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quinta-feira, 30 de julho de 2020
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Mercado aumenta previsão do déficit primário do Governo Central para R$154,8 bi.
Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda
aumentaram a previsão do déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional,
Previdência Social e Banco Central), neste ano, de R$ 145,268 bilhões para R$
154,841 bilhões. O déficit primário é o resultado das despesas maiores que as
receitas, sem considerar os gastos com juros.
A projeção consta na pesquisa Prisma Fiscal elaborada pela
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em
informações de instituições financeiras do mercado. O resultado foi divulgado
hoje (10). Para 2018, a estimativa de déficit passou de R$ 129 bilhões para R$
130,527 bilhões.
A projeção da arrecadação das receitas federais permanece este ano
em R$ 1,340 trilhão. A estimativa pra a receita total ficou em R$ 1,293
trilhão, contra R$ 1,286 trilhão previsto no mês passado.
A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do
governo geral, que na avaliação das instituições financeiras, que subiu de 75,6%
para 75,9% do Produto Interno Bruto (PI B) . Para 2018, a estimativa foi
ajustada 78,67% para 79,06% do PIB.
Hoje a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão do Senado
Federal, também divulgou projeção para o déficit primário. No Relatório de Acompanhamento
Fiscal (RAF) de agosto, a projeção de deficit primário do governo central é R$
156,2 bilhões, contra R$ 144,1 bilhões previstos no mês passado.
Para 2018, a projeção da IFI passou de R$ 166,2 bilhões para R$
153,3 bilhões. Para isso, o governo terá que fazer um contingenciamento de R$
30 bilhões em despesas discricionárias (não obrigatórias).
As estimativas estão acima da meta de R$ 139 bilhões para 2017 e
de R$ 129 bilhões para 2018.
quinta-feira, 11 de maio de 2017
Déficit primário em 2017 atingirá R$ 148 bilhões segundo projeções do mercado financeiro.
Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda
projetam que o déficit primário do Governo Central, formado por Tesouro
Nacional, Previdência Social e Banco Central, deve chegar a R$ 148,036 bilhões
neste ano. A estimativa está acima da meta de déficit perseguida pelo governo,
de R$ 139 bilhões. Em abril, a projeção era R$ 147,049 bilhões.
A estimativa consta na pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em
projeções do mercado financeiro.
Para 2018, a estimativa das instituições financeiras é de déficit
de R$ 125,124 bilhões, contra R$ 123,606 bilhões previstos em abril.
A projeção da arrecadação das receitas federais este ano caiu de
R$ 1,344 trilhão para R$ 1,341 trilhão. Para 2018, a estimativa é de R$ 1,442
trilhão, ante R$ 1,448 trilhão previstos anteriormente.
Para a receita líquida do Governo Central a estimativa para este
ano é R$ 1,144 trilhão, ante R$ 1,146 trilhão previstos no mês passado.
No caso da despesa total do Governo Central, a projeção passou de
R$ 1,295 trilhão para R$ 1,294 trilhão.
A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do
Governo Central, que, na avaliação das instituições financeiras, deve ficar em
75,44% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas
pelo país). A previsão anterior era 75,42% do PIB. Para 2018, a estimativa
ficou em 78,50% do PIB, ante 78,53% previstos no mês passado.
Edição: Maria Claudia
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Déficit primário de R$ 85 bilhões neste 2016 já é o maior da história. E dezembro ainda nem encerrou...
O setor público consolidado (União, estados,
municípios e empresas estatais) apresentou um déficit primário de R$ 39,1
bilhões em novembro, o maior rombo para o mês desde que o Banco Central (BC)
deu início à série histórica do indicador, em dezembro de 2001. O déficit
primário significa que arrecadação foi menor do que os gastos, sem levar em
conta as despesas com o pagamento dos juros da dívida.
O rombo foi puxado pelo déficit recorde do
Governo Central (governo federal, previdência e Banco Central), de R$ 39,9
bilhões, conforme calculado pela metodologia do BC. Estados e municípios
tiveram superávit (economia de recursos) de R$ 421 milhões, enquanto que as
empresas estatais tiveram resultado positivo de R$ 314 milhões em novembro.
De janeiro a novembro, o setor público já
acumula um déficit primário de R$ 85,1 bilhões, também o maior da história. Em
2015, o déficit foi de R$ 39,5 bilhões no mesmo período. A meta para o ano,
conforme aprovada pelo Congresso Nacional na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), é de R$ 163,9 bilhões negativos.
Com o resultado, a dívida bruta do Brasil subiu
um ponto percentual em novembro frente a outubro, chegando a 70,5% do PIB
(Produto Interno Bruto).
Edição: Augusto Queiroz
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Em outubro/16 o déficit primário no acumulado de 12 meses caiu para R$ 137 bilhões.
Impulsionado pelo programa de regularização de ativos no exterior, também
conhecido como repatriação, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência
Social e Banco Central) obteve em outubro o maior superávit primário mensal da
história. No mês passado, o resultado ficou positivo em R$ 40,814 bilhões,
superando o recorde de R$ 28,970 bilhões registrado em novembro de 2013.
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da
dívida pública. O resultado positivo de outubro reduziu para R$ 55,821 bilhões
o déficit primário (resultado negativo antes do pagamento de juros) nos dez
primeiros meses do ano. Mesmo com a melhoria nas contas públicas, o déficit
primário continua a ser o maior registrado para o período desde o início da
série histórica, em 1997. De janeiro a outubro de 2015, o déficit primário
estava em R$ 32,929 bilhões.
No acumulado de 12 meses, o déficit caiu para R$ 137,633 bilhões,
voltando a ficar abaixo da meta estipulada para este ano de resultado negativo
de R$ 170,5 bilhões. Em agosto e setembro, o déficit acumulado em 12 meses
tinha superado a meta para 2016.
De acordo com o Tesouro Nacional, o principal motivo para o superávit
primário recorde em outubro foi a repatriação de recursos. Responsável pela
arrecadação de R$ 46,823 bilhões de abril a outubro, o programa arrecadou R$
45,069 bilhões apenas no mês passado. Desse total, R$ 11 bilhões de Imposto de
Renda foram repartidos com estados, municípios e fundos regionais nos últimos
sete meses, dos quais R$ 9,783 bilhões somente em outubro.
