sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

DILMA ROUSSEFF: Um feliz 2016 para o povo brasileiro.

O ano de 2015 chegou ao final e a virada do calendário nos faz reavaliar expectativas e planejar novas etapas e desafios. Assim, como sempre, nos traz a necessidade de refletir sobre erros e acertos de nossas decisões e atitudes.

Este 2015 foi um ano muito duro. Revendo minhas responsabilidades nesse ambiente de dificuldades, vejo que nossos erros e acertos devem ser tratados com humildade e perspectiva histórica.

Foi um ano no qual a necessária revisão da estratégia econômica do país coincidiu com fatores internacionais que reduziram nossa atividade produtiva: queda vertiginosa do valor de nossos principais produtos de exportação, desaceleração de economias estratégicas para o Brasil e a adaptação a um novo patamar cambial, com suas evidentes pressões inflacionárias.

Tivemos também a instabilidade política que se aprofundou por uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não aceitaram o resultado das urnas e tentaram legitimar sua atitude pelas dificuldades enfrentadas pelo país.

Mais do que fazer um balanço do que se passou, quero falar aqui da minha confiança no nosso futuro e reafirmar minha crença no Brasil e na força do povo brasileiro. Estou convicta da nossa capacidade de chegarmos ao fim de 2016 melhores do que indicam as previsões atuais.

A principal característica das crises econômicas do Brasil, desde os anos 1950, é uma combinação entre crise externa e crise fiscal. As economias emergentes sempre foram pressionadas pela combinação de deficit e dívida externa, com desarranjos fiscais do Estado.

A realidade brasileira hoje é outra. A solidez da nossa economia é a base da retomada do crescimento. Temos uma posição sólida nas reservas internacionais, que se encontram em torno de US$ 368 bilhões, a sexta maior do mundo.

O deficit em transações correntes terá recuado no final do ano de cerca de 4,3% para 3,5% do PIB, comparativamente a 2014. O investimento direto estrangeiro na casa de US$ 66 bilhões demonstra a confiança dos investidores no nosso país.

Em 2016, com o apoio do Congresso, persistiremos pelos necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal. Em diálogo com os trabalhadores e empresários, construiremos uma proposta de reforma previdenciária, medida essencial para a sobrevivência estrutural desse sistema que protege dezenas de milhões de trabalhadores.

É claro que os direitos adquiridos serão preservados, e devem ser respeitadas as expectativas de quem está no mercado de trabalho, mas de forma efetivamente sustentável.

Convocarei o Conselho de Desenvolvimento Social, formado por trabalhadores, empresários e ministros, para discutir propostas de reformas para o nosso sistema produtivo, especialmente no aspecto tributário, a fim de construirmos um Brasil mais eficiente e competitivo no mercado internacional.

Não basta apenas a modernização do nosso parque industrial, é fundamental continuarmos investindo em educação, formação tecnológica e científica.

Precisamos também respeitar e dialogar com os anseios populares, desenvolvendo uma estrutura de poder mais próxima da sociedade, instituições fortes no combate à corrupção, oferta de serviços públicos de qualidade e ampliação dos instrumentos de participação e controle da sociedade civil.

As diferentes operações anticorrupção tornaram as instituições públicas mais robustas e protegidas. Devem continuar assegurando o amplo direito de defesa e punindo os responsáveis, sem destruir empregos e empresas.

Reafirmo minha determinação pela reforma administrativa que iniciei. Quero um governo que gaste bem os recursos públicos, que seja racional nos processos de trabalho e eficiente no atendimento às demandas da sociedade.

O governo está fazendo sua parte. Executamos um duro plano de contenção de gastos, economizando mais de R$ 108 bilhões em 2015 -o maior contingenciamento já realizado no país. Para 2016, firmamos o compromisso de produzir um superavit primário de 0,5% do PIB. Fizemos e faremos esse esforço sem transferir a conta para os que mais precisam.

Sei que as famílias brasileiras se preocupam com a inflação. Enfrentá-la é nossa prioridade. Ela cairá em 2016, como demonstram as expectativas dos próprios agentes econômicos.

