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domingo, 30 de janeiro de 2022

Gustavo Franco no ESTADÃO: O rascunho da carta de Roberto Campos Neto.

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-rascunho-da-carta-de-roberto-campos-neto,70003964302

Gustavo H. B. Franco, O Estado de S.Paulo

30 de janeiro de 2022 | 05h00

Temos uma regra pela qual o presidente do BC precisa se explicar publicamente, através de uma carta aberta ao ministro, se a meta para a inflação não é cumprida.

Nesses termos, Roberto Campos Neto endereçou 15 páginas a Paulo Guedes em 11 de janeiro. A meta para 2021 era 3,75% com margem de 1,5% para os dois lados, e o IPCA variou 10,06%, 191% da meta.

A carta foi escrita no idioma neutro das atas do Copom. Muito mais poderia ser dito. Um rascunho da carta andou circulando, certamente fake, mas revelador: 

“Excelentíssimo senhor ministro (caro Paulo), 

Era mais fácil se lhe mandasse um zap, ou vários, mas é muito assunto e o corretor gramatical ia me deixar constrangido. Pensei em lhe mandar um áudio, mas a procuradoria desaconselhou. Primeiro de tudo, vamos lembrar que poderia ter sido muito pior. Está acompanhando a Argentina? 

Lá, a inflação bateu 3,8% só em dezembro, depois de 2,5% em novembro. O acumulado no ano deu 50%, e mesmo assim com um bocado de inflação reprimida, pois eles estão com preços congelados. Eles não aprendem.

Pior, tem gente falando em congelamento, ainda que só de combustíveis, feito na época da Nova Matriz.

Há ideias ruins que nunca morrem, a despeito de ficarem meio estragadas. São ideias zumbis, como certa vez as designou Paul Krugman: ideias mortas-vivas que, quando menos se espera, devoram os cérebros dos políticos, um horror. Fica esperto.

Segunda observação: não perca de vista que eu vou ficar nesse emprego até o final de 2024, conforme a nova lei do BC. Eu tenho “estabilidade”, você não, independente de meta ou de mérito. 

Em compensação, já estou me preparando para dois anos de chá de cadeira. Já parou para pensar como é trabalhar com um presidente que não gosta de você, mas não pode lhe demitir, e nem você pode sair?

Bacana essa coisa da independência do Banco Central, mas, convenhamos, o relacionamento com o Palácio, e mesmo com o novo ministro, vai ser uma guerra. 

Terceiro, e antes que eu esqueça, a inflação: lembre que em agosto já tínhamos estourado a meta para o ano. O IPCA deu 0,87% no mês e 5,67% no acumulado do ano, para uma meta (limite) de 5,25%. Esse ano foi uma loucura mesmo, não?

A gente começou a subir os juros na reunião de março, quando passamos de 2% ao ano para 2,75%, e fomos subindo bem gradualmente. Só na reunião de dezembro chegamos a 9,25% com o IPCA para o ano já ultrapassando 10%.

Muitos criticaram a minha lentidão. OK, mas foi muito educativo manter juros de BNDES por um ano, não? 

Mas agora acabou a moleza, tenho que correr atrás, e já tenho contratada essa encrenca quem quer que seja o meu chefe”.  *Ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo Investimentos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Ata do Comitê de Política Monetária - Copom 242ª Reunião - 26-27 outubro, 2021.

https://www.bcb.gov.br/publicacoes/atascopom

A) Atualização da conjuntura econômica e do cenário básico do Copom1

1. No cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável, refletindo a persistência do processo inflacionário e a consequente reação dos bancos centrais. O próximo ano deve ser caracterizado por menor crescimento, com a reversão dos impulsos fiscais e avanço nos processos de normalização da política monetária. Para as economias emergentes, essa combinação implica um cenário mais desafiador.

2. Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentemente divulgados da produção industrial e do comércio apresentaram resultados negativos e abaixo do esperado. Por outro lado, os segmentos do setor de serviços mais atingidos pela pandemia continuam em trajetória de recuperação robusta. O Comitê manteve a expectativa de uma retomada da atividade no segundo semestre, ainda que menos intensa e mais concentrada no setor de serviços. Essa reavaliação reflete o impacto das limitações na oferta de insumos em determinadas cadeias produtivas, que devem perdurar até o próximo ano.

3. Para 2022, se por um lado a elevação dos prêmios de risco e o aperto das condições financeiras atuam desestimulando a atividade econômica, por outro, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado por três fatores: a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece.

