quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Roberto Macedo no Estadão: Churchill guerreiro e guerras no Brasil.

Assisti ao filme O Destino de uma Nação, em que Winston Churchill é o personagem principal. Aliás, muitíssimo bem interpretado por Gary Oldman, que por isso é forte candidato ao Oscar de melhor ator na premiação deste ano. Há quem diga que sua interpretação vale o filme, mas nele há muito mais.

Aborda período muitíssimo delicado da História mundial, em particular do Reino Unido, onde Churchill passou a primeiro-ministro em 10/5/1940, quando Hitler já era séria ameaça. Este havia dominado alguns países do Leste Europeu e em abril daquele ano tomou a Dinamarca e a Noruega. No dia em que Churchill assumiu, a máquina de guerra nazista avançou sobre a Bélgica, a Holanda e a França. No norte francês encurralou parte importante do Exército britânico, que lá estava.

Churchill era personalidade controvertida, contestada mesmo dentro do seu partido. Sofreu fortes pressões para assinar acordo de paz com a Alemanha nazista, vacilou, mas seguiu em frente para enfrentar Hitler. Acabou por convencer o país e seu Parlamento de que esse era o caminho. E tomou decisões que retiraram a maior parte dos seus soldados que estavam na França.

Admiro o Parlamento britânico, onde os membros de sua Câmara dos Comuns esgrimem argumentos num recinto apertado, que incentiva o diálogo e o debate, e onde é preciso ser bom tribuno para ter prestígio. E mais: o primeiro-ministro sempre aparece para se explicar, sofre contestações e pode perder o cargo se receber voto de desconfiança.

O filme aborda questão de interesse nacional: o que fazer diante de Hitler. Mas para o Parlamento apoiar Churchill não vi ninguém brigando por cargos e verbas, como ocorre aqui, nesse presidencialismo de coalizão e de corrupção.

Enquanto isso, grandes questões de interesse nacional não recebem a devida atenção. Algumas tão sérias como uma guerra, ao comprometerem o destino desta nação. A primeira, que mina a segurança pública, é similar até no uso de armamentos de grosso calibre, como os utilizados no roubo de carros-fortes. Segundo O Globo (12/2), em 2017 houve 108 desses roubos, cerca de um a cada três dias! Dessas e de outras armas vêm disparos que atingem gente que nada tem que ver com disputas dentro do exército da criminalidade e deste com policiais. O Atlas da Violência 2017, do Ipea, mostrou 59.080 (!) homicídios no Brasil em 2015, uma estatística de guerra, banalizada por falta de solução. Em comparação, nos oito anos em que mais se envolveram na Guerra do Vietnã os Estados Unidos perderam 58.220 soldados, segundo o seu governo.

Nesse cenário de guerra, entre as vítimas de homicídios no Brasil estão homens, mulheres e crianças que morrem por estar perto de tiroteios e, mesmo em casa ou mais longe, alcançadas por balas perdidas. Perdidos estão também nossos governantes, que, salvo exceções cada vez mais excepcionais, só ficam a marcar reuniões sobre o assunto, cujo resultado muitas vezes é só o de marcar outra reunião. É o que chamo de “reunite”. De providências concretas e eficazes, quase nada.

Outra guerra se dá no âmbito das finanças públicas, que na União e em vários Estados chegaram a situação lastimável devida à irresponsabilidade de políticos a distribuir benefícios populistas sem olhar custos, e sem enfrentar corporações de servidores e outros grupos de interesses totalmente distantes dos nacionais. O desleixo orçamentário lulopetista acabou por gerar a crise atual, em que o desemprego está perto de a 12% da força de trabalho, alcançando cerca de 12 milhões de pessoas, o que também aumenta a opção pela criminalidade. Essa taxa é próxima do dobro (!) do que era quatro anos atrás. Não seria surpresa se estudos revelassem suicídios provocados pela ultrajante condição de desempregados e mortes associadas a apertos nas verbas de atendimento à saúde e à segurança.

