domingo, 17 de maio de 2020
Moisés Naím: Reacciones, exageraciones y confusiones.
segunda-feira, 20 de abril de 2020
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
O Fim do Poder - Moisés Naím em exemplo real.
domingo, 1 de julho de 2012
Moisés Naím e Martin Wolf numa conversa econômica.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Eleições demais?
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Papai chegou!
sábado, 28 de janeiro de 2012
Colesterol e desigualdade.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
O que aconteceu com Silvio?
A queda de Berlusconi é mais uma manifestação do choque entre o dinheiro global e a política local. George Papandreou, na Grécia, é outra. A mistura das restrições da política local com as exigências do dinheiro global cria um misto tóxico cujas efusões derrubam governos e moldam a economia global. Administrar essa tensão é um dos maiores desafios de nossa época.
"Toda política é local" é um truísmo antigo popularizado pelo falecido congressista americano Tip O'Neill. Entender os problemas locais, até mesmo pessoais, e prometer soluções para eles é muito mais crucial para o êxito político que arquitetar iniciativas para fazer frente a ameaças globais.
Se a política é local, o dinheiro está mais global que nunca. Hoje o mercado global de divisas é oito vezes maior do que era 20 anos atrás. No ano passado, o volume diário de divisas negociadas foi 220% mais alto que o de 2001, e 65% das transações foram internacionais, ante 54% em 1998. O número de empresas estrangeiras na Bolsa de Nova York dobrou em dez anos.
Enquanto isso, a mão de obra é quase imóvel. Apenas 3% da humanidade se desloca para outro país.
Dinheiro que circula à velocidade da luz, comércio que se move à velocidade dos contêineres de carga, governos que se movem à velocidade da política e mão de obra que não se move: isso é a Europa hoje, cambaleando sob efeito da poção das bruxas.
Não temos antídoto para esse coquetel tóxico. Proteger as economias dos caprichos do dinheiro global soa tentador, e alguma coisa precisa ser feita para mitigar esses caprichos. Mas é difícil, custa caro e facilmente conduz a decisões que acabam por agravar o problema.
Controles governamentais primitivos que fomentam a corrupção sem proteger realmente a economia constituem um resultado comum dos esforços para coibir os riscos do dinheiro global.
"Globalizar" a política local também é um projeto que é tão atraente quanto é difícil. Sem dúvida, os políticos devem aumentar a consciência das pessoas de que o que acontece fora do país afeta o que acontece em suas casas. Na Europa, essa tarefa agora está mais fácil. Lamentavelmente, para milhões de pessoas esta crise virou um cursinho rápido e doloroso sobre as conexões velozes e diretas entre o "lá fora" e o "aqui".
A despeito de todos esses problemas, não há escolha: precisamos sintonizar a política local com os imperativos globais e fazer com que as finanças globais reajam mais rapidamente às necessidades locais.
Tenho consciência de que isso é algo que é mais fácil dizer do que fazer e que pode soar ingenuidade fazer a sugestão. Mas seria ainda mais ingênuo desprezar a necessidade urgente de encontrar maneiras para diminuir a distância entre política local e dinheiro global.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Latino-americanização da Europa.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Como sair desta enrascada?
A análise de grande número de crises desse tipo em países diversos permitiu à economista Carmen Reinhart identificar as cinco táticas mais comuns que já foram usadas por países altamente endividados para reduzir suas dívidas.
1. Crescer. Trata-se de ir saindo do problema, ampliando a economia. À medida que esta cresce, aumentam as receitas fiscais e diminui a dívida como proporção do tamanho da economia. Muitos países já o tentaram; poucos conseguiram.
2. Deixar de pagar. Em linguagem mais técnica, é moratória, cessão de pagamentos, reestruturação da dívida, "default" ou "Plano Brady". Consiste, na prática, em que os países notifiquem a seus credores que lhes pagarão menos que o que lhes devem e que o farão em um prazo maior que com o qual se comprometeram inicialmente. Reinhart descobriu que, desde sua independência, em 1832, a Grécia esteve em moratória 48% do tempo. A Argentina é usuária frequente dessa tática.