4. A inflação ao consumidor segue elevada e tem se mostrado mais persistente que o antecipado. A alta dos preços está mais disseminada e abrange também componentes mais associados à inflação subjacente. A alta nos preços dos bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada. Além desses desenvolvimentos, desde a última reunião houve alta substancial dos preços internacionais de commodities energéticas, cujo impacto inflacionário é amplificado pela depreciação do real, sendo essa combinação o fator preponderante para a elevação das projeções de inflação do Comitê tanto para 2021 quanto para 2022.

5. As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 9,0%, 4,4% e 3,3%, respectivamente.

6. No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de USD/BRL 5,602, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 9,5% para 2021, 4,1% para 2022 e 3,1% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,75% a.a. neste ano e para 9,75% a.a. durante 2022, terminando o ano em 9,50% a.a., e reduz-se para 7,00% a.a. em 2023. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 17,1% para 2021, 5,2% para 2022 e 5,1% para 2023. Adota-se a hipótese de bandeiras tarifárias “escassez hídrica” em dezembro de 2021 e “vermelha patamar 2” em dezembro de 2022 e dezembro de 2023.

B) Riscos em torno do cenário básico para a inflação

7. O cenário básico do Copom para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções.

8. Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico.

9. Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país.

10. Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico.

C) Discussão sobre a condução da política monetária

11. As contas públicas têm tido desempenho melhor do que o esperado. Supondo a manutenção dos marcos fiscais vigentes, em particular o controle do crescimento dos gastos, as projeções do Copom preveem trajetória cadente da dívida pública como fração do produto. No entanto, surgiram, entre as reuniões do Comitê, questionamentos relevantes em relação ao futuro do arcabouço fiscal atual, resultando em elevação dos prêmios de risco. Esses questionamentos também elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica atribuir maior probabilidade para cenários alternativos que considerem taxas neutras de juros mais elevadas.

12. O Copom reitera que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para o crescimento sustentável da economia. Esmorecimento no esforço de reformas estruturais e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

13. O Copom passou à discussão da implementação da política monetária, considerando não somente o cenário básico como também o balanço de riscos para a inflação. De acordo com o cenário básico, que utiliza a trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e o câmbio seguindo a paridade do poder de compra, as projeções de inflação estão acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. O Comitê ponderou que a assimetria no balanço de riscos, resultante dos desenvolvimentos no cenário fiscal, implica elevação do risco altista para as projeções do seu cenário básico, e avalia que esse viés de alta é agora maior do que o anteriormente considerado. Como consequência, o Comitê concluiu que o grau apropriado de aperto monetário é significativamente mais contracionista do que o utilizado no cenário básico.

14. Diante desse resultado, o Copom avaliou o ritmo apropriado de elevação dos juros. Para tal, analisou a convergência da inflação para as metas utilizando simulações com diferentes trajetórias de política monetária, sob diferentes cenários alternativos. O Comitê observou que, neste período do ano, choques nos preços das commodities em reais já têm efeito direto na inflação de 2022, elevando a volatilidade dessas projeções. Apesar disso, o Comitê entende que um processo de desancorarem de expectativas pode gerar elevados custos econômicos de longo prazo, motivando o Copom a escolher uma trajetória de elevação de juros compatível com a convergência da inflação para a meta ainda em 2022.

15. O Comitê avaliou, inclusive, cenários com ritmos de ajuste maiores do que 1,50 ponto percentual. Prevaleceu, no entanto, a visão de que trajetórias de aperto da política monetária com passos de 1,50 ponto percentual, considerando taxas terminais diferentes, são consistentes, neste momento, com a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a atual assimetria no balanço de riscos.

D) Decisão de política monetária

16. Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, para 7,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

17. O Copom considera que, diante da deterioração no balanço de riscos e do aumento de suas projeções, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance ainda mais no território contracionista.

18. Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

19. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

Notas de rodapé


1 A menos de menção explícita em contrário, esta atualização leva em conta as mudanças ocorridas desde a reunião do Copom em setembro (241ª reunião).

2 Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Copom reduz a taxa Selic para 3,75% a.a.