Na questão orçamentária, desponta a previdenciária. Até aqui não surgiram líderes políticos capazes de convencer o povo, nem seus “representantes” no Congresso, da necessidade de uma profunda reforma nessa área. Acho que nem Churchill seria capaz disso, tamanho desconhecimento do assunto pelos cidadãos e o egoísmo dos que se opõem à reforma. E há também a covardia dos que cedem a eles. Esse seriíssimo problema tem implicações muito graves para o destino desta nação.

Há quase quatro décadas o Brasil tampouco consegue resultados noutra guerra, contra o mau desempenho do seu produto interno bruto (PIB), que na média cresce a taxas baixíssimas, e quando se elevam são apenas voos de galinha que logo as trazem ao chão. E pior: o último voo levou-a a um buraco onde até agora está a ciscar. Nesse mau desempenho prepondera o impacto de más gestões governamentais.

Mais uma guerra se trava no âmbito da educação, que desde os tempos coloniais foi maltratada, com efeitos cumulativos sobre a população que veio depois. Testes nacionais e internacionais mostram que a educação básica brasileira é muito atrasada, ceifando esperanças de uma vida melhor para dezenas de milhões de brasileiros. Muitos buscam a criminalidade por meio de uma nefasta escola. No ensino básico, são trombadinhas e também praticam arrastões. No superior, passam a traficantes bem armados, entre outras especializações. Nas duas últimas décadas houve algum progresso na educação, mas ainda muito distante das necessidades. E fala-se de planos disso e daquilo para enfrentá-las. Resultados precisam verificar-se na ponta do sistema, que são a frente dessa guerra.

Após o filme, cujo título original é The Darkest Hour, ou A Hora mais Escura, pensei em filmes sobre os destinos do Brasil nessa escuridão que o encobre e não se dissipa. Não sou do ramo, mas diante de tanta escuridão imaginei um seriado, I, II, III, etc., e nele se destacariam vilões heróis como Churchill.

The Economist: Congo is sliding back to bloodshed - February 17th 2018.



Alumni CAEN UFC: convidamos você a fazer parte desse Network.

Alunos CAEN/UFC:
acessem os locais abaixo e participem da nossa Alumni. 

Ata do Copom sinaliza que cortes na Selic podem ser interrompidos.

O ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, pode ser interrompido na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em março. De acordo com a ata da última reunião, divulgada hoje (15), o Copom afirma que “caso o cenário básico evolua conforme esperado, o comitê vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, ou seja de redução da Selic. Na reunião realizada nos dias 6 e 7 deste mês, a taxa básica foi reduzida para 6,75% ao ano, no 11º corte seguido.

Entretanto, o Copom ressalta que essa “visão para a próxima reunião” pode se alterar e levar a uma redução moderada adicional na taxa, se houver mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos. O Copom afirmou que seus próximos passos continuam dependendo da evolução da atividade econômica e das expectativas para a inflação.

Para o Copom, a inflação deve ficar em torno de 4,2%, em 2018 e 2019. A meta de inflação para 2018 é 4,5% e para 2019, 4,25%. Nos dois anos, há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Em 2017, a inflação fechou o ano abaixo do centro da meta (4,5%) e do limite inferior (3%), em 2,95%.

Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa a Selic. Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação.

Na Netflix a última temporada da ótima Merlí!


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Churchill, Pezão e Crivella: quanta diferença!!!


Existem Homens e homens!

Em 14/11/1940 Churchill já estava no carro para passar um final de semana em Ditchley Park quando soube que naquela noite Londres sofreria um grande ataque aéreo. De imediato ele pediu ao motorista que o levasse novamente à Downing Street e falou ao seu secretário que não passaria a noite "pacificamente no campo, enquanto a metrópole estava debaixo de fogo intenso". 

