quarta-feira, 4 de março de 2020

Ministério da Economia: O resultado do PIB de 2019 reflete uma trajetória de recuperação da atividade econômica.

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE/ME) publicou nesta quarta-feira (4/3) a Nota Informativa Atividade Econômica e Resultados do PIB de 2019. O texto destaca que o resultado do PIB de 2019 reflete uma trajetória de recuperação da atividade econômica. No ano passado, a economia brasileira teve acréscimo de 1,14% em relação a 2018. Do ponto de vista do crescimento interanual, houve elevação de 1,67% no quarto trimestre de 2019, em relação a igual período do ano anterior.
A nota ressalta, também, que o segundo semestre de 2019 teve crescimento anualizado de 2,3%, o melhor segundo semestre desde 2013, refletindo o aquecimento do mercado de trabalho privado e do mercado de crédito livre. Segundo a SPE/ME, houve, ainda, uma melhora substancial na composição do PIB, com aumento do crescimento do PIB privado e do investimento privado.
O estudo destaca que as medidas estruturais adotadas para corrigir a má alocação de recursos – como o novo FGTS – foram responsáveis por melhorar as expectativas dos consumidores e dos empresários. Além disso, a aprovação da Nova Previdência e a austeridade fiscal garantiram, segundo a Secretaria, uma perspectiva fiscal de controle, reduzindo os juros estruturais, o que deve ser um fator adicional para estimular a economia em 2020.

Uma reflexão sobre o PIB 2019 de 1,1% neste 04/03/2020!

Para reflexão neste dia de PIB 2019 em 1,1%, texto do Daniel Pereira Andrade, professor de Sociologia da EAESP-FGV, hoje no Estadão:



É curioso notar que os economistas liberais, que sempre louvam a responsabilidade individual no mercado, nunca se responsabilizam pelos resultados das políticas econômicas que defendem. Não se vê, da parte dos economistas ortodoxos, nenhuma autocrítica, salvo raríssimas exceções. Suas teorias sobre o funcionamento dos mercados autorregulados e eficientes nunca são questionadas. Para os neoliberais, se a economia não funciona como o previsto, não é porque seus modelos lógico-dedutivos não são capazes de explicar a realidade, mas, inversamente, é porque a realidade política e social está atrapalhando o funcionando idealmente previsto do mercado. Invertem assim a lógica científica ao atribuir ao mundo, e não às suas teorias, o problema. Mesmo não havendo evidências de que reformas trabalhistas gerem empregos ou mesmo que as evidências disponíveis mostrem que políticas de austeridade geram contração ao invés de expansão econômica, os fatos do mundo real são ignorados em nome de seus modelos matemáticos. Os economistas ortodoxos “confundem as coisas da lógica com a lógica das coisas”, já advertia Pierre Bourdieu.

PIB do Brasil cresce 1,1% em 2019.


RIO DE JANEIRO (Reuters) - O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelerou no quarto trimestre na comparação com os três meses anteriores, e a atividade econômica acumulou no ano expansão de 1,1%, resultado mais fraco em três anos.

Valor: Morre o jornalista Celso Pinto.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/03/03/morre-o-jornalista-celso-pinto.ghtml

segunda-feira, 2 de março de 2020

PIB cresceu 1,1% em 2019, projetam analistas - Valor Econômico em 02/03/2020.

Quando divulgar as Contas Nacionais na quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve confirmar o esperado: que o Produto Interno Bruto (PIB) fechou 2019 com um crescimento tímido, ao redor de 1%, pelo terceiro ano consecutivo. E com uma frustrante desaceleração no quarto trimestre na comparação com o terceiro. Mediana das estimativas colhidas pelo Valor Data aponta que a economia cresceu 1,1%, após expansão de 1,3% em 2017 e em 2018.
No quarto trimestre, a mediana mostra alta de 0,5% na comparação com o terceiro trimestre, quando subiu 0,6%, feito o ajuste sazonal. O intervalo das projeções vai de 0,3% a 0,7%.

