quarta-feira, 7 de março de 2012

MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN.


Formado em engenharia civil, com especialização em economia, Mário Henrique Simonsen foi considerado um dos homens mais inteligentes de sua geração. Durante quase cinqüenta anos, manteve sempre o mesmo ritual: depois do almoço, dedicava 50 minutos do seu dia para estudar matemática, uma de suas maiores paixões.

O gosto pelos números marcou a sua vida. Aos 21 anos, começou a dar aulas de Matemática Pura e Aplicada, ao mesmo tempo em que entrou para o mercado financeiro, fundando uma distribuidora de valores, tendo como parceiro o banqueiro Júlio Bozano.

A carreira política de Mário Henrique Simonsen começou em 1964, ano marcado na história do país pelo golpe que derrubou o presidente João Goulart. Nesta época, passou a colaborar com o então ministro do Planejamento, Roberto Campos. Com pouco tempo na atividade, Simonsen ganhou a antipatia das centrais sindicais, ao apresentar um novo cálculo salarial, pelo qual os vencimentos dos trabalhadores deveriam ser baseados na média dos dois anos anteriores, o que reduziu o poder aquisitivo dos empregados.

Em 1974, Simonsen atingiu o ápice de sua carreira política, ao assumir o Ministério da Fazenda. Sua gestão foi marcada pela racionalidade econômica e contenção de gastos. Quando o general João Figueiredo assumiu a Presidência da República, Simonsen trocou o Ministério da Fazenda pela Secretaria do Planejamento. Ao deixar a vida pública, em 1979, Mário Henrique Simonsen voltou a fazer o que mais gostava: dar aulas. Contratado pela Fundação Getúlio Vargas, Simonsen nunca deixou de dar palpites em relação à política econômica do país.

Até poucos meses antes de sua morte, todos os ministros da Fazenda o consultavam com freqüência, antes de tomar qualquer decisão. O seu primeiro contato com a FGV, no entanto, não aconteceu somente quando Simonsen deixou a vida pública. Na década de 60, ajudou na criação da Escola de Pós-Graduação da entidade, numa época em que os cursos de especialização no Brasil eram uma raridade.

Especialista em música clássica, Mário Henrique Simonsen também foi considerado um excelente barítono. Quando viaja para o exterior, visitava as principais salas de espetáculos de cada país. Também colaborou com diversas publicações brasileiras, escrevendo artigos sobre música clássica.

Em 1994, após realizar um exame de rotina, foi informado pelos médicos que tinha um tumor no pulmão que havia se espalhado pela cabeça. A partir do diagnóstico, começou a enfrentar uma rotina de internamentos, mas jamais perdeu o humor. Após ficar quase três meses internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, Mário Henrique Simonsen morreu de insuficiência respiratória no dia 9 de fevereiro de 1997, dez dias antes de completar 62 anos.

Fonte: UOL Educação.

2 comentários:

Chutando a Lata disse...

Como policymaker foi, sem duvida, um imbecil completo. Você não acha?

João Melo disse...

Prof. Marco,

Considero Simonsen um dos maiores economistas brasileiros de todos os tempos. Pelo trabalho dele em identificar na correção monetária o motor da inércia inflacionária já fez um ótimo trabalho. Concordo que como ministro em duas áreas ele não foi o economista brilhante que é, mas eram anos de chumbo. E também lembrei agora do trabalho dele na EPGE da FGV, que ele ajudou a criar.
Abraço.

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