No Rio de Janeiro de 2018, no período mais famoso da internacional cidade e onde uma guerra civil não pára, Pezão e Crivella se ausentam silenciosamente.

Pense nisso antes de votar!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Na VEJA Michel Temer: O candidato de oposição.

Estamos em ano eleitoral. Recentemente em face de declarações que fiz alardeou-se que eu estaria tomando posição em função das candidaturas que transitam pelo meio político. Não foi minha intenção, e nem é o momento oportuno para que o Governo entre nessa disputa. Fiz considerações pessoais, e elogiosas, em relação a cada qual dos possíveis pré-candidatos à Presidência da República. Haverá momento para definição e o governo há de definir-se em tempo próprio.

Quero notar que nosso governo tem apenas um ano e sete meses e, creio, pela primeira vez dá-se cumprimento a um programa pré-estabelecido encartado no documento “Ponte para o Futuro”. Assumindo, aplicamo-lo por inteiro. E ainda há muito por fazer como a reforma da previdência e a simplificação tributária. Tudo com dois objetivos: um, o de cumprir um programa pré-estabelecido, outro o de caracterizar-se como um Governo que fez as reformas necessárias e desejadas pelo país, sem nenhuma preocupação de natureza eleitoral. As reformas são para agora, mas muito mais para o futuro.

Não sem razão demos saltos vigorosos combatendo a recessão, reduzindo o número de desempregados, abrindo a economia, reduzindo juros e a inflação, e ainda recuperando as estatais. Este seria um discurso para um candidato da situação. É verdade que neste momento uma das agências de risco rebaixou a nota do Brasil, sem embargo de termos reduzido a margem de risco de 360 para 146 pontos. Rebaixamento que se deu tendo em vista a incerteza quanto à Reforma da Previdência e quanto ao próprio ano eleitoral. Mas este fato deve nos estimular ao invés de desestimular.

Estimular para que no mês de fevereiro levemos adiante a Reforma Previdenciária nos termos em que foi posta nos últimos tempos, sem causar nenhum prejuízo aos mais carentes e garantindo naturalmente a percepção dos ganhos dos aposentados e daqueles que irão aposentar-se. Trata-se de um alerta. E como todo alerta há de ser levado em conta pelo Executivo e pelo Congresso Nacional que tem sido parceiro governamental indispensável para o Executivo e por meio de quem temos obtido os grandes avanços que se deram durante o Governo. A partir dai sou tentado a perguntar: qual será o discurso da oposição ao fazer a sua campanha contra o Governo?

Penso que haveria de declarar-se contra a fixação do teto para os gastos públicos, contra a reforma do ensino médio e contra a modernização trabalhista. Também haveria de alardear que é contra a queda da inflação ( de 10% para 2,95%) , contra a queda dos juros (de 14,25 para 7%) contra a safra recorde de grãos e, em consequência, contra a redução do preço dos alimentos, contra a recuperação das estatais (vide o caso da Petrobrás ou da Eletrobras), contra a repactuação da dívida dos Estados, matéria ansiada há muitos anos e que lhes deu folego financeiro, contra o auxílio dado aos municípios, o que os tornou adimplentes, seja pela divisão da multa da repatriação que se deu no final do ano passado e que permitiu o fechamento de seus balanços.

Mais ainda: terá que combater a nossa permanente pregação pelo fortalecimento do sistema federativo, pela harmonia entre os poderes e pela pacificação entre os brasileiros. E ainda, lembrando, a eliminação de uma litigiosidade jurídica e social que data de mais de 24 anos referentemente a mais de um milhão de ações judiciais derivadas dos chamados planos econômicos resolvida por comum acordo entre o Governo e os autores. Também haverá de criticar a liberação das contas inativas do FGTS que injetaram cerca de 44 bilhões de reais na economia e auxiliaram milhões de trabalhadores, a quem o dinheiro pertence, a saldar dívidas, fazer poupança ou outra atividade. O mesmo está acontecendo com a liberação do PIS/PASEP para todos os trabalhadores públicos ou privados que tenham mais de 60 anos o que injetará mais de 12 bilhões na economia.