A conta não inclui a divisão da multa da repatriação, que será
distribuída aos estados após um acordo fechado esta
semana entre a União e os governadores. Em troca da adoção de
um programa de ajuste fiscal nos estados e no Distrito Federal, as unidades da
Federação poderão receber cerca de R$ 5 bilhões das multas. Segundo o ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, o repasse pode ser feito antes do fim do ano.
Mesmo com os recursos da repatriação, a arrecadação continua em queda por
causa da crise econômica. De janeiro a outubro, as receitas líquidas acumulam
queda de 2,1%, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), em relação ao mesmo período do ano passado.
Pressionadas pelos gastos obrigatórios, as despesas totais ficaram
estáveis e subiram apenas 0,1% acima do IPCA nos dez primeiros meses do ano.
Apenas em outubro, no entanto, os gastos caíram 15,5%, descontado o IPCA em
relação a outubro do ano passado por causa do adiantamento do 13° salário a
aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os gastos com a Previdência Social subiram 6,5% além da inflação nos dez
primeiros meses do ano. As demais despesas obrigatórias, no entanto, caíram
2,1% descontando a inflação, enquanto os gastos com o funcionalismo público
acumulam queda real (considerando o IPCA) de 2,4%. Os gastos discricionários
(não obrigatórios) caíram 6,8%, descontado o IPCA. As despesas de custeio
(gasto com a manutenção da máquina pública) caíram 8% de janeiro a setembro.
Os investimentos – gastos com obras públicas e compra de equipamentos –
somaram R$ 41,336 bilhões no acumulado do ano, recuo de 17,4% também
considerando a inflação oficial. Os investimentos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) totalizaram R$ 28,941 bilhões, queda de 18,8% descontada a
inflação.
Os investimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida somaram R$ 5,275
bilhões, retração real de 57,5%. A queda deve-se principalmente à autorização
para que a construção dos imóveis para a população de baixa renda seja
financiada com recursos do FGTS, que passou a valer neste ano e diminuiu o uso
de recursos do Orçamento no programa habitacional.
Edição: Amanda Cieglinski
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Brasil: Dívida Bruta do Governo Geral alcançou R$ 4.329,7 bilhões em setembro (70,7% do PIB).
I - Resultados
fiscais
O setor público consolidado registrou deficit primário de R$26,6 bilhões em setembro. O Governo Central e os governos regionais apresentaram deficits primários de R$26,5 bilhões e R$298 milhões, respectivamente, enquanto as empresas estatais registraram superavit primário de R$154 milhões.
No ano, o deficit primário acumulado foi de R$85,5 bilhões, ante deficit de R$8,4 bilhões no mesmo período de 2015. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$188,3 bilhões (3,08% do PIB), elevando-se 0,3 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Os juros nominais apropriados por competência alcançaram R$40,5 bilhões em setembro, mantendo-se próximo ao valor observado em agosto (R$40,7 bilhões). Houve, por um lado, ganho menor nas operações de swap cambial no mês (R$1,1 bilhão comparativamente a R$4,3 bilhões em agosto) e, em sentido contrário, redução no volume de juros apropriados em decorrência do menor número de dias úteis em setembro. No acumulado no ano, os juros nominais totalizaram R$295 bilhões, ante R$408,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais atingiram R$388,5 bilhões (6,35% do PIB), reduzindo-se 0,52 p.p. do PIB em relação ao observado em agosto.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$67,1 bilhões em setembro. No ano, o deficit nominal totalizou R$380,5 bilhões, comparativamente a deficit de R$416,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado em doze meses, o deficit nominal alcançou R$576,8 bilhões (9,42% do PIB), reduzindo-se 0,22 p.p. do PIB em relação ao valor registrado em agosto.
O deficit nominal do mês foi financiado mediante expansões de R$52,8 bilhões na dívida mobiliária, de R$11,5 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, de R$2,7 bilhões na dívida bancária líquida, e de R$136 milhões no financiamento externo líquido.
II - Dívida mobiliária federal
A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.920,9 bilhões (47,7% do PIB) em setembro, registrando acréscimo de R$90,7 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$62,1 bilhões e incorporação de juros de R$28,6 bilhões.
Destacaram-se as emissões líquidas de R$45,1 bilhões em LTN, de R$10 bilhões em NTN-B, de R$3,7 bilhões em LFT e de R$3,5 bilhões em NTN-F.
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a agosto: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,4%; a dos títulos vinculados à taxa Selic passou de 20% para 20,1%; a dos títulos prefixados elevou-se de 27,5% para 28,6%, pelas emissões líquidos de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços aumentou de 24% para 24,1%, pelas emissões líquidas de NTN-B. A participação das operações compromissadas reduziu-se de 27,9% para 26,5%, apresentando compras líquidas de R$50,3 bilhões.
Em setembro, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$110,9 bilhões, 3,8% do total, com vencimento em 2016; R$408,2 bilhões, 14% do total, com vencimento em 2017; e R$2.401,9 bilhões, 82,2% do total, vencendo a partir de janeiro de 2018.
No final de setembro a exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$107,5 bilhões. O resultado dessas operações no mês (diferença entre a rentabilidade dos Depósitos Interfinanceiros e a variação cambial mais cupom) foi favorável ao Banco Central em R$1,1 bilhão.
III - Dívida líquida do setor público
A dívida líquida do setor público alcançou R$2.699,9 bilhões (44,1% do PIB) em setembro, elevando-se 0,8 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
No ano, houve elevação de 7,9 p.p. na relação DLSP/PIB, decorrente do impacto da incorporação de juros (+4,8 p.p.), da valorização cambial de 16,9% no período (+3,3 p.p.), do deficit primário (+1,4 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,3 p.p.), e do ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (-0,3 p.p.).
A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$4.329,7 bilhões em setembro (70,7% do PIB), elevando-se 0,6 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
O setor público consolidado registrou deficit primário de R$26,6 bilhões em setembro. O Governo Central e os governos regionais apresentaram deficits primários de R$26,5 bilhões e R$298 milhões, respectivamente, enquanto as empresas estatais registraram superavit primário de R$154 milhões.