Statement from Federal Reserve Chair Jerome H. Powell.

The fundamentals of the U.S. economy remain strong. However, the coronavirus poses evolving risks to economic activity. The Federal Reserve is closely monitoring developments and their implications for the economic outlook. We will use our tools and act as appropriate to support the economy.

Jack Welch, ex-presidente da GE e apontado como gestor do século, morre aos 84 anos.

https://oglobo.globo.com/economia/jack-welch-ex-presidente-da-ge-apontado-como-gestor-do-seculo-morre-aos-84-anos-24280916

Estadão: "Se o governo gastar mais, a credibilidade acaba e o PIB cai', diz Sachsida.

https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,se-o-governo-gastar-mais-a-credibilidade-acaba-e-o-pib-cai-diz-sachsida,70003211657

Valor Investe: O dólar vai bater R$ 5 em março?

https://valorinveste.globo.com/mercados/moedas-e-juros/noticia/2020/03/02/o-dolar-vai-bater-r-5-em-marco.ghtml

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

André Nassif hoje no Valor Econômico - Nova frustração no crescimento e estagnação secular no Brasil.

Após cinco anos da Grande Recessão brasileira (2015-2016), cabe um balanço das políticas econômicas para sustentar a retomada do crescimento econômico no Brasil. Em 2015, a despeito da enorme contração do produto real, escalada do desemprego e aumento da capacidade ociosa, uma política monetária contracionista foi necessária para reverter o expressivo descolamento das expectativas inflacionárias futuras da meta de inflação anual de 4,5%. Entre janeiro e dezembro de 2015, a taxa Selic saltou de 12,25% para 14,25% ao ano, permanecendo neste nível até outubro de 2016. Com a convergência do IPCA para o centro da meta de inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu lentamente a taxa de juros básica, até atingir a mínima histórica atual, de 4,25% ao ano.

A crítica principal ao Copom diz respeito não ao aperto monetário na fase inicial da recessão, mas à lentidão com que os juros básicos foram reduzidos nos últimos dois anos, mesmo com expectativas de inflação abaixo da meta, enorme ociosidade e desemprego em massa da força de trabalho.

O governo aposta que a austeridade fiscal será o principal fator de sustentação de um novo ciclo de expansão

Esse ambiente fortemente depressivo da economia brasileira foi reforçado pelo ajuste fiscal em curso desde 2017, concentrando-o apenas na queda dos gastos correntes governamentais (Emenda do Teto de Gastos), mas descartando outras alternativas que contemplassem tanto o lado das despesas como o das receitas orçamentárias, e preservassem um piso mínimo para os investimentos públicos, que despencaram para níveis insatisfatórios no período recente.

O governo continua apostando na hipótese de que a austeridade fiscal será o principal fator de retomada e sustentação de um novo ciclo de expansão. Seus defensores argumentam que, com corte dos gastos públicos, uma maior consolidação fiscal proporcionará a confiança necessária para que os credores do governo não alimentem expectativas de calote da dívida pública e os empresários se disponham a expandir a produção. Essa hipótese sustenta que a recuperação econômica virá fundamentalmente do lado da oferta agregada.

Depois da crise financeira de 2008, ajustes fiscais baseados na hipótese da austeridade expansionista jamais foram adotados nos Estados Unidos, enquanto na zona do Euro, embora tenham sido adotados, redundaram em notório fracasso. É fácil entender por que: corte permanente de gastos governamentais acarreta retração incremental da produção, renda e emprego em escala nacional, reduzindo o crescimento e a arrecadação de impostos. Ao fim e ao cabo, a economia cresce menos e a situação fiscal piora.

No caso brasileiro, mesmo perante as evidências de enorme ociosidade, queda da massa salarial em virtude do elevado desemprego, investimento anêmico e retração das exportações - em suma, insuficiência crônica de demanda efetiva -, o governo continua apostando em que a economia dessa vez decolará, com crescimento do PIB real em torno de 2% em 2020. Dados os aspectos estruturais e conjunturais da economia brasileira, minha avaliação é que essa projeção deverá se revelar, mais uma vez, frustrante.

