quinta-feira, 14 de maio de 2020
Reuters: Mercado piora em mais de R$100 bi rombo primário previsto para 2020, a R$571 bi.
https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN22Q27Q-OBRTP
BRASÍLIA (Reuters) - Economistas preveem que o rombo primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) será de 571,409 bilhões de reais este ano, piora de mais de 100 bilhões de reais frente ao patamar calculado apenas um mês antes, refletindo a rápida deterioração das expectativas para as contas públicas em meio à pandemia de coronavírus.
quarta-feira, 13 de maio de 2020
Estadão: Leandro Karnal e a "Agenda de outono".
Ler é uma decisão e insistir em textos pode produzir um hábito. Para voar no mundo das letras, é importante saber a força das asas de cada um. Ambições elevadas demais podem estragar o projeto. Metas baixas induzem ao tédio. Se o seu desejo/hábito por livros for pequeno, comece de forma mais simples. Estabeleça uma meta menos ousada: cinco páginas por dia, por exemplo. Mantenha-se firme e, em uma semana, você pode ter conseguido ler dois contos ou um pequeno romance. Se os próximos meses confirmarem que você atende bem ao estipulado, vá aumentando mensalmente. Como eu digo aos alunos, decisões ambiciosas demais nos aproximam dos atletas amadores da prova de São Silvestre: saem em disparada e, poucos quarteirões após a largada, estão sentados no meio-fio, exaustos e fora da disputa. Corredores profissionais sabem da importância do ritmo constante. Fora as leituras obrigatórias de cada ramo, um ritmo acima do fraco e bem abaixo do perfeito seria de dois livros por mês. Esse “combustível” permite que você reflita, atualize e mantenha seu cérebro funcionando. Como eu disse, é abaixo do perfeito, mas quem trabalha com a ideia da perfeição nunca lê e, provavelmente, jamais casará.
terça-feira, 12 de maio de 2020
Folha: Década que termina em 2020 terá menor expansão do PIB já medida.
1901-1910
Crescimento 51,4%
Pobre e rural, Brasil avança com exportações de café e borracha, após ajuste econômico de Campos Sales (1898-1902)
1911-1920
Crescimento 51,5%
Desempenho do país é prejudicado pela Primeira Guerra Mundial (1914-18), mas tem forte recuperação depois
1921-1930
Crescimento 55,6%
Período de grande instabilidade das taxas do PIB, com forte recessão no final devido à quebra da Bolsa da NY
1931-1940
Crescimento 53,6%
A recessão da entrada da década precipita o fim da República Velha, e a industrialização ganha impulso
1941-1950
Crescimento 77,3%
Durante a Segunda Guerra (1939-45) cresce intervenção estatal na economia, e alta do PIB se acelera
1951-1960
Crescimento 103,9%
País se urbaniza e se industrializa mais rapidamente, com subsídios e protecionismo comercial
1961-1970
Crescimento 82%
Regime militar começa em 1964 com ajustes econômicos para ajustar finanças públicas e conter inflação
1971-1980
Crescimento 128,8%
Período do "milagre econômico" de crescimento recorde, que impulsionou a inflação e a dívida externa
1981-1990
Crescimento 16,9%
Dívida externa se torna impagável, e país entra em colapso econômico na chamada "década perdida"
1991-2000
Crescimento 29,4%
Plano Real controla a inflação em 1994, mas expansão do PIB é prejudicada por juros altos e crises externas
2001-2010
Crescimento 43,6%
Bom momento da economia internacional estimula exportações e crescimento nos governos Lula (2003-2010)
2011-2020
Crescimento 1,9%
Colapso das contas públicas sob Dilma deságua na recessão de 2014-2016; coronavírus leva a recaída neste ano
*2020: Projeções Focus | Fontes: Ipea, FGV e IBGE
segunda-feira, 11 de maio de 2020
domingo, 10 de maio de 2020
Folha: Samuel Pessôa e o "Cenário para 2020 e 2021".
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/samuelpessoa/2020/05/cenario-para-2020-e-2021.shtml
Para o Brasil, o FMI projeta recuo da economia de 5,3% em 2020 e recuperação medíocre de 1,3% em 2021. O crescimento de 2021 parece muito baixo, mas o número de 2020 é bem próximo do cenário do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), de recuo de 5,4%. E tudo indica que a atividade no segundo trimestre deste ano recuará 10% ante o mesmo período de 2019.
sábado, 9 de maio de 2020
sexta-feira, 8 de maio de 2020
AP: US unemployment spikes to a Depression-era level of 14.7%.