Em sua 229ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 3,75% a.a.
A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:
  • No cenário externo, a pandemia causada pelo novo coronavírus está provocando uma desaceleração significativa do crescimento global, queda nos preços das commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros. Nesse contexto, apesar da provisão adicional de estímulo monetário pelas principais economias, o ambiente para as economias emergentes tornou-se desafiador;
  • Dados de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom vinham em linha com o processo de recuperação gradual da economia brasileira. Entretanto, esses dados ainda não refletem os impactos da pandemia de COVID-19 na economia brasileira;
  • O Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente se encontram em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária;
  • As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,1%, 3,65% e 3,5%, respectivamente;
  • No cenário híbrido, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a R$4,75/US$*, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,0% para 2020 e 3,6% para 2021. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 3,75% a.a. e se eleva até 5,25% a.a. em 2021; e
  • No cenário com taxa de juros constante a 4,25% a.a. e taxa de câmbio constante a R$4,75/US$*, as projeções situam-se em torno de 3,0% para 2020 e 3,6% para 2021.
O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.
Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado. Esse risco se intensifica caso um agravamento da pandemia provoque aumento da incerteza e redução da demanda com maior magnitude ou duração do que o estimado.
Por outro lado, o aumento da potência da política monetária, a deterioração do cenário externo ou frustrações em relação à continuidade das reformas podem elevar os prêmios de risco e gerar uma trajetória da inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.
Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 3,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário 2020 e, principalmente, de 2021.
O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.
O Copom enfatiza que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas têm o potencial de elevar a taxa de juros estrutural da economia. Nessa situação, relaxamentos monetários adicionais podem tornar-se contraproducentes se resultarem em aperto nas condições financeiras.
O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos.
O Banco Central do Brasil ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fábio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

*Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do Copom.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Roberto Campos Neto, o herdeiro econômico de Roberto Campos.

Recebi via e-mail de um colega e compartilho:
O homem que ajudou a fundar o Banco Central do Brasil não viveu o suficiente para ver seu neto assumir como seu próximo presidente, mas seu legado parece ter sobrevivido.
Embora Roberto Campos Neto, cuja aprovação pelo Senado para o cargo esteja prevista para o final deste mês, não tenha deixado claro para onde pode levar a política monetária do país, pistas podem ser encontradas ao olhar para seu avô e homônimo, Roberto Campos.
“Campos Neto era muito próximo de seu avô, que era seu principal mentor”, disse Alexandre Aoude, ex-presidente da unidade do Deutsche Bank AG no Brasil, colega do indicado.
O avô, um polêmico economista, diplomata, escritor e político que gostava de enfeitar suas conversas com frases de efeito espirituosas, ajudou a moldar o liberalismo econômico do Brasil nos anos 1950 e 1960, e como ministro do planejamento assinou o decreto que criou o Banco Central em 1964.
O neto, que não quis dar entrevista para esta matéria, até agora tem sido reticente em divulgar suas opiniões publicamente.
Mas seu histórico – Campos Neto, de 49 anos, foi um dos principais executivos na tesouraria das Américas no Banco Santander, banco no qual trabalhou por um total de 16 anos – não deixa dúvidas de que entende a linguagem dos mercados.
“Onde quer que ele fosse, ele ganhava dinheiro”, disse Aoude, que é sócio-fundador da empresa de investimentos Vectis Partners, em São Paulo. “Como trader e chefe de tesouraria de bancos e gestor de fundos, ele tomou decisões certas a maior parte do tempo.”
Ao assumir seu 1º emprego no setor público, Campos Neto vai para o Banco Central com um profundo conhecimento dos investidores internacionais.
Grande parte dessa experiência vem de seu trabalho como responsável pela tesouraria do Santander nas Américas, com escritórios nos EUA, México, Chile, Peru, Brasil e Argentina.
Campos Neto também era responsável pelo trading proprietário e market making local e internacional do banco, um trabalho que o levou a conhecer gestores de fundos e executivos de empresas que queriam investir no Brasil.
A experiência no exterior é outra característica compartilhada com seu avô, que serviu como embaixador do Brasil em Washington e Londres. Esses trabalhos lhe valeram o apelido de “Bob Fields” – uma tradução exata do inglês usada como uma maneira de criticar sua afinidade com o capital estrangeiro.
Embora mais tarde em sua vida o avô tenha sido um dos oponentes mais radicais do socialismo ou de qualquer tipo de intervencionismo estatal, em 1951 ele defendeu a criação do banco de desenvolvimento do país, onde mais tarde atuou como presidente.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, o admirava tanto que sugeriu que seu neto comandasse o Banco Central. O presidente Jair Bolsonaro, que deu a Guedes poderes amplos para administrar a economia, concordou.
Colegas que trabalharam com Campos Neto durante seus 10 anos no Santander disseram que ele era um negociador habilidoso, com uma abordagem flexível que o ajudava a construir relacionamentos duradouros não apenas com seus superiores no banco, mas também com sua equipe e clientes.
Eles disseram que ele criava um ambiente calmo e relaxado enquanto servia como mentor para seus colegas, se diferenciando de outros executivos do banco com estilo de gestão que às vezes promovia a humilhação de subordinados. Nenhum dos colegas concordou em ser identificado.
Antes do Santander, Campos Neto negociava taxas de juros, derivativos, dívidas e ações no Banco Bozano Simonsen, que foi vendido ao Santander em 2000. Empregos anteriores incluíram a função de gestor de carteiras no fundo de hedge Claritas Investimentos e Participações.
Ele obteve bacharelado e mestrado em economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com especialização em finanças. Ele também possui mestrado em matemática aplicada pelo Califórnia Institute of Technology.
Campos Neto, que nasceu no Rio de Janeiro, é um esportista ávido que gosta de musculação, jogar tênis e correr, de acordo com o Banco Central. Ele passa suas noites em casa com sua família, que hoje usa carros blindados depois de sofrer um assalto.
“O banqueiro central moderno tornou-se muito mais tecnologicamente sofisticado, e alguém como Campos traz habilidades únicas à equação, já que ele trabalhou em um banco muito grande, sabe como os mercados funcionam, entende o ambiente regulatório e tem contatos fantásticos pelo mundo”, disse Hari Hariharan, presidente e gestor do NWI Management.
“Ele é um cara pragmático”, disse Hariharan, que trabalhou no Santander e conhece Campos há 16 anos.
Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central na década de 1990, disse que a “continuidade” das políticas de seu antecessor, Ilan Goldfajn, provavelmente caracterizará o mandato de Campos Neto.
Loyola, agora sócio da empresa de consultoria Tendências Consultoria Integrada, espera um “Banco Central comprometido com o regime de metas de inflação, preservando a credibilidade conquistada durante o tempo de Ilan”.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Em abril/2018 dívida bruta atinge recorde de 75,9% do PIB.