No ano, o deficit primário acumulado foi de R$85,5 bilhões, ante deficit de R$8,4 bilhões no mesmo período de 2015. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$188,3 bilhões (3,08% do PIB), elevando-se 0,3 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Os juros nominais apropriados por competência alcançaram R$40,5 bilhões em setembro, mantendo-se próximo ao valor observado em agosto (R$40,7 bilhões). Houve, por um lado, ganho menor nas operações de swap cambial no mês (R$1,1 bilhão comparativamente a R$4,3 bilhões em agosto) e, em sentido contrário, redução no volume de juros apropriados em decorrência do menor número de dias úteis em setembro. No acumulado no ano, os juros nominais totalizaram R$295 bilhões, ante R$408,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais atingiram R$388,5 bilhões (6,35% do PIB), reduzindo-se 0,52 p.p. do PIB em relação ao observado em agosto.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$67,1 bilhões em setembro. No ano, o deficit nominal totalizou R$380,5 bilhões, comparativamente a deficit de R$416,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. No acumulado em doze meses, o deficit nominal alcançou R$576,8 bilhões (9,42% do PIB), reduzindo-se 0,22 p.p. do PIB em relação ao valor registrado em agosto.
O deficit nominal do mês foi financiado mediante expansões de R$52,8 bilhões na dívida mobiliária, de R$11,5 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, de R$2,7 bilhões na dívida bancária líquida, e de R$136 milhões no financiamento externo líquido.
II - Dívida mobiliária federal
A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.920,9 bilhões (47,7% do PIB) em setembro, registrando acréscimo de R$90,7 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$62,1 bilhões e incorporação de juros de R$28,6 bilhões.
Destacaram-se as emissões líquidas de R$45,1 bilhões em LTN, de R$10 bilhões em NTN-B, de R$3,7 bilhões em LFT e de R$3,5 bilhões em NTN-F.
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a agosto: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,4%; a dos títulos vinculados à taxa Selic passou de 20% para 20,1%; a dos títulos prefixados elevou-se de 27,5% para 28,6%, pelas emissões líquidos de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços aumentou de 24% para 24,1%, pelas emissões líquidas de NTN-B. A participação das operações compromissadas reduziu-se de 27,9% para 26,5%, apresentando compras líquidas de R$50,3 bilhões.
Em setembro, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$110,9 bilhões, 3,8% do total, com vencimento em 2016; R$408,2 bilhões, 14% do total, com vencimento em 2017; e R$2.401,9 bilhões, 82,2% do total, vencendo a partir de janeiro de 2018.
No final de setembro a exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$107,5 bilhões. O resultado dessas operações no mês (diferença entre a rentabilidade dos Depósitos Interfinanceiros e a variação cambial mais cupom) foi favorável ao Banco Central em R$1,1 bilhão.
III - Dívida líquida do setor público
A dívida líquida do setor público alcançou R$2.699,9 bilhões (44,1% do PIB) em setembro, elevando-se 0,8 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
No ano, houve elevação de 7,9 p.p. na relação DLSP/PIB, decorrente do impacto da incorporação de juros (+4,8 p.p.), da valorização cambial de 16,9% no período (+3,3 p.p.), do deficit primário (+1,4 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,3 p.p.), e do ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (-0,3 p.p.).
A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$4.329,7 bilhões em setembro (70,7% do PIB), elevando-se 0,6 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
https://www.bcb.gov.br/htms/notecon3-p.asp
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Setembro vermelho: déficit primário de R$ 25,3 bilhões.
Em setembro de 2016, o resultado primário do Governo Central, em termos
nominais, foi deficitário em R$ 25,3 bilhões, contra déficit de R$ 6,9
bilhões em setembro de 2015.
A composição e a evolução desses indicadores, bem como os fatores
que as influenciaram, podem ser conhecidos nos arquivos: Apresentação e Relatório.
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
domingo, 9 de outubro de 2016
Dívida Bruta do Setor Público: 80% em 2017? Sem teto, impagável?
Para reflexão e preocupação, de acordo com dados oficiais e estimativa do mercado, a Dívida Bruta do Setor Público brasileiro em percentual do PIB cresceu 41% no período de 2007 a 2017 (estimada dívida de 79% do PIB para 2017).
E a tendência é crescente se a gestão não for alterada!
E a moeda brasileira é o R$ e não o verde US$...
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
169 bilhões é o saldo devedor do governo nos últimos 12 meses!
O setor público
consolidado registrou deficit primário de R$ 22,3 bilhões em
agosto. O Governo Central e os governos regionais apresentaram deficits primários
de R$ 22,1 bilhões e R$ 653 milhões, respectivamente, enquanto as empresas
estatais registraram superavit primário de R$ 529 milhões.
No ano, o deficit primário acumulado foi de R$ 58,9 bilhões, ante deficit de R$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2015. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$ 169 bilhões (2,77% do PIB), elevando-se 0,23 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Os juros nominais apropriados por competência alcançaram R$ 40,7 bilhões em agosto, praticamente no mesmo patamar observado em julho. Observou-se, por um lado, ganho de R$ 4,3 bilhões nas operações de swap cambial no mês (comparativamente a perda de R$1,8 bilhão em julho) e, em sentido contrário, elevação no volume de juros apropriados em decorrência de um maior número de dias úteis em agosto. No acumulado no ano, os juros nominais totalizaram R$ 254,6 bilhões, ante R$ 338,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais atingiram R$ 418 bilhões (6,86% do PIB), reduzindo-se 0,19 p.p. do PIB em relação ao observado em julho.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 62,9 bilhões em agosto. No ano, o deficit nominal totalizou R$ 313,4 bilhões, comparativamente a deficit de R$ 339,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Já no acumulado em doze meses, o deficit nominal alcançou R$ 587 bilhões (9,64% do PIB), elevando-se 0,04 p.p. do PIB em relação ao valor registrado em junho.
O deficit nominal do mês foi financiado mediante expansões de R$ 50,6 bilhões na dívida mobiliária e de R$ 17,2 bilhões na dívida bancária líquida, compensadas, parcialmente, pela redução de R$ 4,8 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, e de R$ 138 milhões no financiamento externo líquido.No Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado estima inflação menor e melhora no PIB.
