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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Na VEJA Michel Temer: O candidato de oposição.

Estamos em ano eleitoral. Recentemente em face de declarações que fiz alardeou-se que eu estaria tomando posição em função das candidaturas que transitam pelo meio político. Não foi minha intenção, e nem é o momento oportuno para que o Governo entre nessa disputa. Fiz considerações pessoais, e elogiosas, em relação a cada qual dos possíveis pré-candidatos à Presidência da República. Haverá momento para definição e o governo há de definir-se em tempo próprio.

Quero notar que nosso governo tem apenas um ano e sete meses e, creio, pela primeira vez dá-se cumprimento a um programa pré-estabelecido encartado no documento “Ponte para o Futuro”. Assumindo, aplicamo-lo por inteiro. E ainda há muito por fazer como a reforma da previdência e a simplificação tributária. Tudo com dois objetivos: um, o de cumprir um programa pré-estabelecido, outro o de caracterizar-se como um Governo que fez as reformas necessárias e desejadas pelo país, sem nenhuma preocupação de natureza eleitoral. As reformas são para agora, mas muito mais para o futuro.

Não sem razão demos saltos vigorosos combatendo a recessão, reduzindo o número de desempregados, abrindo a economia, reduzindo juros e a inflação, e ainda recuperando as estatais. Este seria um discurso para um candidato da situação. É verdade que neste momento uma das agências de risco rebaixou a nota do Brasil, sem embargo de termos reduzido a margem de risco de 360 para 146 pontos. Rebaixamento que se deu tendo em vista a incerteza quanto à Reforma da Previdência e quanto ao próprio ano eleitoral. Mas este fato deve nos estimular ao invés de desestimular.

Estimular para que no mês de fevereiro levemos adiante a Reforma Previdenciária nos termos em que foi posta nos últimos tempos, sem causar nenhum prejuízo aos mais carentes e garantindo naturalmente a percepção dos ganhos dos aposentados e daqueles que irão aposentar-se. Trata-se de um alerta. E como todo alerta há de ser levado em conta pelo Executivo e pelo Congresso Nacional que tem sido parceiro governamental indispensável para o Executivo e por meio de quem temos obtido os grandes avanços que se deram durante o Governo. A partir dai sou tentado a perguntar: qual será o discurso da oposição ao fazer a sua campanha contra o Governo?

Penso que haveria de declarar-se contra a fixação do teto para os gastos públicos, contra a reforma do ensino médio e contra a modernização trabalhista. Também haveria de alardear que é contra a queda da inflação ( de 10% para 2,95%) , contra a queda dos juros (de 14,25 para 7%) contra a safra recorde de grãos e, em consequência, contra a redução do preço dos alimentos, contra a recuperação das estatais (vide o caso da Petrobrás ou da Eletrobras), contra a repactuação da dívida dos Estados, matéria ansiada há muitos anos e que lhes deu folego financeiro, contra o auxílio dado aos municípios, o que os tornou adimplentes, seja pela divisão da multa da repatriação que se deu no final do ano passado e que permitiu o fechamento de seus balanços.

Mais ainda: terá que combater a nossa permanente pregação pelo fortalecimento do sistema federativo, pela harmonia entre os poderes e pela pacificação entre os brasileiros. E ainda, lembrando, a eliminação de uma litigiosidade jurídica e social que data de mais de 24 anos referentemente a mais de um milhão de ações judiciais derivadas dos chamados planos econômicos resolvida por comum acordo entre o Governo e os autores. Também haverá de criticar a liberação das contas inativas do FGTS que injetaram cerca de 44 bilhões de reais na economia e auxiliaram milhões de trabalhadores, a quem o dinheiro pertence, a saldar dívidas, fazer poupança ou outra atividade. O mesmo está acontecendo com a liberação do PIS/PASEP para todos os trabalhadores públicos ou privados que tenham mais de 60 anos o que injetará mais de 12 bilhões na economia.


Todos estes pontos, imagino, serão objeto, certamente, de repúdio e contestação por aqueles candidatos que se opuserem ao Governo. Tudo isto sem contar centenas de outras medidas nas áreas educacional, da saúde, de infraestrutura, que foram tomadas por este Governo. Quem quiser opor-se haverá de fazê-lo criticando o trabalho que trouxe o Brasil, em definitivo, para o século XXI.

https://complemento.veja.abril.com.br/pagina-aberta/o-candidato-de-oposicao.html

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ilan Goldfajn na VEJA: Sem espaço para atalhos. Inflação meta de 4.5%.

"Precisamos atacar a raiz dos problemas -  e estamos fazendo isso. O Banco Central é parte da solução. O controle da inflação traz mais confiança, contribui para o poder de compra."  