Todos estes pontos, imagino, serão objeto, certamente, de repúdio e contestação por aqueles candidatos que se opuserem ao Governo. Tudo isto sem contar centenas de outras medidas nas áreas educacional, da saúde, de infraestrutura, que foram tomadas por este Governo. Quem quiser opor-se haverá de fazê-lo criticando o trabalho que trouxe o Brasil, em definitivo, para o século XXI.

https://complemento.veja.abril.com.br/pagina-aberta/o-candidato-de-oposicao.html

domingo, 14 de janeiro de 2018

William Waack: Não sou racista, minha obra prova.

Se os rapazes que roubaram a imagem da Globo e a vazaram na internet tivessem me abordado, naquela noite de 8 de novembro de 2016, eu teria dito a eles a mesma coisa que direi agora: "Aquilo foi uma piada —idiota, como disse meu amigo Gil Moura—, sem a menor intenção racista, dita em tom de brincadeira, num momento particular. Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão."
Sim, existe racismo no Brasil, ao contrário do que alguns pretendem. Sim, em razão da cor da pele, pessoas sofrem discriminações, têm menos oportunidades, são maltratadas e têm de suportar humilhações e perseguições.
Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo —racial, inclusive—, e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: "Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português."
Não digo quais são meus amigos negros, pois não separo amigos segundo a cor da pele. Assim como não vou dizer quais são meus amigos judeus, ou católicos, ou muçulmanos. Igualmente não os distingo segundo a religião —ou pelo que dizem sobre política.
O episódio que me envolve é a expressão de um fenômeno mais abrangente. Em todo o mundo, na era da revolução digital, as empresas da chamada "mídia tradicional" são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais.
Estes se mobilizam para contestar o papel até então inquestionável dos grupos de comunicação: guardiães dos "fatos objetivos", da "verdade dos fatos" (a expressão vem do termo em inglês "gatekeepers"). Na verdade, é a credibilidade desses guardiães que está sob crescente suspeita.
Entender esse fenômeno parece estar além da capacidade de empresas da dita "mídia tradicional". Julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional, ignorando que obtêm o resultado inverso (o interesse comercial inerente a essa preocupação me parece legítimo).
Por falta de visão estratégica ou covardia, ou ambas, tornam-se reféns das redes mobilizadas, parte delas alinhada com o que "donos" de outras agendas políticas definem como "correto".

Perversamente, acabam contribuindo para a consolidação da percepção de que atores importantes da "mídia tradicional" se tornaram perpetuadores da miséria e da ignorância no país, pois, assim, obteriam vantagens empresariais.
Abraçados a seu deplorável equívoco, esquecem ainda que a imensa maioria dos brasileiros está cansada do radicalismo obtuso e primitivo que hoje é característica inegável do ambiente virtual.
Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do linchamento —nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé— querem nos tirar.
Prostrar-se diante deles significa não só desperdiçar uma oportunidade de elevar o nível de educação política e do debate, mas, pior ainda, contribui para exacerbar o clima de intolerância e cerceamento às liberdades –nas palavras, a quem tanto agradeço, da ministra Cármen Lúcia, em aula na PUC de Belo Horizonte, ao se referir ao episódio.
Aproveito para agradecer o imenso apoio que recebi de muitas pessoas que, mesmo bravas com a piada que fiz, entenderam que disso apenas se tratava, não de uma manifestação racista.
Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento.
Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.