No ano, o deficit primário acumulado foi de R$ 58,9 bilhões, ante deficit de R$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2015. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$ 169 bilhões (2,77% do PIB), elevando-se 0,23 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
Os juros nominais apropriados por competência alcançaram R$ 40,7 bilhões em agosto, praticamente no mesmo patamar observado em julho. Observou-se, por um lado, ganho de R$ 4,3 bilhões nas operações de swap cambial no mês (comparativamente a perda de R$1,8 bilhão em julho) e, em sentido contrário, elevação no volume de juros apropriados em decorrência de um maior número de dias úteis em agosto. No acumulado no ano, os juros nominais totalizaram R$ 254,6 bilhões, ante R$ 338,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais atingiram R$ 418 bilhões (6,86% do PIB), reduzindo-se 0,19 p.p. do PIB em relação ao observado em julho.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 62,9 bilhões em agosto. No ano, o deficit nominal totalizou R$ 313,4 bilhões, comparativamente a deficit de R$ 339,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Já no acumulado em doze meses, o deficit nominal alcançou R$ 587 bilhões (9,64% do PIB), elevando-se 0,04 p.p. do PIB em relação ao valor registrado em junho.
O deficit nominal do mês foi financiado mediante expansões de R$ 50,6 bilhões na dívida mobiliária e de R$ 17,2 bilhões na dívida bancária líquida, compensadas, parcialmente, pela redução de R$ 4,8 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, e de R$ 138 milhões no financiamento externo líquido.No Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central, o mercado estima inflação menor e melhora no PIB.
terça-feira, 28 de junho de 2016
Com déficit de R$ 151 bilhões, um Brasil falido!
Enquanto os portais de agora apresentam o Resultado Primário do Governo Central com números divergentes, ficamos então com os dados da própria Secretaria do Tesouro Nacional:
Déficit de R$ 151,5 bilhões nos últimos doze meses a preços de maio de 2016, o que equivale a -2,42% do PIB.
Neste maio de 2016 o resultado foi deficitário em R$ 15 bilhões, o pior desde a série histórica com início em 1997.
Ou seja, o Brasil está falido!!!
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/06/1786494-deficit-do-governo-central-atinge-r-145-bi-em-12-meses-o-pior-ja-registrado.shtml
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,contas-do-governo-federal-tem-rombo-recorde-em-maio,10000059712
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/246449/Apresenta%C3%A7%C3%A3o+RTN_Mai2016.pdf/3375fa65-2006-432d-8f6f-bb2d703e0767
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Brasil: Dívida Bruta do Setor Público - 2007 - 2017: um número preocupante!
Com dados oficiais e estimativas do mercado, a Dívida Bruta do Setor Público, que contabiliza os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, chegará a R$ 5,5 trilhões em 2017. Trata-se de um número preocupante e que deve ser avaliado desde agora pelo Ministério da Fazenda visando retomar o controle das contas públicas.
É visível seu crescimento contínuo e em ritmo mais intenso após o ano de 2013. Um risco a ser avaliado com muita atenção por qualquer governo minimamente preocupado com o endividamento público, num país que já possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo.
É visível seu crescimento contínuo e em ritmo mais intenso após o ano de 2013. Um risco a ser avaliado com muita atenção por qualquer governo minimamente preocupado com o endividamento público, num país que já possui uma das mais altas cargas tributárias do mundo.
terça-feira, 3 de maio de 2016
Bacen - Nota para a Imprensa: Política Fiscal.
I - Resultados fiscais
O setor público consolidado registrou deficit primário de R$10,6 bilhões em março. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais apresentaram deficits respectivos de R$8,9 bilhões, R$893 milhões e R$806 milhões.
No ano, o deficit primário acumulado é de R$5,8 bilhões, ante superavit de R$19 bilhões no mesmo período de 2015. No acumulado em doze meses, registrou-se deficit primário de R$136 bilhões (2,28% do PIB), 0,18 p.p. do PIB superior ao observado em fevereiro.
Os juros nominais, apropriados por competência, registraram receita líquida de R$648 milhões em março, comparativamente a despesa líquida de R$29,8 bilhões em fevereiro. Contribuiu para essa trajetória o resultado favorável de R$42,7 bilhões das operações de swap cambial no mês. No acumulado no ano, os juros nominais somam R$85,4 bilhões, comparativamente a R$143,8 bilhões no mesmo período do ano anterior. Em doze meses, os juros nominais totalizaram R$443,3 bilhões (7,44% do PIB), reduzindo-se 1,2 p.p. do PIB em relação ao observado em fevereiro.
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$10 bilhões em março. No ano, o deficit nominal soma R$91,1 bilhões, comparativamente a deficit de R$124,8 bilhões no primeiro trimestre do ano anterior. No acumulado em doze meses, o deficit nominal alcançou R$579,3 bilhões (9,73% do PIB), reduzindo 1,02 p.p. do PIB em relação ao valor registrado em fevereiro.
O deficit nominal de março foi financiado mediante expansões de R$9,2 bilhões na dívida mobiliária, de R$5,7 bilhões na dívida bancária líquida e de R$3,9 bilhões no financiamento externo líquido, compensadas, parcialmente, pela redução R$8,9 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária.
II - Dívida mobiliária federal
A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.753,5 bilhões (46,2% do PIB) em março, registrando acréscimo de R$75,3 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu emissões líquidas de R$45 bilhões, decréscimo de R$2 bilhões em razão da apreciação cambial e incorporação de juros de R$32,3 bilhões.
Destacaram-se as emissões líquidas de R$23 bilhões em LTN, de R$10,3 bilhões em NTN-B, de R$8,1 bilhões em NTN-F e de R$3,9 bilhões em LFT.
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a fevereiro: a porcentagem dos títulos indexados ao câmbio permaneceu em 0,5%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 19,2% para 19,5%, devido a emissões líquidas de LFT; a dos títulos prefixados aumentou de 28% para 29,1%, pelas emissões líquidas de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços passou de 25,6% para 26,2%, pelas emissões líquidas de NTN-B. A participação das operações compromissadas reduziu-se de 26,4% para 24,5%, apresentando compras líquidas de R$78,9 bilhões.
