"O Banco Central certamente baixou os juros. Mas será que deixou de ser uma instituição a serviço de rentistas e financistas por isso? Ou baixou os juros porque a enorme recessão e a queda radical da taxa de inflação o obrigaram?"
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domingo, 1 de março de 2020
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Bresser-Pereira: Hoje, a taxa de câmbio competitiva ou de equilíbrio industrial é de cerca de R$ 4,00 por dólar.
Da página do Professor Bresser-Pereira, sua avaliação sobre a taxa de câmbio e a nossa economia.
A
teoria se confirma, mas sombriamente.
Um cientista se alegra quando desenvolve
uma teoria que implica uma predição e esta se confirma na prática. Em 2008 eu
propus a tendência fundamental da macroeconomia desenvolvimentista que venho
desenvolvendo desde 2001 – a tendência à sobreapreciação cíclica e crônica da
taxa de câmbio. Isto significa que a taxa de câmbio se deprecia fortemente nas
crises, mas logo volta a se apreciar, o país passa a ter deficits em
conta-corrente, e alguns anos depois, devido ao contínuo aumento das dívidas
das empresas e do país, uma nova crise financeira se desencadeia, e a taxa de
câmbio novamente se deprecia.
Em 2008 a taxa de câmbio, que se
depreciara fortemente na crise financeira de 2002, já voltara a se apreciar e
desde o ano anterior estava sobreapreciada ao mesmo tempo em que o deficit em
conta corrente do país já voltara a ser grande, dada a forte correlação entre
este e a taxa de câmbio. Nos anos seguintes a tendência se confirmou, e a taxa
real de câmbio, a preços do final de 2015, flutuou em torno de R$ 2,80, quando
a taxa de câmbio, que torna competitivas as boas empresas industriais do país,
era de R$ 3,80 por dólar. Assim, a previsão se confirmou, como também se
confirmou sua consequência: as empresas, tornadas assim sem competitividade,
deixaram de investir, houve uma nova e brutal onda de desindustrialização, as
empresas se endividaram, e, no segundo semestre de 2014, o país entrou em crise
financeira, e a taxa de câmbio voltou a se depreciar. Ela chegou a R$ 4,40, mas
logo voltou se a apreciar, e hoje, a preços de hoje, quando a taxa de câmbio
competitiva ou de equilíbrio industrial é de cerca de R$ 4,00 por dólar, ela
caiu (apreciou-se) para R$ 3,00 por dólar.
Novamente a teoria se confirmou na
prática. Mas não estou alegre. O que se confirmou foi uma previsão sombria.
Quando a taxa de câmbio não é apenas volátil, mas tende a permanecer apreciada
por vários anos – algo que apenas a macroeconômico novo-desenvolvimentista
afirma – o país fica condenado a exportar apenas commodities e permanecer
semiestagnado, como está desde 1990, crescendo em média, por pessoa, 1% ao ano.
Hoje o Valor publica ampla reportagem onde as empresas industriais afirmam que
essa taxa de câmbio inviabiliza a indústria – é mais que isto, inviabiliza o
Brasil.
Por que a taxa de câmbio tende a se
sobreapreciar nos países em desenvolvimento? No plano econômico, porque muitos
deles sofrem a doença holandesa, porque suas taxas de juros tendem a ser
elevadas, atraindo capitais, porque seus governos acreditam equivocadamente que
o pode crescer com “poupança externa”, ou seja, com deficit em conta corrente
financiado por investimentos diretos e empréstimos, e finalmente, porque usam o
câmbio como âncora para controlar a inflação; no plano cultural, porque os
brasileiros revelam uma alta preferência pelo consumo imediato, que é
incompatível com uma taxa de câmbio competitiva ou de equilíbrio industrial, e,
segundo, porque deixaram de ser nacionalistas, e passaram a acreditar nas
recomendações e pressões dos países ricos.
Keynes afirmou que a economia é uma ciência triste, sombria.
Tinha razão. Mas ele mostrou que através de uma boa política macroeconômica –
fiscal e monetária – seria possível superar suas previsões sombrias. Os
economistas novo-desenvolvimentistas concordam, mas acrescentam: é preciso
também uma política cambial – algo que o Brasil não tem desde 1990, quando se
submeteu ao capitalismo financeiro-rentista do Oeste, suas elites se tornaram
liberal-dependentes, e semiestagnação se tornou o novo normal .
domingo, 9 de junho de 2013
Dilma ensaia retorno à receita de FHC.
Hoje, na FOLHA, um "resumo" da atual situação da economia brasileira e a necessidade do retorno ao que era observado nos governos de FHC e Lula.
