sexta-feira, 3 de abril de 2015
sábado, 28 de março de 2015
A morte nos belos Alpes franceses.
Recentemente viajei em um Airbus A320 da companhia aérea Germanwings, uma
empresa europeia de baixo custo, de propriedade da gigante Lufthansa.
Estarrecido com a possibilidade do copiloto Andreas Lubitz, ter propositadamente derrubado nos Alpes franceses o mesmo Airbus
A320 quando fazia a rota entre Barcelona, na Espanha e Düsseldorf, Alemanha, na terça-feira passada, dia 24/03, onde ele e as demais 149 pessoas a bordo morreram, isso apenas confirma
o que todos devem reconhecer:
Apesar de todo o imenso suporte tecnológico disponível, por último, sempre, está a mão do homem. E, como também já conhecemos, é infinita a miséria humana.
Picasso no Brasil.
Para quem está ou viaja à São Paulo até 8 de junho, não deixe de agendar uma visita ao Centro Cultural do Banco do Brasil e conhecer a exposição Picasso e a
Modernidade Espanhola – Obras da Coleção do Museo Nacional Centro de Arte Reina
Sofía - © Succession Pablo Picasso.
Com cerca de 90 obras a exposição evidencia a influência de Picasso na
arte moderna espanhola e os traços mais importantes e originais da
sensibilidade artística que o pintor e seus contemporâneos espanhóis imprimiram
ao cenário internacional das artes.
A exposição faz referência ao percurso de Picasso como artista e como
mito, até chegar à realização de Guernica; à sua relação com
mestres da arte moderna espanhola, como Gris, Miró, Dalí, Domínguez e Tàpies,
entre outros presentes na mostra; e a suas contribuições para uma noção de
modernidade voltada para o tempo presente.
Curadoria: Eugenio Carmona.
Essa exposição foi organizada e realizada em colaboração com o Museo
Nacional Centro de Arte Reina Sofía e a Fundación Mapfre. Exposição
realizada inicialmente na Fondazione Palazzo Strozzi, Florença.
Fonte: CCBB SP.
A caravela Brasil navega sem destino.
Depois de receber o resultado do PIB 2014 em ridículo 0,1%, o brasileiro
tem conhecimento que o novo ministro da Educação é o Professor Renato Janine
Ribeiro, um intelectual respeitado, em que pese algumas críticas, como é comum
na sua área.
Porém, de imediato, toma-se conhecimento que o também novo ministro das
Comunicações é o petista Edinho Silva, que foi tesoureiro de campanha da presidente Dilma Rousseff, para
comandar a poderosa SECOM, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República.
Como é possível que um péssimo resultado econômico não faça com que a
presidente Dilma Rousseff finalmente busque o que temos de melhor na sociedade
e construa um ministério de notáveis que trabalhe visando o Brasil e não apenas
o benefício de determinada legenda partidária?
O ministro Joaquim Levy já comentou que o desempenho do Brasil em 2014
terá como consequência uma “forte desacelerada” no início de 2015 e que o Brasil
passa, atualmente, por um período de transição. Como ministro da Fazenda, Levy
deve realmente demostrar à sociedade otimismo, porém todas as análises econômicas,
incluindo a do próprio BACEN indicam que o ano de 2015 será, infelizmente,
ruim.
Neste início do 2º trimestre de 2015, espera-se que o governo adote
medidas que realmente iniciem o processo de melhoria da economia e que parte da
política podre não consiga dominar a estrutura do estado e transformar este país
em algo pior do que já está.
sexta-feira, 27 de março de 2015
Brasil - PIB 2014: 0,1%.
No ano de 2014, o PIB variou 0,1% em relação a
2013.
A
estabilidade do PIB resultou da variação positiva de 0,2% do valor adicionado e
do recuo nos impostos (-0,3%).
Nessa comparação, a Agropecuária (0,4%) e os
Serviços (0,7%) cresceram e a Indústria caiu (-1,2%).
Em 2014, o PIB
alcançou R$ 5,52 trilhões (valores correntes).
O PIB per capita
ficou em R$ 27.229, com queda (-0,7%), em volume, em relação a 2013.
Fonte: IBGE
sábado, 21 de março de 2015
O que o mundo espera do agronegócio? Marcos Jank responde.
