segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Aécio Neves - manifesto de apoio.

Apoiamos Aécio Neves porque a sociedade brasileira quer mudanças. Porque é preciso dar um basta à conivência com a corrupção e aos retrocessos que marcaram a ação do governo nos últimos anos: a confusão entre partido e Estado e a cooptação de organizações da sociedade civil.

Porque a democracia requer valores republicanos e exige o respeito às diferenças políticas, culturais e individuais. Apoiamos Aécio Neves porque a estabilidade e o crescimento econômicos são condições indispensáveis para que a redução das desigualdades seja efetiva, e a retomada do desenvolvimento seja sustentável.

Porque queremos que as pessoas realmente se emancipem da ineficiência e das distorções dos serviços públicos, da pobreza que amesquinha seus horizontes e da falta de acesso a direitos fundamentais em áreas prioritárias como educação, saúde e segurança pública.

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A LISTA DE NOMES*
Abílio A. Baeta Neves - Professor titular da UFRGS
Adilson Simonis - Professor titular da USP
Adriano Pires - Economista
Alberto Aggio -Professor titular da Unesp
Alessandro Ventura - Arquiteto
Alexandre Salles - Economista
Alexandre Schwartsman - Economista
Álvaro de Souza - Empresário
Amarildo Virgulino - Economista
Amilcar Baiardi - Professor titular da UFBA
Ana Paula Vescovi - Economista
André Medici - Economista
Antonio Cícero - Poeta
Antonio Marcio Buainain - Professor do IE/Unicamp
Antonio Octavio Cintra - Cientista político
Aron Belinky - Administrador
Barby de Bittencourt Martins - Socióloga
Beatriz Bracher - Escritora
Beatriz Cardoso - Educadora
Bolívar Lamounier - Cientista politico
Bolívar Moura Rocha - Advogado
Boris Fausto - Historiador
Breno Raigorodsky - Publicitário
Carlos Ari Sundfeld -Advogado
Carlos de Almeida Vieira - Médico
Carlos Dranger - Arquiteto
Carlos Eduardo Lessa Brandão - Engenheiro
Carlos Henrique de Brito Cruz - Prof. titular da Unicamp
Carlos Pereira - Cientista político
Carolina Learth - Engenheira
Celia Fix Korbivcher - Psicanalista
Cesar Borges de Souza - Empresário
Claudia Romano - Economista
Cleonice Ferreira da Cunha - Arquiteta
Clóvis Cavalcanti - Economista
Clóvis Panzarin - Economista
Dalberto Adulis - Administrador
Decio Zylbersytajn -Professor titular da USP
Dora Fix Ventura - Biopsicóloga
Dora Kaufman - Economista
Edmar Bacha - Economista
Edson Teófilo - Economista
Eduardo Felipe Matias - Advogado
Eduardo Giannetti - Economista
Eduardo Portella - Escritor
Eduardo Viola - Professor titular da UnB
Elizabeth Castanheira P. Costa - Consultora
Eneida Orenstein Ende - Auditora Fiscal
Estela Neves - Arquiteta
Eunice Ribeiro Durhan -Professor titular da USP
Evandro Carlos Ames - Economista
Everardo Maciel -Tributarista
Fábio Akira Nakayama Ohia -Engenheiro
Felipe Massao Kuzuhara -Economista
Fernando Furriela - Advogado
Fernando Schuler - Advogado
Flávio Dias Barbosa - Engenheiro
Francisco Correa Weffort - Sociólogo
Francisco Vidal Luna - Economista
Frederica Kriek Cavalcanti - Professora da UFPE
Gabriel Maciel Fontes - Advogado
Geraldo Biasoto - Professor do IE/Unicamp
Guilherme Aranha Coelho - Advogado
Guilherme Dias - Economista
Guilherme Doin - Advogado
Guilherme Lima - Economista
Gustavo Franco - Economista
Hamilton Dias de Souza - Advogado
Hans Michael van Bellen - Prof. Associado da UFSC
Helena Sampaio - Antropóloga