WASHINGTON (AP) — The U.S. unemployment rate rocketed to 14.7% in April, a level last seen during the Great Depression, as 20.5 million jobs vanished in the worst monthly loss on record — stark evidence of how the coronavirus has brought the economy to its knees.
quinta-feira, 7 de maio de 2020
La Nacion: Deuda - Economistas locales firman una carta abierta en apoyo a la reestructuración.
https://www.lanacion.com.ar/economia/deuda-economistas-locales-firman-carta-abierta-apoyo-nid2362844
Desde Jorge Remes Lenicov a Emmanuel Álvarez Agis, pasando por Fernando Navajas, Pablo Gerchunoff, José Luis Machinea y Martín Rapetti. Más de un centenar de economistas argentinos firmaron hoy una carta abierta en apoyo a la gestión del gobierno local por la renegociación de la deuda pública.
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La carta replica centralmente el texto publicado ayer, firmado por los premios Nobel Joseph Stiglitz, Edmund Phelps, y su colega Carmen Reinhardt, que fue acompañada por otros colegas célebres como Thomas Piketty, Jeffrey Sachs, Kenneth Rogoff y Dani Rodrik.
La iniciativa local comenzó esta mañana, con llamados y mensajes entre economistas argentinos de diversas escuelas. Rapetti, economista de Cedes, y Pablo Gluzmann, investigador del Centro de Estudios Distributivos, Laborales y Sociales (CEDLAS) de la Universidad Nacional de La Plata (UNLP), alma mater del ministro Martín Guzmán, fueron algunos de los impulsores de la iniciativa.
segunda-feira, 4 de maio de 2020
domingo, 3 de maio de 2020
Estadão: Um vírus derruba gigantes.
Um gigante de tamanho difícil de imaginar, a economia global, estimada em US$ 87 trilhões no ano passado, está sendo derrubado por seres microscópicos, os coronavírus, num desastre muito pior e mais doloroso que a crise financeira de 2008-2009. A extensão dos danos começa a aparecer nos maiores mercados, o americano, o chinês e o europeu, com os primeiros dados trimestrais de consumo, produção, investimento e emprego. O drama dessas potências afeta o Brasil pela redução do comércio internacional, já enfraquecido em 2019. Na melhor hipótese, as vendas de alimentos, componente mais importante das exportações brasileiras, serão menos prejudicadas que as de outros produtos.
Nos Estados Unidos, maior potência econômica, o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu à taxa anual de 4,8% no primeiro trimestre, segundo a primeira estimativa. Fechadas em casa, famílias cortaram os gastos de consumo, empresas diminuíram investimentos e as exportações caíram. Diante da emergência, governo central e governos locais aumentaram suas despesas, mas em proporção insuficiente para equilibrar o conjunto.
Em seis semanas 30,3 milhões de pessoas pediram auxílio-desemprego nos Estados Unidos. Antes da nova crise, a desocupação abrangia cerca de 3,4% da força de trabalho, como efeito de 113 meses consecutivos de criação de empregos. Ainda é difícil determinar a nova taxa de desemprego, porque pessoas desocupadas apenas temporariamente foram autorizadas a buscar o auxílio, mas a piora do quadro é inegável. No quarto trimestre do ano passado o PIB americano cresceu ao ritmo anual de 3,5%, na última etapa de um longo período de prosperidade, iniciado no primeiro mandato do presidente Barack Obama.
A segunda maior economia, a chinesa, sofreu no primeiro trimestre de 2020 a primeira contração em quase 30 anos, desde o início da publicação dos dados trimestrais do PIB, em 1992. Mesmo abalada, a economia da China ainda pode ter um desempenho invejável depois do impacto da covid-19. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta para a China 1,2% de expansão econômica neste ano, enquanto estima contração de 3% para o produto global e de 6,1% para as economias avançadas. Mas, por enquanto, o balanço inicial da crise mostra grandes estragos.