Termino com um saber consagrado: um homem se conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Fazenda estima crescimento de 1,1% no PIB de 2017 e de 3% para 2018.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário de Política Econômica, Fábio Kanczuk, apresentaram nesta quinta-feira (14/12), a revisão dos parâmetros e macroeconômicos. A projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 passou de 2% para 3%, o IPCA de 4,2% para 4% e o câmbio ficou mantido em R$ 3,3.
Segundo Meirelles, a projeção do PIB para 2018 de 3% é bastante conservadora e  sólida, e é produto do controle fiscal, como a implementação do teto dos gastos e das reformas em geral. “Houve aumento da confiança, do investimento e do consumo das famílias”.
Na avaliação do ministro o principal fator de impulsão na taxa de crescimento em comparação com as expectativas anteriores foi a desalavancagem das empresas, que reduziram seu endividamento, assim como as famílias.
“Durante a recessão elas estavam alavancadas, com dívidas elevadas, e no segundo semestre do ano passado começaram a desalavancar e as famílias também”, lembrou o ministro.
Paralelamente a esse movimento, acrescentou Meirelles, houve a descompressão da política monetária que passou de restritiva  para expansiva, com taxas de juros reais mais baixas. “As companhias também começaram a investir, a comprar e repor capital de giro”, completou.
A equipe econômica também revisou os parâmetros para 2017. O crescimento previsto para 2017 passou de 0,5% para 1,1%. O ministro esclareceu que a projeção leva em conta média contra média, ou seja,  começo do ano de 2017 e final do ano de 2016. 
“Mesmo que tenha uma ascensão grande do PIB durante esse ano, a média contra média, pela grande queda do ano passado, leva em conta o carregamento estatístico, que influencia a média para baixo”, observou Meirelles.
O IPCA de 2017 passou de 3,2% na revisão anterior para 2,9%, segundo o boletim Focus do Banco Central. Meirelles indicou que a mudança da política monetária do Banco Central também impulsionou o processo de crescimento considerando-se a evolução da inflação.
“O Banco Central está hoje com uma política absolutamente correta, possivelmente usando a taxa neutra como referência para uma taxa real abaixo da neutra porque a projeção da inflação está abaixo da meta”, apontou.
O ministro ainda destacou que as reformas em andamento contribuem para reduzir a taxa de juros estrutural, que é o risco país: saiu de 360 para o nível atual, acima de 160. “Tudo isso facilitando o investimento, o financiamento e o consumo”, concluiu.

Brasil: Mudanças econômicas entre 2016 e 2018.



quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Bacen: Copom reduz a taxa Selic para 7,00% ao ano.

O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 7,00% a.a., sem viés.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira;

O cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica global vem se recuperando sem pressionar em demasia as condições financeiras nas economias avançadas. Isso contribui para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes;

O Comitê julga que o cenário básico para a inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária;

As expectativas de inflação para 2017 apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 3,0%. As projeções para 2018, 2019 e 2020 mantiveram-se em torno de 4,0%, 4,25% e 4,0%, respectivamente; e

No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 2,9% para 2017, 4,2% para 2018 e 4,2% para 2019. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2017 e 2018 em 7,0% e 2019 em 8,0%.

O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, a combinação de (i) possíveis efeitos secundários do choque favorável nos preços de alimentos e da inflação de bens industriais em níveis correntes baixos e da (ii) possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (iii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.  Esse risco se intensifica no caso de (iv) reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 7,00% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e 2019, é compatível com o processo de flexibilização monetária.

O Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. 

O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural.  As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê.

A evolução do cenário básico, em linha com o esperado, e o estágio do ciclo de flexibilização tornaram adequada a redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores. Para frente, o Comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária. O Copom ressalta que o processo de flexibilização monetária continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

IBGE: No acumulado nos últimos 12 meses a indústria registra alta de 1,5%.

A produção industrial brasileira fechou o mês de outubro deste ano com crescimento de 5,3% em relação a outubro do ano passado, registrando a sexta taxa consecutiva de crescimento nesta base de comparação. Foi a taxa mais elevada nesta base de comparação desde os 9,8% de abril de 2013. Os veículos automotores, reboques e carrocerias foram a atividade que mais influenciou a alta.

Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Brasil, divulgada hoje (5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a setembro deste ano, o crescimento da indústria em outubro foi de 0,2%, o segundo resultado positivo consecutivo na série livre de influências sazonais. Nos últimos dois meses, a alta acumulada é de 0,6%.

Com o resultado de outubro, a indústria tem alta acumulada em 2017 de 1,9%, em comparação com primeiros dez meses do ano passado. Já o acumulado nos últimos doze meses avançou 1,5%. Foi o segundo resultado positivo consecutivo para o acumulado dos últimos doze meses e o mais elevado desde os 2,1% de março de 2014.

Apesar da relativa estabilidade entre setembro e outubro, o crescimento de 0,2% se deu de forma disseminada, com aumento da produção em 15 das 24 atividades pesquisadas. Em setembro, apesar do crescimento revisado de 0,3%, a expansão se deu em apenas oito das atividades pesquisadas.

Revista piauí - dezembro/17 - A chacina.


sábado, 2 de dezembro de 2017

Folha de S. Paulo: Os livros mais vendidos na semana.

Veja os livros mais vendidos na semana:

Teoria e Análise
1º (3º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
2º (2º) Marketing 4.0 - Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan (Sextante) - R$ 49,90
3º (4º) Scrum - Jeff Sutherland (LeYa) - R$ 34,90
4º (-) A Startup Enxuta - Eric Ries (LeYa) - R$ 39,90
5º (-) Sprint - Jake Knapp, John Zeratsky e Braden Kowitz (Intrínseca) - R$ 39,90


Práticas e Pessoas
1º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90
2º (2º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) - R$ 49,90
3º (-) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cortella (Planeta) - R$ 31,90
4º (-) O Velho e o Menino - Roberto Tranjan (Buzz) - R$ 29,90
5º (4º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) - R$ 29,90

Lista feita com amostra informada pelas livrarias Curitiba, Martins Fontes, Fnac e Livraria Cultura; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 19/11 e 25/11; entre parênteses, a posição na semana anterior 
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1940006-consultor-escreve-sobre-tendencias-do-mercado-em-2018-veja-lancamento.shtml

sábado, 25 de novembro de 2017

Karl Marx: Grandeza e ilusão - Gareth Stedman Jones.


The Last Republicans - Inside the Extraordinary Relationship Between George H.W. Bush and George W. Bush.



Folha de S. Paulo: Os livros mais vendidos na semana.

Veja os livros mais vendidos na semana:

Teoria e Análise
1º (-) História da Riqueza no Brasil - Jorge Caldeira (Estação Brasil) - R$ 69,90
2º (2º) Marketing 4.0 - Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan (Sextante) - R$ 49,90
3º (3º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
4º (-) Scrum - Jeff Sutherland (LeYa) - R$ 34,90
5º (-) A Era do Capital Improdutivo - Ladislau Dowbor (Autonomia Literária) - R$ 40


Práticas e Pessoas
1º (2º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90
2º (3º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) - R$ 49,90
3º (4º) Pai Rico, Pai Pobre - Robert T. Kiyosaki e Sharon L. Lechter (Alta Books) - R$ 79,90
4º (5º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) - R$ 29,90
5º (-) Vicente Falconi - O que importa é o resultado - Cristiane Correa (GMT) R$ 39,90


Lista feita com amostra informada pelas livrarias Curitiba, Martins Fontes, Fnac e Livraria Cultura; os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 12/11 e 18/11; entre parênteses, a posição na semana anterior 


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

ANPEC: 45º ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA - 12 a 15/12/2017.