Com
a inflação ameaçando sair do controle e a popularidade em queda, a presidente
Dilma Rousseff vem promovendo uma mudança na sua política econômica ao elevar
os juros e soltar as amarras da taxa de câmbio.
Economistas
renomados avaliam que o governo vem sendo obrigado a adotar, parcialmente, a
receita que garantiu a estabilidade de preços nos governos FHC e Lula.
Com
exceção do controle de gastos públicos, pouco a pouco o governo retoma as
outras duas bases do tripé econômico: metas de inflação e câmbio flutuante.
"O
Banco Central resolveu se mexer e isso representa um reforço ao tripé",
disse à Folha o ex-presidente do BC, Armínio Fraga, que instalou o
sistema de metas de inflação no Brasil em 1999.
Nas
duas últimas semanas, o BC apertou o ritmo de elevação da taxa básica de juros
e o governo baixou impostos para atrair investidores estrangeiros em renda
fixa. Dilma frisou publicamente que "o câmbio é flutuante".
O
discurso marca uma diferença em relação ao que vinha sendo praticado até então.
O governo havia flexibilizado o tripé em direção ao que chamou de "nova
matriz econômica": juros baixos, câmbio forçadamente desvalorizado e
desonerações.
Para
economistas, as mudanças promovidas pelo governo não estão sendo feitas por
convicção, mas por necessidade, por conta do aumento dos preços e do movimento
global de apreciação do dólar.
"Está
começando a pegar fogo na sala, então jogam um balde de água", diz Affonso
Celso Pastore, ex-presidente do BC. A inflação acumulada em 12 meses até abril
está em 6,5% --teto da meta do BC.
Pastore
avalia que a política econômica de Dilma não gerou crescimento e, sim,
inflação. "O governo ficou preso num dilema: crescimento baixo e inflação
alta."
Apesar
dos sinais de mudança, o mercado financeiro ainda não está convencido de que é
para valer, por conta da resistência do governo em controlar seus gastos.
Sem
reduzir as despesas públicas é mais difícil conter a inflação e o BC tem que
elevar ainda mais os juros. Há uma descrença no mercado de que o governo está
disposto a subir a taxa o suficiente para trazer a inflação de volta para a
meta (4,5%).
Na
quinta-feira à noite, a S&P ameaçou rebaixar a classificação do Brasil,
citando a "perda de credibilidade" da política econômica.
Segundo
a Folha apurou, a avaliação no Ministério da Fazenda é que a
política fiscal "já é austera, anticíclica e vai continuar sendo".
Para
Armínio Fraga, o tripé econômico não tinha sido abandonado, mas
"flexibilizado". "A inflação foi saindo de controle e o governo
respondeu com medidas pontuais, que mascaram o problema. Agora o BC agiu."
Para
ele, o mercado teve a impressão que o dólar estava "tabelado" em
torno de R$ 2, mas isso foi "desmentido pelos fatos". "O que me
preocupa é que a política fiscal segue expansionista e isso prejudica o
trabalho do BC".
Luiz
Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp e conselheiro da presidente Dilma, concorda
que o governo está economizando menos.
Mas,
para ele, isso é resultado da queda da arrecadação, provocada pela fraqueza da
economia, e das reduções de impostos para recuperar o crescimento.
"O
BC está elevando os juros porque o ajuste fiscal é mais difícil. E isso é o
preço que pagamos pelo desarranjo do passado", afirma, referindo-se aos
efeitos da valorização do dólar por anos sobre a indústria brasileira.
Para
o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, o governo está aproveitando o momento
de alta global do dólar, provocado pela recuperação da economia americana, e
permitindo minidesvalorizações do real.
"Há
uma pressão de depreciação no mercado, devido ao deficit comercial e à redução
de entrada de capital, e o governo deixou o dólar chegar a R$ 2,15", disse
Bresser.
O
ex-ministro tem críticas ao tripé macroeconômico. Segundo ele, nesse regime, o
dólar barato foi o principal instrumento contra a inflação. Tampouco prevê como
exitosa a estratégia de Dilma:
"Com
essa política, não vamos retomar o crescimento, porque a taxa de câmbio
continua apreciada."
segunda-feira, 3 de junho de 2013
A caminho do fracasso.
Que
bom ler hoje na FOLHA o reconhecimento pelo Bresser-Pereira que, afinal, a
Argentina não é um exemplo a ser seguido.
Liberalismo econômico e desenvolvimentismo são duas formas
de organização econômica e social do capitalismo e dois estilos de política
econômica. Nesta segunda acepção, a escolha do estilo envolveria uma troca:
mais estabilidade no liberalismo, mais crescimento no desenvolvimentismo.
Na
realidade, o liberalismo econômico rejeita deficit públicos, mas aceita deficit
crônicos em conta corrente, o que o deixa sujeito a crise de balanço de
pagamentos.