No primeiro trimestre o PIB chinês foi 6,8% menor que o do período janeiro-março de 2019, segundo a Agência Nacional de Estatísticas. Em relação aos três meses finais do ano passado a queda foi de 9,8%. De acordo com o governo, o desempenho deve ser muito melhor a partir do segundo trimestre, mas economistas apontam muita insegurança quanto à reação do consumo familiar.
Com a reorganização estratégica iniciada há alguns anos, o consumo ganhou importância relativa no papel de motor da economia, tomando parte do espaço tradicionalmente ocupado pelo investimento em capacidade produtiva.
Maior parceira comercial do Brasil, a China é o destino principal das exportações do agronegócio brasileiro. A demanda chinesa tem grande importância para o superávit comercial e para a segurança das contas externas do Brasil. Os Estados Unidos, segundo maior importador de mercadorias brasileiras, têm relevância especial para as vendas de manufaturados. O terceiro maior parceiro individual, a Argentina, já estava em crise em 2019 e assim deve continuar neste ano.
Na zona do euro, também muito relevante para o comércio brasileiro, o PIB do primeiro trimestre foi 3,3% menor que o de um ano antes. Em relação aos três meses finais de 2019 a queda foi de 3,8%, a maior, nesse tipo de comparação, na série iniciada em 1995.
Segundo o FMI, o produto da zona do euro deve diminuir 7,5% neste ano. Para os Estados Unidos está projetada retração de 5,9%. Para o Brasil os cálculos indicam um PIB 5,3% menor que o de 2019. Mas o repique esperado para a economia brasileira, de 2,9% em 2021, é bem menor que o previsto para os países avançados (4,5%) e emergentes (6,6%). Falta resolver, no Brasil, um problema bem anterior à covid-19, o baixo potencial de crescimento.
Monica de Bolle: O Brasil com vírus.
Aumentam as chances de que a queda do PIB seja maior do que deveria e também a probabilidade de que a taxa de desemprego fique extremamente elevada.
Tratemos de reconhecer que o vírus derruba tetos e PIBs, aumenta dívidas e desemprego. Tratemos de entender que ele é soberano.
sexta-feira, 1 de maio de 2020
“Band of Brothers”: a joia da coroa da HBO de graça por 15 dias.
Se você nunca viu ou há tempo não vê, recomendo aproveitar que, até 13 de maio, Band of Brothers vai estar disponível de graça para não-assinantes na HBO Go.
quinta-feira, 30 de abril de 2020
30/04/2020, dia nº 46 da minha quarentena!
Hoje é 30 de abril de 2020 num dos tempos mais estranhos que vivi!
Desde o dia 15 de março que
estou em quarentena, com raríssimas saídas. Hoje é o meu dia nº 46!
Lembro que o primeiro caso da
Covid-19 no Brasil foi registrado em 26 de fevereiro com a primeira morte em 17
de março.
Diariamente tenho a pachorra
de anotar os números que são divulgados e, por exemplo, dos 98 casos brasileiros
em 15/3, neste 30/4 já temos 85.380 casos e 5.901 mortes.
O meu Ceará registrava 68
casos em 20/3 e neste 30/4 apresenta 7.606 casos e 482 mortes.
No mundo, em 20/3 tínhamos
260.476 casos e 11.286 mortes. Em 30/4 temos 3.260.964 casos e 231.808 mortes.
Bem, amanhã, 1º de maio de
2020, mês de Maria, que Ela nos proteja e salve-nos desta pandemia.
Amém!
quarta-feira, 29 de abril de 2020
terça-feira, 28 de abril de 2020
Crítica Homeland – 8X12: Prisoners of War.
https://www.planocritico.com/critica-homeland-8x12-prisoners-of-war/
O momento mais importante de Prisoners of War – o título é uma homenagem à série de Gideo Raff que serviu de base para Homeland – é, sem dúvida alguma, o embate verbal entre Carrie e Saul que começa com Réquiem, de Mozart, abafando a conversa e marcando seu tom. A missa fúnebre do compositor austríaco não só é uma de suas peças mais conhecidas, como também é sua última, com ele falecendo antes de terminá-la, o que ficou ao encargo de diversas outras pessoas. A morte é o tema, mas a sucessão é o verdadeiro pano de fundo narrativo que justifica a música. Carrie, como uma filha deserdada, é expulsa de casa por seu “pai” Saul, depois que ela exige o impensável.
