quinta-feira, 21 de abril de 2011
O poder do iPhone!
quarta-feira, 20 de abril de 2011
COPOM - sem surpresa: presente de Páscoa!
Sem surpresa, o UOL divulgou hoje que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (20) elevar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,25 ponto percentual, para 12% ao ano, o maior nível desde janeiro de 2009, quando era de 12,75%.
Embora essa alta não tenha sido uma surpresa, a maioria dos analistas do mercado financeiro apostava que a taxa subiria para 12,25%.
Ao elevar a Selic, o objetivo do BC é fazer com que o crediário também suba e, com isso, diminua o consumo da população para conter a alta da inflação.
A alta de preços ocorre quando há muita procura por produtos e menos quantidade para atender a essa necessidade.
A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), porém, não acredita que a elevação da Selic vá restringir o crédito.
Esta foi a terceira reunião do Copom sob o mandato da presidente Dilma Rousseff e com o BC sob o comando de Alexandre Tombini.
Em todas elas, o comitê decidiu elevar a taxa. Nas duas primeiras, a alta foi de 0,5 ponto percentual. Na desta quarta-feira, subiu 0,25 ponto percentual. Com isso, no governo Dilma, a Selic passou de 10,75% para os atuais 12% ao ano. O próximo encontro será nos dias 7 e 8 de junho.
A elevação dos juros é o principal método utilizado para o BC para perseguir o centro da meta de inflação, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 4,5% para este ano.
Também para conter a inflação por meio de restrição ao crédito, no início deste mês, o governo elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para empréstimos tomados por pessoas físicas de 1,5% para 3%.
O centro da meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%. O índice de 4,5% é chamado de centro, pois está bem no meio dos extremos.
O mercado prevê que a inflação em 2011 será de 6,29%. No ano passado, o índice foi de 5,91%, a maior registrada no país desde 2004. Em março deste ano, a inflação acumulado nosúltimos 12 meses chegou 6,30%.
A Selic é a taxa básica de juros. Ela é usada como base, por exemplo, para os juros cobrados quando se parcela uma compra ou se pede dinheiro emprestado no banco.
Se os juros básicos aumentam, as lojas fazem o mesmo com o crediário. Os juros também são usados como política monetária pelo governo para conter a inflação.
Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas compram menos, o que restringe o aumento dos preços. No caso de redução dos juros, o receio do governo é que haja muitas compras e as indústrias não consigam produzir o suficiente.
Quando isso acontece, há falta de produtos no mercado, e os que existem ficam mais caros -é a chamada lei da oferta e da procura.
Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações financeiras. Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os estrangeiros que procuram o país.
Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, por exemplo, recebe um rendimento mensal maior se os juros estiverem mais altos.
Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em expansão.
Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos.
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.
Você sabe quanto o estado já arrecadadou em 2011?
terça-feira, 19 de abril de 2011
O PT e a economia.
Na coluna do mês passado disse ao leitor que a presidente Dilma estaria resgatando o pensamento econômico histórico do PT. Minha intuição apontava nessa direção. Nestes últimos 30 dias o comportamento da presidente tornou essa percepção mais sólida. Declarações suas, atos concretos de ministros importantes e manifestações de membros do segundo escalão aumentaram minha convicção.
Dou um exemplo do que quero dizer. Um funcionário do Ipea acusou o mercado financeiro de estar tentando desestabilizar a política econômica via terrorismo com os índices da inflação. Os objetivos desses carbonários da direita seriam o de reverter uma política econômica que visa resgatar os pobres e reduzir a defasagem de renda entre ricos e a classe média. Para ele a inflação mais elevada não é um problema desde que o crescimento econômico seja elevado e os salários e o emprego cresçam a taxas robustas. Uma verdadeira quadratura do circulo macro econômico de uma economia de mercado.
Esse comportamento de acusar inimigos externos por problemas enfrentados pelo governo é típico do PT. O que varia, de acordo com o grau de militância, é a dureza das expressões e a leviandade das acusações. Com isso as verdadeiras causas dos problemas que enfrenta permanecem sem combate.