Helena Severo - Produtora cultural
Helio Mattar - Empreededor social
Heloisa Helena Jardim Almeida - Comerciante
Henrique Wittler - Engenheiro
Isaías Coelho - Economista
Itiberê Muarrek -Economista
Ivonne Maggie - Antropóloga
Joana Setzer - Advogada
Joaquim Francisco de Carvalho - Engenheiro
José Álvaro Moisés - Professor titular da USP
José Arthur Giannotti - Professor titular da USP
José Eli da Veiga - Professor titular da USP
José Roberto Afonso - Economista
José Roberto Mendonça de Barros - Economista
Jurandir Craveiro - Publicitário
Leandro Piquet - Professor titular da USP
Lia Zatz - Escritora
Lino de Macedo - Educador
Livia Barbosa - Antropóloga
Lourdes Sola - Professora titular da USP
Luciano Ramos - Cientista social
Lucio Gomes Machado - Arquiteto
Luis Fernando Laranja da Fonseca - Médico Veterinário
Luis Fernando M. Coutinho - Empreendedor
Luis Otávio Furquim - Advogado
Luiz Carlos Pereira da Silva - Locutor TV
Luiz Felipe Lampréia - Diplomata
Luiz Sergio Henriques - Tradutor
Maína Celidonio - Economista
Marcilio Marques Moreira -Advogado
Marco Polo Buonora - Geólogo
Marcos Cavalcanti - Professor COPPE/UFRJ
Marcos Egydio - Engenheiro agrônomo
Marcos Jank - Economista
Marcos José Mendes - Consultor Legislativo Senado
Marcos Nóbrega - Professor Adjunto da UFPE
Marcus Melo - Cientista político
Margarida do Amaral Lopes - Mediadora
Maria Alice Rufino - Psicóloga
Maria Angela D´Incao - Socióloga
Maria Eduarda Marques - Historiadora
Maria Helena Guimarães Castro - Educadora
Maria Inês Fini - Educadora
Maria Nelma Gaburro - Funcionária Pública
Mariana Castanheira P. Costa - Jornalista
Marília de Almeida Maciel Cabral - Advogada
Mário Brockman Machado - Cientista político
Mario Roitman - Empresário
Maristela Bernardo - Jornalista
Mariza Abreu - Educadora
Marta Dora Grostein - Professora titular da USP
Monica Baumgarten de Bolle - Economista
Monika Naumann - Engenheira Florestal
Patrícia Castanheira P. Costa - Jornalista
Paulo Cabral de Araújo Neto - Arquiteto
Paulo César Brito - Ator
Paulo Francini - Engenheiro
Paulo Gonzaga Mibielli de Carvalho - Economista
Pedro Malan - Economista
Peter Knight - Economista
Philippe Reischtul - Economista
Rachel Biderman - Advogada
Raimundo Santos - Professor da UFRRJ
Raul Velloso - Economista
René Scharer - Empreendedor Social
Ricardo Guimarães - Empresário
Roberto Macedo - Economista
Roberto Muylaert - Jornalista
Ronaldo Porto Macedo Jr - Advogado
Rosiris Innocenzi - Socióloga
Rubens Barbosa - Diplomata
Rubens Gomes - Músico
Ruth Goldemberg - Empreendedora cívica
Ruth Viotti Saldanha - Professora
Ruy Korbivcher - Empresário
Sandra Sinicco - Jornalista
Sergio Besserman Vianna - Professor da PUC-Rio
Sergio Fausto - Cientista político
Sergio Guimarães Ferreira - Economista
Sergio Mindlin - Empreendedor Social
Sergio Monteiro Salles - Prof. titular da Unicamp
Shigueo Watanabe - Físico
Silvana Cappanari - Psicóloga
Simon Schwartzman - Sociólogo
Sonia Draibe - Prof. titular da Unicamp
Sonia K. Guimarães - Professora titular da UFRGS
Tatiana Pezutto - Geógrafa
Tércio Sampaio Ferraz - Jurista
Thaia Perez - Atriz
Thiago Villas Bôas Zanon - Engenheiro
Vera Cabral Costa -Economista
Walter Colli - Professor titular da USP
Walter de Mattos Jr. - Jornalista
Wellington Almeida - Professor da UnB
Yan Dozol Carreirão - Cientista político

Zander Soares de Navarro - Professor da UFRGS

domingo, 14 de setembro de 2014

PIAUÍ em dose dupla: Artur Avila e Delfim Netto.

