O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 12,25%
a.a., sem viés.
A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as
seguintes observações:
O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde
a última reunião do Copom mostra alguns sinais mistos, mas compatíveis com
estabilização da economia no curto prazo. A evidência sugere uma retomada
gradual da atividade econômica ao longo de 2017;
No âmbito externo, o cenário ainda é bastante incerto. Entretanto,
até o momento, a atividade econômica global mais forte e o consequente impacto
positivo nos preços de commodities têm mitigado os efeitos
sobre a economia brasileira de revisões de política econômica em algumas
economias centrais;
O comportamento da inflação permanece favorável. O processo de
desinflação é mais difundido e indica desinflação nos componentes mais
sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Houve ainda uma retomada
na desinflação dos preços de alimentos, que constitui choque de oferta
favorável;
As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus recuaram
para em torno de 4,4% para 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018 e
horizontes mais distantes; e
No cenário de mercado, as projeções do Copom recuaram para em
torno de 4,2% em 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018. Esse cenário
embute hipótese de trajetória de juros que alcança 9,5% e 9% ao final de 2017 e
2018, respectivamente.
O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve
fatores de risco em ambas as direções: (i) o alto grau de incerteza no cenário
externo pode dificultar o processo de desinflação; (ii) o choque de oferta
favorável nos preços de alimentos pode produzir efeitos secundários e,
portanto, contribuir para quedas adicionais das expectativas de inflação e da
inflação em outros setores da economia; e (iii) a recuperação da economia pode
ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada.
O Comitê destaca a importância da aprovação e implementação das
reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia
brasileira para a sustentabilidade da desinflação e para a redução de sua taxa
de juros estrutural.
Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo
conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela
redução da taxa básica de juros para 12,25% a.a., sem viés. O Comitê entende
que a convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para
a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com
peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de
flexibilização monetária.
O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização
monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia
brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo.
O Copom ressalta que uma possível intensificação do ritmo de flexibilização
monetária dependerá da estimativa da extensão do ciclo, mas, também, da
evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco e das projeções e
expectativas de inflação.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan
Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho,
Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso,
Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.
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