Já
o desenvolvimentismo competente rejeita ambos os deficit, e promove crescimento
com estabilidade, enquanto o desenvolvimentismo populista aceita os dois
deficit, e acaba não logrando nem crescimento nem estabilidade.
As
políticas econômicas liberais, ao aprovarem deficit em conta corrente crônicos,
estão praticando populismo cambial: pensam que promovem o aumento do
investimento, mas, ao levar o país como um todo a gastar mais do que suas
receitas de exportação permitem, apreciam o câmbio, incentivam mais o consumo
do que o investimento e, afinal, levam o país à crise.
O caso argentino mostra como um desenvolvimentismo que
começou competente pode derivar para o populismo fiscal e cambial
("fiscal" se o Estado gastar irresponsavelmente, "cambial"
se o país como um todo fizer o mesmo).
Depois
de uma brutal crise causada pela adoção de políticas ortodoxas, o peso se
desvalorizou. O novo governo que surgiu da crise estabeleceu uma retenção sobre
as exportações de commodities que neutralizou a doença holandesa e produziu
superavit em conta corrente; ao mesmo tempo, adotou política fiscal
responsável, alcançou superavit fiscais e reestruturou sua dívida externa com
coragem e firmeza.
O
resultado foi o surgimento de oportunidades de investimento lucrativo para as
empresas. A taxa de investimento aumentou, e o país cresceu a taxas
elevadíssimas durante vários anos: em média, 8,5%.
Entretanto,
em 2007, a inflação, que estava em torno de 9%, saltou para 18%, devido a um
crescimento acelerado dos anos anteriores.
O
governo, no quadro do pleno emprego, ao invés de adotar políticas duras e
ajustar a economia, segurou o câmbio para controlar a inflação, e aumentou a
despesa pública. Em consequência, o peso valorizou-se 41% entre 2007 e 2012, o
país perdeu competitividade e entrou em deficit em conta corrente.
Devido
a essa combinação de populismo cambial e fiscal, em 2012 o crescimento do PIB
foi de apenas 1,9%, enquanto surgia novamente um mercado paralelo de dólar,
hoje comprado pelo dobro do preço oficial, porque o medo de nova crise cambial
ressurgiu na população.
Durante
um tempo, vendo a responsabilidade fiscal, o superavit em conta corrente e a
neutralização da doença holandesa, acreditei que os argentinos haviam aprendido
a administrar o câmbio e a garantir a competitividade do país, e que poderiam
ser um exemplo de novo desenvolvimentismo para o Brasil, que até hoje não
aprendeu essa lição.
Mas,
com tristeza, vejo agora uma estratégia de
desenvolvimento que poderia ter garantido prosperidade e estabilidade para a
Argentina caminhar para o fracasso.
domingo, 31 de março de 2013
Economistas e a economia brasileira hoje.
Excelente matéria do ESTADÃO sobre a atual situação econômica brasileira.
Os
críticos dizem que, com sorte, seis economistas reunidos chegam a sete soluções
para o mesmo problema. A resposta para o dilema do baixo crescimento e da
inflação alta no Brasil, porém, aponta quase um só caminho. Seis dos principais
economistas brasileiros, de correntes de pensamento diferentes, convidados pelo
'Estado' a refletir sobre o assunto, chegaram ao mesmo diagnóstico.
Da
Casa das Garças, reduto tucano, à Unicamp, de onde saíram os principais condutores
da política econômica do governo, incluindo a presidente Dilma, a resposta é
quase unânime. Para reanimar o crescimento, o governo precisa estimular o setor
privado a investir, e, para domar a inflação, é preciso subir os juros e cortar
gastos do setor público.
É
claro que há divergência sobre como fazer isso. Mas, surpreendentemente, apenas
Luiz Carlos Bresser-Pereira - professor emérito da Fundação Getúlio (FGV) e
ministro nos governos Sarney e FHC - é contra a alta de juros.
Essa
discussão ganhou ainda mais relevância na semana passada, depois da polêmica
provocada por uma declaração da presidente Dilma. "Não concordo com
políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento
econômico", disse, durante encontro dos Brics na África do Sul. "Esse
receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado,
você entende?"
O
Brasil vive uma situação complexa e paradoxal. Nos últimos dois anos, o
crescimento médio do PIB foi de apenas 1,8%. Ao mesmo tempo, o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu em 6% no acumulado em 12 meses até fevereiro,
e só não ultrapassou o teto da meta de inflação (6,5%) por conta de manobras,
como o corte do preço da energia e os pedidos aos prefeitos para não reajustar
a passagem de ônibus.
Em
2012, a taxa de desemprego ficou em 4,6%. O País está em pleno emprego, o que
significa demanda aquecida. A produção industrial, no entanto, caiu 2,7% no ano
passado.
