O professor Bresser-Pereira é um grande economista e hoje na FOLHA, em artigo defendendo a Argentina de Cristina Kirchner, ele escreve com todas as letras:
A Argentina tem razão: Não faz sentido deixar sob controle de
empresa estrangeira um setor estratégico para o desenvolvimento do país como é
o petróleo, especialmente quando essa empresa, em vez de reinvestir seus lucros
e aumentar a produção, os remetia para a matriz espanhola.
Cada caso é um caso, mas neste caso acredito que a Argentina não fez uma boa escolha. E eles tem exemplo dentro de casa mesmo: a Aerolíneas Argentinas foi estatizada em 2008 e tem prejuízos diários de US$ 2 milhões... Penso que isso não aconteceria num país que levasse a sério o respeito ao contratado.
Um comentário:
UM CLARO INCENTIVO À RETOMA ECONÓMICA
(produtos de primeira necessidade a preços moderados)
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Actividades de primeira necessidade à mercê de privados... trata-se duma situação que é um claro OBSTÁCULO À RETOMA económica: numa fase de recessão... os privados procuram compensar a diminuição da quantidade de mercadoria vendida, aumentando a margem de lucro [veja-se a roubalheira do preço da gasolina nos últimos tempos (nota: Portugal tem a terceira gasolina mais cara da Europa antes de impostos); obs: um produto de primeira necessidade]... o que por sua vez... dificulta a retoma económica!
Pelo contrário, por exemplo, uma GALP pública poderia continuar a ter lucro praticando preços moderados... o que era um claro incentivo à retoma económica.
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ANEXO:
Na minha opinião é inquestionável o facto de que é a iniciativa privada o motor do desenvolvimento económico... todavia, a especulação privada pode ter os seus excessos (um ex: aqui os preços aumentaram 10 vezes em poucos dias)... logo, é da mais elementar prudência, o Estado ter uma presença muito forte nas actividades de primeira necessidade... tanto mais que tal presença pode ser utilizada como uma 'almofada' numa fase de recessão da economia. {nota: Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a CONCORRÊNCIA de empresas públicas é que permitirá combater eficazmente a cartelização privada}
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