A maior parte do mercado acredita que, na ausência de fatores externos adversos - como os imprevisíveis impactos do coronavírus sobre a economia mundial -, as taxas de juros básicas em níveis historicamente mínimos (4,25% ao ano, equivalente a cerca de 1% ao ano em termos reais) terão potência suficiente para destravar o crescimento, seja pelo barateamento do custo de capital para investimento, seja pela expansão do consumo das famílias. O curioso é que, mesmo com uma taxa de crescimento do produto industrial pífio no último trimestre de 2019, dissipação dos efeitos positivos das medidas de estímulo ao consumo proporcionados pelos saques das contas ativas do FGTS, queda das vendas externas e PIB real efetivo rodando 4% abaixo do PIB potencial, o governo e o mercado financeiro alimentam a quimera de que o Brasil poderá crescer em torno de 2% em 2020.

Há boas razões para duvidar que isso ocorra, mesmo que eventuais choques externos fiquem fora do radar. Se a equipe econômica não se convencer de que a agenda de reformas estruturais para destravar a oferta agregada, como a previdenciária, tributária, concessões públicas etc., só produz efeitos no médio e no longo prazos e que, sem medidas efetivas de estímulo à demanda agregada, a economia não conseguirá sustentar uma recuperação mais firme, o mais provável é que a economia brasileira cresça em torno de 1,5% ou até menos. Os fatores que justificam tal projeção são eminentemente internos, e nada têm a ver com as turbulências internacionais em curso.

Primeiro, o nível de endividamento das famílias ainda continua elevado; segundo, a recuperação do mercado de trabalho segue lenta para proporcionar incremento robusto do consumo agregado; terceiro, diversas estimativas registram queda expressiva do PIB potencial entre 2015 e 2017 e, a despeito da reversão dessa tendência no período subsequente, o fato é que a queda do PIB real efetivo foi bem mais acentuada do que o PIB potencial desde o início da recessão até o presente, o que confirma um hiato do produto exageradamente negativo, consistente com um ambiente econômico depressivo, e não com uma economia em recuperação cíclica sustentada; e, finalmente, a queda do PIB potencial, aliada a fatores como expectativas de inflação abaixo ou em torno da meta para 2020 e 2021 e forte redução dos prêmios de risco-Brasil, sugere que a taxa de juros real neutra (aquela taxa não observada, consistente com um hiato do produto zero e com inflação estável e na meta) pode ter caído expressivamente e se encontrar abaixo da taxa de juros Selic em termos reais.

Esse conjunto de fatores sugere que, sem estímulos adicionais à demanda agregada, a política monetária per se não terá potência suficiente para produzir recuperação econômica mais robusta. Esse cenário fica agravado pelo fato de que a enorme depreciação cambial observada desde o segundo semestre do ano passado não produziu qualquer efeito positivo nas exportações. Isso não é tudo. Déficit em conta-corrente de 2,8% do PIB em 2019 - cifra totalmente atípica para uma economia travada -, insuficiência de demanda agregada e taxa de crescimento da produtividade do trabalho praticamente nula sinalizam clara tendência de estagnação secular da economia brasileira.

Para além da agenda de reformas microeconômicas, a reversão dessa tendência requer medidas imediatas de estímulo à demanda agregada, em especial a expansão dos investimentos públicos.

Nelson Barbosa: Maior risco é país andar para trás, com crise institucional e fiscal.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nelson-barbosa/2020/02/maior-risco-e-pais-andar-para-tras-com-crise-institucional-e-fiscal.shtml

VEJA: A universidade mais próxima - EAD!