O Encontro Nacional de Economia é promovido anualmente pela ANPEC com o objetivo de estimular o intercâmbio entre economistas e profissionais de áreas afins. Realizado no mês de dezembro, consiste no mais importante evento científico nacional na sua área.
Durante o Encontro, são apresentados trabalhos inéditos selecionados por uma equipe designada para tal fim. Os textos exploram as fronteiras do conhecimento científico na teoria econômica, na economia política e na econometria. Há também a preocupação com a discussão da realidade nacional, que é objeto de painéis e sessões temáticas, além de temas de interesse regional.
O evento conta também com a participação de renomados pesquisadores estrangeiros.
Para assegurar a ampla circulação dos trabalhos apresentados no Encontro, a ANPEC promove a sua publicação em Anais do Encontro, que contém todos os textos discutidos em plenário, e os divulga no seu site.
O 45º Encontro Nacional de Economia será realizado no centro de convenções do Hotel SERHS NATAL, em Natal/RN, no período de 12 a 15/12/2017.

UFSC: A palavra do Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo.


A humilhação e o vexame a que fomos submetidos — eu e outros colegas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) — há uma semana não tem precedentes na história da instituição. No mesmo período em que fomos presos, levados ao complexo penitenciário, despidos de nossas vestes e encarcerados, paradoxalmente a universidade que comando desde maio de 2016 foi reconhecida como a sexta melhor instituição federal de ensino superior brasileira; avaliada com vários cursos de excelência em pós-graduação pela Capes e homenageada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Nos últimos dias tivemos nossas vidas devassadas e nossa honra associada a uma “quadrilha”, acusada de desviar R$ 80 milhões. E impedidos, mesmo após libertados, de entrar na universidade.

Quando assumimos, em maio de 2016, para mandato de quatro anos, uma de nossas mensagens mais marcantes sempre foi a da harmonia, do diálogo, do reconhecimento das diferenças. Dizíamos a quem quisesse ouvir que, “na UFSC, tem diversidade!”. A primeira reação, portanto, ao ser conduzido de minha casa para a Polícia Federal, acusado de obstrução de uma investigação, foi de surpresa.

Ao longo de minha trajetória como estudante de Direito (graduação, mestrado e doutorado), depois docente, chefe do departamento, diretor do Centro de Ciências Jurídicas e, afortunadamente, reitor, sempre exerci minhas atividades tendo como princípio a mediação e a resolução de conflitos com respeito ao outro, levando a empatia ao limite extremo da compreensão e da tolerância. Portanto, ser conduzido nas condições em que ocorreu a prisão deixou-me ainda perplexo e amedrontado.

Para além das incontáveis manifestações de apoio, de amigos e de desconhecidos, e da união indissolúvel de uma equipe absolutamente solidária, conforta-me saber que a fragilidade das acusações que sobre mim pesam não subsiste à mínima capacidade de enxergar o que está por trás do equivocado processo que nos levou ao cárcere. Uma investigação interna que não nos ouviu; um processo baseado em depoimentos que não permitiram o contraditório e a ampla defesa; informações seletivas repassadas à PF; sonegação de informações fundamentais ao pleno entendimento do que se passava; e a atribuição, a uma gestão que recém completou um ano, de denúncias relativas a período anterior.

Não adotamos qualquer atitude para abafar ou obstruir a apuração da denúncia. Agimos, isso sim, como gestores responsáveis, sempre acompanhados pela Procuradoria da UFSC. Mantivemos, com frequência, contatos com representantes da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União. Estávamos no caminho certo, com orientação jurídica e administrativa. O reitor não toma nenhuma decisão de maneira isolada. Tudo é colegiado, ou seja, tem a participação de outros organismos. E reitero: a universidade sempre teve e vai continuar tendo todo interesse em esclarecer a questão.

De todo este episódio que ganhou repercussão nacional, a principal lição é que devemos ter mais orgulho ainda da UFSC. Ela é responsável por quase 100% do aprimoramento da indústria, dos serviços e do desenvolvimento do estado, em todas as regiões. Faz pesquisa de ponta, ensino de qualidade e extensão comprometida com a sociedade. É, tenho certeza, muito mais forte do qualquer outro acontecimento". 

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...