"Outro aspecto na melhora no cenário é a queda nas projeções para a inflação. As expectativas para 2018 e 2019 estão exatamente na meta de 4,5%. A estimativa para 2017 caiu para menos de 5%."

A conferir!  

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Alexandre Schwarts­man: direito a liberdade de expressão aos economistas de todas as escolas.

Leio na VEJA matéria sobre o economista Alexandre Schwarts­man, citado pela revista como um dos críticos mais mordazes do governo. 
Segundo a VEJA, em artigos, entrevistas e nos relatórios distribuídos aos clientes de sua consultoria, ele desanca com ironia (nem sempre fina) os descaminhos da política econômica que resultaram no estado de crescimento baixo e inflação elevada. “Volta, pibículo!”, pediu ele em sua coluna na Folha de S.Paulo, na semana passada, saudoso dos tempos em que o crescimento não era espetacular, mas ao menos não havia recessão. A atual diretoria do Banco Central (BC) merece, com frequência, comentários ásperos por ter, segundo ele, “jogado a toalha” no que se refere ao objetivo de manter a inflação próximo da meta de 4,5%. Para o BC, entretanto, Schwartsman ultrapassou os limites da análise econômica em declarações que apareceram em duas entrevistas divulgadas neste ano. Em uma delas, publicada pelo Brasil Econômico de 27 de janeiro, o economista disse que “o BC é subserviente e submete-se às determinações do Planalto” e “é só olhar para a gestão do BC para saber que é temerária”. Em outra entrevista, ao Correio Braziliense de 27 de abril, declarou que “o BC faz um trabalho porco e, com isso, a incerteza aumentou”. O procurador-geral do BC, Isaac Sidney Ferreira, considerou os comentários ofensivos à imagem da instituição e apresentou, na Justiça Federal, uma queixa-crime contra Schwartsman, sob a acusação de difamação, delito previsto no artigo 139 do Código Penal. A pena pode chegar a um ano de detenção, mas, por se tratar de um crime contra funcionário público, pode ser acrescida em um terço. Na petição, encaminhada em maio, o procurador-geral argumenta que o economista excedeu, “em franca e deliberada demasia, o seu direito de expressão, ao fazer declarações nocivas à reputação do Banco Central”.
Uma audiência de conciliação foi marcada para 20 de agosto. O advogado de Schwartsman, Jair Jaloreto, sustentou que seu cliente “jamais teve a intenção de difamar alguém nem instituição alguma” e apenas “expressou sua opinião como expert em economia e finanças, calcada em fatos e dados”. Por isso, não aceitava fazer nenhuma retratação. A juíza federal Adriana Delboni Taricco decidiu-se por rejeitar a queixa-cri­me. Na sua avaliação, as críticas “de fato se mostraram bastante contundentes, porém faz-se necessário salientar que não ultrapassaram os limites do mero exercício de sua liberdade de expressão”.
Schwartsman, de 51 anos, ocupou uma diretoria no BC durante três anos, no governo Lula, e foi colega do atual presidente da instituição, Alexandre Tombini. Para o seu advogado, o processo contra o economista teve motivação política, sob o intuito de intimidar “vozes críticas”. “Felizmente, os poderes constituídos conseguem resistir de forma independente”, disse Jaloreto. O procurador Ferreira negou o caráter intimidatório. “O BC sempre terá pleno respeito ao direito de crítica, mas nunca havia deparado com insultos nem assaques desse tipo”, afirmou ele a VEJA. “Não se trata de uma crítica técnica, a qual é sempre bem-vinda. Entendemos que houve crime contra a honra da instituição”, completou, não descartando a possibilidade de recorrer da decisão.

O BC tem o direito de se ofender. Mas, ao processar seu crítico, sujeita-se a uma inevitável e pouco abonadora comparação. Em julho, uma analista do Santander foi demitida depois de ter divulgado um relatório em que afirmava que o fortalecimento de Dilma Rousseff nas pesquisas seria negativo para o investimento em ações.
Ao Alexandre Schwarts­man, o apoio deste blog e, com certeza, de toda a classe de economistas que acreditam na ciência econômica e na liberdade de expressão.    

sábado, 7 de junho de 2014

Thomas Piketty na VEJA,

Do site da VEJA trechos da entrevista com o economista Thomas Piketty.

Desde os tempos do britânico John Maynard Keynes, um dos maiores pensadores econômicos do século XX, o trabalho de um economista não despertava debates tão acirrados quanto O Capital no Século XXI, do francês Thomas Piketty (que será lançado pela Editora Intrínseca no Brasil em novembro). O livro traz um apanhado histórico da evolução da riqueza e da desigualdade nas sociedades capitalistas e propõe remédios para os males que enxerga — como a adoção de um imposto progressivo de até 80% sobre o patrimônio dos mais ricos. Piketty rapidamente se tornou vedete de ganhadores do Nobel alinhados à esquerda, como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, mas também viu a consistência dos dados que embasam seu livro ser duramente contestada — por exemplo, numa longa investigação do jornal britânico Financial Times. Em entrevista a VEJA concedida em seu escritório na Escola de Economia de Paris, onde leciona, Piketty defendeu sua pesquisa e procurou se dissociar de qualquer campo político. Diz ele: “Fui beneficiado por pertencer a uma geração que tem acesso mais fácil aos dados devido à tecnologia e que não é movida necessariamente pela ideologia”.