Com excelente conhecimento e didática, Marcos Sawaya Jank na FOLHA DE S. PAULO demonstra "O que o mundo espera do agronegócio".
Ninguém
mais duvida de que o Brasil é hoje uma das maiores potências agrícolas do
planeta. Graças a agricultores competentes e investimentos em tecnologia
tropical, tornamo-nos líderes globais em importantes commodities. Grãos,
açúcar, café e algodão são exportados com base em cotações de Bolsas e chegam a
mais de 200 países.
Mas
a pergunta que fica é: estamos conseguindo entender e atender as expectativas
de nossos consumidores finais? Nosso único papel é vender commodities ou há
outras oportunidades que não estão sendo exploradas?
Vejo
hoje quatro grandes vetores que puxam a demanda do agronegócio no mundo. Nos
países pobres, a preocupação central é a "segurança alimentar" da
população no sentido mais clássico ("food security") --oferta
crescente de alimentos a preços acessíveis.
Quase
1 bilhão de pessoas ainda passa fome no mundo. Na Ásia e na África, mais da
metade da população vive em condições precárias de subsistência em pequenas
propriedades no campo, sem conhecimento, tecnologia e acesso a mercados.
Para
esse imenso grupo, a palavra mágica é "produtividade", obtida pelo
aumento do rendimento e escala da produção doméstica, ou pela maior abertura
para importações competitivas, reduzindo as barreiras que hoje impedem o
comércio. Esse é o segmento em que o Brasil se posiciona muito bem desde que
existe, primeiro em produtos tropicais, depois nas grandes commodities da
alimentação mundial.
Na
sequência, vem outro vetor ainda pouco explorado pelo agronegócio brasileiro: a
questão da "segurança do alimento" ("food safety"). Cresce
o número de países cuja preocupação central não é mais a quantidade produzida
no campo, mas sim a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores.
Aqui o que interessa não é volume, mas sim sanidade comprovada, armazenagem
adequada, distribuição rápida, certificação, rastreabilidade etc. Em suma, o
consumidor quer ter certeza quanto à qualidade do alimento que vai comer e,
para isso, a palavra mágica é "segurança da cadeia de suprimento".
A
China deve ser o país em que essa preocupação é hoje mais intensa. O Brasil
possui cadeias produtivas consolidadas e bem coordenadas que chegam com
eficiência à mesa do consumidor doméstico. Porém, na exportação, com raras
exceções, ainda não conseguimos ir além da venda de commodities básicas sem
grande diferenciação.
Países
de renda média de América Latina, Leste Europeu e alguns asiáticos se encontram
no terceiro grupo. Aqui a palavra forte é "valor adicionado",
traduzido em segmentação e variedade de produtos, criação de marcas globais,
conveniência, sabores, embalagens e logística eficiente.
Oferecer
ao consumidor produtos confiáveis, acessíveis, saborosos, de alta qualidade, na
hora certa. Este é o estágio em que estamos no mercado interno. Mas no exterior
ainda há muito por ser feito, principalmente entre o processamento e o
consumidor final. Reside aí a maior oportunidade de internacionalização da
cadeia de valor que o agronegócio brasileiro tem hoje.
No
quarto grupo, estão consumidores de renda maior, que, na maioria dos casos,
vivem em países desenvolvidos em que a dimensão preço x qualidade x variedade
já foi conquistada. Para esses consumidores mais ricos, o que interessa são
"novas demandas" do tipo de alimentos produzidos localmente, próximos
à região de consumo, com mínimo impacto ambiental e menor uso de tecnologia
--orgânicos, sem antibióticos, sem transgênicos, sem instalações fechadas.
Exigências que costumam elevar o preço do produto.
Esses
quatro vetores definem demandas com diferentes comportamentos e velocidades, às
vezes em direções opostas. Por exemplo, enquanto o primeiro grupo busca o
aumento da produtividade por meio da maior tecnificação da produção, o quarto
grupo está disposto a pagar mais por alimentos produzidos com menor intensidade
tecnológica.
Cabe
às empresas entender esse quadro e buscar satisfazer seus diferentes grupos de
clientes e consumidores. Cabe aos países entender as diferentes dimensões da
demanda global por alimentos e gerar as políticas e as regulações adequadas.