Reuters: PIB do Brasil vai recuar 10,1% em 2020 em pior cenário, prevê UBS.
https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN22A2KC-OBRBS
SÃO PAULO (Reuters) - O UBS cortou para 5,5% a estimativa para a retração da economia brasileira em 2020, depois de no começo do mês prever queda de 2%, mas, a depender do cenário analisado, o tombo pode ser ainda maior, de 10,1%.
No cenário um, a economia cai 5,5%. No dois, 7,2%. E no três sofre o recuo de dois dígitos.
No cenário um, as restrições de distanciamento social existentes permanecem em vigor até meados de maio, com atividades voltando ao normal em grande parte até o final de junho.
No dois, as restrições só começam a ser retiradas até o final de junho, com normalização até o término de agosto.
Já no três, a pandemia de coronavírus não é efetivamente controlada até meados de 2021, e, com isso, as restrições são apenas parcialmente removidas.
Mas os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos, que assinam o relatório desta terça-feira, ponderaram que mesmo fora do cenário três a economia pode sofrer uma queda mais forte que o previsto, afetada por questões políticas.
Os profissionais destacam o risco da pandemia levar a níveis elevados de incerteza política e de política, com impactos negativos sobre a confiança do investidor, o que poderia gerar um estado de prêmio de risco permanentemente mais alto nos preços dos ativos.
Nesse caso, “podemos ver o resultado parecido com o do cenário três mesmo que a pandemia esteja sob controle”, disseram Volpon e Ramos.
Em 2021, o UBS vê a economia em expansão de 6,5% (cenário um), 8,3% (cenário dois) e 5,4% (cenário três).
Por José de Castro
segunda-feira, 27 de abril de 2020
Mercado financeiro projeta queda de 3,34% na economia brasileira neste 2020.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-04/mercado-financeiro-projeta-queda-de-334-na-economia-este-ano
Somente 3,34% a previsão de queda do PIB brasileiro neste 2020?
Meu Deus!!!
Que bom saber que a maioria de meus colegas brasileiros registra um otimismo que não consigo perceber daqui deste meu cenário...
DW: Alemanha projeta maior queda na economia desde 1949.
Para 2020, governo estima PIB 6,3% menor do que no ano passado devido às medidas adotadas para conter a propagação do novo coronavírus. Previsão é de onda de falências e três milhões de desempregados.
Delfim Netto no Estadão: ‘‘Querem cortar combustível do Posto Ipiranga”.
https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-fonte/querem-cortar-combustivel-do-posto-ipiranga-afirma-delfim-neto/
Sonia Racy
27 de abril de 2020 | 00h40
Ex-ministro da Fazenda, Agricultura e do Planejamento (cargos exercidos durante a ditadura militar), Antonio Delfim Netto está atônito com as últimas notícias vindas de Brasília, inclusive a que levanta a possibilidade de Paulo Guedes deixar o ministério da Economia. “Como a gente costuma brincar aqui, parece que querem cortar o combustível do Posto Ipiranga”, diz.
Questionado sobre o programa Pró-Brasil da ala militar do governo Bolsonaro, lançado terça-feira e apoiado em cinco power points, o pai do “milagre econômico” dos anos 70 avalia: “Permita-me dizer, primeiro, que nunca houve milagres, seria um efeito sem causa. Houve sim, o duro trabalho. No caso desse projeto, trata-se de coisa de amador produzidas por mágicos atacados por um keynesianismo hidráulico, semelhante aos planos do governo Geisel”, explica o economista.
Ele relembra que o general- presidente adorava gráficos exponenciais no papel e que nunca viraram realidade. “Toda vez que os militares se envolvem em programas econômicos, revelam saudades do velho ‘tenentismo’ e terminam muito mal”. Para Delfim, o último a tentar um projeto deste tipo foi o general Albuquerque Lima, que “fez um curso madureza na Cepal e formulou o programa que encantou a famosa linha dura. Se tivesse ido à frente, o País tinha afundado”.
O economista de 91 anos pondera que o Brasil inicia um processo que “vai se desenrolar dolorosamente”, acreditando que Bolsonaro até pode sofrer impeachment mas jamais vai renunciar. “Minha convicção é que o MPF, juntando o que é conhecido pelo STF, vai saber quem financia e quem financiou, quem promoveu e quem continua promovendo os ataques às instituições, quem estava por trás das fake news. Os porões do Planalto e os filhos de Bolsonaro estão nisso até a cabeça”, desconfia.