A Dívida Líquida do Setor Público atingiu R$3.448,1 bilhões (51,9% do PIB) em abril, reduzindo-se de 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior, majoritariamente em função da desvalorização cambial ocorrida no mês. No primeiro quadrimestre do ano, a expansão de 0,3 p.p. na relação DLSP/PIB decorreu da incorporação de juros nominais (aumento de 1,8 p.p.), do superávit primário (redução de 0,1 p.p.), do efeito da desvalorização cambial acumulada de 5,2% (redução de 0,8 p.p.) e do efeito do crescimento do PIB nominal (redução de 0,7 p.p.).

A Dívida Bruta do Governo Geral - que compreende o Governo Federal, o INSS e os governos estaduais e municipais - alcançou R$5.045,7 bilhões em abril, equivalente a 75,9% do PIB, crescendo 0,6 p.p. do PIB em relação ao valor registrado em março, e 1,9 p.p em relação ao final do ano anterior.

Seminário registra a evolução do regime de metas de inflação no Brasil.

Durante o XX Seminário de Metas para a Inflação, na semana passada no Rio de Janeiro (RJ), uma sessão especial comemorou a vigésima edição do seminário e registrou a evolução do Regime de Metas para a Inflação no país e seus desafios para o futuro. Para isso, contou com a presença de ex-membros da área de Política Econômica do BC, como Sergio Werlang, Afonso Bevilaqua, Eduardo Loyo, Mario Mesquita, Carlos Hamilton Araújo e Luiz Awazu Pereira.

No início do seminário, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, destacou a mudança na direção da política econômica, a redução da inflação, a ancoragem das expectativas, a queda nas taxas de juros e a melhoria das condições no mercado de crédito. 

Após dois anos de recessão, a economia brasileira cresceu 1,0% em 2017, o dobro do que era esperado no início daquele ano. Para 2018 e 2019 os analistas de mercado trabalham com a perspectiva de crescimento de 2,5% e 3,0%, respectivamente”, disse Ilan, destacando que os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira.

A aprovação e a implementação das reformas, em especial as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira foram citadas por ele como fundamentais para a sustentabilidade desse ambiente com inflação baixa e estável. Segundo Ilan, elas são essenciais para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia. 