Claramente
cumprimos um papel relevante no suprimento global de commodities. Mas será que
estamos nos organizando adequadamente para aproveitar as fantásticas
oportunidades que o mundo nos oferece?
sexta-feira, 20 de março de 2015
quarta-feira, 4 de março de 2015
Taxa Selic 12,75% a.a.: este é o Brasil real.
Copom
eleva a taxa Selic para 12,75% ao ano.
04/03/2015
20:03
Brasília – Avaliando o cenário
macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por
unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 12,75% a.a., sem viés.
Votaram
por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini
(Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles,
Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
A alternativa de Delfim Netto.
ANTONIO DELFIM
NETTO continua na FOLHA com seus textos sempre necessários ao leitor leigo, mas, principalmente, aos colegas Economistas.
Não é preciso ser
um sofisticado economista "ortodoxo" ou "heterodoxo",
classificação que, às vezes, apenas esconde duas igrejas secretas que guardam
para si e seus sacerdotes "verdades" que a outra não vê e que,
legítima e reciprocamente, colocam em dúvida, para saber que qualquer medida de
política econômica tem, necessariamente, dois efeitos:
1-) sobre o nível
da atividade, um aumento ou uma subtração do PIB, isto é, do valor adicionado
pela combinação do capital e do trabalho e 2-) sobre como se distribuirão os
benefícios (no caso de aumento do PIB) e os custos (no caso da subtração) do
valor adicionado apropriado, respectivamente, pelo capital (lucro) e pelo
trabalho (salário).
No momento em
que, pressionados pelas circunstâncias, os países têm de fazer ajustes fiscais,
que, até para efeito de "credibilidade", precisam ser acompanhados de
reformas estruturais, como é o caso do Brasil, um país em rápido envelhecimento
e com péssimas perspectivas para o seu sistema de seguridade social, o sucesso
exige tanto arte política quanto competência técnica.
O novo programa
do governo não pretende ser "ótimo", mas apenas o mais razoável
possível dentro do espaço político disponível. Ele leva em conta os dois
efeitos acima mencionados e tenta calibrá-los sem comprometer o nível de
igualdade de oportunidade que já atingimos (efeito catraca). O seu grande
problema é acordar as esperanças de todos os agentes e mostrar-lhes que a
distribuição dos seus custos tem uma proporcionalidade que lhe garante o mínimo
de moralidade para que não seja politicamente rejeitada. Como é óbvio, a tarefa
só será executada com a compreensão, aprovação e forte apoio de toda a
sociedade.
Honestamente, é
preciso deixar de lado a hidrofobia, enfrentar todos os preconceitos, dar claro
apoio ao programa do governo e confiar na capacidade de execução de seus
ministros.
Deixemos de
tentar saber se há gasolina no tanque, iluminando-o com um fósforo aceso. Há!
Por mais que seja desagradável, é preciso reconhecer que a perspectiva da
tempestade perfeita continua a nos espreitar. A alternativa que resta ao
Brasil, se não tiver ânimo e forças para restabelecer, de fato, a sua
credibilidade fiscal, é aceitar a perda do seu grau de investimento.
A partir daí,
ainda que as agências de risco estejam meio desmoralizadas, será uma questão de
tempo (não de se...) sermos vítimas de um turbilhão pelo qual, acreditem ou não
os "heterodoxos", os famosos mercados dos "ortodoxos" vão
nos impor o seu "ajuste", pouco se importando com seus custos ou com
os seus efeitos. Nos meus 87 anos, já vi muito leão virar gato...
segunda-feira, 2 de março de 2015
Forbes 2015: os mais ricos do mundo.
