Pela primeira vez em cinco meses, os brasileiros depositaram mais
do que sacaram na poupança. Em maio, a captação líquida (depósitos menos retiradas)
somou R$ 292,6 milhões, informou hoje (6) o Banco Central (BC). Desde dezembro
do ano passado, a aplicação não registrava entrada líquida de recursos.
Para meses de maio, foi a primeira vez desde 2014 que o Banco
Central registrou mais ingressos que retiradas de recursos. Em maio daquele
ano, a captação líquida tinha somado R$ 2,27 bilhões. Com o início da crise
econômica, a caderneta registrou retirada líquida de R$ 3,2 bilhões em maio de
2015 e de R$ 6,59 bilhões em maio do ano passado.
Apesar do desempenho positivo em maio, as retiradas continuam
maiores que os depósitos no acumulado do ano. Nos cinco primeiros meses de
2017, a caderneta de poupança registrou retiradas líquidas de R$ 18,38 bilhões,
perda de recursos menor que os R$ 38,89 bilhões registrados no mesmo período do
ano passado.
Desde o início da recessão econômica, em 2015, os investidores têm
retirado dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da
renda e de aumento de desemprego. Em 2015, R$ 53,5 bilhões foram sacados da
poupança, significando a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques
superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões.
Outro fator que contribuiu para os saques no acumulado do ano foi
a perda de rentabilidade da caderneta em relação a outras aplicações. Nos 12
meses terminados em maio, a poupança rendeu 8,06%, contra 13,45% do Certificado
de Depósito Interbancário (CDI).
Edição: Davi Oliveira
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