sábado, 6 de abril de 2013

Discutindo pobreza... na Argentina!


Em recente matéria no ESTADÃO, economistas questionam dados de pobreza... na Argentina.
O governo da presidente Cristi­na Kirchner sustenta que a pro­porção de pobres na Argentina está no nível mais baixo das últi­mas quatro décadas: apenas 5,4% da população, ou 2,2 mi­lhões de pobres. Segundo o go­verno Kirchner, a Argentina não tinha uma pobreza tão baixa des­de 1974, quando o presidente Juan Domingo Perón - chamado de "o protetor dos trabalhado­res" - estava prestes a morrer.
No entanto, os dados elabora­dos pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos, não são le­vados a sério por economistas, sindicatos e entidades universi­tárias, que acusam o organismo estatístico de falsificar os núme­ros - especialmente os da infla­ção - desde janeiro de 2007.
A Universidade Católica Ar­gentina (UCA) - que elabora há vários anos um índice paralelo - indicou, porém, em seu novo re­latório que a pobreza assola atualmente 26,9% dos argenti­nos. Essa proporção quintuplica o número de pobres admitido pe­la Casa Rosada. Em vez dos 2,2 milhões de pobres oficiais da pre­sidente Cristina, o país, segundo a UCA, teria 11 milhões.
O anúncio do índice da UCA teve ampla repercussão neste ano na Argentina, principalmen­te, pelo fortalecimento político e social que a Igreja Católica está tendo no país graças à recente entronização do cardeal Jorge Bergoglio, um portenho do bair­ro de Flores, como o novo papa Francisco.
Enquanto que para o Indec a pobreza caiu de 6,5% em 2011 para 5,4% em 2012, para a UCA a proporção subiu de 21,9% para 26,9% no mesmo período. A pro­porção de indigentes também apresenta enormes disparida­des. Para o governo são 600 mil indigentes em toda a Argentina, enquanto que para a entidade acadêmica são 2,2 milhões.
Segundo relatório da UCA, a pobreza estrutural persiste na Argentina, "apesar dos enormes esforços em matéria de gasto so­cial, pois 20% dos lares recebem algum programa social".
Para o monsenhor Jorge Lozano, presidente da Pastoral So­cial, "existe um estancamento na situação social". Segundo ele, "se não existe esperança para os pobres, tampouco existirá espe­rança para os ricos".
Em 1974, a Argentina era o pa­raíso da classe média na América Latina. Na época, contava com menos de 6% de pobres. Mas a sequência de ajustes e crises eco­nômicas provocaram uma dispa­rada na proporção de pobres, que em 1995 constituíam 20% da população.

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