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Cenário externo se tornou mais desafiador, diz presidente do BC.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse, na manhã de hoje (25), que o cenário externo ficou mais desafiador e que as reações da política monetária a choques externos não podem ser "nem oito, nem oitenta". Ilan Goldfajn fez palestra de abertura do 20º seminário anual de metas para a inflação, na sede do Banco Central no Rio de Janeiro.

"O cenário internacional tem se tornado mais desafiador e os efeitos de movimentos nas economias avançadas sobre as economias emergentes podem ser relevantes. A normalização nos níveis de taxas de juros em algumas economias maduras tem produzido ajustes em preços de ativos e volatilidade nas condições financeiras no mercado internacional", disse o presidente do BC.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Focus: PIB 2018 em 2,50% e o dólar previsto de R$ 3,43.

De acordo com o Relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central, o mercado fez pequenos ajustes em suas projeções para o câmbio, inflação e PIB deste ano. 
No caso das expectativas para o IPCA, a mediana avançou de 3,45% para 3,50% para este ano, e de 4,00% para 4,01% para o próximo. 
No câmbio, a mediana das expectativas avançou novamente, passando de R$/US$ 3,40 para R$/US$ 3,43 para o final de 2018 e de R$/US$ 3,40 para R$/US$ 3,45 para o fim de 2019. 
Já a mediana das expectativas para o crescimento do PIB para 2018 recuou de 2,51% para 2,50%, enquanto que para o ano que vem a mediana seguiu indicando expansão de 3,0%. 
Por fim, as medianas das expectativas para a taxa Selic deste ano e do próximo se mantiveram em 6,25% (não refletindo ainda a última decisão do Copom em manter a taxa inalterada) e 8,00%, respectivamente.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

BC surpreende e mantém juros em 6,5%, após 12 cortes seguidos.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (16) manter a taxa básica de juros (Selic) em 6,5% ao ano, após 12 cortes seguidos, que começaram em 2016. A decisão foi unânime e surpreendeu analistas de mercado, que apostavam em um corte de 0,25 ponto percentual.  Ainda assim, os juros continuam em seu menor nível desde que o Copom foi criado, em 1996, e a poupança continua rendendo menos. 

IBC-Br: Atividade econômica tem queda de 0,13% no primeiro trimestre.

A atividade econômica registrou queda no primeiro trimestre deste ano. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), dessazonalizado (ajustado para o período), teve retração 0,13% de janeiro a março, comparado ao último trimestre de 2017, de acordo com dados divulgados hoje (16).

Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, houve crescimento de 0,86% (sem ajuste para o período). Em 12 meses encerrados em março, o indicador apresentou crescimento de 1,05%.

Em março, comparado ao mesmo mês de 2017, houve queda de 0,66%. Na comparação com fevereiro, o índice registrou retração de 0,74%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.

O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

terça-feira, 15 de maio de 2018

Educação financeira pode reduzir endividamento excessivo, diz Goldfajn.

A melhoria dos níveis de educação financeira leva a uma demanda e uso mais responsável do crédito, com menor risco de endividamento excessivo e, portanto, uma menor inadimplência. A avaliação foi feita pelo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, hoje (14), em Brasília, durante a abertura da 5ª Semana Nacional de Educação Financeira.

“Esses efeitos contribuem para a redução do custo do crédito”, disse Goldfajn, acrescentando que ao aumentar a propensão do cidadão a poupar, a educação financeira estimula o desenvolvimento econômico do país e para o bem-estar da população.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Boletim Focus: PIB 2018 estimado em 2,90%.

O mercado financeiro reduziu pela quinta semana seguida a estimativa para a inflação este ano. A expectativa de bancos e outras instituições para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 3,73% para 3,70%, de acordo com o boletim Focus, publicação semanal do Banco Central (BC) sobre os principais indicadores econômicos.

A projeção segue abaixo do centro da meta de 4,5%, mas acima do limite inferior de 3%. Para 2019, a estimativa para a inflação foi levemente reduzida do centro da meta (4,25%) para 4,24%.

Para alcançar a meta, o banco usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,75% ao ano. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

De acordo com a previsão das instituições financeiras, a Selic encerrará 2018 no atual patamar e subirá ao longo de 2019, encerrando o período em 8% ao ano.

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, subiu pela terceira vez seguida, ao passar de 2,89% para 2,90%.  Para 2019, a projeção é mantida em 3% há cinco semanas consecutivas.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Bacen: Estimativa do PIB 2018 em 2,80%.

