreciação do dólar ante moedas de emergentes.
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