Em março, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$410,3 bilhões, 14,9% do total, com vencimento em 2016; R$340,5 bilhões, 12,4% do total, com vencimento em 2017; e R$2.002,7 bilhões, 72,7% do total, vencendo a partir de janeiro de 2018.
No final de março a exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$368,4 bilhões. O resultado dessas operações no período (diferença entre a rentabilidade dos Depósitos Interfinanceiros e a variação cambial mais cupom) foi favorável ao Banco Central em R$42,7 bilhões.
III - Dívida líquida do setor público
A dívida líquida do setor público alcançou R$2.314,8 bilhões (38,9% do PIB) em março, elevando-se 2,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. A valorização cambial de 10,6% no mês respondeu por elevação de R$129,2 bilhões no estoque da DLSP.
No ano, a elevação de 2,7 p.p. na relação DLSP/PIB decorre da incorporação de juros (+1,4 p.p.), do deficit primário (0,1 p.p.), do impacto da valorização cambial de 8,9% no período (1,8 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-0,3 p.p.) e do ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (-0,3 p.p.).
A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$4.005,7 bilhões em março (67,3% do PIB), reduzindo-se 0,4 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
"Fiscal, a mãe de todas as ordens" - Delfim Netto.
Li hoje no no site do CORECON SP, mais um artigo do mestre Delfim Netto, escrito para o Valor Econômico em 19/11/2014.
O professor
Marcio Holland, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda,
coordenou, no dia 7, um magnífico Encontro de Política Fiscal na Fundação
Getulio Vargas de São Paulo. Com uma única e óbvia exceção, os participantes
são o "crème de la crème" dos especialistas nacionais e
internacionais sobre o assunto. O ilustre ministro Guido Mantega fez uma
cuidadosa e equilibrada exposição, na qual defendeu, com sóbria habilidade, a
política fiscal do governo.
Mas afinal,
o que é a política fiscal? Podemos repetir a síntese do professor R.A.Musgrave
("The Theory of Public Finance", 1959) que sugeriu que ela consiste
na intervenção deliberada do poder incumbente sobre a receita e a despesa
públicas para cumprir alguns papéis que dele se espera: 1) de alocador de
recursos para suprir os bens públicos (justiça, saúde, educação,
infraestrutura, pesquisas etc.) que se acomodam muito mal nas condições que
tornam eficiente a sua oferta pelo mercado; 2) de redistribuidor de recursos no
espaço social para reduzir as desigualdades e atender às necessidades básicas
dos menos favorecidos e, redistribuir no tempo, para a seguridade social; e 3)
de estabilizador da conjuntura, com a manobra de aumentar ou diminuir receita e
a despesa públicas para amortecer as flutuações ínsitas no sistema capitalista.
Essa
descrição, tão "certinha", contrasta fortemente com as dificuldades e
incertezas que cercam a sua execução: a existência de defasagens na resposta
aos estímulos, o uso de conceitos não mensuráveis como o produto potencial, o
estabelecimento de prioridades (análise custo/benefício), da taxa de desconto
social, do custo de oportunidade etc.
É evidente
que o papel do poder incumbente não se esgota aí. Ele ainda: 1) tem - através
de instituições adequadas - que garantir o bom funcionamento dos mercados que
controlam a alocação dos fatores de produção privados e que produzem os bens e
serviços para atender à demanda dos consumidores; e 2) deve ter a capacidade de
regulá-los para evitar a concentração e estimular a competição.
Quando
convenientemente conduzida, a política fiscal: 1) "garante" a
relativa estabilidade da atividade econômica e do emprego, fundamentais para a
coesão social; 2) dá credibilidade ao ajuste "mais fino" da política
monetária que, com pequenas manobras da taxa de juro real de longo prazo,
compatibiliza a soma da demanda privada com a demanda pública para manter a
taxa de inflação baixa e relativamente estável; 3) por sua vez,
"credibilidade" e "previsibilidade" tornam possível uma
política salarial capaz de manter o desejável aumento do salário real sem
pressões marginais sobre a taxa de inflação; e 4) propicia uma relativa
estabilidade da taxa de câmbio real, fundamental para determinar o nível de
atividade, oferecendo um "buffer" de recursos para minorar os
excessos das flutuações idiossincráticas.
Por essa
rápida descrição deve ficar claro que o equilíbrio fiscal é o maestro que
comanda a política monetária, salarial e a cambial. A ordem fiscal é a mãe de
todas as ordens! É por isso que um Estado forte, constitucionalmente
controlado, capaz de regular o funcionamento dos mercados e implementar uma
política fiscal adequada - 1) pequeno déficit fiscal/PIB e 2) relação dívida
bruta/PIB relativamente constante e em nível apropriado para garantir espaço
para as manobras anti e pró-cíclicas -, é condição necessária, ainda que não
suficiente, para a promoção do desenvolvimento social e econômico sustentável
com equilíbrio interno (aumento harmonioso entre a igualdade de oportunidade e
o investimento) e externo (relativo equilíbrio do balanço em conta corrente
durante o ciclo).
Por motivos
internos e externos, estamos hoje muito longe dessa configuração. No quadriênio
2011-2014, em parte pela perda do "bônus" externo, apresentamos: 1)
um crescimento do PIB per capita de 0,6% ao ano; 2) uma taxa de inflação que
namorou o nível superior da margem de tolerância da meta; 3) uma significativa deterioração
da situação fiscal com déficit nominal de 5% do PIB e clara tendência de
aumento da relação dívida bruta/PIB. Parte disso se explica pela estagnação do
PIB, mas é preciso insistir que ela não parece ser apenas cíclica, tem uma
componente estrutural. Por fim, 4) acumulamos um déficit em conta corrente de
US$ 270 bilhões, devido à tragédia imposta ao setor industrial. O resultado
positivo do período - que não é pouca coisa -, é que se manteve o nível de
emprego.
A situação é
muito desconfortável. Não estamos à beira do fim do mundo, mas é imperioso
corrigi-la com a devida urgência. Isso exige um novo diagnóstico, ajustado às
novas condições internas e externas e envolverá mudanças na política
macroeconômica e, ainda mais, na micro, para encurtar a distância entre o
governo e o setor privado produtivo.
Dilma
recebeu das urnas um "voto de confiança". Esse é o fato fundamental
incontornável. Supera todas as opiniões, mesmo as que se pensam
"científicas"... Por que não dar-lhe, então, algum tempo para que
apresente um bom programa de política fiscal?