Mas volto ao campo mais restrito do pensamento econômico do PT que é o tema principal desta coluna. Conheço o modelo de economia que orienta as ações de um grande número de seus membros, inclusive a própria presidente. Durante seis anos fui professor no curso de doutorado no Instituto de Economia da Universidade de Campinas, centro principal do pensamento econômico do Partido dos Trabalhadores. Nesse período, não só pela leitura dos textos básicos utilizados nos diversos cursos mas, principalmente, por participar de debates e seminários internos, fui construindo esse meu conhecimento.
Além disso, meu pensamento de hoje incorpora algumas teses desse grupo, que aprendi na minha estada na Unicamp. Isso me faz um crítico não radical de suas ideias e propostas, diferentemente de outros analistas do mercado financeiro. Dou um exemplo: parecem-me corretas algumas das mudanças realizadas no sistema de metas de inflação pela diretoria atual do BC e que levou os grupos liberais mais radicais a vociferar que ele estava sendo abandonado. Também está correta, no meu entendimento, a política de intervenção no câmbio e as preocupações com o processo de perda de competitividade da indústria por conta de um real hiper valorizado. Ideias como a flutuação limpa do real nos mercados me parecem tolices, como já apontei recentemente.
Mas em relação à leitura da conjuntura econômica, a forma de intervenção do Estado nos mercados e ao entendimento de questões macroeconômicas importantes - como, por exemplo, as causas do processo inflacionário que vivemos hoje - minha discordância é total. Por isso sou extremamente otimista com a economia brasileira e muito pessimista com a política econômica do governo Dilma. Como essas duas leituras não podem existir juntas, ao fim do mandato da presidente duas situações podem ocorrer: os erros de política econômica prevalecem e a economia se degrada, ou a força da economia privada - dentro e fora de nossas fronteiras - acaba compensando os erros do governo e o Brasil continua a crescer, embora a taxas mais medíocres do que se poderia obter com uma política econômica de boa qualidade.
Para colocar esses dois cenários em números diria que no primeiro caso estaríamos crescendo a 2,5% ao ano em 2014 e mais de 4% no segundo. O ponto central dessa divergência me parece ser a questão da inflação e como o governo vai combatê-la.
No primeiro caso o governo é colocado contra a parede em 2012 e obrigado a realizar um tratamento de choque por conta da perda da popularidade que certamente virá com taxas de inflação da ordem de 8% ao ano. Nessa hipótese haverá uma redução importante na velocidade de crescimento da economia, depois de um período com taxas anuais acima de 4% aa, mas com a inflação voltando ao nível de normalidade. Na outra hipótese o governo reconhece o dilema inflação e crescimento que vivemos hoje e decide sacrificar o nível de atividade em 2011 e 2012, deixando para os anos seguintes a volta de um crescimento econômico mais robusto.
Temo que o governo vai optar pelo primeiro caminho, por ainda acreditar na cartilha econômica do PT. Essa minha hipótese fica ainda mais forte se considerarmos que a partir de maio poderemos ter, por três ou quatro meses, números da inflação menores. Embora a causa principal disso seja de natureza sazonal - e já precificado pelo mercado em suas projeções mais pessimistas - o governo vai tentar passar a ideia de que sua política está funcionando e declarar vitória. Segundo os economistas da Quest poderemos ter inflações mensais de até 0,25% nesta que poderá ser uma doce primavera para o governo.
Se essa declaração de vitória precoce acontecer e o governo abaixar a guarda, a recidiva da inflação no final do ano será muito forte, principalmente porque estará ancorada no aumento de 14% do salário mínimo que entrará em vigor em janeiro de 2014. Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, é diretor-estrategista da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações. Escreve mensalmente às segundas no VALOR ECONÔMICO. |
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Inflação aqui e acolá!
Paul Krugman - diretamente do ESTADÃO.