3. Austeridade. Esse é um tema tão dolorosamente familiar para os europeus, hoje, quanto foi nos anos 1990 para latino-americanos, russos e asiáticos. Implica em draconianos cortes nos gastos públicos, tanto nos gastos supérfluos como nos que não o são tanto. Reduz a dívida, mas também leva manifestantes às ruas e, às vezes, derruba governos.
4. Inflação. Quando aumentam os preços, o valor da dívida nessa moeda diminui tanto quanto a taxa de inflação. A inflação é ruim para a economia, especialmente para os assalariados, e alivia o problema do endividamento de uma maneira menos politicamente estridente. Mas não resolve o problema do endividamento em outras moedas.
5. Repressão financeira. Acontece quando os governos tomam medidas que canalizam para eles recursos que, de outro modo, seriam destinados a outras finalidades ou sairiam da economia. O arsenal que inclui essas medidas é diversificado, tentador, perigoso e... frequentemente utilizado. Inclui a imposição de limites aos juros pagos pelo governo, a obrigação dos bancos usarem dívida pública como parte de suas reservas, a estatização do sistema bancário ou parte dele ou a imposição de controles ao livre fluxo internacional de capitais. Soa extremo, e é. Mas esteve na moda nos países menos desenvolvidos entre os anos 1960 e 1980. Carmen Reinhart, que suspeita que possa vir outro auge de medidas desse tipo, recorda que elas também foram comuns nos EUA e outros países desenvolvidos entre 1945 e 1980 e que foram críticas para ajudar a "liquidar" as dívidas acumuladas na 2ª Guerra Mundial.
É evidente que nenhuma destas cinco táticas exclui as demais; em especial, a inflação e a repressão financeira frequentemente se acompanham. Em meio à confusão, este esquema ajuda a entender muitas das notícias que nos estarão chegando da Europa.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Teste: adivinhe o país!
MOISÉS NAÍM, hoje na FOLHA DE S. PAULO, escreve sobre os últimos acontecimentos mundiais de revoltas populares até em países com uma qualidade de vida excepcional.
Hoje começamos com um teste. Selecione o país de onde vem a seguinte notícia: "Nas últimas semanas, ruas e praças foram tomadas por milhares de pessoas que protestam contra o governo. Em alguns lugares, os protestos se tornaram muito violentos". Os países entre os quais você pode escolher são: Azerbaijão, Chile, China, Espanha, Filipinas, Grécia, Indonésia, Israel, Portugal, Reino Unido, Rússia, Tailândia.
A resposta é fácil: em todos. E, é claro, a lista poderia incluir Bahrein, Egito, Jordânia, Marrocos, Líbia, Síria, Tunísia e Iêmen, entre outros. Este ano começou com a Primavera Árabe e continuou com o verão furioso.
A fúria das ruas se tornou contagiosa, e a indignação popular se globalizou. É impossível diferenciar uma foto de jovens enfrentando a polícia em Santiago do Chile de outra foto mostrando a mesma imagem em Londres. Ou uma que mostra os indignados acampados na Porta do Sol, em Madri, de outra com as barracas de campanha dos milhares de manifestantes nas praças de Tel Aviv.
É tentador procurar uma mesma explicação para todos esses protestos. Embora seja fato que a má situação econômica, a desigualdade e a falta de oportunidades para os jovens estejam presentes em muitos deles, é mais verdadeiro ainda que cada um desses protestos é movido por forças muito próprias.
Os jovens chilenos saem às ruas porque querem educação melhor; os ingleses, porque querem roubar um aparelho de TV. Os israelenses protestam contra a falta de moradia, e os indignados espanhóis porque... não sei bem por quê.
Por tudo. No Reino Unido, a discussão pública sobre as causas dos saques é especialmente reveladora. Cada um tem uma explicação diferente: famílias fracas e desfeitas, ineptidão policial, imigração, multiculturalismo, discriminação racial, as políticas sociais, os cortes orçamentários, a desigualdade econômica, a tolerância diante dos comportamentos antissociais, os defeitos do sistema de ensino, a overdose de BlackBerries e redes sociais e muito mais. Essa variedade de explicações significa que ninguém entende a origem dessa repentina explosão de violência nas ruas.