Edmar
Bacha, um dos pais do Plano Real, fundador e diretor da Casa das Garças, não minimiza
os desafios, mas diz que o governo tem hoje todos os instrumentos para lidar
com a situação. "Só precisa decidir utilizá-los de maneira adequada",
diz. Ele defende uma política "eficaz" de concessões de obras de
infraestrutura.
A
conclusão de Luiz Gonzaga Belluzzo, professor emérito da Unicamp, fundador da
Facamp, e um dos conselheiros de Dilma, é parecida. "Se o governo quer
apoiar o crescimento através do investimento, certamente não pode ser leniente
com a inflação", diz. Belluzzo, no entanto, acredita que um aperto
monetário leve será suficiente para recuperar a credibilidade do BC e conter as
expectativas de inflação.
Gustavo
Franco, ex-presidente do BC e hoje sócio da Rio Bravo Investimentos, afirma que
o aumento dos juros é uma solução de "qualidade inferior" e que o
grande problema da economia brasileira é a "gastança" do governo.
"Já deveríamos ter aprendido a lição que é muito melhor combater a
inflação atacando a sua causa, que é a política fiscal."
Para
Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
em São Paulo, o Brasil precisa de uma "inversão total" da política
fiscal com contração dos gastos correntes, que permitiria, ao mesmo tempo,
controlar a inflação no setor de serviços e manter juros baixos e câmbio
depreciado para ajudar a indústria.
Affonso
Celso Pastore, ex-presidente do BC e sócio da A.C. Pastore Associados, diz que
o pleno emprego é um sinal inequívoco de que não existe um problema de demanda.
"O País não investe em infraestrutura e, por isso, não cresce. O governo
fica tentando resolver injetando mais demanda na economia e deixando a inflação
subir", resume.
Para
Bresser-Pereira, os empresários não investem porque o câmbio continua
apreciado, apesar da recente desvalorização promovida pelo governo Dilma.
"O câmbio é o interruptor da economia, que liga ou desliga a demanda para
as empresas."
Pelos
sinais mais recentes, como os pacotes de concessão de obras de infraestrutura,
parece que a equipe econômica de Dilma chegou à mesma conclusão que esses
economistas. Mas ainda há muitas dúvidas sobre a convicção e a eficiência com
que as autoridades estão implementando as medidas necessárias. Em breve, o BC
terá de decidir se sobe ou não os juros e com que intensidade. Será um bom
teste.
segunda-feira, 25 de março de 2013
A perplexidade europeia.
Bresser-Pereira, hoje na FOLHA e sua análise sobre a crise europeia.
A crise
financeira da zona do euro foi relativamente superada, mas a crise econômica
continua profunda. A crise financeira soberana do euro de 2010 decorreu da
crise bancária global de 2008 que levou os Estados a se endividarem para socorrer
os bancos.
Ela foi
superada quando o presidente do Banco Central Europeu garantiu que compraria no
mercado secundário os títulos da dívida soberana dos países.
Entretanto a
crise econômica da zona do euro continua sem solução. A economia da Europa como
um todo está estagnada, porque as taxas de câmbio implícitas ou internas dos
países do Sul se apreciaram em relação às dos países do Norte e as suas
empresas deixaram de ser competitivas.
O conceito de
taxa de câmbio interna é relativo ao valor e não ao preço de mercado da taxa de
câmbio. O valor da taxa de câmbio não decorre das variações na oferta e na
procura de moeda estrangeira, que fazem com que a taxa de câmbio de mercado
flutue em torno do seu valor, mas é o valor que deve ter a taxa de câmbio para
tornar competitivas as empresas existentes no país. O valor da taxa de câmbio
depende da relação entre aumento da produtividade e dos salários em um país (o "custo
unitário do trabalho") em relação aos demais países.
Em 2003 o
então premiê da Alemanha, Gerhard Schröeder, através da iniciativa Agenda 2010,
promoveu a flexibilização das leis trabalhistas e, ao mesmo tempo, celebrou um
acordo entre empresas e sindicatos segundo o qual os salários deixariam de ser
aumentados proporcionalmente à produtividade, em troca de segurança no emprego.
Como os
países do Sul não fizeram o mesmo, seu custo unitário do trabalho subiu em
relação à Alemanha, a taxa de câmbio interna se apreciou, as empresas perderam
competitividade e se endividaram, as famílias também se endividaram, e isso se
traduziu em grandes deficit em conta corrente, não obstante as contas públicas
continuassem equilibradas (exceto na Grécia).
