segunda-feira, 30 de novembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
Gustavo Franco: a fórmula da corrupção.
O colega Gustavo Franco, extremamente cáustico hoje no ESTADÃO, definitivamente explica o que está acontecendo no Brasil.
Num livro de 1988, o professor Robert Klitgaard, de Harvard, definiu o
grande problema nacional em uma simples equação:
Corrupção = Monopólio + Arbitrariedade – Transparência.
Ou seja, quanto mais distantes do mercado estiverem as relações
entre o público e o privado, quanto mais discricionárias as decisões, e quanto
menor a transparência, maior será a corrupção.
sábado, 28 de novembro de 2015
Brasil: interesses conflitantes entre governo e sociedade.
Com 2015 no seu final, a presidente Dilma aproveita a necessária viagem
à Paris para a 21ª Conferência do Clima (COP 21) para encontrar-se com líderes do
Equador e da Bolívia.
Com a devida vênia, o país passando por uma situação econômica e
política insustentável, e ainda temos tempo para conversas em Paris com relevantes
países que estão aqui ao lado da nossa fronteira?!
No
pior outubro da série histórica as contas do governo tiveram no mês déficit
primário de R$ 12 bilhões, já acumulando
neste 2015 R$ 33 bilhões, ou seja, 0,7% do PIB. E isso é apenas um destaque
econômico nesta difícil semana, sem considerar os atuais péssimos indicadores
para o PIB, a inflação, o desemprego etc.
O Brasil
vai caminhando em direção ao abismo e a desunião política nacional impede a
adoção de medidas que recoloquem o país na apropriada rota. É muito importante
que as lideranças existentes lembrem que uma democracia não se faz com uma
economia em desmoronamento. Como discursou o revolucionário Saint-Just no
julgamento de Luís XVI, “não se pode reinar inocentemente”. A sociedade brasileira não merece conviver com a ausência de um mínimo de organização pública.
Adam Smith e o trabalho.
O trabalho é a única medida universal, assim com a única exata, dos valores, o único padrão que pode nos servir para comparar os valores de diferentes mercadorias em todas as épocas e em todos os lugares.
Fonte:
Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
2014: Feliz ano velho. Em 2015: que venha 2017!!!
Editorial da FOLHA DE S. PAULO: hoje, um resumo de 2014, o ano que 2015 não será. Então, que venha logo 2017.
O ano de 2015 foi consumido tão rapidamente pela regressão econômica e pela frustração contínua de qualquer otimismo que estatísticas de 2014 parecem agora muito remotas. Os indicadores da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) referentes ao ano passado, recém-divulgados, padecem desse anacronismo.
No entanto a Pnad também mostra que os rendimentos e a distribuição da renda resistiram mesmo a um ano em que o PIB per capita se retraiu. Por um lado, é um sinal de que devastações estão por vir; por outro, há indícios neste ano de que os rendimentos pessoais suportavam o impacto da maior recessão em 25 anos.
A desigualdade de rendimentos ainda baixou em 2014, desta vez um tanto mais devido a uma rara retração dos ganhos do décimo mais rico da população.
Quando se consideram os rendimentos pela ótica dos domicílios, ainda houve avanços para todos os décimos em que se convencionalmente divide a população para fins de análise mais rápida da equidade. A renda domiciliar per capita cresceu para todos.
De qualquer modo, a renda dos mais pobres foi a que cresceu mais depressa na década iniciada em 2004. Porém, no ano passado, a renda domiciliar per capita do décimo mais rico era ainda 33,4 vezes a do décimo mais pobre.
É preciso, contudo, ressaltar a que se chegou depois de uma década de progresso: entre o décimo mais pobre dos brasileiros, a renda média por cabeça, em cada casa, era ainda de R$ 155 por mês.
Um indicador preocupante de degradação social foi o aumento de 9,3% no número de trabalhadores infantis. Cerca de 554 mil crianças de 5 a 13 anos trabalhavam no ano passado para ganhar R$ 215 por mês, em média –45,6% nem renda auferiam.