1º Bill Gates $79.2 B 59 Microsoft United States
#2 Carlos Slim Helu $77.1
B 75 telecom Mexico
#3 Warren Buffett $72.7
B 84 Berkshire
Hathaway United States
#4 Amancio Ortega $64.5
B 78 Zara Spain
#5 Larry Ellison $54.3
B 70 Oracle United States
#6 Charles Koch $42.9
B 79 diversified United States
#6 David Koch $42.9
B 74 diversified United States
#8 Christy Walton $41.7
B 60 Wal-Mart United States
#9 Jim Walton $40.6
B 67 Wal-Mart United States
#10 Liliane Bettencourt $40.1
B 92 L'Oreal France
#11 Alice Walton $39.4
B 65 Wal-Mart United States
#12 S. Robson Walton $39.1
B 71 Wal-Mart United States
#13 Bernard Arnault $37.2
B 65 LVMH France
#14 Michael Bloomberg $35.5
B 73 Bloomberg
LP United States
#15 Jeff Bezos $34.8
B 51 Amazon.com United States
#16 Mark Zuckerberg $33.4
B 30 Facebook United States
#17 Li Ka-shing $33.3
B 86 diversified Hong Kong
#18 Sheldon Adelson $31.4
B 81 casinos United States
#19 Larry Page $29.7
B 41 Google United States
#20 Sergey Brin $29.2
B 41 Google United States
#21 Georg Schaeffler $26.9
B 50 ball
bearings Germany
#22 Forrest Mars, Jr. $26.6
B 83 candy United States
#22 Jacqueline Mars $26.6
B 75 candy United States
#22 John Mars $26.6
B 78 candy United States
#25 David Thomson $25.5
B 57 media Canada
#26 Jorge Paulo Lemann $25
B 75 beer Brazil
#27 Lee Shau Kee $24.8 B 87 real
estate Hong Kong
#28 Stefan Persson $24.5 B 67 H&M Sweden
#29 George Soros $24.2 B 84 hedge
funds United States
#29 Wang Jianlin $24.2
B 60 real
estate China
#31 Carl Icahn $23.5
B 79 investments United States
#32 Maria Franca Fissolo $23.4
B 97 Nutella,
chocolates Italy
#33 Jack Ma $22.7
B 50 e-commerce China
#34 Prince Alwaleed Bin Talal Alsaud $22.6 B 59 investments Saudi Arabia
#35 Steve Ballmer $21.5 B 58 Microsoft United States
#35 Phil Knight $21.5
B 77 Nike United States
#37 Beate Heister & Karl Albrecht Jr. $21.3 B - supermarkets Germany
#38 Li Hejun $21.1
B 47 solar
power equipment China
#39 Mukesh Ambani $21
B 57 petrochemicals,
oil & gas India
#40 Leonardo Del Vecchio $20.4
B 79 eyeglasses Italy
#41 Len Blavatnik $20.2
B 57 diversified United States
#41 Tadashi Yanai $20.2 B 66 retail Japan
#43 Charles Ergen $20.1 B 62 Dish
Network United States
#44 Dilip Shanghvi $20 B 59 pharmaceuticals India
#45 Laurene Powell Jobs $19.5
B 51 Apple,
Disney United States
#46 Dieter Schwarz $19.4 B 75 retail Germany
#47 Michael Dell $19.2
B 50 Dell United States
#48 Azim Premji $19.1
B 69 software India
#49 Theo Albrecht, Jr. $19
B 64 Aldi,
Trader Joe's Germany
#50 Michael Otto $18.1 B 71 retail,
real estate Germany
#51 Paul Allen $17.5
B 62 Microsoft,
investments United States
#52 Joseph Safra $17.3
B 76 banking Brazil
#53 Anne Cox Chambers $17
B 95 media United States
#54 Susanne Klatten $16.8
B 52 BMW,
pharmaceuticals Germany
#55 Pallonji Mistry $16.3
B 85 construction Ireland
#56 Ma Huateng $16.1 B 43 internet
media China
#57 Patrick Drahi $16 B 51 Telecom France
#58 Thomas & Raymond Kwok $15.9
B - real
estate Hong Kong
#59 Stefan Quandt $15.6 B 48 BMW Germany
#60 Ray Dalio $15.4
B 65 hedge
funds United States
#60 Vladimir Potanin $15.4
B 54 metals Russia
#62 Serge Dassault $15.3 B 89 aviation France
#62 Robin Li $15.3
B 46 internet
search China
#64 Donald Bren $15.2 B 82 real
estate United States
#65 Francois Pinault $14.9
B 78 retail France
#66 Shiv Nadar $14.8
B 69 information
technology India
#67 Aliko Dangote $14.7 B 57 cement,
sugar, flour Nigeria
#68 Mikhail Fridman $14.6
B 50 oil,
banking, telecom Russia
#69 Hinduja Brothers $14.5
B - diversified United Kingdom
#69 Ronald Perelman $14.5
B 72 leveraged