O mercado financeiro reduziu a projeção de inflação e aumentou a expectativa de crescimento da economia para este ano, de acordo com o boletim Focus, divulgado hoje (19) pelo Banco Central, em Brasília.

A expectativa do mercado é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - a inflação oficial do país - fique em 3,81% em 2018, uma redução em relação aos 3,84% projetados na semana passada.

A estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deste ano aumentou, passando de 2,70% da semana passada  para 2,80%.

A expectativa do mercado para o crescimento da economia segue, no entanto, menor que a estimativa do governo, que estima um PIB de 3% para 2018.

Para 2019, no entanto, as projeções foram mantidas em relação à última publicação. Para o mercado, a expectativa é que o PIB do ano que vem seja de 3%. A expectativa para a inflação foi mantida em 4,25%.

O Boletim Focus é lançado no início da semana com a média das expectativas de bancos, instituições financeiras, consultorias e empresas sobre os principais indicadores relacionados à economia brasileira, como os diversos índices de inflação, o Produto Interno Bruto, a taxa de câmbio e a taxa de juros básica da economia, a Selic.

Edição: Kleber Sampaio

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Ata do Copom sinaliza que cortes na Selic podem ser interrompidos.

O ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, pode ser interrompido na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em março. De acordo com a ata da última reunião, divulgada hoje (15), o Copom afirma que “caso o cenário básico evolua conforme esperado, o comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, ou seja de redução da Selic. Na reunião realizada nos dias 6 e 7 deste mês, a taxa básica foi reduzida para 6,75% ao ano, no 11º corte seguido.

Entretanto, o Copom ressalta que essa “visão para a próxima reunião” pode se alterar e levar a uma redução moderada adicional na taxa, se houver mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos. O Copom afirmou que seus próximos passos continuam dependendo da evolução da atividade econômica e das expectativas para a inflação.

Para o Copom, a inflação deve ficar em torno de 4,2%, em 2018 e 2019. A meta de inflação para 2018 é 4,5% e para 2019, 4,25%. Nos dois anos, há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Em 2017, a inflação fechou o ano abaixo do centro da meta (4,5%) e do limite inferior (3%), em 2,95%.

Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa a Selic. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Bacen: Copom reduz a taxa Selic para 7,00% ao ano.

O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 7,00% a.a., sem viés.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira;

O cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica global vem se recuperando sem pressionar em demasia as condições financeiras nas economias avançadas. Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes;

O Comitê julga que o cenário básico para a inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária;

As expectativas de inflação para 2017 apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 3,0%. As projeções para 2018, 2019 e 2020 mantiveram-se em torno de 4,0%, 4,25% e 4,0%, respectivamente; e

No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 2,9% para 2017, 4,2% para 2018 e 4,2% para 2019. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2017 e 2018 em 7,0% e 2019 em 8,0%.

O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, a combinação de (i) possíveis efeitos secundários do choque favorável nos preços de alimentos e da inflação de bens industriais em níveis correntes baixos e da (ii) possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (iii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.  Esse risco se intensifica no caso de (iv) reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 7,00% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e 2019, é compatível com o processo de flexibilização monetária.

O Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. 

O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural.  As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê.

A evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de flexibilização tornaram adequada a redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores. Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária. O Copom ressalta que o processo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Ilan Goldfajn: A recessão ficou para trás.

O presidente do Banco Central, disse hoje (11) que os últimos indicadores confirmam estabilização do cenário e abertura de um caminho para a recuperação econômica do país.

Após dois anos de recessão, os dados recentes parecem confirmar o cenário base que trabalhamos aqui no Banco Central: estabilizou, a recessão ficou para trás e há perspectivas de uma recuperação gradual ao longo dos próximos meses”, disse, ao discursar em seminário sobre estabilidade financeira, promovido pela instituição.

Goldfajn destacou, entre os bons resultados, o crescimento da população ocupada por quatro meses consecutivos. No final de julho, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) indicou a primeira queda significativa do desemprego desde 2014, com uma redução de 0,7% no percentual da população economicamente ativa sem trabalho. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego atualmente está em 13%.


“Com a produção industrial é a mesma coisa”, acrescentou o presidente do Banco Central, ao mencionar indicadores que tem mostrado sinais consistentes de melhora. “Tivemos dois trimestres consecutivos de crescimento, o que não ocorria desde 2014”, enfatizou.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...