terça-feira, 19 de outubro de 2021
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
Vetores de crescimento para o PIB em 2022.
No www.economiaemdia.com.br de hoje, uma boa análise da previsão do PIB para 2022:
Projetamos crescimento de 1,6% para o PIB em 2022. Os
principais determinantes para a nossa projeção passam pelo consumo,
sustentado pela gradual melhora no mercado de trabalho e reabertura da
economia, além da expansão do mercado de crédito e da dinâmica do
cenário global.
O principal vetor de crescimento econômico dos próximos seis trimestres
será o consumo das famílias, com expansão de 3,5% em 2021 e de 1,9% em
2022. A
dinâmica de reabertura econômica pelo lado da oferta já avançou de
forma relevante. A indústria sofre com restrições de insumos e
dificuldades na normalização na cadeia global produtiva, mas a
normalização desse quadro deve dar algum impulso ao PIB através da
recomposição de estoques. O consumo das famílias, entretanto, que pesa
62,7% do PIB, estava 3,0% abaixo do nível pré-pandemia no segundo
trimestre. Entre 2017 e 2019, este foi o motor da atividade econômica,
com um crescimento médio de 2,2%. Nossa hipótese admite um retorno
gradual do consumo de serviços, especialmente os mais afetados pela
pandemia, ao nível observado no final de 2019, o que contribui com 1,2
ponto percentual para o PIB de 2022.
Por sua vez, o crédito às empresas e às famílias seguirá dando suporte à economia. Diferentemente
de outras crises, os anos de 2020 e de 2021 apresentaram aceleração no
volume de crédito. De fato, uma política monetária significativamente
expansionista, concomitante a políticas anticíclicas de concessões,
permitiu que o crédito absorvesse boa parte dos impactos negativos de
empresas e consumidores ao longo da pandemia. Após o final desse ciclo
de altas e com a taxa SELIC média de 8,50%, estimamos expansão de 9,6%
para o crédito em 2022. Na ótica das empresas, o endividamento está em
níveis historicamente baixos e a necessidade de investimentos deixados
para trás pela pandemia contrata alguma expansão da demanda. Na ótica
das famílias, a baixa inadimplência e a própria recuperação do mercado
de trabalho, em especial de empregos formais, serão outra fonte de
demanda por crédito.
A economia global, por sua vez, produzirá um impulso menor para o Brasil, mas ainda relevante.
Projetamos expansão da economia mundial de 6,1% em 2021 e de 4,3% em
2022. A diferença entre o crescimento global e o da economia brasileira
será uma das maiores fora de períodos de crise. Logo, o crescimento de
1,6% parece já “descontar” de forma importante o efeito do PIB global
sobre o Brasil.
Há riscos a serem monitorados nos próximos trimestres.
Atualmente, o principal deles é o tema da escassez hídrica. Segundo
nossas estimativas, esse evento teria potencial de retirar entre 0,5 e
0,7 ponto percentual de PIB.
Analisando
todos os vetores e o balanço de riscos de 2022, o crescimento
contratado para a economia no próximo ano representa um retorno às
condições observadas ao final de 2019. A
média do crescimento econômico entre 2017 e 2019 foi de 0,45% por
trimestre e este ano deverá fechar em 0,60%. Para 2022, projetamos um
crescimento médio de 0,30%, o que já representa um ritmo aquém do visto
antes da pandemia. A política monetária em terreno contracionista
explica parte desse cenário. Os temas estruturais que afetam a
produtividade ainda são os grandes gargalos para uma expansão mais
vigorosa e sustentada da economia.
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