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
A conta de luz e a baderna fiscal.
Editorial do "O
Estado de S. Paulo" e a piora nas contas públicas.
A
redução da conta de luz, um dos truques do governo para maquiar as pressões
inflacionárias, poderá custar ao Tesouro Nacional R$ 17 bilhões, segundo
cálculo da consultoria PSR, de Mário Veiga, um respeitado especialista em
energia.
Se
o cálculo estiver correto, o governo terá de gastar com essa política o dobro
do estimado no começo do ano, de acordo com reportagem publicada no Estado na
sexta-feira passada. Relatório distribuído pela consultoria a seus clientes
apontou falhas importantes nas projeções oficiais: faltou acrescentar o custo
adicional das térmicas, ligadas mais tempo do que o normal, e o aumento de
preço da eletricidade comprada pelas distribuidoras. Esse documento é mais um
de uma série de más notícias sobre as condições reais das contas públicas.
Bastaria
esse gasto a mais com a política da conta de luz para neutralizar quase toda a
economia de R$ 10 bilhões anunciada na última revisão bimestral do Orçamento. A
maior parte dessa economia será provavelmente um corte de vento, mas está
incluída nas novas estimativas do resultado fiscal.
Essas
estimativas já haviam sido prejudicadas, logo depois do anúncio, pela decisão
da presidente Dilma Rousseff de liberar R$ 6 bilhões para emendas de senadores
e deputados ao Orçamento-Geral da União (OGU).
Essa
liberação é parte do costumeiro toma lá dá cá entre o Executivo e a base
aliada, uma barganha para obtenção de apoio em votações importantes para o
Palácio do Planalto.
Ninguém
deveria criminalizar as emendas, disse recentemente secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho. Mas não se trata de criminalizar. As emendas,
geralmente usadas para atender a interesses eleitorais dos parlamentares,
independem de objetivos próprios da administração federal Na prática, são uma
forma de apropriação de recursos para fins privados.
Apesar
da prometida liberação de verbas, a base abandonou o governo em duas questões
importantes: a destinação dos royalties do petróleo e a proposta de emenda
constitucional para adoção do orçamento impositivo, aprovada há poucos dias na
Câmara.
Se
esse projeto for sacramentado nas duas Casas do Parlamento, a presidente Dilma
Rousseff poderá, como último recurso, tentar derrubá-lo na Justiça, mas
enfrentará resistência política e precisará arregimentar mais forças. Se a
emenda entrar em vigor, o Tesouro será forçado, provavelmente já no próximo
ano, a soltar mais dinheiro para as emendas. Isso resultará em mais
pulverização e mais desperdício de verbas e, naturalmente, em piora das contas
públicas.
A
iniciativa dos parlamentares, nesse caso, é apenas uma contribuição adicional à
demolição das contas fiscais. Sem essa ajuda, o Executivo já tem feito mais que
o suficiente para bagunçar a política orçamentária e enterrar todo compromisso
com a disciplina fiscal.
Democraticamente,
a presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica têm procurado abrir espaço para
também os governos estaduais e municipais participarem da farra. A ampliação de
limites de endividamento é uma eficiente forma de inclusão nessa festa, mas é
também uma forma de afrouxar as normas da gestão pública.
Autoridades
têm exibido, no entanto, pouca preocupação com essas normas, apesar de alguma
encenação, como a proposta, formulada pela presidente, de um pacto de
responsabilidade fiscal. Não há como levar a sério essa proposta, quando se
considera a prática efetiva.
Até
o fim do ano haverá ocasiões para novos golpes contra as finanças públicas. O
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Luciano Coutinho, anunciou negociações para obter mais dinheiro do Tesouro.
Essa ajuda, segundo informação extraoficial, poderá ficar entre R$ 20 bilhões e
R$ 30 bilhões. Para isso, o Tesouro emitirá títulos e aumentará sua dívida.
O
mercado anotará o desmando, mas o governo continuará agindo como se nada
importante houvesse ocorrido. Em breve, a Lei de Responsabilidade Fiscal será
menos seguida que o Código de Hamurabi.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Análise das contas públicas.
ÍTALO MARTINS, pesquisador do Centro
de Conjuntura e Política Econômica da Unicamp e PEDRO ROSSI, professor
do Instituto de Economia da Unicamp, analisaram a atual situação da política
fiscal para a FOLHA DE S. PAULO.
Os números recentes da
arrecadação federal devem ser compreendidos no âmbito de uma mudança do papel
da política fiscal como instrumento de política econômica.
Esta passou a ter três frentes de atuação.
A primeira segue a
concepção keynesiana,
que atribui à política fiscal o papel de afetar a demanda agregada no curto
prazo de forma anticíclica.
Desde a crise de 2008, o governo brasileiro
tem feito uso anticíclico da política fiscal principalmente por meio de
desonerações de setores estratégicos, como o setor automobilístico e o da linha
branca.
O objetivo, nesse caso, é estimular a demanda
nesses setores, que possuem encadeamentos produtivos importantes, e, com isso,
promover o crescimento econômico.
A outra frente de atuação
da política fiscal tem o intuito de fomentar a competitividade da indústria
brasileira
e se expressa nas medidas de desonerações da folha de pagamento de vários setores
industriais e aquelas associadas ao Plano Brasil Maior.
Nesse contexto, a política fiscal é utilizada
como instrumento de política industrial, com o objetivo de atenuar a perda de
competitividade recente da indústria brasileira, decorrente, entre outras
coisas, do longo período de câmbio apreciado.
Assim, não se pode caracterizar tal política
como meramente anticíclica, mas uma política de cunho estrutural, que se
utiliza da política tributária com objetivos de médio e longo prazo.
Por fim, a
terceira frente de atuação da política fiscal consiste nas desonerações em
setores estratégicos, não para estimular demanda, mas com a finalidade
de atenuar a pressão inflacionária e, assim, dar suporte à política monetária.
Entre os exemplos recentes, está a redução de
tributos da cesta básica.
Nos três casos tratados, o
instrumento fiscal utilizado foi a redução de tributos, redução essa que se
desdobrou como queda de arrecadação nesse trimestre.