Amparado também pela experiência de 20 anos como deputado federal por São Paulo (de 1987 a 2007), Delfim Netto salienta que o grande problema de Bolsonaro diante da crise (não a da covid-19) é que, apesar do vasto passado como deputado, pouco fez.
domingo, 26 de abril de 2020
Affonso Celso Pastore no Estadão: Estadistas, populistas e a pandemia.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,estadistas-populistas-e-a-pandemia,70003283145
Em um momento difícil como este, é natural que no Brasil haja divergências. Empresários que construíram suas empresas com o duro trabalho de décadas temem perdê-las ou a duras penas ter de reconstruí-las. Pessoas humildes em cujas casas pobres vivem inúmeros familiares perderam sua renda, passando a viver de transferências do governo. Nos dois casos, a tentação é atribuir a culpa ao distanciamento social e, quando cai o número de mortes, ambos lutam para que este acabe, sem se dar conta que a queda do número de mortes é a consequência do afastamento ocorrido anteriormente. A experiência do Japão e de Cingapura mostraram que é um erro abandonar precocemente a quarentena. Caberia ao governo explicar à sociedade a inevitabilidade da quarentena, trabalhando em um protocolo de saída que evite um aumento do contágio, e não se acovardando em tomar as medidas compensatórias que reduzam o custo durante o período de isolamento.
Michael Sandel no Estadão de 26/04/2020!
https://www.estadao.com.br/infograficos/cultura,precisamos-repensar-nossa-sociedade-para-reconstruir-um-senso-de-solidariedade,1091079
Michael Sandel: Penso que a sociedade civil tem um papel extremamente importante a desempenhar. Nós falamos sobre política e governo e tentamos encontrar alternativas para as perigosas tendências autoritárias que estamos vendo agora. E tudo isso é muito importante. Mas vimos como os principais partidos políticos falharam e como esse fracasso levou à eleição de figuras autoritárias hiper nacionalistas no Brasil e em outras partes do mundo, inclusive nos EUA, meu país. Acho que precisamos procurar a sociedade civil para ajudar a criar fontes de solidariedade, porque não são apenas as políticas do governo que nos mantêm unidos, mas também as organizações, incluindo organizações locais, que podem trabalhar para promover o acesso à educação, podem tentar levar cuidados de saúde para pessoas que não podem pagar por isso, que podem tentar lidar com o problema da violência nas favelas e outras comunidades... As instituições locais da sociedade civil são muito importantes. Especialmente nas áreas de saúde e educação, as organizações comunitárias têm um papel muito importante a desempenhar na construção do tipo de solidariedade que, com muita freqüência, nossos políticos deixam de apoiar e promover. A mídia também tem um papel muito importante na tentativa de promover um diálogo civil mais substantivo, respeitoso. A democracia precisa desse diálogo. Ele precisa chamar a atenção de pessoas de todas as origens sociais e econômicas. E, se a mídia presta atenção apenas aos tipos de provocações mais sensacionalistas e ultrajantes, o discurso público se transforma em uma espécie de jogo de gritos onde ninguém está ouvindo um ao outro. As pessoas estão simplesmente reforçando e gritando sua própria opinião. A mídia tem um papel importante a desempenhar na criação de um tipo melhor de discurso público.
O Globo: Persio Arida aponta os erros na economia.
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/persio-aponta-os-erros-na-economia.html
– Do outro lado, é a ideia do crowding out, de que quando retrai o PIB do governo aumenta o PIB privado, ou seja, basta conter o governo que a iniciativa privada floresce e, como a iniciativa privada é mais produtiva que o gasto do governo, o PIB cresce. Isso é uma agenda simplória, errada macroeconomicamente. Para crescer você precisa de uma outra agenda, que é a abertura de bens comerciais e serviços, privatizações, reforma do Estado e reforma tributária. São essas quatro coisas que fazem o país crescer rápido. Curiosamente o governo não tocou em nenhuma delas. Nunca enviou uma reforma tributária, nem a administrativa, para o Congresso. Não fez abertura alguma, assinou um acordo com a União Europeia que já nasceu velho e não será ratificado porque Bolsonaro atacou o Macron, então esquece – diz Persio.
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