Há nova e ligeira melhora quantitativa na educação, mas ainda quase 44% dos brasileiros maiores de 25 anos e 33% dos empregados não haviam completado nem ao menos o ensino fundamental.
Assustador mesmo é que, uma década depois de avanços um tanto mais rápidos, o país ainda esteja em condições tão precárias para enfrentar a maior regressão econômica desde o início dos anos 1990.
O colchão social hoje é mais alto, decerto, mas não o bastante para amortecer o golpe da recessão e do atual desgoverno.
domingo, 15 de novembro de 2015
Papa Francisco: novo beato brasileiro Francisco de Paula Victor.
desidero esprimere il mio dolore per gli attacchi terroristici che nella tarda serata di venerdì hanno insanguinato la Francia, causando numerose vittime. Al Presidente della Repubblica Francese e a tutti i cittadini porgo l’espressione del mio fraterno cordoglio. Sono vicino in particolare ai familiari di quanti hanno perso la vita e ai feriti.
Tanta barbarie ci lascia sgomenti e ci si chiede come possa il cuore dell’uomo ideare e realizzare eventi così orribili, che hanno sconvolto non solo la Francia ma il mondo intero. Dinanzi a tali atti, non si può non condannare l’inqualificabile affronto alla dignità della persona umana. Voglio riaffermare con vigore che la strada della violenza e dell’odio non risolve i problemi dell’umanità e che utilizzare il nome di Dio per giustificare questa strada è una bestemmia!
Vi invito ad unirvi alla mia preghiera: affidiamo alla misericordia di Dio le inermi vittime di questa tragedia. La Vergine Maria, Madre di misericordia, susciti nei cuori di tutti pensieri di saggezza e propositi di pace. A Lei chiediamo di proteggere e vegliare sulla cara Nazione francese, la prima figlia della Chiesa, sull’Europa e sul mondo intero. Tutti insieme preghiamo un po’ in silenzio e poi recitiamo l’Ave Maria.
[Ave Maria…]
Ieri, a Três Pontas, nello Stato di Minas Gerais in Brasile, è stato proclamato beato don Francisco de Paula Victor, sacerdote brasiliano di origine africana, figlio di una schiava. Parroco generoso e zelante nella catechesi e nell’amministrazione dei sacramenti, si distinse soprattutto per la sua grande umiltà. Possa la sua straordinaria testimonianza essere di modello per tanti sacerdoti, chiamati ad essere umili servitori del popolo di Dio.
Saluto tutti voi, famiglie, parrocchie, associazioni e singoli fedeli, che siete venuti dall’Italia e da tante parti del mondo. In particolare, saluto i pellegrini provenienti da Granada, Málaga, Valencia e Murcia (Spagna), San Salvador e Malta; l’associazione “Accompagnatori Santuari Mariani nel Mondo” e l’Istituto secolare “Cristo Re”.
A tutti auguro una buona domenica. E per favore, non dimenticate di pregare per me. Buon pranzo e arrivederci!
15/11/2015.
sábado, 14 de novembro de 2015
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Samarco: quando a ausência do Estado é falha.
Na edição da EXAME de 11/11/2015, Ricardo Vescovi, presidente da
Samarco diz que “as mudanças climáticas estão ocorrendo, só não ver que não
quer. Nossa responsabilidade diante disso cresce e temos trabalhado com a
ecoeficiência em mente sempre.”
A revista comenta que na Samarco 100% de sua geração térmica para
o funcionamento de fornos à base de óleo fora substituído por gás natural. O
investimento de R$ 38 milhões nessa conversão, gerou uma economia de R$ 80 milhões
ao ano e ajudou a reduzir 10% do nível de emissões de gases de efeito estufa da
empresa.
Hoje, a mineradora Samarco, que pertence à Vale e à
anglo-australiana BHP Billiton, é responsável por um desastre ambiental em
Minas Gerais de impactos ainda incalculáveis.
É preocupante que isso ocorra numa empresa que, a princípio,
evidencia ter responsabilidade socioambiental. E lamentável descobrir somente agora, durante as apurações, que unidades da empresa funcionavam com Licenças de Operação vencidas.
