Recentemente li no VALOR ECONÔMICO uma excelente matéria sobre LIVROS que devem estar na biblioteca básica de gestores. E do que li, constam grandes mestres da nossa Economia.
A
presença de peso de John Maynard Keynes na biblioteca básica dos gestores também
é um sintoma do interesse pelas crises. Como autor ou tema, o economista inglês
aparece na lista de dois gestores, com três obras. "O mundo em que estamos
vivendo hoje é muito keynesiano", afirma Luiz Carlos Mendonça de Barros,
diretor-estrategista da Quest Investimentos. A crise americana, considera, se
encaixa bem nesse arcabouço teórico. "Um período de boom leva a uma série
de exageros dentro do próprio sistema, vinculados à ganância e à especulação,
que acabam criando uma crise que interrompe esse processo de crescimento",
explica Mendonça de Barros.
O
sócio da Quest diz que seu otimismo quanto à recuperação da economia dos
Estados Unidos está ligado ao fato de considerar que o governo do país tem
seguido a cartilha keynesiana. Na lista recomendada por Mendonça de Barros,
chama a atenção a indicação de "A Arte da Guerra", do chinês Sun Tzu.
O livro ensina as técnicas para vencer um conflito bélico. "Porque
investir ou gerir fundos é uma guerra, é bom estar esperto", brinca o
economista que, em tempos de novas tecnologias, ainda é apegado ao livro de
papel. Em viagens longas, entretanto, ele faz uma concessão às obras
digitalizadas. "Viajar para fora e levar livro virou um negócio de velho
reacionário. E isso eu não sou."
Keynes
também está na lista indicada por Arminio Fraga. Não na versão macroeconomista,
mas na pele de investidor. Biógrafos contam que ele fez fortuna com ações, em
uma faceta menos conhecida. Sobre períodos de estresse, o fundador da Gávea
indica "Manias, Panics and Crashes", de Charles Kindleberger (Manias,
Pânico e Crashes, na tradução para o português). É um clássico sobre crises
financeiras, diz Fraga, baseado em eventos históricos e inspirado em Hyman
Minsky, economista que estudou o surgimento da instabilidade a partir da
estabilidade, "visão hoje muito em voga por razões óbvias", diz
Fraga.
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