Para resolver
a crise econômica é preciso reequilibrar os custos unitários do trabalho, ou
seja, reduzir salários. A forma normal de fazer isso seria cada país recuperar
sua capacidade de depreciar a taxa de câmbio - uma solução que distribui por
toda a sociedade o custo do ajustamento necessário e o faz em um instante -, mas
que exige uma reforma monetária que, de forma planejada, descontinue o euro.
Como os
europeus não têm coragem para fazer isso, uma alternativa seria uma inflação
que reduzisse os salários reais ao mesmo tempo em que os países do Norte da
Europa aumentassem seus salários, mas a Alemanha não aceita perder
competitividade em relação à China e aos Estados Unidos. A terceira alternativa
é a que está sendo adotada: é a "austeridade", ou seja, a redução dos
salários através da recessão e do desemprego. É uma solução desumana cujo peso
cai sobre os assalariados e as pequenas empresas. É a solução contra a qual os
cidadãos europeus, perplexos, protestam nas ruas e nas eleições, mas, afinal, é
a solução possível enquanto não perderem o respeito quase religioso que
desenvolveram em relação à sua moeda única.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
A Argentina de Bresser-Pereira.
O professor Bresser-Pereira é um grande economista e hoje na FOLHA, em artigo defendendo a Argentina de Cristina Kirchner, ele escreve com todas as letras:
A Argentina tem razão: Não faz sentido deixar sob controle de
empresa estrangeira um setor estratégico para o desenvolvimento do país como é
o petróleo, especialmente quando essa empresa, em vez de reinvestir seus lucros
e aumentar a produção, os remetia para a matriz espanhola.
Cada caso é um caso, mas neste caso acredito que a Argentina não fez uma boa escolha. E eles tem exemplo dentro de casa mesmo: a Aerolíneas Argentinas foi estatizada em 2008 e tem prejuízos diários de US$ 2 milhões... Penso que isso não aconteceria num país que levasse a sério o respeito ao contratado.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Ciência versus intuição.
Luiz Carlos Bresser-Pereira, hoje na FOLHA
escreve que “não é surpreendente que os países asiáticos tratem de
administrar taxa de câmbio e não incorrer em déficit”.
A teoria econômica é uma ciência mais simples
do que seus cultores neoclássicos ou ortodoxos supõem. Toda a matemática que
usam para desenvolver seus modelos alienados da realidade é, além de
desnecessária, prejudicial, porque os conduz a transformar o mercado em um
mito, e a propor sua desregulamentação, cujo resultado são graves crises
financeiras.
Mas isso não significa que a teoria econômica
seja um conjunto de conhecimentos intuitivos. Pelo contrário, ela só se torna
inovadora quando rompe com o senso comum.
Adam Smith rejeitou o senso comum quando disse
que a riqueza da nação não estava em seu ouro e seus templos, mas na produção; Marx,
quando mostrou que o lucro resultava de uma troca de valores equivalentes no
mercado.
Schumpeter, quando ensinou que não é a posse do
capital mas a capacidade do empresário de inovar e de ter acesso ao crédito que
é decisiva; Keynes, quando argumentou que é o investimento que determina
a poupança.
Hoje os economistas estão diante de um
quebra-cabeça.
A intuição lhes diz que "os países ricos em capital devem transferir seus
capitais aos países pobres em capital", ou seja: países em desenvolvimento
deveriam incorrer em deficit em conta-corrente e financiá-los com empréstimos
ou investimentos diretos.
Entretanto, os países asiáticos dinâmicos,
que crescem bem mais do que os latino-americanos, têm superavit em
conta-corrente (superavit comercial inclusive serviços, juros e dividendos); a
China, sempre.
No governo Lula, o Brasil apresentou taxa
maior de crescimento quando teve superavit em conta-corrente; desde que voltou
ao deficit, tem crescido menos. Na maioria dos casos, um país em desenvolvimento
crescerá mais se apresentar superavit em conta-corrente e, assim, financiar os
países ricos.
O modelo da doença holandesa explica essa
surpreendente verdade. Para um país neutralizar a doença holandesa ou a
maldição dos recursos naturais, precisa deslocar a taxa de câmbio do equilíbrio
corrente (que zera sua conta-corrente) para o equilíbrio industrial (que torna
competitivas empresas que usam tecnologia no estado da arte mundial). Ao lograr
fazê-lo, o país terá superavit em conta-corrente, e os países ricos incorrerão
em deficit.
Os países em desenvolvimento devem, portanto,
tentar crescer com despoupança externa ou superavit em conta-corrente.
Um segundo argumento mostra o que ocorre com
o país que tenta crescer com poupança externa. As entradas de capitais
necessárias para financiar esse deficit apreciam a taxa de câmbio, aumentam
artificialmente salários reais e o consumo, de maneira que mesmo quando se
trata de investimentos diretos, aumentam afinal mais o consumo do que o
investimento. Em seguida, o país, além de ter de remeter lucros e juros para
fora, fica ameaçado de crise de balanço de pagamentos.