O governo manteve, no ano de 2015, os investimentos que realizamos para melhorar a vida dos brasileiros. Por exemplo, foram cerca de 389 mil moradias entregues e mais de 402 mil contratadas no Minha Casa, Minha Vida. Quase 14 milhões de famílias receberam o Bolsa Família.

Oferecemos 906 mil novas vagas em universidades públicas e privadas e 1,3 milhão no Pronatec. Entregamos 808 km de rodovias, tanto por meio de obras públicas como pelas concessões privadas. Autorizamos dez terminais portuários privados, concedemos e modernizamos aeroportos. Ampliamos a oferta de energia em 5.070 MW.

É hora de viabilizar o crescimento. O plano de concessões em infraestrutura já é uma realidade. Os leilões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias vão impulsionar a nossa economia e contribuirão para a geração de empregos. Não vamos parar por aí.

É importante ressaltar que em 2015 as instituições da nossa democracia foram exigidas como nunca e responderam às suas responsabilidades, preservando a estabilidade institucional do Brasil.

Todos esses sinais me dão a certeza de que teremos um 2016 melhor. Mesmo injustamente questionada pela tentativa de impeachment, não alimento mágoas nem rancores. O governo fará de 2016 um ano de diálogo com todos os que desejam construir uma realidade melhor.

O Brasil é maior do que os interesses individuais e de grupos. Por isso, quero me empenhar para o que é essencial: um Brasil forte para todo o povo brasileiro.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O 2016 na economia brasileira: por um ano diferente do previsto em 2014 para 2015.



O ano chega ao final e o otimismo continua distante do brasileiro. Pelo contrário, a política de Brasília ainda não encontrou o seu caminho e os números da economia são os piores desde o início do Plano Real.

Embora possa parecer que o Brasil chegou ao volume morto e desprovido de liderança política capaz de reverter essa situação, individualmente temos a paixão e o firme propósito para atingir os nossos objetivos programados para 2016.   

E é com este espírito que acreditamos em um novo tempo para 2016, independentemente do desastroso cenário previsto por todos os colegas. Da mesma maneira que as previsões para 2015 divulgadas ao final de 2014 não conseguiram retratar os números atuais, dessa vez, torcemos para que os números de 2016, realmente não sejam os divulgados hoje pelo Banco Central no Relatório Focus conforme abaixo.

Então, por que não, um feliz 2016?

A conferir!!!  

A mediana das expectativas para o IPCA em 2015 passou de 10,61% para 10,70%, e para 2016, subiu de 6,80% para 6,87%. As estimativas para o PIB em 2015 passaram de uma queda de 3,62% para outra de 3,70% e, para 2016, passaram de -2,67% para -2,80%. A mediana das projeções para a taxa Selic subiu de 14,63% para 14,75% no final de 2016. Por fim, as estimativas para a taxa de câmbio se mantiveram em R$/US$ 3,90 no final de 2015 e em R$/US$ 4,20 no final de 2016.    

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Nota Oficial: Saída de Joaquim Levy - 18/12/2015.

A presidenta Dilma Rousseff anunciou, hoje, dois nomes da equipe econômica do seu ministério. 
Para o Ministério da Fazenda, a presidenta indicou o sr. Nelson Barbosa. O novo titular do Ministério do Planejamento será o sr. Valdir Moysés Simão.
A presidenta agradece a dedicação do ministro Joaquim Levy, que teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica, e deseja muito sucesso nos seus desafios futuros.
Assume interinamente, como ministro-chefe da CGU, o sr. Carlos Higino Ribeiro de Alencar.
Secretaria de Imprensa
Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Nelson Barbosa: O desafio macroeconômico de 2015-2018.

Para quem tem interesse em melhor conhecer o pensamento do novo Ministro da Fazenda NELSON BARBOSA FILHO, recomendo a leitura de seu artigo "O desafio macroeconômico de 2015-2018" publicado na Revista de Economia Política. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

The Economist: Enfim, acabou 2015.