Mas, embora não saibamos o que aconteceu nesta semana no Reino Unido, contamos com uma análise rigorosa e recente da instabilidade social que houve na Europa entre 1919 e 2009. Jacobo Ponticelli e Hans-Joachim Voth, da Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona, acabam de publicar um ensaio fascinante em que, utilizando uma enorme base de dados sobre 26 países europeus, constatam que, nesses 90 anos, "os cortes nos gastos públicos elevaram significativamente a frequência de distúrbios, marchas antigoverno, greves gerais, assassinatos políticos e tentativas de derrubar a ordem estabelecida".
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Interpretação errada dos EUA.
Para quem acredita na derrota do modelo americano, MOISÉS NAÍM dá uma aula:
De acordo com o comentarista Christopher Hitchens, "a crise financeira dos EUA é o exemplo mais recente da tendência que ameaça colocar esse país no nível de Zimbábue, Venezuela ou Guiné Equatorial". Não, contra-ataca Nicholas Kristof, influente colunista do "New York Times": "É a má distribuição da renda que põe os EUA no mesmo nível de repúblicas de bananas como Nicarágua, Venezuela ou Guiana". Nada disso, afirma Vladimir Putin: "O que acontece é que os Estados Unidos são um parasita que vive à custa da economia global".
Para Mitt Romney, pré-candidato presidencial republicano, o problema é que "os EUA estão a ponto de deixar de ser uma economia de mercado". E Barack Obama lamenta que seu país "não tenha um sistema político AAA, condizente com seu crédito AAA".
Nos últimos dias, vem sendo demasiado fácil concluir que os EUA são um desastre e não poderão continuar a ser o país mais poderoso do mundo. Para quem ainda tinha dúvidas, o vergonhoso processo de negociação sobre o limite da dívida foi a confirmação final: a superpotência se encontra em queda livre.
Essa conclusão, que parece tão óbvia, está errada. Por pelo menos quatro razões.
Primeiro: Wall Street, o Pentágono, Hollywood, o Vale do Silício, as universidades e outras fontes de onde emana o poder americano continuam sólidas.
Haverá cortes orçamentários que afetarão setores como as Forças Armadas. Mesmo assim, a vantagem atual dos EUA nesses setores sobre rivais de outros países é tão enorme que os cortes não o tirarão do primeiro lugar mundial.
Exemplo: só a frota da Guarda Costeira dos EUA tem mais navios que todas as embarcações das 12 maiores Marinhas de guerra do globo. Não é em vão que os EUA gastam mais com a defesa que o resto do mundo. As demais fontes de poder dos EUA enfrentam mais competidores, mas sua vantagem sobre seus rivais também é imensa.
Segundo: o poder absoluto não importa. O que importa é o poder relativo aos rivais. Embora os EUA possam estar se enfraquecendo e declinando em poder absoluto, seus competidores também estão passando por problemas e enfrentam desafios difíceis e ameaças internas e externas, políticas e econômicas.
Terceiro: a demografia. Em quase todos os países ricos, a população está crescendo muito lentamente ou está diminuindo. Nos EUA, está crescendo. Apesar de suas medidas recentes anti-imigrantes, os EUA continuam a ser o mais forte polo de atração de talentos do mundo. Também é país que integra os imigrantes mais rapidamente e os aproveita melhor -especialmente os imigrantes mais bem formados.
Quarto: a influência de ideias radicais e debilitantes será transitória. A ascensão de grupos com ideias radicais que ganham rapidamente influência significativa e dominam o cenário político, para depois sumirem com igual rapidez, é fenômeno recorrente nos EUA. O macartismo e os vários movimentos populistas são exemplos. Ross Perot é outro. E o Tea Party será mais um.
Os EUA enfrentam problemas enormes? Sim. Estão enfraquecidos? Sim. Mais que outros países? Não.
A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...
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