Apesar disso, a continuidade dessa nova
política fiscal, mais flexível e abrangente, pode ser assegurada com a retomada
do crescimento econômico.
domingo, 31 de março de 2013
Deficit é mais um sinal de alerta na política fiscal.
Em recente artigo na FOLHA,
ROGÉRIO MORI, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas (FGV/EESP), analisa a atual política fiscal.
Cada
vez mais a política econômica do governo parece perder consistência do ponto de
vista macroeconômico e se perder em meandros, carecendo de um foco mais claro.
Até
poucos anos atrás, a política macroeconômica brasileira era pautada por um
sólido regime de metas para inflação, tendo como pilares o ajuste das contas
públicas e um regime de taxa de câmbio flutuante. Não sem razão, os fundamentos da
economia brasileira foram bem avaliados internacionalmente.
A recente realidade
dos fatos mostra que esse tripé tem se esfacelado gradualmente.
A política monetária
não tem mais reagido de forma coerente com os desvios da inflação em relação à
meta estabelecida.
As recorrentes altas
das projeções de inflação para 2013 têm feito o Banco Central dar sinais mais
concretos de um aperto monetário coerente com a convergência da inflação de
volta para o centro da meta.
Nem a recente
desoneração de produtos da cesta básica trouxe o esperado alívio no ritmo da
alta dos preços, e a trajetória dinâmica inflacionária segue inalterada.
O
resultado das contas do governo central de fevereiro representa mais um sinal
de alerta para mais um tripé que vai se esfarelando aos poucos, o da política
fiscal.
O
surpreendente deficit de R$ 6,4 bilhões em fevereiro ficou bem acima do que era
esperado para o período.
Uma análise
simplista dos fatos poderia dizer que esse é um evento pontual e não indica
maiores razões para preocupações. No entanto, uma avaliação sob um espectro
mais amplo revela que esse é mais um ponto em um quadro de deterioração fiscal
que vem se desenhando há algum tempo no país.
Nesse contexto,
ainda estão vívidas na memória de todos as manobras fiscais realizadas pelo
governo no final do ano passado para fechar suas contas de forma um pouco mais
positiva.
Ainda no campo
fiscal, deve se considerar que a atividade econômica tem se recuperado de
maneira lenta, o que tem impactado negativamente a arrecadação neste ano. Por
fim, a já mencionada desoneração de itens da cesta básica também terá custos
para os cofres públicos.
O
somatório desses elementos revela um quadro fiscal preocupante em 2013. Será
este mais um pilar da política econômica que se vai?
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Indefinição da política fiscal turva a trajetória dos juros.
Editorial do Valor Valor Econômico de hoje vai de juros a política fiscal.
Em uma de suas decisões mais
antecipadas, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou quarta-feira o
corte de meio ponto na taxa básica de juros (Selic) para 10,50% ao ano. A como
sempre sintética nota emitida pelo Copom após a reunião indica novos cortes
pela frente. Até aí, nenhuma novidade. A dúvida é até onde chegará a tesoura do
Copom.
Foi o quarto corte consecutivo de meio
ponto da taxa Selic, acumulando dois pontos de redução desde a histórica
reunião do fim de julho, quando o Copom inverteu a trajetória dos juros.
Naquele momento, o Copom surpreendeu o mercado com a avaliação de que haveria
uma significativa piora na crise da zona do euro, com impacto forte na economia
brasileira.
A realidade mostrou que, infelizmente, o
Copom tinha razão e o mundo viveu um dos piores semestres da história. A
avaliação de que o cenário externo ainda é hostil permanece, como indica a nota
divulgada na noite da quarta-feira: "O Copom entende que, ao
tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais
restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o
cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
Mas já há tênues sinais de mudança no
cenário doméstico e internacional, que vão influenciar as decisões futuras do
Copom. No exterior, a economia americana parece começar a reagir, embora à
custa das volumosas injeções de dinheiro do Federal Reserve (Fed, o banco
central americano), a ponto de causar a melhora no nível de emprego pela
primeira vez em muito tempo. Os dados mais recentes da economia chinesa afastam
o risco da temida desaceleração brusca, embora ainda sejam frágeis; e a Europa
parece ter conseguido represar os riscos com as operações do Banco Central
Europeu (BCE), dando tempo para os países mais problemáticos executarem seus
programas de ajuste fiscal.
No front doméstico, outubro parece ter
sido o fundo do poço da economia. O Índice de Atividade Econômica do Banco
Central (IBC-Br), que antecipa os resultados do Produto Interno Bruto (PIB),
surpreendeu com o crescimento de 1,15% em novembro, na série com ajuste
sazonal. Foi o primeiro resultado positivo após três meses de quedas
consecutivas e o maior em 19 meses. A sinalização do IBC-Br é que a economia
brasileira começou a reagir em novembro, mesmo que moderadamente, processo que
deve ter continuado em dezembro, a julgar pelos dados de produção industrial e
do varejo. Neste ano, o nível de atividade contará com o impulso do aumento de
14,1% do salário mínimo e da redução do IPI para os produtos da linha branca,
além da provável redução do IOF do crédito. Já a inflação mostra sinais de que
vai se acomodar entre 5% a 5,5% neste ano.
O quadro todo coloca o prumo da balança
na política fiscal. Cumprir a meta fiscal é política defendida pelo Banco
Central e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e considerada fundamental
para que os juros mantenham a trajetória de queda. O superávit primário cheio
previsto pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para este ano é de R$ 139,8
bilhões, ou 3% do PIB.
Até fevereiro o governo deve definir os
cortes orçamentários necessários para atingir essa meta, tarefa que será
dificultada pela perspectiva de redução da arrecadação neste ano. Fala-se em
diminuir as despesas em R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões, esforço maior do que o
feito em 2011, quando foram cortados R$ 24 bilhões, principalmente em
investimentos.
É isso que alguns setores do governo não
querem repetir neste ano. A questão que se discute nos círculos mais íntimos do
governo é como equilibrar o cumprimento do superávit primário fiscal com o
desejável crescimento da economia. A presidente Dilma gostaria que a economia
crescesse 4% a 5% neste ano, acima dos 3% a 3,5% previstos pelo mercado,
considerando as condições atuais. Para estimular o nível de atividades, o
Planalto quer enfatizar os investimentos especialmente em infraestrutura, como
em portos, aeroportos e rodovias, que inclusive estimulam a iniciativa privada.