Neste mês a PIAUÍ está em dose dupla e com matérias para leituras extremamente prazerosas.
Destaco a PIAUÍ especial sobre o Fields Artur Avila e a PIAUÍ mensal sobre o czar Delfim Netto: o Chefe.

Boa leitura a todos. 




Os Economistas de Marina Silva.

Leio na FOLHA de S. PAULO, matéria sobre a equipe econômica que colabora com a candidata Marina Silva.

André Lara Resende e Eduardo Giannetti da Fonseca são as estrelas principais, mas a equipe que assessora Marina Silva na área econômica reúne pelo menos outros três profissionais respeitados no meio, embora pouco conhecidos fora da academia.
Os professores Alexandre Rands, da Universidade Federal de Pernambuco, Marco Bonomo, do Insper, e Tiago Cavalcanti, da Universidade de Cambridge, estão na linha de frente da campanha.
Os três contribuíram com a elaboração do programa do PSB antes da morte do ex-governador Eduardo Campos. Mais recentemente, foram convocados a participar ativamente da campanha.
A ascensão de Marina nas pesquisas de intenção de voto tem provocado forte assédio de empresários e investidores interessados em conhecer melhor as propostas da candidata para a economia.
A equipe, enxuta, se desdobra para dar conta dos convites para palestras e encontros com o setor privado.
Um desses eventos, organizado pelo Bank of America/Merrill Lynch na última segunda-feira (8) em São Paulo, foi pensado originalmente para cerca de cem convidados e acabou com uma plateia de quase 500 pessoas.
O número de representantes de Marina aumentou de forma proporcional ao interesse. Inicialmente, falariam apenas Walter Feldman e Bazileu Margarido, coordenadores da campanha de Marina.
A dupla acabou sendo reforçada por quase todo o núcleo da campanha, incluindo o candidato a vice da chapa, Beto Albuquerque, Lara Resende, os irmãos Alexandre e Maurício Rands e o biólogo João Paulo Capobianco.
Bonomo, que até agora vinha atuando apenas na concepção do programa, foi recrutado na semana passada para também representar Marina em eventos públicos.
Acadêmico respeitado --está entre os 20 economistas brasileiros com maior número de artigos em publicações acadêmicas--, Bonomo não está acostumado com os holofotes do debate público.
Ele conta ter conhecido Marina em 2010 e diz que logo se identificou com suas ideias. Mas chegou à campanha pelas mãos de Tiago Cavalcanti e Alexandre Rands, economistas que eram próximos de Eduardo Campos.
Bonomo foi um dos autores das propostas do programa relacionadas ao mercado de crédito. É defensor da redução do papel dos bancos públicos, que, segundo ele, deveriam atuar com foco em nichos específicos, como pequenas empresas e inovação.
"Mas tudo isso deve ser feito com muito cuidado, vagarosamente", disse Bonomo.
Cavalcanti também é crítico do protagonismo assumido pelos bancos públicos na oferta de crédito subsidiado. Seu estudo mais recente afirma que a política de subsídios não tem efeito positivo significativo para a produção e não ajuda os salários.

Assim como Rands, os dois economistas são defensores da importância da avaliação permanente dos resultados de políticas públicas. "Não quero discutir o tamanho do Estado, mas podemos discutir a sua eficiência", afirmou Cavalcanti.

O ajuste de Delfim Netto.

Leio na FOLHA DE S. PAULO  mais um artigo do Mestre Delfim Netto. 

A economia brasileira encontra-se numa situação desagradável, mas longe de estar à beira do apocalipse. Se, entretanto, insistirmos em não enfrentar os seus desequilíbrios, os cavaleiros podem nos visitar...

Na inflação --a despeito de alguns controles-- continuamos a namorar com o limite superior da banda de tolerância, que fingimos ser a "meta". A "boa notícia" é que a distância entre a taxa de inflação registrada nos preços "administrados" e nos preços "livres", que era menor do que 10% no final de 2011 e chegou a mais de 150% em 2013, foi reduzida e se encontra ao redor de 40%.