buyouts United States
#71 Cheng Yu-tung $14.4 B 89 diversified Hong Kong
#71 Alisher Usmanov $14.4
B 61 steel
& mining, telecom, investments Russia
#73 Henry Sy $14.2
B 90 diversified Philippines
#73 Viktor Vekselberg $14.2
B 57 metals,
energy Russia
#75 Masayoshi Son $14.1 B 57 internet,
telecom Japan
#76 James Simons $14 B 76 hedge
funds United States
#77 German Larrea Mota Velasco $13.9
B 61 mining Mexico
#77 Rupert Murdoch $13.9
B 83 media United States
#77 Johanna Quandt $13.9
B 88 BMW Germany
#80 David & Simon Reuben $13.7
B 72 investments,
real estate United Kingdom
#81 Dhanin Chearavanont $13.6
B 75 food Thailand
#82 Iris Fontbona $13.5
B 72 mining Chile
#82 Lui Che Woo $13.5 B 85 casinos Hong Kong
#82 Lakshmi Mittal $13.5 B 64 steel India
#85 Abigail Johnson $13.4
B 53 money
management United States
#85 Luis Carlos Sarmiento $13.4
B 82 banking Colombia
#87 Lei Jun $13.2 B 45 smartphones China
#87 Charoen Sirivadhanabhakdi $13.2
B 70 beverages Thailand
#89 Alexey Mordashov $13
B 49 steel,
investments Russia
#89 Marcel Herrmann Telles $13
B 65 beer Brazil
#91 Gerald Cavendish Grosvenor $12.6
B 63 real
estate United Kingdom
#92 Hans Rausing $12.5 B 88 packaging Sweden
#92 Jack Taylor $12.5
B 92 Enterprise
Rent-A-Car United States
#94 Charles Butt $12.3
B 77 supermarkets United States
#94 Gina Rinehart $12.3 B 61 mining Australia
#96 Vagit Alekperov $12.2
B 64 Lukoil Russia
#96 Harold Hamm $12.2 B 69 oil
& gas United States
#96 Patrick Soon-Shiong $12.2
B 63 pharmaceuticals United States
#99 Stefano Pessina $12.1
B 73 drugstores Italy
#100 Richard Kinder $12 B 70 pipelines United States
A miséria da política - FHC 2015.
Leio hoje no EL PAÍS mais um artigo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, comentando com melancolia o triste momento por que passa este Brasil.
Otimista por
temperamento com os necessários freios que o realismo impõe, raramente me deixo
abater pelo desalento. Confesso que hoje, no entanto, quase desanimei: que
dizer, que recado dar diante (valham-me os clássicos) de tanto horror perante
os céus?
Na procura
de alento, pensei em escrever sobre situações de outros países. Passei o Carnaval em Cuba, país que visitava
pela terceira vez: a primeira, na década de 1980, quando era senador. Fui
jurado em um prêmio Casa de las Américas. Voltei à Ilha como Presidente da
República. Vi menos do povo e dos costumes do que na vez anterior: o circuito
oficial é bom para conhecer outras realidades, não as da sociedade. Agora
visitei Cuba como cidadão comum, sem seguranças, nem salamaleques oficiais. Fui
para descansar e para admirar Havana, antes que o novo momento econômico de relações
com os Estado Unidos a modifiquem muito.
Não fui,
portanto, para avaliar a situação
política (sequer
possível em sete dias) nem para me espantar com o já sabido, de bom e de mau,
que lá existe. Não caberia, portanto, regressar e fazer críticas ao que não
olhei com maior profundidade. Os únicos contatos mais formais que tive foram
com Roberto Retamar (poeta e diretor da referida Casa de las Américas), com o
jornalista Ciro Bianchi e com o conhecido romancista Leonardo Padura. Seu livro El Hombre
que amaba los perros — sobre a perseguição a Trotski em seu exílio da União
Soviética — é uma admirável novela histórica. Rigorosa nos detalhes, aguda
nas críticas, pode ser lida como um livro policial, especialidade do autor,
que, no caso, reconstitui as desventuras do líder revolucionário e o monstruoso
assassinato feito a mando de Stálin.
Jantei com
os três cubanos e suas companheiras. Por que ressalto o fato, de resto trivial?