Brasil: em mais de 500 anos, nada mudou?

Definitivamente, reconhecemos que o Brasil não é para principiantes, como bem lembrou o maestro Tom Jobim. Senão vejamos:
Somente numa única quarta-feira do último mês do ano, a sociedade acompanha paralelamente os seguintes assuntos, dentre os milhares que ocorrem na data:
Ministros do Supremo Tribunal Federal discutem o rito do eventual impeachment da Presidente da República;
Depois de quase uma década, o FED - Banco Central americano, eleva a taxa de juros e sinaliza aumento gradual;
A Fitch Ratings rebaixa a avaliação do Brasil citando o quadro fiscal e a incerteza política e o país perde o grau de investimento;
A meta fiscal do governo para 2016 foi reduzida para 0,5% do PIB e mesmo assim, provavelmente, não será atingida;
E o probo Joaquim Levy deve deixar o Ministério da Fazenda.
Com a economia em queda nos principais indicadores e com um cenário complicado, no momento, para 2016, quando poderemos respirar sem a ajuda de aparelhos?  
E nem vamos comentar da tragédia em Mariana, da crise na saúde e na segurança pública, no que ainda falta apurar na Operação Lava Jato etc!
Que venha então, a nova temporada de House of Cards!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Brasil: IDH 2014 0,755 - 75º do mundo!

Sem surpresa o resultado do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH do Brasil divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas - ONU o IDH brasileiro passou de 0,752 em 2013 para 0,755 no ano passado. Dentre os 188 países avaliados, o Brasil ocupa a 75ª posição.
O Brasil ainda está muito distante de ser um país onde a sociedade tenha renda, saúde e educação de primeiro mundo.
E que venha 2017!

A lucidez de Armínio Fraga no meio do caos brasileiro.

Hoje assisti a entrevista de Armínio Fraga à Miriam Leitão sobre a situação econômica e política brasileira. É extraordinário o conhecimento e a visão do ex-presidente do Banco Central no período de 1999 a 2003, aliada a sua percepção do que deve ser feito para tirar o Brasil deste caos econômico e político. Na conversa, ele reconhece a competência do Joaquim Levy e sinaliza que tudo tende a piorar caso o governo não retorne as boas práticas da política econômica já praticada anteriormente.       
A entrevista completa está no GloboNews Play.


sábado, 12 de dezembro de 2015

The Voice: Celebrate Frank Sinatra's 100th birthday.

 

Em 2015, o melhor continua sendo Frank Sinatra. 

Revendo hoje uma apresentação do mesmo que foi ao ar em 13 de Novembro de 1966, cantando com Ella Fitzgerald e o único encontro filmado com Antonio Carlos Jobim, evidencio como "A VOZ" é imortal.

100 anos, um personagem inesquecível! 

   

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Moody's ameça rebaixar a nota do Brasil. E 2015 ainda nem acabou...

New York, December 09, 2015.

Moody's Investors Service has placed Brazil's Baa3 issuer and bond ratings on review for downgrade. The review for downgrade is driven by i) rapidly and materially deteriorating macroeconomic and fiscal trends and diminished likelihood of trend reversal in the next 2-3 years; and ii) worsening governability conditions and increased risk of policy paralysis. During the review, Moody's will assess the likelihood of further deterioration in the government's fiscal position against the agency's baseline assumptions supporting the current Baa3 rating, and the prospect of a faster and more significant rise in the government's debt trajectory, in the context of heightened political uncertainty, declining investor confidence and deeper than expected recession.

Time: Angela Merkel - Person of the year 2015.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ruy Castro: A coisa pública - o belo exemplo de Dom Pedro II.