Quando o Estado falha onde não deveria falhar!
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Santander e Bradesco: onde aplicar o seu dinheiro?
Normalmente é comum a pesquisa pelo menor preço na compra de itens domésticos, por exemplo. No entanto, pelo exemplo abaixo, evidencia-se que também os consumidores, agora clientes, também devem pesquisar junto aos bancos, qual deles oferece a melhor rentabilidade para o seu investimento.
A título meramente ilustrativo obtido nos sites dos bancos BRADESCO e SANTANDER, hoje, para uma simples aplicação em CDB (certificado de depósito bancário) pós-fixado indexado pelo CDI (certificado de depósito interbancário), que é uma taxa bem próxima da Selic, esses bancos ofertam as seguintes taxas para o valor de R$ 100.000,00:
BRADESCO
CDB Fidelidade: prazo de 720 dias e taxa de 98,50% do CDI.
SANTANDER
CDB DI: prazo de 722 dias e taxa de 89,33% do CDI.
Mesmo lembrando que na conversa com o seu gerente o mesmo, com certeza, melhorará as taxas acima, a princípio, você já tem um cenário onde a sua rentabilidade será melhor.
Agora, o importante é negociar!
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
V SIM - Pecege Esalq/USP: Piracicaba - SP.
Inscrições abertas para o V SIM - Simpósio de Agronegócios e Gestão.
O evento acontecerá em Dezembro, nos dias 10, 11 e 12, no auditório de Engenharia da Esalq (Piracicaba -SP), e reunirá, no campus da universidade os alunos dos MBAs Esalq/USP para defesas de monografias, tour pelo campus e outras atividades.
Dilma, sem ordem econômica a casa cai! !"Lembrai-vos de 37".
Hoje em sua coluna no ESTADÃO, a competente Eliana Cantanhêde nos
recorda o Brasil de 1930/31 ao escrever sobre a situação do ministro Joaquim
Levy.
De maneira geral, os péssimos números atuais da economia
brasileira não são de responsabilidade do Levy, mas, sim, resultado da condução
política ou, provavelmente, da ausência de um gestor político capaz de
monopolizar as difíceis decisões que o Executivo deve tomar, sem preocupações
com partidos ou tutores.
Qualquer governo não tem sustentação política se a situação econômica
não oferece à sociedade bons números. E aí, também como Cantanhêde, temos que
recordar dos tempos de Getúlio Vargas.
Ao final de 1952, os “trabalhadores do Brasil” conviviam com uma
inflação de 12,7% ao ano, com viés de alta e a balança comercial amargava um déficit
de US$ 280 milhões. O “Diário de Notícias” informava que “o custo de vida
disparou no rodopio da espiral inflacionária”.
Com razão, na campanha presidencial de Bill Clinton em 1992, seu marqueteiro
produziu a hoje conhecida e verdadeira frase: “É a economia, estúpido! ”.
Por isso, é imperioso que
Dilma faça o que deve ser feito no sentido de estabelecer uma economia saudável
com a inflação em até 4,5% ao ano, contas públicas em ordem e o câmbio
flutuante. Será que isso é pedir demais?
terça-feira, 10 de novembro de 2015
"Mar de lama": 1953 - Carlos Lacerda.
Sinfrônio, em 2015, traz a sua sensibilidade para todas as lamas que estão sempre presentes no Brasil, não importa o ano e a origem.
As expectativas.
* O melhor seria que conhecêssemos o futuro - John Maynard Keynes.
* O futuro me preocupa porque é o lugar onde penso passar o resto da minha vida - Woody Allen.
* No Brasil, até o passado é incerto - Pedro Malan.
Esperar depende de cada um, exceto a morte - João Melo.
* Cristiane Schmidt e Fabio Giambiagi.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
PIB em queda e inflação em alta: Brasil hoje.