Porque embora ocupando posições distintas no espectro político da Ilha
mantiveram uma conversa cordial sobre os temas políticos e sociais que iam
surgindo. A diversidade de posições políticas não tornava o diálogo impossível.
Eles próprios não se classificavam, suponho, em termos de “nós” e “eles”, os
bons e os maus. Por outra parte, ainda que o cotidiano dos cubanos seja de
restrições econômicas que limitam as possibilidades de bem-estar, com todos os
populares com quem conversei, senti esperanças de que no futuro estariam
melhores: o fim eventual do embargo,
o fluxo de turistas, a liberdade maior de ir e vir, as remessas aumentadas de
dinheiro dos cubanos da diáspora, tudo isso criou um horizonte mais
desanuviado.
É certo que
nem em todos os contatos mais recentes que tive com pessoas de nossa região
senti o mesmo ânimo. Antes de viajar recebi a ligação telefônica da mãe de
Leopoldo Lopes, oposicionista venezuelano que cumpriu um ano de cadeia no dia
18 de fevereiro. Ponderada e firme, a senhora me pediu que os brasileiros
façamos algo para evitar a continuidade do arbítrio. Ainda mantém esperanças de
que, ademais dos protestos no Congresso e na mídia, alguém do governo entenda
nosso papel histórico e grite pela liberdade e pela democracia.
Esta semana foi a vez de Henrique Capriles me telefonar
para pedir solidariedade diante de novos atos de arbítrio e truculência em seu
país: o prefeito Antonio Ledezma, eleito ao governo do Distrito
Metropolitano de Caracas pelo voto popular,havia sido preso dias antes em pleno
exercício de suas funções. Não bastasse, em seguida houve a invasão de vários
diretórios de um partido oposicionista. Note-se, como me disse Capriles, que
Ledezma não é um político exaltado, que faz propostas tresloucadas: ele, como
muitos, deseja apenas manter viva a chama democrática e mudar pela pressão
popular, não pelas armas, o nefasto governo de Nicolás Maduro. Esperamos todos
que o desrespeito aos direitos humanos provoque reações de repúdio ao que
acontece na Venezuela.
Até mesmo os
colombianos, depois de meio século de luta armada, vão construindo veredas para
a pacificação. As FARC e o governo vêm há
meses, lenta, penosa mas esperançadamente abrindo frestas por onde
possa passar um futuro melhor. Amanhã, segunda-feira, 2 de março, o presidente
Santos e outras personalidades, entre as quais Felipe González, estarão
reunidos em Madri num encontro promovido por EL PAÍS (ao qual não comparecerei
por motivos de força maior) para reafirmar a fé na paz colombiana.
Enquanto
isso, nós que estamos longe de sofrer as restrições econômicas que maltratam o
povo cubano ou os arbítrios de poder que machucam os venezuelanos, eles também
submetidos à escassez de muitos produtos e serviços, nos afogamos em copo
d’água.
Por que
isso, diante de uma situação infinitamente menos complexa? Por que Lula, em
lugar de se erguer ao patamar que a história requer, insiste em esbravejar,
como fez ao final de fevereiro, dizendo que colocará nas ruas as hostes do MST
(pior, ele falou nos “exércitos”...) para defender o que ninguém ataca, a
democracia e — incrível — para salvar a Petrobras de uma privatização
que tucano algum deseja? Por que a presidente Dilma deu-se ao ridículo de fazer
declarações atribuindo a mim a culpa do Petrolão? Não
sabem ambos que quem está arruinando a Petrobras (espero que passageiramente) é
o PT que, no afã de manter o poder, criou tubulações entre os cofres da estatal
e sua tesouraria? Será que a lógica do marquetismo eleitoral continuará a guiar os passos da Presidente e de seu
partido? Não percebem que a situação nacional requer novos consensos, que não
significam adesão ao governo, mas viabilidade para o Brasil não perder suas
oportunidades históricas?
Confesso que
tenho dúvidas se o sentimento nacional, o interesse popular, serão suficientes
para dar maior têmpera e grandeza a tais líderes, mesmo diante das
circunstâncias potencialmente dramáticas das quais nos aproximamos. Num momento
que exigiria grandeza, o que se vê é a miséria da política.
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