Ao longo de seus mais de cinquenta anos, VEJA tem se dedicado largamente ao tema da educação — em todos os níveis. Já na edição de estreia, a revista tratou tanto da reforma do ensino universitário, então em debate no governo federal, como das mudanças no antigo primário que começariam a vigorar no Estado de São Paulo. De lá para cá, foram numerosas as reportagens sobre o assunto, abordando, por exemplo, o analfabetismo, a evasão escolar, a política de cotas, a base curricular e, desde a posse de Jair Bolsonaro, os desastres na gestão do MEC. Tamanho interesse nada tem de gratuito, afinal a educação é a mais eficaz, legítima e nobre via de acesso ao desenvolvimento de um país — e o Brasil não pode ficar alheio a isso.
Nesta semana, VEJA volta ao tema para refletir sobre uma autêntica revolução que vem se concretizando no âmbito dos cursos superiores, provocada pelo ensino a distância (EAD). Trata-se da modalidade educacional que mais cresce por aqui. Já se projeta que em 2019 o total de calouros dos cursos on-line tenha superado o número de matriculados em cursos presenciais: 1,411 milhão, em comparação a 1,203 milhão (o levantamento do Ministério da Educação só sairá em setembro). Isso jamais ocorreu desde que o MEC autorizou as primeiras graduações remotas, em 1996. Segundo o Censo da Educação Superior, estão registrados no país 3 177 cursos virtuais — o que representa um aumento de 116% em relação a 2015. Estima-se que a partir de 2025 o total de estudantes de ensino superior a distância no Brasil superará o número de matriculados em cursos presenciais, seguindo uma tendência global — e irreversível.
O avanço da modalidade está muito vinculado, é claro, ao advento da era digital — que tornou a internet onipresente e consagrou tecnologias como o streaming. Com o uso de tais ferramentas na educação, a sala de aula vai ao encontro do aluno, onde quer que ele esteja e a qualquer hora. No caso brasileiro, entretanto, é inegável que tem pesado ainda para a explosão do ensino superior on-line a situação do país: desemprego elevado, falta de recursos para bancar uma faculdade e escassez de verba estatal para a educação. Aqui, a graduação remota custa cerca de um terço do valor da presencial. Não é coincidência que no Brasil mais de 70% dos estudantes matriculados no ensino superior a distância representem a primeira geração de universitários de suas respectivas famílias.
Pela lei, as graduações on-line precisam seguir as mesmas diretrizes curriculares das presenciais. Assim, egressos de cursos remotos têm alcançado no Enade resultados próximos dos obtidos por aqueles que vêm de turmas presenciais, quando não os superam. Com isso, o temor de que a qualidade das faculdades virtuais pudesse deixar muito a desejar começa a ceder. Outro receio, quanto à aceitação no mercado de trabalho dos graduados a distância, também tem diminuído: um levantamento realizado com recrutadores de todo o território nacional atestou que 79% deles disseram não levar em conta a origem do diploma na hora de selecionar candidatos.
Pujante, o extraordinário salto do ensino superior on-line no país se deve em especial ao setor privado, que conta atualmente com 30% de seus alunos em graduações remotas. A única instituição pública brasileira de nível superior criada para oferecer exclusivamente cursos a distância é a Universidade Virtual do Estado de São Paulo, a Univesp. A USP, a mais prestigiosa referência acadêmica no Brasil, não tem por enquanto graduações on-line próprias. Mas esse é um cenário que deve (e precisa) mudar.
Nosso déficit na área ainda é muito alto. Hoje, somente 21,7% dos jovens de 18 a 24 anos cursam uma faculdade no país e apenas 19,6% da população brasileira de 25 a 34 anos tem formação superior (na Argentina são 40%). E as graduações remotas dispõem de um imenso potencial para modificar esse quadro. O Brasil, para o próprio desenvolvimento, não pode desprezar a modalidade — que é capaz de promover a qualificação da mão de obra nacional e alargar, cada vez mais, a porta da inclusão social.
Publicado em VEJA de 4 de março de 2020, edição nº 2676

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...