O governo poderia ainda usar a prerrogativa prevista em lei de descontar da
meta os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
de cerca de R$ 42 bilhões, o que não é visto com bons olhos por todos. Mais do
que nunca, a trajetória dos juros está atrelada à política fiscal.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
A resistência da política fiscal capenga.
Felipe Salto é economista pela EESP/FGV-SP, mestrando em administração pública e governo pela EAESP/FGV-SP, cofundador do Instituto Tellus e especialista em finanças públicas da Tendências Consultoria. E tem um excelente blog: blogdosalto.blogspot.com. Hoje no VALOR ECONÔMICO.
O
cumprimento da meta de superávit primário em 2011 não é uma surpresa, mas uma
confirmação de expectativas formadas há algum tempo. O desafio do governo é
outro. As autoridades precisam mostrar de que forma se dará o enfrentamento das
pressões contratadas para 2012. Até agora, a única estratégia oficial foi o
ajuste fiscal de curto prazo, que deu fôlego ao governo para ostentar
importante austeridade, ao longo do ano corrente, refletida em um superávit
primário robusto, como se tem observado até agosto. Contudo, este tempo não foi
utilizado para a concepção de novas regras para o comportamento da despesa no
médio prazo.
Como
se sabe, não há ajuste por "geração espontânea", tampouco há
disposição política, neste momento, para mais um ano de forte contingenciamento
de gastos, com queda real de investimentos, como vem ocorrendo até agosto
(queda de 5,9% ante o acumulado no ano até agosto de 2010). Sendo assim,
dificilmente o governo cumprirá a meta fiscal de 2012. Um cenário de recriação
de tributos e outras surpresas nas receitas poderiam alterar esta percepção,
mas seria um ajuste de qualidade ruim, com nova redução da renda disponível da
sociedade e aumento da carga tributária.
É
verdade que o cumprimento da meta, neste ano, após o uso indiscriminado de
mecanismos contábeis para contornar o sistema de metas fiscais (2009 e 2010),
será muito importante. E este ajuste traz consigo um custo político, uma vez
que no curto prazo as despesas que mais costumam sofrer são os investimentos,
pela natureza rígida do orçamento, e os gastos sociais ou previdenciários (o
caso do mínimo é emblemático), em que é possível postergar reajustes.
Limitar
aumento real do gasto no máximo em 50% da elevação prevista do PIB seria uma
medida concreta
É
aceitável que, em um ano, que os investimentos e as postergações de toda ordem
paguem a conta do ajuste. No médio prazo, por outro lado, espera-se que medidas
mais estruturais passem a balizar uma política menos emergencial. Para isso, no
entanto, precisariam ter sido concebidas justamente no período em que o governo
ganhou fôlego para fazer isso.
Essa
ausência de uma estratégia para equacionar as pressões fiscais esperadas para o
próximo ano (legítimas, isto é, frutos de decisões de governo) torna razoável
nossa estimativa de 2,2% do PIB para o superávit primário do setor público em
2012 (abaixo da meta de 3,1% do PIB). Os gastos previstos no orçamento federal
não são compatíveis com o crescimento estimado para a receita líquida do
governo, que tende a desacelerar, em relação a 2011, movimento a ser
impulsionado pelas renúncias fiscais de cerca de R$ 27,3 bilhões do programa
"Brasil Maior".
Mesmo
nesse cenário, o Banco Central segue usando como premissa para suas análises o
cumprimento da meta de 3,1% do PIB no ano que vem. Isso só poderia se
concretizar com a obtenção de novas receitas, via aumento de impostos e/ou
recriação de tributos. Vale mencionar que a saída de recriar a CPMF, por
exemplo, sob o nome de Contribuição Social para a Saúde (CSS), só traria uma
receita elevada para o governo se ressurgisse já com uma alíquota elevada, de
pelo menos 0,38%.
Assim,
só haverá cumprimento de metas, em 2012, com um aumento importante de receitas.
A estratégia ideal, que mais uma vez foi negligenciada pelo governo, seria
aprimorar a qualidade do gasto público. Na prática, fixar um limite para o
crescimento real do gasto corrente (em especial, do gasto com pessoal) que
ficasse limitado a um crescimento de no máximo 50% do crescimento previsto para
o PIB seria uma medida concreta. O projeto de lei do Senado nº 611, de 2007,
trata deste assunto e, apesar de ter sido aprovado e seguido à Câmara,
encontra-se fora do regime de urgência.
Como,
então, o governo pode garantir o cumprimento da meta, como vem sinalizando?
Recriará a CPMF? A hipótese de contenção de gastos parece pouco provável, pelos
custos que uma estratégia de contenção brusca de dispêndios poderia acarretar,
dado que não houve planejamento. Resta saber se a hipótese de expandir a carga
tributária será levada adiante. As declarações da presidente, que chegou a
sugerir que a própria sociedade perceberá a necessidade de novas receitas para
a saúde, levam a crer que este é um cenário com probabilidade não desprezível.
Contudo, acreditamos que o ajuste no esforço primário seja a hipótese mais
provável.
O
relevante é que as condições fiscais atuais não permitem o cumprimento da meta
fiscal cheia, como é chamada a meta sem abatimentos dos gastos do PAC (0,6% do
PIB, desta vez, segundo Projeto de Lei Orçamentária Anual - PLOA 2012),
tampouco da meta "descontada".
O
mais provável, depois do ajuste de curto prazo promovido em 2011, é a volta da
política fiscal expansionista, pautada no avanço de despesas sem priorização e
controle, em prejuízo do avanço dos investimentos. Não se trata, como no
passado, de um problema de solvência fiscal, mas, sim, de qualidade da despesa
pública. De que maneira um país pode avançar sem fomentar os investimentos e
expandir sua poupança? É razoável seguir com um nível de 18% a 19% de formação
bruta de capital fixo e uma carga tributária de 33% a 34% do PIB?
O
pano de fundo é exatamente o mesmo: a resistência da política fiscal capenga,
que sustenta um padrão necessariamente elevado de juros e de baixo
investimento.
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