Algumas observações sobre os desdobramentos recentes da inflação.
A inflação é hoje um problema grande e crescente em economias emergentes. Por quê? Ela é a combinação da armadilha de liquidez em economias avançadas com a pouca disposição de países emergentes de permitirem a valorização de suas moedas.
A coisa funciona assim: em economias avançadas, o colapso de bolhas imobiliárias e o excesso de dívida acumulado durante a Grande Moderação está levando a uma demanda persistentemente deprimida, apesar da política de taxas de juros muito baixas. O resultado é retornos baixos sobre o investimento; está fora de questão aumentar a capacidade quando não se está usando a capacidade existente.
As economias emergentes, por sua vez, têm muita demanda, em parte porque estão emergindo, em parte porque não compartilham o grande endividamento. Então, o que a economia mundial “quer” fazer é ter grandes fluxos de capital do Norte para o Sul, e, correspondentemente, grandes déficits em conta corrente no mundo emergente – que ajudariam, é claro, as economias avançadas a se recuperarem.
Mas como a doutrina da transferência imaculada é falsa, o mecanismo de transmissão pelo qual fluxos de capitais se traduzem em equilíbrios comerciais precisa envolver um aumento dos preços relativos de bens e serviços produzidos nos países emergentes. A maneira fácil e natural de obter isso seria por meio da valorização da moeda; mas os governos não querem que isso ocorra. Assim, a mão invisível está na verdade obtendo o mesmo resultado – gradualmente – empurrando para cima os preços nominais nesses países.
Vale observar que quando esses governos tentam controlar a inflação espremendo a demanda em vez de deixar que suas moedas subam, eles não estão simplesmente se engajando num esforço eventualmente condenado; estão também ajudando a perpetuar a recessão em países avançados. Bom trabalho a todos.
Enquanto isso, lá no Norte…
O núcleo da inflação em março ficou mais baixo que o esperado, e muito se tem falado sobre isso. Mas realmente, quando se consideram dados de alta frequência, coisas acontecem. As pessoas que ficaram muito agitadas com um aumento dos preços vendo isso como o prenúncio de uma grande escalada inflacionária, estavam ignorando as lições da história de que altas súbitas da inflação geralmente se revertem sozinhas.
Eu dei de examinar o Billion Price Index (BPI), que se parece bastante com o índice apenas de bens, mas com frequências muito mais altas. E neste momento o índice BBP (Billion Price Project) está claramente indicando que a grande alta dos preços do início de 2011 está desaparecendo:
E adotando uma perspectiva maior, não se pode ter uma espiral salário-preço se os salários se recusarem a subir em espiral; e todos indícios são de que os salários estão mantidos baixos pelo alto desemprego, a despeito dos preços de gasolina e alimentos:
O crescimento salarial não caiu tanto quanto eu esperava alguns anos atrás; agora ficou claro para mim que não dei peso suficiente à literatura sobre salários. Mas não há nada aqui para sugerir alguma razão para considerar a inflação um problema.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Ideologia: qual é a sua?
Paul Krugman e o seu comentário de hoje no ESTADÃO. Ideologia, eu quero é uma para viver!!!
Vários relatos sugerem que no discurso de hoje Obama tentará se posicionar como um pragmático, opondo-se aos ideólogos da direita e (provavelmente) da esquerda. Veremos se isto vai funcionar; pelo que me lembro, o último presidente dos EUA a enxergar a si mesmo primariamente como um administrador foi… Jimmy Carter.
Mas gostaria também de registrar um protesto filosófico. Há uma antiga piada sobre a questão de ser ou não um ideólogo; estou apenas sendo razoável. O fato é que todos têm uma ideologia – o que não passa de outra maneira de dizer que todos têm a) valores e b) uma opinião a respeito de como funciona o mundo. E não há nada de errado nisso.