Os últimos dados do mercado evidenciam um cenário de queda no PIB e de aumento da inflação, estimando para os finais de 2015 e 2016 os números abaixo:
PIB
2015: -3,10%
2016: -1,90%
IPCA
2015: 9,99%
2016: 6,47%
Enquanto isso, ninguém se entende em Brasília...
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
“Pela democracia, contra a corrupção”
Lendo Lira Neto na ótima biografia de Getúlio Vargas, um trecho
cita que “a cada dia pipocavam escândalos, uns maiores, outros menores, nos
mais diversos setores da administração pública – fato que levou Carlos Lacerda
a cunhar a expressão ‘“mar de lama””.
Isso ocorreu em meados de 1952 e 1953, com a economia em pífio
desempenho.
Estamos em 2015 e parece que voltamos à “Além do Tempo”?!
Que Brasil!?!?!?
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Onde Bismarck encontrou Delfim e Dilma!
Delfim Netto, hoje no VALOR ECONÔMICO, cita Otto von Bismarck, o
maior estadista alemão do século XIX: “nunca se mente tanto como antes das
eleições, durante uma guerra ou depois de uma caçada”
Em seu artigo Delfim registra que “a campanha eleitoral foi terrível”
e “houve um abuso desarrazoado de poder”.
O reconhecimento de Delfim para o que ocorreu na eleição de Dilma
Rousseff é um fato que engrandece o Professor e rebaixa a política brasileira como nunca antes neste país.
Governo: quando até o Simples é complicado.
Parecia até Simples, mas até nisso o governo consegue ser
complicado. O Brasil precisa urgentemente de lideranças capazes de fazer a “máquina”
funcionar no que ela tem de básico. É impossível continuar neste estado de entorpecimento
onde resta evidente que o único esforço do governo é tentar ser governo até o
final do mandato. Isso é muito pouco e os brasileiros precisam de muito mais.
Sinfrônio, hoje, no cearense Diário do Nordeste, foi direto ao ponto.
domingo, 1 de novembro de 2015
FHC: Por uma agenda nacional.
Nestes últimos tempos tenho procurado me inspirar na recomendação
bíblica: olhai os lírios do campo. Diante de tanto escândalo, tanta ladeira
abaixo da economia, é melhor olhar para o mais simples e mais sublime. Tive a
oportunidade de ouvir Beethoven na Filarmônica de Berlim, regida por Simon
Rattle. A “Nona” foi soberba, mas a “Sétima sinfonia” envolveu o auditório em
tamanha beleza que me reconciliei com as agruras que me esperariam na volta.
Mal chegado, ainda quentes os debates que havia feito para o lançamento de meu
livro “A miséria da política”, entrei no ciclo das entrevistas e apresentações
na TV sobre outro livro, este mais de recordações, desabafos momentâneos e
sensações ambivalentes, “Diários da Presidência – 1995-1996”. Tornou-se
inevitável que a pequena e a grande política se misturassem. Eis-me, pois, de
novo no labirinto do noticiário cotidiano. Daí a refletir sobre o modo de como
sair do ramerrão da política partidária, vai um passo. De que vale eu dizer
novamente que impeachment não é alvo desejável, mas, sendo o caso, torna-se
circunstância impositiva diante de fatos e de reações populares? Certamente não
se trata de golpe, mas de processo prescrito pela Constituição. Para que serve
eu dizer que uma vez que o Tribunal Superior Eleitoral abriu uma investigação
sobre os abusos do poder econômico para assegurar a reeleição presidencial só
resta aguardar as investigações e a palavra dos juízes? Ou que há momentos em
que o interesse da pátria pode exigir que a grandeza dos governantes acolha até
o gesto dramático da renúncia, desde que com ele venham embutidas exigências
para que os principais nós que emperram o país sejam cortados?
