A economia brasileira deve apresentar crescimento de 0,5% este
ano, segundo estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as
riquezas produzidas no país), divulgada hoje (22), em Brasília, pelo Ministério
da Fazenda. A projeção anterior era 1%.
A estimativa está próxima da esperada pelo mercado financeiro, que
projeta expansão do PIB de 0,48%. Em 2016, o PIB teve queda de 3,6%. Para 2018, a
estimativa é de expansão do PIB em 2,5%.
A projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 4,3% este ano, e 4,5% em 2018. A estimativa
anterior do governo para a inflação este ano era 4,7%.
Hoje, o governo também divulgará o Relatório de Avaliação de
Receitas e Despesas, lançado a cada dois meses, com os parâmetros oficiais da
economia e as previsões de arrecadação, de gastos e de cortes no Orçamento. Com
base no documento, o governo edita um decreto de programação orçamentária, com
novos limites de gastos para cada ministério ou órgão federal.
Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou que
não está descartado o aumento de impostos e disse que o valor do contingenciamento será a "combinação
possível". Segundo ele, o objetivo principal é cumprir a meta fiscal de
2017, com um déficit previsto de R$ 139 bilhões.
O Ministério da Fazenda também atualizou as estimativas para o PIB
na comparação entre trimestres. Apesar de encerrar o ano com expansão de
0,5%, o PIB registrará crescimento de 2,7% no quarto trimestre deste ano
(outubro a dezembro) em relação ao mesmo trimestre de 2016, informou o
ministério. O número representa uma melhoria em relação a declarações
anteriores do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em janeiro, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Meirelles tinha afirmado que o PIB chegaria ao quarto
trimestre com expansão de 2% na comparação com o mesmo trimestre de 2016..
No início deste mês, na reunião do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, o ministro tinha dito que o crescimento na comparação trimestral ficaria em 2,4%
.
"O importante é a comparação trimestral [trimestre contra
trimestre do ano anterior]. É esse número que dá a sensação térmica da
economia", explicou o secretário de Polícia Econômica do Ministério da
Fazenda, Fabio Kanczuk. Ele não informou o impacto da revisão do PIB sobre o
Orçamento em 2017.
Ainda hoje à tarde, o Ministério do Planejamento anunciará a revisão
das receitas e o contingenciamento (bloqueio de gastos não obrigatórios) para
este ano com base na reestimativa do PIB.
(*) Texto alterado às 14h27 para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio
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