Permita-me ilustrar o que quero dizer: suponhamos que eu propusesse a redução do endividamento nacional por meio da oferta de oportunidades a empresas privadas que poderiam, mediante um processo de licitação, explorar a massa de quase 2 milhões de presidiários nas cadeias americanas, que se tornariam então trabalhadores em regime de semisservidão – em muitos casos por toda a vida. Ah, poderíamos também recorrer à servidão como substituta da falência pessoal. Como assim? Está dizendo que reintroduzir um regime análogo à escravidão é inaceitável? Bem, creio que isto decorra de sua ideologia – e um número expressivo de americanos parece não partilhar desta ideologia.
Assim sendo, admito que sou um ideólogo. Acredito mais ou menos numa visão da sociedade como a proposta por John Rawls – tratar os outros como se pudesse estar no lugar deles -, que implica numa robusta rede de segurança social. Acredito também que uma economia mais voltada para o modelo de mercado, com a propriedade pública e a oferta pública de serviços limitadas a certos setores, é a que funciona melhor. Outros podem discordar de meus valores, de minha opinião quanto ao funcionamento do mundo, ou de ambas as coisas. Não devemos fingir que partilhamos mais do que realmente temos em comum.
FHC - oposição de fato.
Repercutiu e continua, como não deveria deixar de ser, o ensaio divulgado pelo sociólogo FHC. Editorial da FOLHA DE S. PAULO de hoje, comenta conforme abaixo. FHC pode e deve, como ser humano, ter muitos defeitos, menos de ser um perfeito idiota. Para lê-lo deve-se entender o contexto, o que não é fácil para a maioria.
Três de cinco ex-presidentes brasileiros se encontram no Senado, sem que se tenha notícia de contribuições relevantes suas para o debate nacional. Luiz Inácio Lula da Silva, recém-saído do cargo, mantém temporário e bem-vindo silêncio, neste início de mandato da sucessora e correligionária petista, Dilma Rousseff.
Diante de tal pasmaceira, coube ao tucano Fernando Henrique Cardoso agitar a cena política. A contribuição veio com o artigo "O Papel da Oposição", publicado na revista "Interesse Nacional".
O foco do texto está em provocar a oposição -PSDB à frente- para sair da letargia diante do petismo. Para isso, ela precisa de uma estratégia, de um público-alvo e de um discurso (ou programa), que FHC se põe a alinhavar.
A situação atual seria análoga à do MDB no início dos anos 70, quando o "milagre econômico" angariava forte apoio popular à ditadura. Outro artigo de FHC, publicado na época com o mesmo título, apontou a necessidade de organizar uma frente antiautoritária para lutar pela redemocratização. Hoje, os êxitos do governo Lula parecem prostrar o PSDB e demais legendas oposicionistas. FHC, contudo, vislumbra uma plataforma para que superem a perplexidade, caso se mostrem capazes de transcender a política institucional e falar diretamente com a classe média em expansão.
O ex-presidente dá como inócua a tentativa da oposição de disputar com o PT o apoio das "massas carentes e pouco informadas". O governo, assinala com razão, dispõe de mecanismos de concessão de benesses mais eficazes que discursos no Congresso.
O trecho pode ser entendido como uma crítica velada à emulação de políticas sociais lulistas. Seria o caso de programas de renda como o do governador paulista Geraldo Alckmin, ou da defesa irresponsável, sob o ângulo fiscal, de um salário mínimo de R$ 600, na campanha eleitoral de José Serra ou por parlamentares tucanos.
A alternativa FHC é priorizar a nova classe média, cerca de 20 milhões de brasileiros incorporados nos últimos anos ao mercado de consumo. Esta seria mais receptiva a críticas da oposição à hegemonia petista, sobretudo às práticas de corrupção e cooptação de grupos econômicos escolhidos para receber benesses do BNDES.
Como bem lembrou o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, o acesso a uma renda um pouco mais elevada não garante adesão automática a novos valores. Além disso, quase metade da população permanece nos estratos inferiores de renda e consumo, contingente de votos que não pode ser desprezado.
A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...
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