Em recente evento
no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff disse que “nós estamos
diante da possibilidade de dar o grande salto na qualidade da inovação e da
ciência no nosso país. Sem ciência, tecnologia e inovação, nós não seremos
essa nação desenvolvida, e esse país que sepultou em definitivo a pobreza
extrema e a pobreza”.
Também nesta semana que finda, a presidente destacou durante evento que
“o Brasil vira uma página decisiva na nossa longa história de exclusão
social. Nessa página está escrito que mais 2,5 milhões brasileiras e
brasileiros estão deixando a extrema pobreza”.
Hoje, em Abuja, na Nigéria, afirmou que “nós
queremos uma parceria em igualdade de condição, uma parceria que leve ao
desenvolvimento e a melhoria de vida. Tem alguma coisa que nós podemos dar e, é
claro, além de todas que eu falei na área de energia, do etanol. Sabe qual é? Tecnologia
social. Nós sabemos como se tira a sua população da pobreza extrema. Nisso, o
Brasil é imbatível. E isso eles querem, todos querem”.
É fato que após
1994, com o fim da hiperinflação, o Brasil iniciou um novo ciclo em sua
economia, o que vem resultando, acredito, na maior inclusão social da história.
O forte crescimento da classe média resulta em, por exemplo, que em janeiro
passado os gastos de brasileiros em viagem ao exterior foram de US$ 2,293
bilhões, o maior resultado registrado pelo Banco Central na série histórica
iniciada em 1947. No entanto, o endividamento das famílias bate recordes históricos
e a inflação, sempre ela, há muito tempo esqueceu a meta de 4,5% ao ano.
Isso posto, gostaria
de crer que realmente o Brasil virou a página da exclusão social, mas a
realidade social ainda permite visualizar inúmeras situações de pobreza e, pior
ainda, de desigualdade econômica, o que faz o Brasil continuar sendo um dos países
mais desiguais do mundo. Como não existe almoço grátis, a conta da gestão pública
será cobrada em algum momento. E, então, todo o esforço que vem sendo realizado
pelo governo visando à inclusão social poderá resultar num retrocesso que a
sociedade brasileira não deve aceitar.
Neste momento a gestão econômica deve
ser inflexível na manutenção da flutuação cambial, no cumprimento da meta de
inflação e na responsabilidade fiscal. Com o dever de casa sendo realizado acredito
que realmente o Brasil poderá acabar com a pobreza. Enquanto isso, penso que ainda
é cedo para exportar a nossa “tecnologia social”, mas muito tarde
para fazer da educação a base para o verdadeiro desenvolvimento do país.
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