SAMY
DANA, Ph.D em business, professor da FGV e coordenador do
núcleo de cultura e criatividade GV Cult, publicou na FOLHA uma análise do
gasto por impulso, onde mostra que não somos racionais como nos livros de
economia.
No
último dia 20, o Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) anunciou uma elevação de
6,65% no nível de inadimplência em fevereiro de 2013, em comparação com o mesmo
período de 2012.
Podem
explicar isso o incessante incentivo do governo ao consumo (ainda que a
poupança clame por socorro), o crédito fácil oferecido a taxas de juros exorbitantes
e a famigerada inflação.
Por
falar nela, no dia 28, o Banco Central anunciou a projeção do IPCA para 2013:
5,7%, valor bem acima dos 4,5% esperados em 2012.
A
conjuntura em que o consumidor se encontra é bastante desfavorável. Por que, então, o brasileiro, ciente de sua
impossibilidade de sanar dívidas, não para de comprar?
Há muitos fatores envolvidos no consumo que os livros
clássicos de economia não explicam. O homem que vive neles é perfeitamente
racional. Mas a realidade mostra que fatores psicológicos são, muitas vezes, os
mais relevantes nas decisões financeiras.
Estudiosos buscam entender essas motivações subjetivas. As
explicações mais comuns estão relacionadas às emoções e influência exercida
pela sociedade.
Em
pesquisa recente do SPC e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas,
foram levantadas as causas que levam homens e mulheres a comprar por impulso:
principalmente estresse, ansiedade e vida profissional.
Entre
as mulheres, o estímulo ao consumo se vincula à baixa autoestima, em 49% dos
casos, e à tensão pré-menstrual, em 32%. Já para os homens, as principais
causas são ansiedade (45%) e problemas no trabalho (38%).
Não é fácil controlar impulsos. Gastar mais do que se pode
não há de sanar nenhuma dor. Mas é o que a pesquisa mostra que estamos fazendo.
Conhecer e controlar o seu comportamento de consumo,
especialmente em momentos emocionais vulneráveis, parece ser a chave da
questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário