quinta-feira, 23 de outubro de 2008

CAPITALISMO POR MARIO VARGAS LLOSA

Gostei demais de ler no ESTADÃO um recente artigo do Mario Vargas Llosa, do qual destaco abaixo trechos pelos quais assino embaixo e confirma outros posts que publiquei sobre este assunto:

"Evidentemente, o sistema capitalista NÃO desaparecerá, porque, embora doa aos nostálgicos das economias estatizadas com seu inevitável corolário - a ditadura totalitária - NÃO existe nenhuma alternativa para substituí-lo.

Adam Smith, o grande teórico do capitalismo e da livre economia, comparou a empresa privada a uma locomotiva. Assim como está, colocada sobre bons trilhos e orientada na direção certa, assegurava aos viajantes uma viagem confortável e a chegada ao seu destino. Nesses últimos anos o capitalismo saiu dos trilhos e mudou de direção de maneira arbitrária, e agora todos estamos pagando os estragos deste descontrole que não soubemos frear a tempo.

Por que isso aconteceu? Porque - esta é outra afirmação constante de Adam Smith - o capitalismo só funciona se a legalidade que o regula se conforma a leis justas, equitativas, que respeitem a liberadade e, sobretudo, se essas leis são cumpridas."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

CRISE FINANCEIRA - PRAZO?

Agora, que até o Nosso Guia reconheçeu que a crise chegou ao Brasil, minha preocupação continua a mesma. A economia mundial, altamente globalizada, está em um momento de crise. No entanto, não por uma questão pessoal de otimismo, mas por saber que estas crises são próprias do sistema, tenho certeza que o mercado será recuperado, nem que tenha sido com a ajuda dos governos, como estamos vendo nos mais diversos países.

Isso não quer dizer que o capitalismo acabou, que as medidas neoliberais foram errôneas ou que não deva mais existir o livre mercado e sim, uma estatização na economia. O estudo da teoria econômica levará, mesmo que demore um pouco mais, que tenhamos uma recessão, que estas transferências trilionárias de dólares realizadas diariamente continuem criando bolhas, em um determinado momento, a um novo ponto de equilíbrio será encontrado e a crise será um fato passado. Como foi a de 1929, tão bem estudada pelo Ben Bernanke.

Até chegar a esse momento, vamos torcer para que o governo não atrapalhe e que a posse do novo presidente americano (Obama, espero), consiga rediscutir um novo mapa econômico mundial apoiado pelas economias do G-7 e com o poder de consumo dos emergentes sendo o outro lado da balança.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ECONOMIA PARA TODAS AS CORRENTES

Por mais que, principalmente no nosso caso, cada Economista tenha a sua corrente de pensamento, gosto de conhecer e ler os diversos artigos dos bons Economistas que procuram, à sua maneira, explicar o que está acontecendo. Mesmo que não concorde com tudo que está escrito.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA - A volta da política
Para coordenar as sociedades do capitalismo é necessário um Estado cada vez mais capaz e mais democrático.

Em meio à crise financeira global, o presidente Lula, ao receber em Toledo o prêmio Dom Quixote, declarou que este é o momento da "volta da política e do Estado". Tem razão o presidente.

Depois de 30 anos de irracionalidade neoliberal ou ultraliberal, os homens voltam a se dar conta de que a política é a expressão da liberdade humana, e o Estado, a projeção racional dessa liberdade. Durante 30 anos, uma classe de profissionais das finanças aliou-se a acionistas capitalistas e à classe média conservadora e, empunhando a bandeira do Estado mínimo e da desregulação, alcançou a dominância ideológica sob a liderança de Ronald Reagan nos Estados Unidos e de Margareth Thatcher no Reino Unido.

Inspirada por intelectuais neoliberais que desde os anos 1960 vinham reduzindo a política à lógica do mercado, a nova coalizão política declarou a "guerra do mercado contra o Estado". Enfraquecia assim o Estado, colocado em pé de igualdade com o mercado, e aproveitava essa brecha para enriquecer enquanto os salários dos trabalhadores permaneciam quase estagnados.

A guerra era irracional porque, em vez de se limitar a eventuais excessos de intervenção do Estado na economia, atacou o próprio Estado. Porque ignorava que o Estado é a instituição maior de cada sociedade -que é o resultado do esforço secular de construção política de um sistema constitucional-legal e de uma administração pública que o garanta. Ignorava que é através do Estado que os homens e as mulheres, no exercício da política, coordenam sua vida social, estabelecendo suas instituições normativas e organizacionais fundamentais, entre as quais a democracia e o mercado.

O mercado apenas se torna realmente significativo como instituição complementar na coordenação da sociedade com a emergência do capitalismo. Por isso, o capitalismo será chamado de economia de mercado. A coordenação econômica de uma sociedade caracterizada por uma crescente divisão do trabalho e, portanto, por uma enorme complexidade só é possível se o Estado contar com a colaboração do mercado nessa tarefa. Por outro lado, durante o transcorrer do século 20, as nações mais desenvolvidas construíram um Estado democrático social.

Foram todas essas verdades elementares que os jovens turcos da classe profissional financeira, quase todos treinados em escolas de economia neoclássicas, não compreenderam, ou não quiseram compreender, ao pretenderem substituir o Estado social e efetivamente regulador pelo mercado. Assim, contraditoriamente, buscavam voltar ao século 19, em que o Estado era mínimo, correspondendo a menos de 10% do PIB. Ao agir assim, a coalizão reacionária por eles conduzida não compreendeu que esse objetivo era inviável em sociedades democráticas modernas. E -o que é mais grave- não compreendeu que, para coordenar as sociedades complexas de hoje -as sociedades do capitalismo do conhecimento-, não bastam mercados cada vez mais eficientes: torna-se necessário um Estado cada vez mais capaz e mais democrático.

Existe uma estreita relação entre o grau de desenvolvimento econômico e de complexidade de uma sociedade e a capacidade que seu Estado deve ter de coordená-la ou regulá-la. É fortalecendo o Estado, e não enfraquecendo-o, que realizamos os grandes objetivos políticos de liberdade, justiça e bem-estar. Ao não compreender essas verdades básicas, o neoliberalismo nos levou à atual crise. Será através da política e do Estado que a superaremos.

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 74, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994".

NOBEL 2008 - PAUL KRUGMAM

Avinash Dixit – 17 October 2008 University Professor of Economics at Princeton University and President of the American Economic Association (2008)
Why Krugman got the Nobel Prize: Economics, not polemics

Krugman the columnist offers strong views, attracting adulation and hatred. His newspaper-reading fans delight in his Nobel Prize; his foes are shocked and dismayed. Both are mistaken. His prize has nothing to do with his popular writing. Here one of the world’s most influential theorists explains that the prize celebrates Krugman’s achievements in science, not in the policy arena. This column clarifies exactly what those achievements are. I concluded my appreciation of Paul Krugman’s research on the occasion of his winning the Clark Medal by saying: “I am sure the Clark Medal is but one milestone of many to come in his career.” Now I can write this short article of continued appreciation on the occasion of his winning the Nobel Prize with the confidence and delight of a man whose forecast has come true. The main new theme in Paul Krugman’s scientific contributions since the Clark Medal is of course the fulfilment of what was then a promising start of research on economic geography. This work has now transformed that subject from a somewhat arcane sideline into a flourishing research field.

In the last 10 years, Krugman has achieved fame in a much larger arena with his columns in the New York Times. These offer strong views on economics and politics, and they have been harshly critical of the Bush administration on most issues. It is no wonder that they attract adulation from readers who share his views on these matters and hatred from the other side. The former delight in his Nobel Prize, and the latter are shocked and dismayed by it, but both these reactions are mistaken. The prize has nothing to do with the Op Ed columns and would have come to Krugman just the same if he had never written a single one of them. The prize celebrates his achievements in science, not in the policy arena. It is therefore important to summarise and clarify exactly what those achievements are.

The traditional theory of international trade was cast in the traditional framework of microeconomic theory, namely perfect competition. Differences among countries in their endowments of factors of production and in their technologies explained trade. A relatively labour-abundant country would have a comparative advantage in producing goods that required relatively more labour in their production, and would export these goods so long as the country did not have an even greater bias toward consuming exactly the same goods. The outcome, as so often with perfectly competitive markets, was efficient resource allocation; each nation stood to gain from trade.

By the early 1970s, this picture was increasingly thought to be anachronistic. Trade in perfectly competitive markets, where thousands of producers of cloth in England and wine in Portugal traded their goods, seemed a poor model of trade with two or three giant firms making aircraft or computers. Voices for protectionism are always looking for arguments they can voice; they could now claim that traditional theorems on gains from trade did not apply to this modern reality. A new theory for this new world was needed.

Krugman was the undisputed leader of the group that took on this task. To quote and paraphrase Stephen Jay Gould (The Flamingo’s Smile, pp. 335, 345), Krugman has won his just reputation because he grasped the full implication of the ideas that predecessors had expressed with little appreciation of their revolutionary power. He had the vision to make the idea work in two ways, using it to make new discoveries and by recognising its implications as a far-reaching instrument for transforming general attitudes.

Too much has been transformed to allow a full explanation in this short article. I will merely touch upon three highlights, leaving interested readers to explore the details in my earlier appreciation (Journal of Economic Perspectives vol. 7, no. 2, Spring 1993, pp. 173-188), and the Nobel award committee’s scientific background statement.

The main new feature of all these models is the existence of economies of scale in production. The importance of this was recognised going back at least two centuries to Adam Smith, but economists lacked the technical apparatus to include this feature, and the imperfection of competition it brings, into their models so they could quantify and formalise the idea and derive all its implications. In the last three decades we have seen the rich results of modeling scale economies and imperfect competition, not only from Krugman’s work in international trade and economic geography, but also from work in macroeconomics by Blanchard, Kiyotaki and others, and on economic growth by Romer, Grossman, Helpman, and others.

Monopolistically competitive trade: This model is relevant to situations with moderate scale economies and consumer preference for product variety, thereby allowing several firms, each with some market power, to coexist in the market. The world auto industry is the prime example. This model provides a ready explanation for the seemingly puzzling rise in intra-industry trade. If as in the traditional theory countries use their advantages of technology or factor endowments to produce some goods at lower cost and export them, how can it be that France and Germany simultaneously export cars to each other? The answer is that the two types of cars are not identical in consumers’ evaluation, and the economies of scale make it less costly to produce each type in only one of the countries. In this situation the old presumption of gains from trade is generally strengthened by the new theory. Each country benefits because of the better exploitation of economies of scale, and both gain further by having access to a larger variety of types of cars.

Oligopoly and strategic trade policy: If economies of scale are so large relative to the market that only a very small number of firms can coexist, they have substantial market power and can make super-normal profits. The large commercial aircraft industry, with Boeing and Airbus, is often cited as the paradigmatic example (but depending on the market conditions the profit may be eroded by fierce competition between the two). Now each country might benefit by strategically promoting its firm so it can seize this profit as a part of its own national income. Krugman, along with Brander and Spencer, developed models where such policy could in principle work, although later empirical work by Baldwin and Krugman, Dixit, and others found that the size of the gain was usually small even in the absence of retaliation by other countries. Thus this line of research gave some logical comfort, but not realistic support, to those who advocated protectionism in the new world of imperfectly competitive trade.

Economic geography: Others had argued that scale economies bring an element of historical accident to firms’ location choices. Krugman went further and explored some important new mechanisms of economic interaction. A more populous region can enjoy lower costs and therefore higher real wages by carrying economies of scale farther. It can then attract more migration from other regions. The higher wages also create demand for the products of other firms; this is a positive externality supplementing the economies of scale within each firm. This tendency for concentration of production in a region is checked by transport costs across regions. The balance of all these forces determines the overall pattern of location of production. These ideas have led to a revolution in the field of economic geography, transforming it from a primarily descriptive endeavor into an analytic discipline.

I have not said anything about Krugman’s popular writings, most importantly because they are not the reason for his “ennobelment,” but also to a small extent because I sometimes dislike his polemical and combative style of writing at the same time as I agree with the substance of his criticisms. But my delight at the recognition of the scientific achievements of this friend and colleague of over three decades is great. In fact it is doubled by the joy of my having played a part in creating the tools that are proving their worth – models of monopolistic competition and product diversity, and of entry deterrence. With that in mind, here is my nomination for next year’s prize: Romer, Grossman, and Helpman for endogenous growth theory. This article may be reproduced with appropriate attribution.

domingo, 19 de outubro de 2008

ECONOMIA - KEYNES VIVE EM 2008 ???

E já que o assunto é o retorno de KEYNES, vide abaixo excelente artigo de ED CROOKS, Editor no jornal "FINANCIAL TIMES", publicado neste domingo pela FOLHA e observem como a inteligência de um grande homem pode continuar mudando o mundo. Continuo afirmando que a atual "crise" é financeira e não não uma "crise do capitalismo". O livre mercado ainda é a melhor solução, cabendo ao governo fazer corretamente o mínimo que deve ser feito. Falhas de controle existem no sistema e devem ser corrigidas, assim como fazemos em nossas empresas. Porém, algumas pretendem ir ao infinito e aí, nem DEUS vai perder seu tempo ajudando. Porém, anotem, em breve (meses/dois anos?), tudo retornará ao ponto normal.

Quem viver, verá.

"Chegamos a um ponto crítico", escreveu John Maynard Keynes em março de 1933. "Podemos divisar claramente o abismo ao qual nosso caminho atual nos conduz." Sem ação dos governos, "devemos esperar a progressiva dissolução da estrutura existente de contratos e instrumentos de dívida, acompanhada pelo completo descrédito da liderança ortodoxa nas finanças e no governo, cujo desfecho final não podemos prever".

Enquanto o mundo cambaleia sob os golpes de um mergulho nas Bolsas semelhante ao de 1929 e de uma crise bancária semelhante à de 1931, as palavras de Keynes servem como avaliação precisa dos riscos que voltamos a enfrentar. Keynes, cuja missão na vida era salvar o capitalismo de seus excessos, tornou-se mais relevante hoje do que em qualquer momento desde a sua morte, em 1946.

Sua influência renovada pode ser vista em toda parte: no pacote de estímulo econômico planejado pelo candidato Barack Obama, por exemplo. Quando George W. Bush disse que o plano de seu governo de assumir participações em bancos "não pretende tomar o controle do livre mercado, mas preservá-lo", poderia estar citando Keynes diretamente.

A chave para compreender Keynes é seu compromisso para com a preservação da economia de mercado, que ele desejava fazer funcionar.

O economista desconsiderava o marxismo, mas acreditava que a economia de mercado só poderia sobreviver caso conquistasse o apoio do público ao promover uma melhora nos padrões de vida.

O papel do economista, acreditava, era servir como guardião da "possibilidade de civilização", e jamais houve economista mais adaptado à função.

Lionel Robbins, mais tarde diretor da London School of Economics, descreveu Keynes como "um dos homens mais notáveis de todos os tempos", superado em sua era apenas por Winston Churchill. Até mesmo Friedrich Hayek, o mais severo adversário de Keynes, descreveu-o como "o único homem realmente grande que conheci, pelo qual minha admiração nunca teve limites".

Seu pensamento positivo, otimista, refletia sua criação feliz e confortável e sua carreira de sucesso. Filho de um professor universitário, ele ganhou bolsas para estudar em Eton e na Universidade de Cambridge, e logo se enturmou com o grupo de Bloomsbury, o círculo de escritores e artistas como Virginia Woolf e Lytton Strachey, que representavam um ideal de vida culta.

Keynes era uma figura imponente, com 1,98 metro de altura, e estava sempre repleto de piadas e fofocas a contar e de observações argutas a fazer. Além da economia, ele tinha diversos outros interesses como matemático, administrador, acadêmico, investidor, jornalista, colecionador de arte, político, empresário das artes e diplomata. Foi um marido exemplar, devotado à mulher, a bailarina Lydia Lopokova. Na linguagem que empregava, ele podia ser descuidado e provocativo. Mas, como afirmou, "as palavras precisam ser um pouco selvagens, pois representam o ataque do pensamento contra aqueles que não pensam".

Quando más políticas tornavam os problemas econômicos ainda piores, ele sentia a obrigação moral de mudá-las. Trabalhou com distinção no Tesouro britânico durante a Primeira Guerra Mundial. Ao final do conflito combateu, prescientemente, a imposição de sanções severas demais à Alemanha. Quando seus conselhos foram ignorados, ele se demitiu e publicou suas opiniões em seu primeiro grande trabalho polêmico, "As Conseqüências Econômicas da Paz".

De volta a Cambridge, Keynes manteve um fluxo constante de livros e artigos, entre os quais "As Conseqüências Econômicas do sr. Churchill", no qual criticava ferozmente o retorno do Reino Unido ao padrão-ouro, em 1925. Mas foi na Grande Depressão que suas idéias floresceram e foram publicadas em "Teoria Geral do Emprego, Juros e Dinheiro".

O cerne do livro é a idéia de que desacelerações econômicas não necessariamente se revertem sozinhas. Os economistas clássicos dispunham que ciclos de negócios eram inevitáveis e que haveria sempre picos e depressões. Keynes rebatia que, em determinadas circunstâncias, uma economia poderia ficar atolada. Se indivíduos e empresas tentassem poupar mais, reduziriam as rendas de outros indivíduos e empresas. O resultado seria uma espiral de queda que não se reverteria sem intervenção.

É aí que entra o governo: bombeando dinheiro de volta à economia por algum meio, tal como o gasto em obras públicas, a fim de persuadir indivíduos e empresas a economizar menos e a gastar mais.

Economistas como Paul Samuelson e James Tobin sistematizaram as idéias de Keynes e as usaram como fundações do que viria a ser a filosofia e política econômica ortodoxa das duas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.

A capa da revista "Time" em dezembro de 1965 atribuía a Milton Friedman a frase "agora somos todos keynesianos". Friedman disse, mais tarde, que havia sido citado de maneira seletiva e imprecisa, mas que a afirmação procedia. Charles Schultze, diretor de orçamento do governo dos Estados Unidos naquele ano, disse à revista que "não podemos prevenir todas as pequenas oscilações do ciclo econômico, mas podemos prevenir uma grande queda".

Quando Nixon tomou de empréstimo a frase de Friedman, em 1971, no entanto, a maré já havia começado a virar. Como uma dica sobre ações obtida do ascensorista, o endosso de Nixon era sinal de que o prestígio intelectual de Keynes estava a caminho de uma queda. A economia keynesiana parecia tão inadequada para a estagflação dos anos 70 como a economia clássica o era para a Depressão dos anos 30, e foi superada pelo monetarismo de Friedman entre as autoridades econômicas dos EUA e do Reino Unido.

Depois que as aplicações mais cruas do monetarismo fracassaram, nos anos 80, a moderna macroeconomia passou a combinar idéias de ambas as doutrinas, refletindo a crença na capacidade da política fiscal e monetária para afetar o emprego e o crescimento, mas também preocupação sobre inflação e déficits orçamentários.

Mas essa ortodoxia sofreu um abalo com o aprofundamento da crise. Os problemas que Keynes teve de enfrentar nos anos 30, como a ineficiência da política monetária e quebras de bancos causadas por quedas nos preços dos ativos, uma vez mais parecem ser os mais prementes. As soluções de Keynes, entre as quais maior gasto público financiado por captação, tornam-se populares. As críticas de que isso alimentará a inflação e os déficits orçamentários continuam a ser ouvidas, mas cada vez mais são consideradas irrelevantes.

No final de sua definitiva biografia em três volumes sobre Keynes, Robert Skidelsky escreve que as idéias de Keynes "viverão enquanto o mundo precisar delas". E certamente parecem necessárias agora.

TEM BLOG NOVO DE ECONOMIA NA PRAÇA

Leio hoje na FOLHA a seguinte notícia:

Em meio a uma das maiores crises globais, o jornalista Vinicius Torres Freire, colunista da Folha, estréia hoje blog sobre economia. O endereço é blogdovinicius.folha.blog.uol.com.br. O blog do Vinicius é uma extensão da coluna diária publicada no caderno Dinheiro. Segundo definição do próprio jornalista, a página na internet vai abordar "a política da economia e negócios da política", publicar análises sobre notícias econômicas da hora, reunir artigos sobre economia e política da economia, sugerir livros da área, comentar "mentiras, mentiras malditas e estatísticas econômicas". Nos finais de semana, o blog vai tratar de cozinha e comida. Na Folha desde 1991, Vinicius Torres Freire foi secretário de Redação do jornal, editor de Dinheiro, editor de Opinião, correspondente em Paris, editor de Ciência e editor de Educação.

Para o novo colega, muito sucesso no seu blog, o que já tinhas na sua coluna.

sábado, 18 de outubro de 2008

IMPRENSA - ELEIÇÕES 2008

Como é interessante e transparente o que ocorre nos Estados Unidos quando diversos jornais registram em editoriais seu apoio a um determinado candidato.
Nos últimos dias vemos o Los Angeles Times, o quarto maior jornal do país, e o The Chicago Tribune, manifestarem apoio a BARACK OBAMA. Hoje, o The Washington Post fez a mesma coisa.
Como nossa imprensa poderia "copiar" essa situação e termos esse tipo de transparência jornalística também aqui por este lado sul da América.

JOHN MAYNARD KEYNES EM 2008

Tenho três e-mails: o meu corporativo, o jmelo@uol.com.br e o johnkeynesce@hotmail.com. Aqui e ali tenho que explicar como um ferrenho defensor do livre mercado tem em um dos seus e-mails, o nome de Keynes.

É fácil explicar: Estudante de Economia na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, a mais antiga na área no Brasil, reconheço que fiquei encantado com as idéias keynesianas. E, para homenagear um dos maiores economistas do século XX, registrei meu e-mail com seu nome.

Como tudo na vida, nem 8 nem 80. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Keynes é brilhante e suas idéias revolucionaram muitos e durante muito tempo. Um dos pais da teoria macroeconômica, foi um homem à frente de seu tempo. De qualquer maneira, como dizia Francis Bacon "Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar".

Com o passar do tempo, sempre ele, o Senhor da Razão, fui conhecendo e entendendo outras ideias e buscando sempre aquela idéia que realmente fosse solução para os inúmeros problemas econômicos que existem. Não é novidade que desde Adam Smith que alternativamente idéias econômicas mudam com o tempo e nisso não observo nada de errado. É "falha no funcionamento do mercado", como dirão alguns, porém cada caso é um caso.

Lembrando a célebre frase de Keynes de que "a longo prazo, todos estaremos mortos", Gaspari coloca como título de sua coluna dominical a frase "No longo prazo, Lord Keynes ressuscitou". Com seu extraordinário conhecimento, Gaspari pesa a mão na crítica aos "liberais" e a "mão invisível" de Smith.

Que pena Gaspari. Excelente texto, mas o livre mercado ainda é a melhor solução, mesmo com alguns ajustes que entendo sejam necessários.

ELEIÇÕES 2008 - PREVISÃO

Após várias noites analisando diversos exercícios econométricos, este blog conseguiu nesta data prever o resultado de algumas importantes eleições e seus vencedores. (E sem precisar consultar Mãe Diná.)
Evidentemente que começamos pela principal: a dos Estados Unidos: BARACK OBAMA será o próximo presidente. Para o bem do mundo e por mudar a política de Bush.
Em seis das nossas capitais mais importantes, registramos abaixo:
São Paulo: GILBERTO KASSAB, para redução do Estado, digo, dos Petralhas. Por José Serra. E pela falta de ética da "relaxa e goza".
Rio de Janeiro: FERNANDO GABEIRA, por ser um senhor com jovens ideías.
Belo Horizonte: LEONARDO QUINTÃO, para colocar Aécio no seu lugar
Belém: DUCIOMAR COSTA, pela administração que faz.
Salvador: JOÃO HENRIQUE, evitando uma vitória do PT.
Porto Alegre: JOSÉ FOGAÇA, pela experiência. E por evitar um retorno do PT.
Vamos depois conferir e comemorar?

ANONYMOUS PROVERB - CCBEU 2008

"TELL ME WHAT YOU READ AND I SHALL TELL YOU WHAT YOU ARE."

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ECONOMIA - NOBEL 2008 - PAUL KRUGMAN

Sempre tive interesse pelos laureados com o NOBEL, principalmente os da área de ECONOMIA. E nesse acompanhamento e com o passar dos anos, vamos aos poucos vendo nomes que conhecemos de livros e artigos ganhando seus merecidos prêmios. (O tempo passando também tem suas vantagens econômicas...)
Porém, neste ano de 2008, fiquei muito satisfeito com o resultado do NOBEL DE ECONOMIA para o PAUL KRUGMAN. Sou leitor semanal de seus artigos no NYT e sempre que posso também acesso seu blog. Muito além do prêmio por sua análise dos padrões de comércio e a respeito da localização da atividade econômica, Krugman é o primeiro NOBEL de alguém conhecido, como se fosse um de nossos professores, além de ser um dos críticos mais severos da administração Bush.
Parabéns PAUL KRUGMAN e continue escrevendo que nós, aqui no interior da selva amazônica, continuaremos lendo.

domingo, 12 de outubro de 2008

INDICAÇÕES NO DOMINGO DO CÍRIO DE NAZARÉ

Imperdível, como quase sempre, é ler no Elio Gaspari o texto "POR QUÉ NO TE CALLAS, LULA?" Como diz o articulista, para o bem de todos. Porém, com sua inteligência e visão de político que conseguiu passar por situações bem complexas (mensalões e etc), Lula saberá onde colocar a sua assinatura.
Vale também a indicação do Gaspari para a página do Professor Nouriel Roubini, que há mais de dois anos previu a atual crise econômica. A mesma está no endereço http://www.rgemonitor.com/.
A coluna completa do Gaspari está no http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1210200819.htm.

IBIAPINA - BELÉM - ECONOMIA MUNDIAL

De retorno à selva amazônica depois de minha passagem pelo CEARÁ - IBIAPINA, tenho a felicidade de retornar justamente no momento da maior festa do Pará: o CÍRIO DE NAZARÉ. Do resultado eleitoral em IBIAPINA, temos meu irmão novamente reeleito Vereador. E a diferença dele (2º lugar) para o 3º, foi de UM VOTO. Claro que foi o meu, of course.
Nestes dias estive mais ausente das notícias e da internet, porém, pelo que andei folheando rapidamente, existe realmente uma forte crise financeira mundial e o Brasil, como não poderia deixar de ser, não está a ela imune. Torço de verdade para que a política adotada pelo Meirelles/Mantega consiga reduzir o contágio dessa crise na economia brasileira.

domingo, 5 de outubro de 2008

WARREN BUFFETT - CAPITALISMO SEMPRE

Na EXAME que recebi sexta passada constam trechos de uma biografia do WARREN BUFFETT, já lançada nos Estados Unidos, previsto para novembro no Brasil. O artigo está, para variar, ótimo. Lições de um capitalizmo que gera riqueza.
Na FOLHA leio o Gaspari comentando do moço e não posso deixar de divulgar aos meus quase dois leitores: que lição nesta época de incertezas. De certeza, apenas que o mundo é plano, como diz o Friedman.
WARREN BUFFETT, o segundo homem mais rico da América (78 anos e US$ 50 bilhões), ganhou pelo menos US$ 578 milhões em dez dias com ações do banco Goldman Sachs. Há dois meses, um papel da Goldman valia US$ 179. Com a crise, ela caiu para US$ 121. Foi nessa hora que o biliardário fez seu lance, botando US$ 10 bilhões no negócio. Na sexta-feira, cada ação valia US$ 128.
Esse pequeno episódio indica que ainda falta muito tempo para a crise do fim do capitalismo e, como nunca, o melhor que se pode fazer é prestar atenção no comportamento dos verdadeiros capitalistas. Buffet já foi chamado de "Forrest Gump das finanças" pela revista "Vanity Fair". Seu salário (US$ 100 mil anuais, mais uns US$ 250 mil de benefícios) é o mais baixo da lista dos executivos das 200 maiores empresas americanas. Ele vive frugalmente na pequena cidade de Omaha e ensina: "É mais fácil criar dinheiro do que gastá-lo".
John McCain gostaria de convidá-lo para a Secretaria do Tesouro, mas ele deu US$ 4.600 para a campanha de Barack Obama. Uma migalha diante dos US$ 40 bilhões que já distribuiu para organizações filantrópicas.Quem botou US$ 200 no fundo de investimentos de Buffett em 1965 tem hoje US$ 1,25 milhão. Ele consegue esse desempenho seguindo regras simples. Prefere investir nos Estados Unidos, não põe dinheiro em negócio que não consegue entender nem em empreendimento endividado. A maior parte de suas aplicações está em empresas que fabricam coisas que nunca deixarão de ser consumidas: comida, refrigerantes, cerveja e lâminas de barbear. Cantou a pedra do estouro da bolha tecnológica (mesmo assim perdeu algum quando ela explodiu, em 2001). Fora isso, compra ações de empresas que, a seu ver, não têm motivo para valer tão pouco. Esse foi o caso do lance na Goldman Sachs.
O que torna Warren Buffett um tipo inesquecível é a sua banalidade. As pessoas preferem ouvir idéias novas e, geralmente, complicadas. Quando um sujeito diz que comprou ações de uma empresa que produz lâminas de barbear e sabão porque as pessoas continuarão a tomar banho, parece um bobo. Qualquer bípede poderia ter aplicado mil dólares na Goldman Sachs ao saber que Buffett fizera isso. Teria ganho uns US$ 58 sem fazer nada.Deve-se ter cautela com as previsões de Buffett para instruir decisões de curto prazo, pois ele não opera nessa faixa.
Em maio passado, ele disse à repórter Cristiane Barbieri: "O Brasil estava fora do meu radar. Eu tinha uma visão atrasada sobre a economia brasileira porque países latino-americanos, de maneira geral, têm uma fama ruim em relação à estabilidade de suas moedas. Mas o mundo muda e o Brasil mudou". O doutor acredita que daqui a dez anos o real poderá valer mais que o dólar. A ver, pois nos dez dias ao longo dos quais as ações da Goldman Sachs subiram 6%, o real perdeu 9% do seu valor.Uma indicação de que as qualidades de Buffett vão além do trivial variado: Por muitos anos, ele viveu em perfeita harmonia com duas mulheres e, depois de viúvo, casou-se com a segunda quando ela tinha 60 anos.
Cinco pérolas de Buffet:"Se o mercado fosse eficiente, eu estaria pedindo esmola na rua"."Quando a maré baixa é que você vê quem estava nadando nu"."A cobiça, o medo e a maluquice estão nas pessoas, são coisas previsíveis. O que não se pode prever é a seqüência"."Wall Street é o único lugar onde pessoas que andam de Rolls Royce se aconselham com gente que usa metrô"."Com US$ 1 milhão e bastante informações privilegiadas, você pode quebrar em um ano".
Quem quiser perder umas poucas horas com o personagem, pode ir atrás da edição em português do livro "Warren Buffett, o Maior de Todos os Investidores", de Janet Lowe. Nesse caso, Gaspari refere-se a outro livro, mas sendo sobre WB sempre vale a leitura.

ELEIÇÕES 2008 - IBIAPINA (CE)

Hoje é especial: estou na minha cidade de IBIAPINA, para cumprir minha obrigação de eleitor e, principalmente, votar no meu irmão. Um voto onde tive que viajar mais de 3.000km, mas que vale pela presença e pelo encontro com conhecidos de anos.
É claro que continuo bastante preocupado com a crise financeira internacional e, deixo explícito, não crise do capitalismo; como a economia brasileira se comportará, bem como, qual será o resultado da eleição americana.
Porém, num interior do estado do Ceará, essas coisas não são assim tão preocupantes e a politicagem é mais forte do que a POLÍTICA.
Além do que, alguma BOLSA será ofertada pelo governo para salvar eventuais prejudicados.
Até meu retorno à selva amazônica.
João Melo,
Direto de seus 1.100 m de altitude.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO: LIVRO

Um dos presentes que ganhei no dia do meu aniversário, 28/09, domingo passado, foi ler um post, lá no blog do Janer Cristaldo http://cristaldo.blogspot.com.
Trata-se de um assunto que analiso há anos e que, lamentavelmente, não estar no centro das atenções. Afinal, assistir "A FAVORITA" agrega muito mais conhecimento a pessoa do que ler, por exemplo, Fernando Pessoa, ou não?
Não é a toa que nossos indicadores de ensino são terríveis e que o aluno torna-se graduado e, sabe-se lá como, nunca leu UM livro da primeira à última página. Vocês já tentaram conversar com essa turma que está no ensino médio e analisaram o grau de conhecimento deles?
Transcrevo abaixo o post do Janer, no qual, exceto alguns poucos comentários que discordo, reproduz o que eu também sinto no Brasil. Estive uma temporada em Toronto e realmente em todos os lugares que eu estava, sempre tinha uma pessoa com um livro na mão. E lendo. Do Canadá, escreve Daniel Garros:“Uma coisa que me deixa triste ao ir ao Brasil é o que vejo em todo o lugar, seja em filas de SUS, consultórios médicos, rodoviárias, aeroportos, dentro dos ônibus, enfim... pessoas OLHANDO para os lados, sem distração, a pensar em nada e ver o mundo passar... Ninguém lendo!!! E se lêem, é jornal do dia (maioria na página esportiva). Seria o preço dos livros? Seria uma questão de estímulo? Falta de hábito estabelecido em casa (claro!), e na escola? Lembro que na minha época de 1º grau, recebi muito estímulo à leitura, e muitas análises de livros fizemos...
Aqui no Canadá, o que se vê, é ninguém nesse ócio! Todo mundo tá com livro na mão, sempre, em todo o lugar... até minhas enfermeiras na UTI têm que ser alertadas para deixarem em certas horas os livros de lado e olharem mais pros pacientes. Seja rico, seja pobre, seja burro ou inteligente... todo mundo tá lendo! A diferença entre as pessoas é somente o tipo e a classe de leitura (populares, eruditos, clássicos, top of the chart)... Os livros do Harry Potter, por exemplo (críticas a parte), são devorados por crianças, adolescentes e até adultos. Eles reacenderam a paixão pela leitura para aqueles que ainda não a possuíam (poucos)...”
Pois, Daniel, também tive a ventura de viver em países assim. Tanto na França como na Suécia, os vagões de metrô parecem salas de leitura. Em outros países por onde andei, observei o mesmo hábito. Vi inclusive jovens lendo partituras e vibrando com a música. Certa vez, voltando de uma dessas viagens, fui visitar uma amiga em São Paulo. Ela morava a uma hora de ônibus do centro. Muni-me de dois ou três jornais para suportar a viagem. Santa ingenuidade. Entrei num ônibus lotado, usei uma mão para pendurar-me num gancho enquanto a outra segurava meus inúteis jornais. Ocasionalmente, faço viagens noturnas de ônibus para o Sul. Uma excelente oportunidade de leitura, dirás. Nada disso. A iluminação não é suficiente para ler. Osman Lins, um dos raros bons escritores nacionais, chegou a fazer uma campanha para melhorar a iluminação nos ônibus. Para poder ler e não ficar olhando o vazio. Foi tido como louco.Por um lado, as condições são hostis à leitura. Por outro, o brasileiro não é muito chegado a ler. O Brasil está contaminado pela comunicação visual. Há pessoas que adoecem se ficam um dia sem televisão. As NETs da vida sabem disto e os técnicos vêm voando quando há uma pane qualquer no sistema. Quanto a ler, disto não sentem falta alguma. Conheci professores de literatura que não tinham sequer um livro em casa. Entre meus colegas de jornalismo, notei a mesma miséria. Por necessidade profissional, o jornalista lê. Mas geralmente lê jornais e revistas. Raros são os jornalistas que têm uma biblioteca. Pessoalmente, não consigo sair de casa sem um livro ou jornal na mão. Mas só ver pessoas lendo de nada resolve. É preciso ver o que se lê. Em julho passado, quando naveguei pela costa norueguesa, fiquei contente ao constatar que muitos passageiros liam. Fui olhar o que liam. De Harry Potter a Paulo Coelho, passando pelo Código da Vinci. Vi pelo menos cinco lendo o Coelho. Em norueguês. Não tenho nada contra crianças ou adolescentes lerem Harry Potter. O problema é que vi marmanjos lendo Harry Potter.
“Na época da ditadura no Brasil, me recordo de campanhas de leitura que tínhamos na escola. Selinhos que ganhávamos por livro lido, posters, outdoors, etc... Onde ficou isso? Será que nossos governos democráticos não querem que leiamos? Quem sabe uma campanha nacional pela leitura?” Ora, em um país cujo presidente se gaba de sua incultura, estimular a leitura soa quase como desacato à “otoridade”. Se com cultura não se chega ao poder, então cultura não serve para nada. Mas campanhas de leitura existem. Os editores adoram. Os escritores também. Servem para desencalhar seus entulhos. Com o pretexto de fornecer leitura, as editoras enviam milhares de livros a bibliotecas e escolas. Livros de amigos do rei, bem entendido. A finalidade das campanhas de estímulo à leitura no Brasil não é exatamente estimular a leitura, mas vender o tal de autor nacional. Isto é, o lixo literário nacional. Imortais que ninguém conhece, escritores medíocres e vendidos ao poder, pavões que se pretendem poetas. Nenhuma campanha dessas vai propor a leitura de Cervantes, Swift ou Nietzsche. Propõe-se a leitura das sumidades tupiniquins: Machado, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Rubem Fonseca, Ignácio de Loyola, Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon, Moacyr Scliar, Carlos Nejar. Et caterva. Para que tenhas uma idéia, meu caro Daniel, do que se passa em teu distante país: Lygia Fagundes Telles, há alguns anos, participou de uma comissão que escolheria 300 títulos a serem comprados pelo Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação. A imortal, ocupante da cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, teve o desplante de sugerir um livro seu, Ciranda de Pedra, para a lista dos trezentos. Do dia para a noite, sua cotação subiu nesta suspeita bolsa de valores. Segundo a revista Veja, seu passe foi comprado pela editora Rocco, para a publicação de doze livros, por 500 mil reais. Ora, se isto não é corrupção, não sei o que significa corrupção. Ou seja, melhor que não se faça campanha alguma em prol da leitura. Só serviria para enfiar péssima literatura goela abaixo dos alunos. E para afastar os jovens da leitura. Enviado por Janer @ 7:13 PM

terça-feira, 30 de setembro de 2008

CRISE FINANCEIRA - REVISTA TIME

Esta eu copiei do blog The Big Picture porque realmente está perfeita. Sem poder contar com um líder e sem saber quem será o infeliz recebedor desta crise de tamanho até agora não calculado e concluído, para onde olham os americanos?

domingo, 28 de setembro de 2008

QUOCIENTE EMOCIONAL X QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA

Graças a uns bons amigos que temos em São Paulo ou quando um colega viaja e traz na bagagem um exemplar, recebo a Folha ou o Estadão, evidentemente com "notícias de ontem".
Os amigos aqui do interior da selva amazônica até brincam comigo: "Rapaz, você vai ler coisas do passado?" Para todos explico que esses jornais trazem ótimas matérias e, independente do prazo de validade, existem textos que podem ser considerados atemporais.
Isso exposto é para comentar matéria do Estadão de 14/09 passado, sobre a atual utilização pelas empresas do conceito de "Quociente Emocional". Segundo o texto, o "Quociente de Inteligência", popularmente conhecido como QI é um conceito utilizado há muito tempo para medir o raciocínio lógico e as capacidades cognitivas de um indivíduo. Porém, é preciso saber fazer também um bom uso do "Quociente Emocional", o QE.
Por vezes, o profissional é intelectualmente perfeito, mas seu comportamento é insatisfatório. Pa ra melhorar essa situação já existem testes, como por exemplo, o EQ MAP, quando é mapeada a inteligência emocional da pessoa para identificar quais os pontos mais fracos e, a partir daí, dar a ela o TREINAMENTO adequado.
Trata-se de um conceito relativamente novo no mercado e as consultorias estão aprimorando os testes e suas análises. Uma das características que já detectaram nos executivos brasileiros é que "os gestores têm uma dificuldade enorme em gerenciar conflitos e dar feedbacks negativos. Acabam sempre adiando ou tentando minimizar o problema, ao invés de enfrentá-los".
Para meus quase dois leitores, essa situação não nos é tão estranha. De qualquer maneira é muito bom saber da importância dos dois testes e fazermos nossa autoavaliação.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

IMAGEM CORPORATIVA - VOCÊ S/A

Um colega do meu Ceará, Rafael Lopes, escreveu à VOCÊ S/A - edição de agosto/2008, sobre um assunto que tem direta relação com o meu atual trabalho como auditor interno da maior empresa da América em seu segmento. Transcrevo abaixo a questão e a resposta da consultora da revista:
Sei que todos na empresa têm de se comportar bem, mas, na minha situação de auditor interno, acho que o comportamento deve ser um pouco diferenciado. No que preciso ser diferente dos demais? (Rafael Lopes - Fortaleza - CE)
Quem ocupa cargos que exigem sigilo tem de valorizar a discrição e a ética acima de tudo. Isso vale para qualquer departamento, mas são mais críticos no seu caso. Assim também deve ser sua imagem e suas atitudes: discretas e que inspirem respeito. Ternos escuros, como chumbo e marinho, e gravatas com listras diagonais ajudam a compor esse visual.

domingo, 21 de setembro de 2008

INDICAÇÃO DE LEITURA - ECONOMIA E POLÍTICA

Não posso deixar de registrar e recomendar o que o blog http://gustibusgustibus.wordpress.com/ já escreveu hoje.
Leiam com atenção o texto do REINALDO AZEVEDO [http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/09/emir-sader-e-luis-fernando-verissmo.html] com o título "Emir Sader e Luis Fernando Veríssimo como analistas econômicos."
Realmente, SE depender desses dois "economistas(?)", o capitalismo acabou e que viva CUBA, a nova superpotência econômica.
Daqui do meu recanto na selva amazônica somente peço para que os anjos não digam AMÉM.

INDICAÇÃO DE SITE - ECONOMIA MUNDIAL

Sou leitor de Norman Gall desde a época que li um texto dele sobre "Lula e Mefistófeles".
Nesta semana, VEJA entrevistou-o sobre seu novo ensaio "Dinheiro, ganância, tecnologia", (lá vem a tal da palavra "Ganância" que citei a pouco em outro post), publicado no Braudel Papers, jornal do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial.
Recomendo a leitura do texto na versão integral no http://www.braudel.org.br/.

REVISTA EXAME - ECONOMIA

Nesta semana, em uma reportagem que cita Henrique Meirelles como o maior responsável pelo controle inflacionário e homem forte da economia, EXAME diz que "Com a estabilidade da moeda preservada, a economia brasileira ficou mais forte de 2003 para cá. Ou seja, a vulnerabilidade externa do país caiu, os picos de inflação se tornaram mais brandos, o crescimento da economia se intensificou, a taxa de investimento tem aumentado e há mais brasileiros empregados formalmente."
Nesse caso, viva Lula ou viva Meirelles? Somente lembrando que eles assumiram o governo em janeiro de 2003 em meio à desconfiança do mercado. Porém, como Lula é muito inteligente, ele esqueceu ou rasgou (não sei) a cartilha econômica petista e hoje temos uma situação que veio de uma "herança bendita" de FHC.

CAPITALISMO - CRISE 2008

Como ocorreu em outras épocas antigas e até recentes, crises são inerentes ao sistema capitalista. A vantagem é que ele resurge mais forte e com maior capacidade de solucionar os problemas, melhorando o padrão de vida das sociedades que adotam seus conceitos.
Entendo que a atual crise é resultado apenas de uma palavra: "GANÂNCIA". Não recordo de onde li essa palavra, mas não sou o único a utilizá-la. Quando todos querem ganhar ao mesmo tempo, alguma coisa pode não dá certo e alguém será prejudicado.
Que fique claro, no entanto, que viver num período de baixa inflação, crescimento econômico, taxas de juros baixas e estabilidade macroeconômica é o objetivo que precisamos perseguir e atingir para o benefício de todos.
Aguardem um pouco que, em breve, tudo retornará ao normal.

USA: McCain x Economistas

Anteriormente registrei meu entusiamo pela candidatura de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos, devido ser o representante do Partido Democrata, que é considerado mais à esquerda, o que favorece políticas sociais e econômicas liberais. Na verdade, o que acho relevante na política americana é que as diferenças e/ou divergências entre os Partidos Democrata e Republicano se tornam mínimas quando um deles chega à Presidência. O que vale mesmo é defender os interesses dos Estados Unidos e nisso eles são ótimos.
De qualquer maneira, mesmo ciente que o resultado da eleição NÃO alterará substancialmente a política americana, acredito que a chapa Obama/Biden vencerá as eleições e, mais numa vez, os Democratas assumirão à Presidência.
Isso é bom para os Economistas, pois li recentemente no site do Freakonomics.com que em junho de 2008, em evento em Nova York, McCain não falou bem sobre nossa área.
Leiam o que ele disse: "Eles [os economistas] são os mesmos, eu acho, que não nos avisaram sobre a crise do empréstimo imobiliário subprime. São aqueles que não nos disseram sobre o calapso pontocom. E são aqueles que não nos alertaram sobre a inflação que se aproxima. Eu tenho que recorrer ao velho ditado de que se todos os economistas do mundo ficassem lado a lado, não chegariam à conclusão alguma. Logo, eu confio nas pessoas, não nos chamados economistas, para dar ao povo americano um pouco de alívio."
Depois dessa mensagem, fico pensando em quem (se eleito), McCain ouvirá à respeito de Economia.

domingo, 14 de setembro de 2008

EDUCAÇÃO É TUDO - EXATAMENTE

Que estamos ouvindo falar desde XXXX que o Brasil precisa de EDUCAÇÃO para tornar-se um país de verdade, com crescimento econômico similar aos países de primeiro mundo, não é nenhuma novidade.
Novidade mesmo é o governo implantar nas escolas, aulas de música, filosofia e sociologia, quando, na maioria dos colégios, o que faz falta são aulas de ciências exatas. Espero que o Ministro da Educação Fernando Haddad leia a entrevista das páginas amarelas de VEJA, onde o Professor Eric Hanushek, da Universidade Stanford, cita que "DE TODAS AS DISCIPLINAS APRESENTADAS AOS ALUNOS, SÃO AS CIÊNCIAS EXATAS QUE, HOJE, TÊM O MAIOR PESO PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO".
É importante recordar que colegas como http://bdadolfo.blogspot.com/ - http://raciocioniosespurios.blogspot.com/ -http://behbastos.blogspot.com/ -http://gustibusgustibus.wordpress.com/ - http://precodosistema.blogspot.com - já tinham comentando com propriedade esse assunto em seus blogs dias atrás, o que reforça a importância do mesmo e a mudança que deve ser realizada. E com URGÊNCIA. Ou, continuaremos sendo o país do FUTURO.

BELÉM - NOTÍCIAS

Para os meus dois quase leitores, duas excelentes notícias para quem estiver em BELÉM: 1 - De 19 a 28/09/2008, no Hangar, visite a XII Feira do Livro Pan-Amazônica. 2 - De 18 a 20/09/2008, no Iguatemi, visite a 4ª Feira dos EUA. Com certeza, nos encontraremos por lá.

ORTODOXOS X HETERODOXOS

Recentemente, desde que a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento) emitiu um documento criticando o socorro que o governo americano fez as instituições hipotecárias Fanny Mae e Freddy Mac, que vários colegas, articulistas e analistas dos mais variados matizes, estão eufóricos com a notícia. Para eles, mercado bom é o mercado estatal à la Keynes e a prova que estava faltando foi finalmente comprovada.
Aqui, diretamente da minha selva amazônica, lamento discordar desse tipo de análise. Existem situações que a intervenção estatal é devida, correta e necessária. Vide o atual caso americano, que não podemos comparar com a crise de 1930. Fato é que o mercado deve funcionar livremente, com as empresas atendendo seus consumidores e quem não conseguir ajustar-se ao Preço de Equilíbrio e quebrar, com certeza, outras empresas virão substituí-las, numa visão de "destruição criativa" do capitalismo proposta por Schumpeter, um dos maiores economistas do século XX.
Portanto, senhores e senhoras, com as inovações tecnológicas e o empreendedorismo dos empresários conseguindo atender a demanda existente, cabe ao estado apenas zelar pelas atividades básicas da sociedade tais como a educação, saúde e segurança, GASTANDO o dinheiro dos nossos impostos da forma mais correta possível. Intervenção estatal no Banco Central ou fixação da taxa de câmbio pelo governo não devem ser programas de nenhum governante inteligente.
Com o governo fazendo a sua parte de garantir os direitos de propriedade e realizando as reformas em setores que dela necessitam, o mercado trabalhará eficazmente de maneira que o crescimento do PIB e os investimentos continuarão a fazer do Brasil de fato, uma economia moderna e com maior poder de resistir aos choques das crises externas.

MERCADO: OFERTA X DEMANDA

Neste final de semana em Belém ao abastecer com 40,177 litros de gasolina meu possante carro 1.0, verifiquei que a R$ 2,769 o litro, fui debitado diretamente na minha conta bancária o valor de R$ 111,25.
Ao perguntar ao frentista o motivo do aumento, ele calmamente explicou-me que o abastecimento em Belém estava com problemas devido a dificuldades e atrasos na atracação de navios devido a maré etc etc etc.
Na hora fiquei em dúvida: esta mesma explicação eu escutara dias atrás e, pelo que tinha lido depois, o abastecimento na cidade estava normalizado. Portanto, NÃO teria motivos para CONTINUAR com o preço no mesmo patamar de alta.
Afinal, quanto tempo demora para que a lei da Oferta e da Demanda funcione em Belém e o Preço de Equilíbrio retorne ao seu lugar? Como sabemos que os mercados se movem para o equilíbrio, "desconfio" que algo esteja errado neste atual preço da nossa gasolina (uma das mais caras do Brasil).
Acreditando que os donos de postos aumentaram seus preços numa tentativa de conter o consumo, porque agora, com os postos reabastecidos pelos navios, os donos não retornam seus preços ao que nós, consumidores, estávamos pagando anteriormente?

REINALDO AZEVEDO - O LIVRO

Conforme já está escrito na capa do livro "O PAÍS DOS PETRALHAS", Reinaldo Azevedo é o autor do blog de política mais influente do Brasil.
Como estou em Belém, fui direto na livraria e já estou lendo com prazer o elaborado texto do Reinaldo. Como sou fiel leitor de seu blog, de suas colunas na VEJA e conheço-o desde os tempos da "Primeira Leitura", mesmo que, até o momento, grande parte do material eu já tenha lido, a leitura atual permite apenas confirmar que ele tinha razão quando escreveu.
A resenha na VEJA foi escrita pelo Diogo Mainardi, que confirma: Reinaldo Azevedo é o melhor articulista do país.
Altamente recomendável.
Duas notas do livro:
1 - PETRALHA é um neologismo criado da fusão das palavras "PETISTA" e "METRALHA" - dos Irmãos Metralha, sempre de olho na caixa forte do Tio Patinhas. Um petralha defende o "roubo social". Ele não vê mal nenhum em assaltar os cofres públicos desde que seja para a construção do "partido".
2 - "Tudo que é bom para o PT é ruim para o Brasil".

domingo, 7 de setembro de 2008

BANCO CENTRAL - INDEPENDÊNCIA OU MORTE

Como hoje é FERIADO NACIONAL pelo SETE DE SETEMBRO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, recordei da INDEPENDÊNCIA OU NÃO do Banco Central do Brasil. Afinal, podemos considerar o BACEN independente?
Diversos artigos e textos são publicados continuamente sobre este assunto, porém a VEJA desta semana, no seminário que comemorou seus 40 anos, concluiu que SE o Banco Central brasileiro tivesse a independência assegurada por lei, a taxa real de juros cairia imediatamente até 3 pontos percentuais (de 7% para 4% aa) e o crescimento do país saltaria dos atuais 5% para 7% aa.
Então pergunta: Qual a justificativa para não termos um BC independente? E eu acrescento: Como nunca antes neste país tivemos, por lei, um BC independente e Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil no dia 7/09/1822, porque alguém próximo ao Lula não avisou-lhe que hoje, 7/09/2008, seria um ótimo dia para ele, Lula, proclamar a Independência do B...anco Central do B...rasil? Então teríamos no próximo dia 7 de setembro, dois bons motivos para comemorar.
Dentre os diversos critérios para avaliarmos o grau de independência de um Banco Central, um deles é o grau de rotatividade dos dirigentes. Nesse caso, estamos com nota dez, uma vez que o governor Meirelles está no BACEN desde janeiro de 2003. Outro critério tem a ver com os estatutos do próprio Banco Central, onde nele deve conter os limites da interferência do Poder Executivo sobre a política monetária. Nesse caso, bastaria ao Lula colocar a sua assinatura e receberíamos outra nota dez.
Tenho sempre que posso lido as Atas do COPOM e entendo que desde quando em 21/06/1999 o Presidente FHC estabeleceu a sistemática de "metas para a inflação", de certa maneira "impôs" o assunto como diretriz da política monetária, cabendo ao executante (o BACEN) promover o seu cumprimento, independentemente de quem está sentado na cadeira principal do Palácio do Planalto. Entretanto, temos que saber que somente o regime de "metas para a inflação" não é o único responsável pela redução dos indicadores inflacionários.
Reconheço que trata-se de assunto polêmico e que, como quase sempre ocorre na ECONOMIA, você lê numerosos artigos a favor e outros totalmente contrários, porém, todos com a sua razão. No meu caso, entendo que necessitamos regulamentar este assunto ainda no governo Lula, registrando definitivamente em lei a independência do Banco Central do Brasil.
Não foi fora de propósito que em uma das últimas edições da Newsweek Meirelles responde que "Everything changed when the Brazilian economy became stable. Now people say, 'What can we learn from Brazil?' OR "People come to me and say 'Thank you for keepiong inflation on target. Thank you for taking care of the future of our country'".
Como estamos próximos de eleição, é bom registrar que a mesma não rima com inflação.

PUBLICIDADE - BANCO ITAÚ

Trata-se de um tipo de marketing que vem funcionando há anos e comigo aconteceu, pelo que recordo, umas três vezes. Porém, considero impressionante a forma do contato da empresa atrair seu cliente.
Ao abrir as páginas da VEJA - edição especial 40 anos, vejo na contracapa um anúncio do Banco ITAÚ, EXCLUSIVO para este leitor de VEJA, com meu nome completo bem no topo. Não satisfeitos com isso, na contracapa final, além do meu nome, eles recomendam até o endereço da agência que realmente é próxima ao endereço onde a revista é entregue.
Acredito que esse tipo de anúncio seja caro para o anunciante, deva ter um bom programa para imprimir dentre os mais de 1.200.000 exemplares o meu nome num único exemplar, porém, que é direto ao coração do cliente, não tenho dúvidas.

REVISTA VEJA - 40 ANOS

Recebi hoje a edição especial dos 40 anos de VEJA. São 290 páginas mostrando como estava o mundo em 1968 e agora em 2008. Além dela, recebi a edição normal com suas 166 páginas. Em qualquer lugar do mundo são muitas páginas numa única semana.
Sou leitor de VEJA desde meus tempos de IBIAPINA-CE, quando lia emprestada da casa do meu padrinho Francisco de Freitas. E reconheço que se não sou leitor há 40 anos, por baixo leio desde meados de 1978. E lá se vão quase 30 anos.
Como toda publicação, VEJA tem seus críticos e seus admiradores. Revendo as capas das edições que ja li, é como se realizasse um retorno ao túnel do tempo de minha vida, a cada semana. Edições brilhantes, outras nem tanto, mas VEJA merece que eu continue sendo seu leitor por mais 40 anos. Parabéns VEJA e Editora ABRIL pelo conjunto da obra.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

RODRIGO CONSTANTINO - VIVA A AMÉRICA!

Dentre os vários blogs que, quando possível, leio, um dos que admiro é o do Rodrigo Constantino, no endereço: http://rodrigoconstantino.blogspot.com/. Economista formado pela PUC-RJ, com MBA de Finanças no IBMEC, tem um texto envolvente, inteligente e com conhecimento de causa.

Por esses motivos, dentre outros, não posso deixar de transcrever um breve comentário que ele fez, quando de recente visita aos Estados Unidos e que li por esses dias.

"Depois de Indiana, segui para Nova York, e visitei inúmeros fundos de investimento. Quando saímos do Brasil e pisamos na civilização, lembramos melhor que vivemos na barbárie. Somos como sapos escaldados, acostumados com a elevada temperatura porque esta foi subindo gradualmente, passando a fazer parte do nosso cotidiano. Achamos normal não poder mais sair nas ruas de noite, andando com calma para os lugares, carregando objetos de valor sem grandes preocupações. O que deveria ser algo básico é simplesmente inimaginável para os brasileiros. Em Nova York, uma multidão caminha pelas ruas até elevadas horas, com câmeras modernas penduradas no pescoço e relógios de marca no pulso. Carros conversíveis circulam sem problemas, e até Ferrari fica estacionada sem alarde nas ruas. Vi dezenas de Porsches pelas ruas, até porque um Porsche custa quatro vezes menos que no Brasil, para um público consumidor bem mais rico. É caro – e perigoso – ser brasileiro!

Nova York é um lugar onde as coisas acontecem, onde as coisas funcionam. A economia americana está em crise, em boa parte por culpa do próprio governo, seja pelo excesso de regulação ou pela abundante liquidez estimulada pelo Fed. O pessimismo ainda faz parte das previsões de muitos gestores de fundos, extremamente preocupados com o futuro do país, que com certeza cometeu excessos que devem ser digeridos, de preferência sem a intervenção estatal. Mas é difícil pensar em algum substituto real para os Estados Unidos como epicentro financeiro do mundo. Somente lá encontramos a combinação de sólido império da lei com extrema flexibilidade para adaptação, na escala que vemos, com 300 milhões de habitantes. Quem será o novo centro da economia global? A China? A Europa? O Brasil? Quando vemos a realidade fora dos Estados Unidos, entendemos porque eles sempre saem fortalecidos das crises, e conseguem manter a liderança.

Agora estou de volta à selva brasileira, onde dirigimos sempre paranóicos em cada sinal de trânsito, olhamos atentos para cada lado nas ruas e passamos por crateras que fazem o “asfalto” parecer mais um queijo suíço. Estou de volta ao país onde o governo se mete em tudo, em cada mínimo detalhe de nossas vidas. Ao menos estou de volta com o seguinte adesivo colado no carro: “Não Roube. O Governo Detesta Competição”. É verdade que está escrito em inglês, pois no Brasil eu jamais vi à venda algo parecido, ainda que o conteúdo seja perfeito para nossa realidade. É lamentável constatar a oportunidade perdida nesse país, ver o que poderíamos ser não fosse tanta interferência do governo nas áreas fora de suas funções básicas, que acabam negligenciadas. Enquanto o povo brasileiro não resolve acordar, só me resta concluir: Viva a América!"

Alguém contesta que ele está errado? Tenha certeza Rodrigo, que muitos pensam como você. SE, você, um dos meus dois leitores, tem esta visão do Brasil, porém mora no eixo SP/RJ/DF, imagine como funciona o Estado em lugares como o interior do Pará. Fato é que precisamos melhorar e, como estamos aqui, nosso objetivo é fazer o melhor por este lugar, ajudar a difundir uma consciência pelo respeito à pessoa e tornar nossa atual região, uma lugar onde as coisas funcionem. Sei que poderá demorar, mas a riqueza da região e o valor do seu povo podem e devem provocar MUDANÇAS. (Agora lembrei foi do Obama, mas vale o sentido dele também). No momento, ainda não dá para dizer: Viva o Brasil.

domingo, 31 de agosto de 2008

EDUCAÇÃO - REVISTA VEJA

Com relação as Olímpidas Pequim 2008, onde o Brasil ficou na 23ª posição, ATRÁS de potências como a Jamaica, Quênia e a Etiópia eu ja tinha postando anteriormente esse assunto.

Hoje, porém desejo focar no comentário do Gustavo Ioschpe na VEJA: Nos Jogos Olímpicos ESCOLARES disputados no mês de julho passado, nas áreas de Química, Física, Matemática e Biologia, das 142 medalhas de OURO distribuídas nessas competições, o Brasil ganhou ...Z E R O.

Como já escreveu o Professor Adolfo Sachsida http://bdadolfo.blogspot.com/, agora o nosso governo aprovou como OBRIGATÓRIO o ensino de MÚSICA nas Escolas.

É Brasil: este é o futuro que queremos para o nosso país? O país do futuro...

ESTUDOS 2008 PARA A CIBELE

A cearense amiga Cibele Bastos, em seu blog RESENHAS http://behbastos.blogspot.com/ solicita sugestões para a sua monografia lá na nossa saudosa e fértil UFC.
Pensei em algo que está sendo agora muito comentado que é o famigerado "pré-sal", as "nossas"(?) [de quem cara-pálida?] novas reservas petrolíferas. O que isso pode mudar na economia brasileira?
Também lembrei de um sistema de microcrédito que já existe em Fortaleza, vi na biblioteca do CAEN uma dissertação sobre esse sistema, mas você poderia atualizar o assunto, relacionando com o que o banqueiro indiano e ganhador do Nobel da PAZ, Muhammad Yunus faz com o Grameen, que é o nome do seu banco, hoje a maior instituição de microcrédito do mundo. Sem estudar os dois casos, tenho certeza que existem diferenças de gestão e que você poderia, de certa maneira, "melhorar" o lado brasileiro, ok?
E, para finalizar, algo que sempre faz falta neste país: EDUCAÇÃO. Para onde estão sendo alocados os recursos da educação? Foque o nosso Ceará. O resultado é melhor hoje do que, i.g., em 1994? Por que das 50 melhores universidades do mundo, 38 são americanas? Cadê as brasileiras?
Reflita bastante e busque escrever sabendo que não há temas de pesquisa bons ou ruins. O julgamento deles depende de vários critérios, dentre eles, a sua motivação em torná-los atraentes e significativos.
Bons estudos e poucas praias.

USA 2008: BARACK OBAMA AND JOHN McCAIN

August 31, 2008 Economic View Is History Siding With Obama’s Economic Plan? By ALAN S. BLINDER
CLEARLY, there are major differences between the economic policies of Senators Barack Obama and John McCain. Mr. McCain wants more tax cuts for the rich; Mr. Obama wants tax cuts for the poor and middle class. The two men also disagree on health care, energy and many other topics.
Such differences are hardly surprising. Democrats and Republicans have followed different approaches to the economy for as long as there have been Democrats and Republicans. Longer, actually. Remember Hamilton versus Jefferson?
Many Americans know that there are characteristic policy differences between the two parties. But few are aware of two important facts about the post-World War II era, both of which are brilliantly delineated in a new book, “Unequal Democracy,” by Larry M. Bartels, a professor of political science at Princeton. Understanding them might help voters see what could be at stake, economically speaking, in November.
I call the first fact the Great Partisan Growth Divide. Simply put, the United States economy has grown faster, on average, under Democratic presidents than under Republicans.
The stark contrast between the whiz-bang Clinton years and the dreary Bush years is familiar because it is so recent. But while it is extreme, it is not atypical. Data for the whole period from 1948 to 2007, during which Republicans occupied the White House for 34 years and Democrats for 26, show average annual growth of real gross national product of 1.64 percent per capita under Republican presidents versus 2.78 percent under Democrats.
That 1.14-point difference, if maintained for eight years, would yield 9.33 percent more income per person, which is a lot more than almost anyone can expect from a tax cut.
Such a large historical gap in economic performance between the two parties is rather surprising, because presidents have limited leverage over the nation’s economy. Most economists will tell you that Federal Reserve policy and oil prices, to name just two influences, are far more powerful than fiscal policy. Furthermore, as those mutual fund prospectuses constantly warn us, past results are no guarantee of future performance. But statistical regularities, like facts, are stubborn things. You bet against them at your peril.
The second big historical fact, which might be called the Great Partisan Inequality Divide, is the focus of Professor Bartels’s work.
It is well known that income inequality in the United States has been on the rise for about 30 years now — an unsettling development that has finally touched the public consciousness. But Professor Bartels unearths a stunning statistical regularity: Over the entire 60-year period, income inequality trended substantially upward under Republican presidents but slightly downward under Democrats, thus accounting for the widening income gaps over all. And the bad news for America’s poor is that Republicans have won five of the seven elections going back to 1980.
The Great Partisan Inequality Divide is not limited to the poor. To get a more granular look, Professor Bartels studied the postwar history of income gains at five different places in the income distribution.
The 20th percentile is the income level at which 20 percent of all families have less income and 80 percent have more. It is thus a plausible dividing line between the poor and the nonpoor. Similarly, the 40th percentile is the income level at which 40 percent of the families are poorer and 60 percent are richer. And similarly for the 60th, 80th, and 95th percentiles. The 95th percentile is the best dividing line between the rich and the nonrich that the data permitted Professor Bartels to study. (That dividing line, by the way, is well below the $5 million threshold John McCain has jokingly used for defining the rich. It’s closer to $180,000.)
The accompanying table, which is adapted from the book, tells a remarkably consistent story. It shows that when Democrats were in the White House, lower-income families experienced slightly faster income growth than higher-income families — which means that incomes were equalizing. In stark contrast, it also shows much faster income growth for the better-off when Republicans were in the White House — thus widening the gap in income.
The table also shows that families at the 95th percentile fared almost as well under Republican presidents as under Democrats (1.90 percent growth per year, versus 2.12 percent), giving them little stake, economically, in election outcomes. But the stakes were enormous for the less well-to-do. Families at the 20th percentile fared much worse under Republicans than under Democrats (0.43 percent versus 2.64 percent). Eight years of growth at an annual rate of 0.43 percent increases a family’s income by just 3.5 percent, while eight years of growth at 2.64 percent raises it by 23.2 percent.
The sources of such large differences make for a slightly complicated story. In the early part of the period — say, the pre-Reagan years — the Great Partisan Growth Divide accounted for most of the Great Partisan Inequality divide, because the poor do relatively better in a high-growth economy.
Beginning with the Reagan presidency, however, growth differences are smaller and tax and transfer policies have played a larger role. We know, for example, that Republicans have typically favored large tax cuts for upper-income groups while Democrats have opposed them. In addition, Democrats have been more willing to raise the minimum wage, and Republicans have been more hostile toward unions.
The two Great Partisan Divides combine to suggest that, if history is a guide, an Obama victory in November would lead to faster economic growth with less inequality, while a McCain victory would lead to slower economic growth with more inequality. Which part of the Obama menu don’t you like?
Alan S. Blinder is a professor of economics and public affairs at Princeton and former vice chairman of the Federal Reserve. He has advised many Democratic politicians.

domingo, 24 de agosto de 2008

GUSTAVO FRANCO E FERNANDO PESSOA

Imediatamente em 23/08/08, após ter lido na Folha o artigo semanal do ex-presidente do Bacen Gustavo Franco sobre "A HUMANIDADE EM PESSOA", escrevi ao mesmo e, para minha satisfação, acabo de receber seu retorno, concordando com meu post de 17/08 sobre o assunto.
Há anos que acompanho seus textos, por sua lucidez, estilo e inteligência. Agora, renovo a admiração pela sua atenção, educação e gentileza ao escrever a este colega perdido na selva.

ECONOMISTAS: NOBEL X NOBEL

Economia não é uma ciência "fechada". E que assim seja. E que possamos aprender com todos eles. Vide abaixo o mesmo tema econômico em visões diferentes. E todos com a sua verdade.
Crise coloca em confronto ganhadores do Nobel Joellen Perry no The Wall Street Journal, de Lindau, Alemanha em 22/08/2008. Algumas das mais brilhantes mentes econômicas do mundo concordam que a atual crise financeira expôs grandes falhas do sistema, mas discordam sobre o papel que as autoridades devem ter para prevenir uma repetição.
Ontem, numa reunião anual de laureados com o Prêmio Nobel nesta pequena ilha medieval num lago ao sul da Alemanha, três ganhadores do Nobel de Economia e um do da Paz lamentaram o excesso de risco assumido, a gestão deficiente e a complexidade impenetrável que estavam no coração da atual turbulência do sistema financeiro.
Muitas das críticas dos prêmios Nobel se centraram na idéia de que a atividade bancária deixou de cumprir seu propósito fundamental. Numa corrida pelo lucro, "o que se perdeu é a idéia de que um banqueiro tem alguma responsabilidade para proteger o interesse do cliente", disse Daniel McFadden, que ganhou o Nobel de Ciências Econômicas em 2000 com uma pesquisa sobre a modelagem dos processos de tomada de decisão das pessoas físicas.
Embora um mercado no qual as hipotecas dos mutuários da casa própria são agrupadas e transformadas em títulos vendidos aos bancos possa ser eficiente, McFadden diz que "a maneira mais eficiente de organizar a atividade econômica pode também acabar sendo a mais falha. O Congresso precisa considerar os custos da volatilidade e instabilidade".
Mas uma onda de regulamentação pode ter conseqüências funestas, advertiu Myron Scholes, que ganhou o Nobel de Economia em 1997 por causa de um método para avaliar derivativos, que são instrumentos financeiros cuja cotação muda com base no valor de ativos relacionados. Assinalando as funções básicas do sistema financeiro - entre elas financiar projetos de grande escala, facilitar a poupança e estabelecer preços para ativos -, Scholes atribuiu décadas de crescimento econômico a inovações que permitiram aos bancos "executar essas funções de maneira mais eficiente".
Scholes, que também foi um dos fundadores do Long-Term Capital Management, um fundo de hedge americano que quebrou durante a crise financeira asiática e russa do fim dos anos 90, afirmou: "Às vezes, o custo da regulamentação pode ser bem maior que seus benefícios." Um exemplo, disse, são as regras contábeis da Lei Sarbanes-Oxley, dos Estados Unidos, adotadas depois do colapso da Enron Corp. no início da década. As regras foram criticadas por reduzir a atratividade dos EUA como base para investimento.
Joseph Stiglitz, um professor de economia da Universidade Columbia, em Nova York, que ganhou o Nobel em 2001, sugeriu que a inovação descontrolada causou ela mesma a turbulência atual. Notando que a avaliação de risco mais importante dos donos de casas é a probabilidade de que possam preservar as casas em meio à volatilidade do mercado, ele disse: "Esses são os problemas para os quais [os mercados financeiros] deveriam ter criado produtos. Mas eles criaram riscos, e agora estamos agüentando as conseqüências dessa chamada inovação."
Houve algumas áreas em que eles estiveram de acordo. Os parâmetros que medem quanto capital os bancos devem ter - chamados de Basiléia II, em referência à cidade suíça na qual foram desenvolvidos - se concentram demais em gestão diária de risco e não o suficiente em administração de crises. "O que acontece na maior parte do tempo não é importante", disse Scholes, observando que o atual tumulto financeiro ocorre pouco depois do estouro da bolha das pontocom e da crise financeira asiática dos anos 90. "Temos de aprender como administrar os choques quando eles ocorrem."
Uma idéia que talvez possa impedir uma repetição da crise é a criação de uma comissão que aprovaria produtos financeiros antes de seu lançamento, da mesma maneira que agências de vigilância sanitária como a Administração de Alimentos e Remédios dos EUA avaliam drogas antes de elas serem colocadas no mercado. "Podemos precisar de uma administração de instrumentos financeiros que teste quão robustos os instrumentos financeiros são, e aprove apenas os usos que não provocam danos", disse McFadden. Mas ajustar um sistema fundamentalmente falho pode não ser o suficiente, disse Muhammad Yunus, cujo sucesso em pequenos empréstimos a pessoas pobres demais para obter crédito comum rendeu a ele e a seu Grameen Bank, de Bangladesh, um Nobel da Paz em 2006.
"Nosso banco é sub sub sub subprime", disse Yunus, acrescentando que seu modelo não exige garantia, não oferece seguro e não tem advogados. Resultado: "Nossa taxa de pagamento [da dívida] é muito alta. Uns 98% ou 99%."

OLIMPÍADAS 2008

Como neste final de semana estou com outras tarefas, não consigo escrever o que gostaria para o meu blog. Entretanto, para não deixar meus quase dois leitores sem minhas news semanais, registro este tema:
Final de Pequim 2008, com a China e suas mais de 50 medalhas de OURO e Estados Unidos com, no total, mais medalhas do que a China, não posso deixar de comentar que nosso Brasil não possui condições de sediar Olímpiada nos próximos 50 anos.
Lamentável que o Brasil apresente um magro e ridículo resultado, esforço maior do atleta individual do que um esforço de Estado para direcionar recursos e formar medalhistas deste o ingresso na escola, como acontece em outros lugares.
Até posterior convencimento, sou totalmente contrário que o Brasil gaste recursos outros com planos e mais planos para sediar a Olímpiada.
Sejamos honestos: Quem anda por este nosso país e observa tantas carências básicas de respeito ao ser humano, merece ser sede de algo global?
Ontem à noite tive a oportunidade de conversar em Belém com um pequeno grupo de italianos e um chileno que estão realizando um trabalho de voluntariado no Pará. Como eles ficam impressionados com tanta miséria e falta de ação governamental. E a política, para variar, quer apenas um gancho olímpico para trabalhar $$$ num assunto diferente.
Para concluir, não dá para chorar com a Globo e seus atletas do QUASE uma medalha...
Vencedores são vencedores.
O QUASE não ganha jogo.

domingo, 17 de agosto de 2008

OS ECONOMISTAS QUE SÃO OBSTÁCULOS AO BRASIL.

Li o último artigo do Diretor-executivo no FMI, o brasileiro Paulo Nogueira Batista Jr. Na graduação cheguei a trocar alguns e-mails com o mesmo, uma vez que tentava obter informações para a minha monografia. Posteriormente comprei alguns de seus livros e continuei lendo, quando possível, (pois na selva onde moro somente a internet para salvar ou alguma FSP de presente de amigo quando do retorno de SP) seus textos. Porém, não posso concordar que, dia seguinte ao Dia do Economista, o estimado Paulo Nogueira escreva na FSP que “o ensino e a prática da economia no Brasil ainda são dominados pela aceitação acrítica, passiva de modelos importados, sobretudo dos Estados Unidos. Os economistas converteram-se, assim, em um obstáculo não-desprezível à consolidação de um projeto nacional”. (Grifo meu).
Com todo respeito e admiração que tenho ao colega, acredito que os ares de NYC e a convivência intensa com o petismo o levaram a chegar a essa conclusão. Espero que outros colegas analisem o texto e demonstrem que podemos colaborar para o crescimento do Brasil, independentemente de nossas convicções políticas. Além do que, SE não fossem as idéias “importadas” de Washington, tenho certeza que a nossa economia estaria em situação inferior a atual. E foi graças ao não economista Lula (porém de uma inteligência que escuta do ortodoxo ao heterodoxo economista), com a herança "bendita" que recebeu e soube bem cuidar, o Brasil melhorou.

ECONOMIA E IMPERIALISMO

Sempre que possível procuro ler textos de autores dos quais compartilho suas idéias e outros dos quais discordo. Entendo que deva ler os argumentos de ambos, até para que possa melhor entender o que se passa e emitir minha opinião de maneira mais precisa. Um dos últimos que li e do qual normalmente também compartilho seu entendimento foi do Paul Krugman, quando ele, ao comentar sobre a atual guerra na Geórgia, nos alerta para a possibilidade de que esta atual era de globalização possa ter um destino igual ao da primeira. Para quem “viveu” os anos dourados (que não são os de Copacabana dos anos 50/60), anteriores a 1ª Guerra Mundial, aonde depois deles vieram longos anos de guerras, revoluções, sofrimentos, instabilidades políticas e depressão, até chegarmos ao mundo “Pós-Guerra” (tão bem descrito pelo Tony Judt), a invasão da Geórgia pela Rússia pode ser um indicador de que, apesar desses enormes laços econômicos e financeiros envolvendo multinacionais em inúmeros países, o “militarismo e o imperialismo” não morreram. É por isso que torço para que os Estados Unidos continuem como superpotência (apesar de Guantánamo Bay), que a “Pax Americana” consiga manter em equilíbrio diversas regiões do globo e que não tenhamos que ver uma China no primeiro lugar no pódio mundial (que pode até ser o olímpico), mas não o do poder econômico, militar e cultural. Como recordo das aulas de Relações Internacionais e observo em nossos vizinhos, governos democráticos tendem a evitar guerras. Porém, governos autoritários vêem na guerra uma saída para a sua manutenção perpétua no poder. Vide alguns exemplos atuais na Venezuela, Coréia do Norte, Irã, Rússia, Equador, que atropelam fundamentos básicos da economia de mercado visando sempre o poder central concentrado em um único grupo. Ou, recuando um pouco no tempo, o Iraque de Saddam Hussein, o Egito de Nasser, a Líbia de Kadafi, o Afeganistão dos Talibans. Como conclui o título do artigo do Krugman, acreditar que a racionalidade econômica sempre evita a guerra também é uma grande ilusão. Por isso, atenção: quando alguns líderes desejam o poder a qualquer custo, que fique em alerta o setor privado.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

13 DE AGOSTO - DIA DO ECONOMISTA

É claro que não poderia esquecer o nosso especial dia.
A todos os colegas, PARABÉNS pela data. Aqui no Pará, o presidente do nosso Conselho é bastante atuante e, logo cedo, recebi duas mensagens de felicitações pela data .
Por uma coisa dessas de destino, recebi, logo HOJE, a 3ª edição da Macroeconomia do grande mestre Simonsen, em parceria com o Professor Rubens Cysne.
E, para encerrar o dia, leio no blog do estimado Waldir Leite http://waldirleite.blogspot.com/ , uma generosa mensagem sobre este blog.
Apesar do Professor Adolfo Sachsida (http://bdadolfo.blogspot.com/) nem querer ver ou ouvir falar de Olimpíadas, não irei deixar de registrar neste momento a extraordinária performance do Michael Phelps. E olhe a "modéstia" do rapaz no NYT:
When he was asked if he hoped to become the second Mark Spitz, he replied simply: “No. I want to be the first Michael Phelps.”

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

REVISTA EXAME - CARTAS & E-MAILS

Como não é todo dia que estou nas páginas da EXAME, informo aos meus quase dois leitores que, na edição que está nas bancas, publicaram um e-mail que enviei sobre a matéria "CAPITALISMO: A SALVAÇÃO PARA A AMAZÔNIA", escrita pela competente Ângela Pimenta na edição anterior.
Abaixo o texto publicado:
AMAZÔNIA
"A reportagem Capitalismo: a Salvação para a Amazônia (30 de julho) mostra a possibilidade de reproduzir em nossa floresta um modelo sustentável de economia. Além da proteção da natureza, a população local teria condições de sair da atual situação de pobreza. Por trabalhar no interior da selva amazônica, considero a ausência do poder público uma autorização implícita para que os madeireiros ilegais atuem na região".

domingo, 3 de agosto de 2008

O QUE PENSAM A MEU RESPEITO

Nesta minha vida de Auditor e Economista, nem sempre a realidade corresponde a imagem que alguns enxergam.
Enquanto certos camaradas entendem que Auditor é aquele que chega depois da batalha para pisar nos feridos, e Economista é um expert que saberá amanhã porque o que predisse ontem não aconteceu hoje, eu vou trabalhando, lendo e aprendendo.
Na verdade, o conceito correto não é nada disso.
Porém como falou Abraham Lincoln tempos atrás e meu colega de Economia Daniel Dantas mantém em um painel de vidro emuldurado em seu escritório, "SE EU FOSSE PRESTAR ATENÇÃO E, PIOR AINDA, RESPONDER A TODOS OS ATAQUES QUE ME FAZEM, NÃO TERIA TEMPO PARA MAIS NADA".

sábado, 2 de agosto de 2008

ESCOLHAS PÚBLICAS EM PERÍODOS ELEITORAIS

Lamentavelmente, a maioria das decisões políticas que afetam o nosso bolso são decididas sem pensar nas próximas gerações.
Meu falecido pai, comerciante das antigas, já dizia: "Quem vem atrás, que feche a porteira". Outros, como Albert Einstein, falava: "Eu nunca penso no futuro - ele vem suficientemente cedo". Porém, prefiro Tennessee Williams: "O futuro torna-se o presente, o presente o passado, e o passado transforma-se num eterno pesar se você não o planeja".
Políticos do Brasil, incluindo o meu irmão, candidato a seu terceiro mandato de vereador numa distante cidade do Ceará, pensem comigo: "O futuro é hoje".

DUAS FRASES: MOMENTO QUASE ECONÔMICO

1 - Do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas: "WHY SO SERIOUS?" 2 - De uma música de Jimmy Cliff: "I CAN SEE CLEARLY NOW THE RAIN IS GONE I CAN SEE ALL OBSTACLES IN MY WAY GONE ARE TE DARK CLOUDS THAT HAD ME BLIND IT'S GONNA BE A BRIGHT, BRIGHT SUNSHINY DAY"

ECONOMIA BRASILEIRA

Esta não está fácil entender: hoje, nosso Presidente, ex-líder sindical, orientando trabalhadores que agora é a hora de reivindicar aumento de salários. Inicialmente, não recordo de ter ouvindo algum outro Presidente de um país orientar trabalhadores para que solicitem aos seus patrões um aumento salarial. Depois, não existe almoço grátis.
Se o trabalhador (classe onde estou incluído) tiver aumento, esse aumento, de maneira generalizada, é pago pelo consumidor. Minha crítica é que, nesse tipo de reivindicação, os sindicatos apelam diretamente para greves, o que prejudica a sociedade de uma maneira geral. Posteriormente, conseguido o aumento salarial acima do nível de equilíbrio, a empresa geralmente repassa o reajuste de seus custos de produção para o seu produto final, o que resulta numa inflação de custos. Também é possível que o empresário reduza o seu quadro de pessoal, o que penalizará os trabalhadores aumentando o desemprego.
De qualquer maneira que a situação seja analisada, isso se traduz numa situação de indexação, da qual não gostaria de voltar a revê-la. Lula, que realmente é muito inteligente, tanto que mantém a herança bendita de FHC, com certeza, conseguirá manter a economia em equilíbrio, sem apelar para mágicas eleitoreiras. O Brasil merece continuar cumprindo a sua meta de inflação, procurar sempre reduzir sua taxa de desemprego e não medir esforços para aumentar o seu PIB.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...