A saída da crise requer a formação de uma nova conjuntura na qual
seja possível colocar na ordem do dia os cinco ou seis pontos fundamentais ao
redor dos quais se forme um novo consenso nacional. Não se trata de aliança
entre partidos, grupelhos e setores da sociedade. Trata-se de dar novo rumo ao
país na busca de melhor sociedade futura. Não precisamos de salvacionismos, mas
da elaboração de ideias que se possam substantivar em políticas que atendam ao
interesse nacional e aos anseios populares. Não é possível que não tenhamos
aprendido como nação que a demanda contínua de mais políticas públicas
benéficas para certos setores e a recusa, ou impossibilidade, de maior
tributação são incompatíveis. Num só exemplo: ou se volta a discutir a idade
mínima de aposentadoria ou as contas da Previdência, que já não fecham,
apresentarão déficits crescentes e insustentáveis. Ou, em outro terreno: já não
se viu que a mágica de botequim de aumentar o endividamento público (já
chegamos a R$ 2,7 trilhões!) e de continuar expandindo o crédito para
incentivar o consumo pode apenas criar “bolhas”? Estas, uma vez estouradas,
pela falta de meios tanto para emprestar quanto para pagar, levam a economia e
as pessoas à ruína, como agora acontece. Já não passou da hora de aprovar, como
foi sugerido no passado, medida que limite a expansão do gasto abaixo do
crescimento do PIB, salvo em situações de retração econômica? Ou de aprovar,
como proposto em projeto em curso, limites para o endividamento federal? Ou
ainda se acredita que manter o Orçamento em relativo equilíbrio, com uma dívida
pública não explosiva, é um imperativo apenas da ortodoxia “neoliberal”?
Mudando de tema, por que não voltarmos à proposta, hoje apoiada
pelo Sindicado dos Metalúrgicos de São Bernardo e pela prática corriqueira em
muitos setores produtivos, que aceita as negociações entre sindicatos, mesmo a
despeito do legislado, sem que se alterem os itens constitucionais da CLT? O
fantasma do desemprego está alertando para a necessidade de maior realismo no
mercado de trabalho. Assim como a dura experiência de a crise nos ter levado às
portas da “dominância fiscal” mostra que o crescimento da taxa de juros Selic,
sem um efetivo ajuste fiscal, não funciona para conter a inflação e apenas
aumenta o montante de juros da dívida pública quando se passa de certo umbral
de razoabilidade pelos impulsos do voluntarismo político.
Mais ainda, e apenas a título ilustrativo de mais um entre os
muitos itens da agenda necessária para tirar o país do atoleiro, é preciso
reconhecer que não houve percepção de que o mundo marcha para uma economia de
baixo carbono, e que o Brasil entrou numa sucessão de erros na política
energética. Assentou mal as bases de exploração do pré-sal, restringindo nossa
enorme vantagem comparativa com o etanol, e errou pela falta de uma política de
tarifas adequadas, a ser conduzida por agências reguladoras livres da
influência partidária. As relações intrínsecas entre desenvolvimento econômico
e meio ambiente devem ser outro tema da nova agenda nacional. Por fim, o ponto
focal é a recuperação da credibilidade das instituições políticas. Cinco ou seis
itens básicos podem ser definidos para desatar o impasse da legislação
eleitoral e partidária. Esta, somada à permissividade com práticas corruptas,
levou à proliferação de falsos partidos e, consequentemente, de ministérios
para atender à sanha de alguns deles para abocanhar pedaços do Estado e do
Orçamento. Daí a crise moral em que estamos mergulhados.
É para conduzir uma agenda nacional deste tipo, ou do que mais
pareça necessário ao país, que precisamos de lideranças e do apoio da sociedade
e de alguns partidos. Não sairemos da paralisia nem da sensação de estarmos à
beira do despenhadeiro se a discussão continuar limitada a pessoas e a
interesses imediatistas delas ou de seus partidos. Como quem tem a
responsabilidade de unir porque foi eleita para conduzir o país (e não uma
facção) está com poucas condições para tal, é que se dá a discussão, infausta,
mas necessária, dos caminhos constitucionais para sairmos da crise. Não se dá
um passo maior sem saber o que vem depois. Daí a necessidade de um consenso
nacional para juntarmos forças ao redor de um caminho mais claro para o futuro.
Fernando Henrique Cardoso.
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