Na área fiscal a situação em 2014 piorou visivelmente, em parte porque o crescimento do PIB murchou. O deficit fiscal/PIB aproxima-se de 4%. A promessa de superávit primário de 1,9% do PIB, arrancado a fórceps no sufoco da ameaça da perda de rating pela agência S&P, tornou-se irrelevante e a dívida bruta/PIB aparenta um viés de crescimento.

A situação é delicada, mas perfeitamente reversível --sem custos exorbitantes-- com um programa monetário e fiscal coerente e transparente, capaz de dar previsibilidade às políticas públicas e tranquilizar o "espírito animal" assustado por intervenções pontuais bem intencionadas, mas erráticas. Irreversível é o crescimento perdido que vai nos acompanhar pelo resto do tempo.

Onde o ajuste será mais complexo é na política cambial. Voltamos a cometer o erro que nos tem perseguido há décadas: o uso da taxa de câmbio como coadjuvante do controle da inflação como substituto das políticas monetária e fiscal, cada vez que somos premiados com uma melhoria nas "relações de troca", ou seja, cada vez que os preços de nossas exportações crescem mais rapidamente do que os das nossas importações.

Não pode haver dúvida sobre as causas de um fato: não foi apenas a valorização cambial, mas foi principalmente a valorização cambial sistemática, prolongada, previsível, sustentada pelas maiores taxas de juros reais do universo, que destruiu o sofisticado setor manufatureiro nacional. De 2011 a 2014, o deficit comercial do setor manufatureiro foi da ordem de US$ 199 bilhões. É por isso que a indústria, que encolheu cerca de 1,5% ao ano entre julho de 2011/2014, foi a principal causa da murcha do PIB para 1,76% ao ano.


Já devíamos ter aprendido que é tudo inútil. Os especuladores sabem que a desvalorização é uma questão de tempo. Não há outra saída para a recuperação do equilíbrio a não ser a lenta e mais custosa política da "desinflação competitiva", como provaram todos os países que a experimentaram.

A nota em risco.

Editorial da FOLHA DE S. PAULO sobre a recente avaliação da agência Moody's. 

A Moody's, agência norte-americana de classificação de risco, emitiu ontem mais um sinal de alerta a respeito dos fundamentos econômicos do Brasil. 

No ano passado, havia diminuído a perspectiva da nota do crédito brasileiro de "positiva" para "neutra"; agora, passou-a para "negativa". Se for dado um próximo passo nessa mesma direção, o país terá seu crédito rebaixado de acordo com os critérios da agência. 

O Brasil, hoje, está na categoria Baa2, que indica um grau de investimento com risco moderado. Esse patamar é o segundo acima do "especulativo", que implica menor segurança para investidores.

Ainda que estejam desacreditadas desde 2008, quando papéis imobiliários com a nota máxima viraram pó nos EUA, e mesmo considerando conflitos de interesses, já que seus financiadores compram títulos, as agências balizam inúmeros investidores. Alguns, como os fundos de pensão internacionais, por vezes nem podem aplicar em países considerados especulativos.

Não é só por isso, contudo, que o alerta da Moody's deve ser levado em consideração. A agência reuniu três fortes argumentos para justificar sua decisão. O primeiro diz respeito à perda de vigor da economia nacional, que deve permanecer até pelo menos 2015.

Há, além disso, o colapso da confiança empresarial e a retração dos investimentos --estes caíram em nove dos últimos 12 trimestres e estão no mesmo patamar de 2010. Tal comportamento resulta, para a agência, do intervencionismo do governo Dilma Rousseff (PT).

Sem investimento, a capacidade de produção da economia não aumenta, com o que uma expansão do PIB provocará mais inflação.

A falta de crescimento, por sua vez, é um problema para a nota de crédito por comprometer a geração de renda e reduzir a arrecadação. Levando-se em conta os crescentes gastos federais, tem-se um processo de aumento da dívida pública --que, como proporção do PIB, já é cerca de 50% maior que a da média de países de risco similar.

Esse é o terceiro motivo de preocupação da agência. Diante dessa combinação de fatores, os desafios não serão pequenos para o próximo governo, qualquer que seja ele.