Não é surpreendente que os países asiáticos
dinâmicos, que ouvem muito menos que nós os economistas ortodoxos do Norte,
tratem de administrar sua taxa de câmbio e não incorrer em deficit mas em
superavit em conta-corrente. Se o Brasil apresentasse também um superavit,
cresceria muito mais e com muito mais segurança do que hoje.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
A boa consciência da França.
Luiz Carlos Bresser-Pereira, hoje na FOLHA DE S. PAULO.
Como compreender a decisão do Parlamento
francês de definir algo que aconteceu há quase um século como genocídio dos
armênios pelos turcos?
Do ponto de vista político, não faz
sentido para a França um conflito com a Turquia -o mais importante país do
Oriente Médio e uma potência emergente. Por que, então, esse testemunho oficial
sobre algo que aconteceu, mas que hoje nada tem a ver com a França?
Só encontro uma explicação: trata-se de
uma manifestação de "boa consciência" de uma França imperial para com
seus cidadãos, que são homens e mulheres dotados de elevados princípios morais.
O que significa "boa
consciência" nesse caso? Infelizmente, nada de bom. A dominação, o
império, as muitas formas de exploração precisam sempre de boa consciência.
Precisam de boas razões morais para seus
atos, ou, quando é impossível, exibir para todos sua consciência moral, neste
segundo caso configurando-se a boa consciência.
A França, como Reino Unido e EUA,
precisa dela porque seu livro de violência imperial com os povos da periferia
e, em particular, com o Oriente Médio é longo e tenebroso.
Até a Segunda Guerra, esse imperialismo
se manifestou por meio do sistema colonial.
Quando os povos da região lograram sua
independência, o imperialismo francês e de seus associados ricos manifestou-se
pontualmente pela guerra e, em geral, por meio do "soft power"
-conselhos, ameaças e pressões sobre elites locais geralmente aliadas e
corruptas.
O prontuário da França nessa matéria no
Oriente Médio é lamentável, e é terrível na África. A África subsaariana é, na
prática, uma colônia administrada por um banco central comum com sede em Paris.
A participação do governo francês no
genocídio dos tutsis em Ruanda é algo que volta e meia é discutido na grande
imprensa do país. Com grande pesar dos franceses.
Diante disso, a necessidade de boa
consciência torna-se imperativa. Geralmente, ela se manifesta sob a forma de
"soft power", sem conflito com os interesses nacionais do país:
julgam-se os governantes dos países mais pobres pelos padrões de avanço
cultural e político dos países ricos; e, com base nesse julgamento, criticam
duramente como "autoritários" e "populistas" os governantes
que ousam ser nacionalistas e estabelecer limites aos interesses de suas
multinacionais.
Enquanto isso os ditadores amigos são
amavelmente esquecidos.
Sob essa forma, a boa consciência
coincide com a lógica da dominação. Ela expressa os valores da democracia ao
mesmo tempo em que atende a interesses considerados nacionais.
Mas há momentos em que coisa não é tão
simples. Que é preciso pensar em termos dialéticos.
Dado que os cidadãos dos países ricos
são exigentes em termos de princípios democráticos e de direitos humanos,
políticos oportunistas aproveitam alguns momentos para apaziguar a boa
consciência dos seus cidadãos com atos "heroicos". É o que acontece
com o reconhecimento de genocídio dos armênios.
Nesse caso, o preço da boa consciência é
uma decisão que não serve à Armênia, ofende a Turquia e não interessa à França.
Mas apazigua consciências culpadas.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
O poder dos economistas.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, especialmente na FOLHA DE S. PAULO de hoje. Publicado, apesar de divergir de alguns tópicos anotados pelo autor. Afinal, estamos em 2012 e este é um blog que busca publicar as diversas visões da Economia.
Desde os anos 1970 os dirigentes das
instituições financeiras e os economistas viram seu poder político crescer, mas
o mundo também viu um imenso aumento da instabilidade financeira.
Enquanto financistas ganhavam milhões e
milhões, o prestígio e o poder dos economistas aumentava. Enquanto estes,
muitos transformados em financistas, aumentavam seus ganhos, as crises
financeiras se multiplicavam, e a renda de cada país se concentrava nos 2% mais
ricos.
Podemos buscar várias explicações para
isso, mas creio que o fato histórico novo que teve papel determinante nessa
mudança foi a decisão do presidente Nixon em 1971 de suspender a conversão do
dólar em ouro ou, mais especificamente, a conversão das reservas em dólares dos
outros países em ouro, se seus dirigentes o solicitassem.
