Leio no UOL repercussão de matéria publicada
nesta semana na THE ECONOMIST.
Em clima de Olimpíadas, a revista britânica
The Economist diz que o desempenho econômico recorde de alguns países
emergentes na última década teria sido "à base de anabolizantes".
O artigo, publicado na edição desta
sexta-feira (20) e intitulado "A Grande Desaceleração", faz uma
analogia com o atletismo, dizendo que, diante do crescimento econômico dos
Brics, os países emergentes se notabilizaram como "os melhores velocistas
do mundo".
Segundo a revista, a China "mal
notou" as séries crises que fizeram "derrapar" os Estados Unidos
e depois a Europa.
"Outras grandes nações desenvolvidas
pausaram para respirar brevemente. Investidores apostaram pesado no crescimento
rápido em mercados emergentes, enquanto líderes, de Pequim a Brasília, pregavam
ao mundo as virtudes de seus modelos econômicos centrados no estado", diz
a revista.
Os recentes desempenhos decepcionantes de
China e Índia são sinais de que os "velocistas" da economia mundial
começaram a "ofegar". "O Brasil virtualmente estagnou", diz
a revista.
É nesse contexto, fazendo um retrospecto do
bom momento vivido pelos emergentes antes da nova realidade, que a revista faz
a analogia com o uso de drogas que melhoram o desempenho esportivo.
"Uma dessas drogas foi o apetite da
China por matérias-primas, que criou uma explosão que sobrecarregou muitos
mercados emergentes", diz o artigo.
No caso brasileiro, a droga usada teria sido
"a oferta doméstica de crédito", realizada em grande parte pelos
bancos estatais. A revista lembra que em 2010, o país foi forçado a reverter a
política e aumentar os juros.
A publicação lamenta que a crise no mundo
financeiro tenha sido interpretada como uma razão para manter um papel mais forte
do estado: "No Brasil a empresa estatal petrolífera, Petrobras, e os
bancos estatais têm se tornado subordinados às políticas governamentais".
"Ter tamanha influência sobre a economia
é realmente útil durante a crise, mas em 'corridas longas' vai sufocar a
concorrência, secar o capital do setor privado, deter o investimento
estrangeiro e o novo, e alimentar a corrupção", defende o artigo.
A Economist ainda aconselha uma manutenção da
disciplina macroeconômica e o retorno às reformas microeconômicas como uma
preparação para a "maratona", numa perspectiva de longo prazo.
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