Aloizio Mercadante, economista, ministro da Casa Civil e coordenador de campanha de
Dilma Rousseff, defende neste artigo para a ÉPOCA, a economia com Dilma Rousseff.
O Brasil criou as bases para um novo ciclo de desenvolvimento. Nos
últimos 12 anos, passamos a ser uma sociedade mais próspera e justa. Elegemos o
social como eixo estratégico do desenvolvimento econômico, sustentado por
inovadoras políticas de transferência de renda, ampliação maciça do emprego,
aumento real dos salários e diversas políticas de inclusão social.
O novo padrão de desenvolvimento que estamos construindo mostrou
que é possível conciliar crescimento com inclusão social. E também que a
construção de um vigoroso mercado interno de consumo de massa abriu novas
possibilidades de investimento para as empresas, além de ser decisivo para
amortecer o impacto da crise internacional.
O Brasil se tornou não apenas referência mundial no combate à
desigualdade, à miséria e à fome, como tem sido um dos países mais
bem-sucedidos no enfrentamento da atual crise, a maior desde 1929. Diante dela,
preservamos a estabilidade macroeconômica. Optamos por uma política econômica
em favor do crescimento e da geração de mais de 12 milhões de novos empregos.
Paralelamente, acumulamos US$ 376 bilhões de reservas cambiais e reduzimos a
dívida pública líquida de 60% do PIB para 35% do PIB.
A política econômica ortodoxa do governo anterior produziu baixo
crescimento, altas taxas de desemprego e mais desigualdade social. Desde então,
já crescemos 46% em relação a 2002, e o PIB per capita aumentou 29,6%. De 2003
a 2013, a produção anual de veículos passou de 1,6 milhão para 3,7 milhões de
unidades; o número de passageiros de avião passou de 36 milhões para 109
milhões; e a safra agrícola, que era de 123 milhões de toneladas, deve atingir
195 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil saltou da 13a para a sétima
posição na economia mundial.
No mesmo período, reduzimos a taxa de desemprego para os atuais 5%,
a menor taxa da série histórica; o salário mínimo cresceu 71,5%; e os programas
de transferência de renda, como o Bolsa Família, retiraram o Brasil do Mapa da
Fome, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Quando começamos a governar, tivemos de enfrentar a fragilidade das
contas externas e das contas públicas, além de enormes gargalos em
infraestrutura.
Retomamos a capacidade do Estado de planejar, investir e regular o
setor de infraestrutura. São exemplos disso o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) e o fortalecimento dos bancos públicos, em especial do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em 2012, lançamos um ousado
plano de concessão que abarca portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.
Nos transportes, adotamos um novo modelo de concessão e
investimentos no setor ferroviário e aprovamos um novo marco regulatório dos
portos. Só no governo Dilma, foram concedidos ao setor privado quase 5.000
quilômetros de rodovias, com um novo padrão que reúne mais investimentos,
qualidade do serviço e tarifas justas. Desde 2007, foram concluídos quase 2.000
quilômetros de novas ferrovias, metade deles no governo Dilma. Em portos, serão
investidos R$ 25 bilhões. A concessão de aeroportos permitiu uma expansão de
capacidade de 69 milhões de passageiros por ano, com investimentos da ordem de
R$ 26 bilhões.
No setor energético, reorganizamos a geração e a transmissão de
energia elétrica. Na atual estiagem, não falta energia, graças à ampliação de
nossa capacidade de geração, em 48,8 gigawatts, e de transmissão de energia,
com mais 47.600 quilômetros de novas linhas de transmissão.
Na infraestrutura social, o programa Minha Casa Minha Vida já
entregou e contratou 3,7 milhões de unidades habitacionais. Na mobilidade
urbana, estamos investindo R$ 143 bilhões em metrôs, BRTs, VLTs e corredores de
ônibus.
Impulsionamos o setor produtivo, por meio de políticas de crédito,
apoio à inovação, desonerações, simplificação tributária e compras públicas com
exigência de conteúdo local. Enfraquecer os bancos públicos, neste cenário de
crise internacional, desarmaria nossa indústria para uma competição com países
que adotam políticas industriais ativas.
Também demos prioridade ao investimento em educação. O orçamento do
Ministério da Educação triplicou. Passou de R$ 35,3 bilhões, em 2002, para R$
118 bilhões, em 2014. Também vinculamos os recursos dos royalties do petróleo,
incluindo o pré-sal, à educação. Nossas ações estendem-se da creche à
pós-graduação. Basta lembrar a expansão das universidades federais e das
escolas técnicas, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Prouni (Programa
Universidade para Todos) e o Fies (Programa de Financiamento Estudantil), além
do Ciência sem Fronteiras e do enorme sucesso do Pronatec (Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), com mais de 8 milhões de matrículas em
cursos profissionalizantes.
Esses indicadores mostram que, apesar de nossas dificuldades e de
ajustes necessários, estamos prontos para um novo ciclo de desenvolvimento,
impulsionado pela força da nossa agricultura, pela diversidade da nossa
indústria e de nossos serviços, pelos avanços na educação e pela riqueza do
pré-sal. Não podemos retroceder.
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