Por fim, a Moodys não deixa de destacar pontos fortes da nossa economia: reservas internacionais elevadas, diversificação produtiva e sistema bancário sólido, entre outros. Se não houver alteração no horizonte próximo, entretanto, o corte da nota será inevitável.


A receita para não haver esse retrocesso é conhecida e tem sido repetida por incontáveis analistas brasileiros: restaurar a credibilidade das contas públicas e estabelecer uma gestão competente.

O Banco Central e o direito de crítica.

Editorial do ESTADÃO sobre o caso Alexandre Schwartsman. 

Um dia depois de ter anunciado que impetraria no Tribunal Regional Federal um recurso contra a decisão da primeira instância da Justiça Federal que negou seguimento à queixa-crime oferecida contra o economista Alexandre Schwartsman por entrevistas concedidas aos jornais Correio Braziliense e Brasil Econômico, entre abril e maio, quando chamou os gestores da política monetária de "incompetentes" e "subservientes", o procurador-geral do Banco Central (BC), Isaac Sidney Menezes Ferreira, voltou atrás. Em nota, limitou-se a afirmar que o Banco Central deu o litígio como encerrado sem, contudo, explicitar os motivos do recuo.

Antigo diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, ex-executivo de importantes instituições financeiras privadas, diretor de uma empresa de consultoria econômica, colunista de dois jornais e com doutorado na Universidade da Califórnia, em Berkeley, Schwartsman há muito tempo vinha classificando como "temerária"a política monetária do governo da presidente Dilma Rousseff e cobrando "mais independência" e "menos subserviência" da atual diretoria do Banco Central com relação ao Palácio do Planalto.

Os argumentos de Schwartsman vão na mesma linha das críticas que têm sido disparadas à política monetária do governo por economistas das mais variadas orientações. Por isso, causou surpresa quando o procurador-geral do Banco Central, autorizado pela diretoria do órgão, impetrou uma queixa-crime contra ele, sob a justificativa de que teria passado do campo da "mera opinião" ou da "crítica técnica" para o campo do insulto. Houve "inequívoco desejo de insultar, denegrir, enxovalhar e ultrajar a honra e a imagem do Banco Central e de seu corpo funcional", afirmou o procurador-geral.

Os argumentos invocados pelo procurador causaram perplexidade entre os economistas que atuam no universo acadêmico e bancário. Eles viram na queixa-crime não apenas uma tentativa de intimidação contra um colega conhecido e respeitado que tem exercido o direito de opinião, mas também uma ameaça velada do Palácio do Planalto a todos os analistas do mercado financeiro, para que suspendessem toda e qualquer crítica ao governo num momento em que a campanha eleitoral estava começando. Pela imprensa, alguns diretores do Banco Central alegaram que já haviam avisado a Schwartsman que o processariam, se não moderasse suas críticas à política monetária. E, numa das atas do órgão, assinada pelo secretário do Conselho Monetário Nacional, Henrique Machado, a diretoria registrou que considerou "ofensivas" e "abusivas" as críticas recebidas.

Pelas redes sociais, professores de economia e analistas do mercado financeiro manifestaram solidariedade a Schwartsman, pondo às claras o equívoco da atitude do Banco Central.

Com a queixa-crime, alguns diretores do órgão esperavam calá-lo. Mas, como a iniciativa não passa de uma insensata afronta à liberdade de expressão, o amplo apoio recebido pelo economista, pela internet, acabou dando ainda mais visibilidade às suas críticas. O caso ganhou repercussão nacional e internacional quando a primeira instância da Justiça Federal rejeitou a queixa-crime, reafirmando que o direito de opinião, além de assegurado pela Constituição, é uma garantia fundamental do regime democrático.

Reincidindo em erro, o Banco Central anunciou, por meio de seu procurador-geral, que recorreria dessa decisão. E foi aí que entraram em cena os mais importantes economistas do País, assinando um contundente abaixo-assinado. Para muitos membros da cúpula do órgão, a situação não poderia ser mais patética, uma vez que muitos dos signatários, além de terem sido seus professores, já foram seus superiores hierárquicos na administração pública e até no Banco Central.


Da cúpula do Banco Central espera-se que saiba conviver com a liberdade de expressão e o direito de crítica, não que ameace, intimide e processe quem não reza por sua cartilha.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...