A partir desse momento, o dinheiro
perdeu referência com a economia real; a criação, o fluxo e a destruição de
moeda passaram a ocorrer com grande facilidade; o endividamento do setor
privado saiu de controle e, na falta de uma verdadeira âncora para a economia,
as crises financeiras se tornaram, além de mais frequentes, também mais
profundas.
O poder dos financistas e dos
economistas aumentou porque eles passaram a ter um papel estratégico: seriam os
gestores desse novo quadro monetário-financeiro -da "financeirização"
da economia mundial. Mas, passados 40 anos, verificamos que fracassaram.
Os financistas, porque se preocuparam
apenas em ganhar mais dinheiro para eles e para os rentistas. Os economistas,
porque construíram uma teoria matemática -a teoria econômica neoclássica- que
"demonstrava" que os mercados eram autorregulados, de forma que não
havia por que gerir as economias nacionais e a economia mundial. Os dois,
porque, ao desregularem os mercados financeiros, estavam "desgerindo"
a economia.
Dani Rodrik informou em artigo recente
(publicado no "Valor", 19.dez.2011) que um grupo de estudantes
abandonou o curso de seu colega na Harvard University Greg Mankiw, protestando
contra o fato de que "o curso propaga ideologia conservadora disfarçada de
ciência econômica e ajuda a perpetuar a desigualdade social".
Os alunos foram benignos com a teoria
econômica ortodoxa: deviam ter acrescentado que ajuda também a aumentar a
instabilidade financeira e causar baixo crescimento.
Rodrik defendeu o colega, argumentando
com o seu "paradoxo da globalização": que nos cursos os economistas
neoclássicos ensinam uma teoria econômica sofisticada, onde as falhas de
mercado são devidamente salientadas, mas, na hora de proporem políticas, adotam
um liberalismo econômico simplista. Ele está enganado.
Essa teoria econômica matemática que se
ensina nas grandes universidades, baseada nos pressupostos do "homo
economicus" e das expectativas racionais e no modelo do equilíbrio geral é
essencialmente falsa, porque usa o método hipotético-dedutivo e porque adota
como critério de verdade a coerência lógica, não a conformidade com a
realidade.
Mas não é uma teoria falsa por engano; o
é por arrogância matemática que lhes dá monopólio sobre o saber e porque
interessa aos economistas ensinar que os sistemas econômicos são
autorregulados, bastando para isso corrigir suas pequenas falhas.
Dessa forma eles usam a teoria econômica
neoclássica para justificar "cientificamente" o neoliberalismo -uma
ideologia reacionária que durante 30 anos (1979-2008) promoveu o atraso e a
desigualdade em todos os países que a aceitaram. E, ao mesmo tempo, dizem aos
cidadãos desses países que fiquem calados, já que não dominam o "conhecimento"
matemático e preciso.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
A equação não fecha.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, hoje na FOLHA DE S. PAULO.
Uma política que combina alta cambial
com aumento nominal de salários é suicida no médio prazo.
A aposta do governo é que o mercado
interno salvará a economia brasileira: que o aumento dos salários acima da
produtividade, além de reduzir a desigualdade, criará demanda para a indústria
e compensará a taxa de câmbio sobreapreciada. Em outras palavras, a mesma
receita que deu bons resultados no governo Lula poderia ser repetida no governo
Dilma.
Mas desta vez temo que a equação não
feche. Ainda será possível elevar salários reais sem alta da inflação, porque o
preço global das commodities tende a baixar, mas é exatamente isso que tira
espaço à política econômica do governo.
Durante o governo Lula, a taxa de
crescimento do PIB dobrou, enquanto que a diminuição da desigualdade econômica,
que já vinha ocorrendo, se acelerou. Mas isso foi alcançado sem que o governo
enfrentasse o problema fundamental: a taxa de câmbio sobreapreciada.
Em vez disso, aproveitou a contínua
apreciação do real para manter a inflação baixa, ao mesmo tempo em que os
salários aumentavam.
Nesse quadro, a desindustrialização
iniciada em 1990 prosseguiu, mas o setor sobreviveu porque contou com o mercado
interno duplamente aquecido: pelo aumento do mínimo e pelo aumento dos salários
reais decorrente da baixa do dólar.
O país, que deveria apresentar elevado
superavit graças ao aumento do preço das commodities, voltou ao deficit em
conta-corrente.
A médio prazo uma política de
crescimento voltada para o mercado interno é tão inviável quanto a alternativa
de uma economia voltada para as exportações. Mercado interno e exportações
precisam crescer concomitantemente.
Uma política que combina apreciação
cambial com aumento nominal de salários é suicida no médio prazo porque em
pouco tempo empresas menos eficientes que as nossas ocuparão nosso mercado
interno. É o que acontece atualmente.