Ruy Castro e o excelente exemplo de Dom Pedro II, hoje na FSP. 
Ao contemplar de lá de cima (ou de onde quer que esteja, se estiver) o país que foi obrigado a deixar há 126 anos, D. Pedro 2º deve se perguntar como o Brasil conseguiu avacalhar até o fundamento básico da República: o conceito de "res publica", a coisa pública, que, por ser de todos, não é de ninguém. E como um país tão grande aceita se curvar à mesquinha disputa entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, ambos tentando salvar a pele pelas lambanças que fizeram com o dinheiro público.
Ele, D. Pedro, foi impecável nesse departamento. Imperou de verdade durante 48 anos, de 1841 a 1889, sem deixar que aumentassem sua dotação. Era com este dinheiro que sustentava a si próprio e à sua família, pagava os estudos no Exterior de brasileirinhos em quem acreditava (como o músico Carlos Gomes e o pintor Pedro Américo) e financiou suas duas viagens aos EUA, Europa e Oriente Médio, com comitivas de apenas quatro ou cinco pessoas –para a segunda dessas viagens, teve de tomar dinheiro emprestado.
Em vez de criar impostos, cortava despesas. Seu palácio imperial, em São Cristóvão, era o mais desmobiliado do planeta. Seus trajes oficiais, puídos de fazer dó. Ao ser deposto pelos militares e ter de ir embora em 24 horas, D. Pedro recusou o dinheiro que o governo da República lhe ofereceu para seu exílio em Paris. E ainda lhes passou uma descompostura por estarem dispondo de recursos que não lhes pertenciam, mas ao povo brasileiro.
Poucos dos sucessores republicanos de D. Pedro seguiram o seu exemplo de austeridade. Prevaleceu a ideia de que a coisa pública é para isto mesmo –para se meter a mão em benefício pessoal (Cunha) ou para falsificar contas, disfarçar a incompetência e avalizar mentiras (Dilma).

D. Pedro nasceu há 190 anos na última quarta-feira. Fará 124 de morte amanhã. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Antologia da Maldade: Gustavo Franco e Fabio Giambiagi.

Aproveitando os feriados deste final de ano, recomendo a leitura do ótimo "Antologia da Maldade - Um dicionário de citações, associações ilícitas e ligações perigosas", livro organizado pelos economistas Gustavo Franco e Fabio Giambiagi

Uma leitura para fazer bem a mente e a alma! 


domingo, 29 de novembro de 2015

A imagem de Dilma no La Nacion.

No LA NACION

Dilma busca opciones para evitar el derrumbe.



Gustavo Franco: a fórmula da corrupção.

O colega Gustavo Franco, extremamente cáustico hoje no ESTADÃO, definitivamente explica o que está acontecendo no Brasil. 
Num livro de 1988, o professor Robert Klitgaard, de Harvard, definiu o grande problema nacional em uma simples equação:
Corrupção = Monopólio + Arbitrariedade – Transparência.
Ou seja, quanto mais distantes do mercado estiverem as relações entre o público e o privado, quanto mais discricionárias as decisões, e quanto menor a transparência, maior será a corrupção.

sábado, 28 de novembro de 2015

Brasil: interesses conflitantes entre governo e sociedade.

Com 2015 no seu final, a presidente Dilma aproveita a necessária viagem à Paris para a 21ª Conferência do Clima (COP 21) para encontrar-se com líderes do Equador e da Bolívia.
Com a devida vênia, o país passando por uma situação econômica e política insustentável, e ainda temos tempo para conversas em Paris com relevantes países que estão aqui ao lado da nossa fronteira?!
No pior outubro da série histórica as contas do governo tiveram no mês déficit primário de R$ 12 bilhões,  já acumulando neste 2015 R$ 33 bilhões, ou seja, 0,7% do PIB. E isso é apenas um destaque econômico nesta difícil semana, sem considerar os atuais péssimos indicadores para o PIB, a inflação, o desemprego etc.

O Brasil vai caminhando em direção ao abismo e a desunião política nacional impede a adoção de medidas que recoloquem o país na apropriada rota. É muito importante que as lideranças existentes lembrem que uma democracia não se faz com uma economia em desmoronamento. Como discursou o revolucionário Saint-Just no julgamento de Luís XVI, “não se pode reinar inocentemente”. A sociedade brasileira não merece conviver com a ausência de um mínimo de organização pública.     

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...