O Brasil deverá crescer menos de 3%
neste ano e é pouco provável que tenha desempenho melhor no próximo ano. Os
investidores não estão sendo estimulados a investir nem pelo mercado interno
nem pelo externo. Este está em plena queda, puxado pela Europa e acompanhado
pela China e pela Índia.
Neste quadro global adverso, e sem
espaço interno para política econômica, o mais provável é que a economia
continue crescendo pouco. E sempre há o risco de uma queda forte no preço das
commodities, que terá efeito desastroso.
Por enquanto, o único grande gesto do
governo Dilma na área econômica foi a baixa da taxa de juros, que abriu espaço
para o Estado investir mais em infraestrutura.
O aumento forte do salário mínimo, já
previsto em lei, será outro estímulo. Mas são insuficientes. O país continuará
a crescer lentamente, e os economistas ortodoxos e as classes médias alienadas
que eles guiam continuarão a atribuir a desindustrialização à
"ineficiência" das empresas brasileiras.
Assim como os conservadores atribuem a
culpa da pobreza e da exclusão aos pobres, os neoliberais estão agora
atribuindo a desindustrialização aos empresários.
É o reacionário processo de
culpabilização da vítima que se repete, ainda que aplicado a vítimas muito
diferentes. E o governo parece paralisado diante desse quadro.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Moeda europeia ou estrangeira?
Luiz Carlos
Bresser-Pereira, hoje na FOLHA DE S. PAULO, comenta que o erro fundamental do
euro é o de ser uma moeda que os países não têm o poder soberano de
emitir.
O euro ainda
pode ser salvo? Esta pergunta faz sentido porque há muitos analistas
apressando-se a anunciar que o euro falhou e está condenado a desaparecer. Hoje
está claro que o euro foi uma ideia arriscada, que afinal apresentou mais
problemas do que soluções, mas é cedo para dizer que fracassou. Toda a
questão nestes tempos anormais em que afligem a zona do euro está em saber se
os europeus continuarão a ter uma "moeda estrangeira" como é hoje o
euro ou a transformarão em uma moeda nacional europeia.
O erro
fundamental do euro é o de ser uma moeda estrangeira -uma moeda que os países
da zona do euro não têm o poder soberano de emitir. Ao adotar o euro, os países
renunciaram à sua soberania, porque um requisito fundamental dela sempre foi a
capacidade do Estado-nação de emitir dinheiro quando não tem alternativa para
pagar suas dívidas. O exercício desse poder implica risco de inflação mas, no
caso do euro, esse risco é pequeno. Certamente menor do que o custo que estão
incorrendo os países europeus com esta crise.
Na última
semana, em uma conferência internacional, o título de minha apresentação foi
"No foreign finance, please", porque sei que nada foi pior para um
país do que se endividar em moeda estrangeira. Em vez de promover o investimento
e o desenvolvimento, o endividamento promove a apreciação cambial, o aumento do
consumo, a fragilidade financeira e a crise do balanço de pagamentos. Os países
em desenvolvimento se endividaram em moeda estrangeira por populismo cambial e
porque equivocadamente acreditavam que deveriam "crescer com poupança
externa". Já os países europeus se endividaram voluntariamente em moeda
estrangeira -em moeda que o país não tem a soberania de emitir. Um perfeito
contrassenso apoiado na suposta autorregulação dos mercados.
Mas os
europeus ainda podem tornar o euro uma moeda nacional europeia. Para isto, é
necessário que o Banco Central Europeu (BCE) faça o que estão fazendo os bancos
centrais dos Estados Unidos e do Reino Unido e emita dinheiro para comprar os
título dos países-membros. No caso da zona euro, compre até que sua taxa de
juros atinja um nível normal -momento em que a crise estará terminada.
Isso
implicará, como contrapartida, uma substancial diminuição da autonomia do país
de incorrer em deficit fiscais, e em um severo monitoramento do endividamento
privado que se reflete em conta corrente negativa dos países devedores dentro
da zona.
Os alemães
se opõem a esta monetização da dívida; têm medo de estimular a
irresponsabilidade fiscal. Mas economistas alemães aprovaram a proposta que o
BCE compre a dívida dos países até 60% do PIB, porque sabem qual o custo para
seu país do colapso do euro: quase dois terços das exportações da Alemanha são
realizadas para a zona do euro. Por enquanto, o Norte da Europa aproveitou o
euro para exportar e investir, enquanto que o Sul, para importar e consumir. Ou
essa síndrome perversa é corrigida pelo colapso do euro e a depreciação da
moeda dos países devedores, ou é resolvida tornando o euro uma verdadeira moeda
nacional europeia do Estado-multinação europeu em formação.
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