O senhor dedicou toda a sua carreira à pesquisa sobre a desigualdade. Por que o tema o atrai tanto? A divisão da riqueza sempre foi um tema central para a política e a economia. Contudo, minha motivação foi perceber que um tema tão interessante tinha tão poucos dados disponíveis para pesquisa. Pouquíssimas pessoas estudaram a desigualdade do ponto de vista histórico. O debate sempre existiu, mas sem muitos dados que o embasassem. Ninguém havia feito uma pesquisa completa nos arquivos fiscais de diferentes países para analisar a evolução da desigualdade no mundo, por exemplo. Parecia ser um trabalho histórico demais para os economistas e econômico demais para os historiadores. A originalidade da minha pesquisa está justamente em juntar essas perspectivas e contar a história desse dinheiro ao longo dos últimos séculos. Fui beneficiado por pertencer a uma geração que tem acesso mais fácil aos dados devido à tecnologia e que não é movida necessariamente pela ideologia.

No tom e nas propostas, como a de taxação da riqueza, semelhante à encampada pelo presidente francês François Hollande há algum tempo, o senhor parece bastante alinhado com o socialismo francês. Faço parte de uma geração pós-Guerra Fria. Tinha 18 anos quando o Muro de Berlim caiu. Nunca fui tentado pelo comunismo. Durante a Guerra Fria era difícil avançar no debate sobre o tema, porque havia um embate político muito forte entre os dois blocos. O recuo temporal de hoje, aliado aos dados mais acessíveis, nos permite retomar este que foi um dos grandes debates do século XIX, a saber, o debate sobre a desigualdade no capitalismo.

O senhor acredita que o capitalismo é um sistema que precisa ser superado? Eu acredito no capitalismo, no livre mercado e na propriedade privada, não apenas como origem de eficácia e crescimento, mas também como elemento de liberdade individual. Sou muito positivo quanto a isso. Mas vejo que há um risco se não mostrarmos que existem formas de repartir os ganhos da globalização de forma mais equilibrada. Para que o processo virtuoso do capitalismo continue, é preciso que todos se beneficiem. Caso contrário, surgem tentações como as que assombram a Europa de hoje. Quando não conseguimos resolver nossos problemas domésticos e sociais, procuramos um culpado, que pode ser o imigrante, a Alemanha, a China, o Brasil.

O jornal britânico Financial Times publicou uma reportagem que contradiz a base de sua pesquisa histórica, que é justamente o aumento da desigualdade desde 1970. Sua base de dados é inconsistente? De forma alguma. Serei bem claro sobre isso. Não há nenhum erro na minha pesquisa. É claro que ela pode ser melhorada. É por isso que tudo foi colocado na internet. Mas o ponto é que as pequenas correções feitas pelo Financial Times, com as quais eu não concordo, têm impacto mínimo no resultado geral. No caso dos dados sobre o aumento da desigualdade nos Estados Unidos, a pesquisa mais recente dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, da Universidade da Califórnia, reforça meu estudo. No caso da Grã-Bretanha, outro foco de críticas do jornal, é óbvio que pesquisas que são baseadas em declarações entregues pelos próprios contribuintes não mostram um quadro fiel sobre o aumento da renda em nenhum lugar do mundo, ao contrário do que afirma o jornal. É um fato: todos os rankings de riqueza indicam que os mais ricos estão cada vez mais ricos, e cada vez mais rápido. O que não é errado. É apenas um fato que o jornal quer ignorar. Eu acho que eles estão com medo do meu livro, mas deveriam estar com medo do aumento da desigualdade.

O senhor discorda de que o crescimento econômico, e não as medidas redistributivas criadas por lei, seja a ferramenta primordial para melhorar a vida das pessoas? De forma alguma acredito que o crescimento da riqueza seja algo inútil. Para os países emergentes, como o Brasil, o crescimento é a chave do desenvolvimento e da melhora da qualidade de vida. Ele é fundamental, mas não suficiente. É preciso refletir sobre a desigualdade. O que observamos nos países ricos é que a riqueza do topo da pirâmide, ou seja, da parcela de 1% da população, avança três vezes mais rápido que o crescimento do produto interno bruto (PIB). E isso, eventualmente, vai acontecer com os emergentes também. Até onde isso irá? Eu não sei. Não posso ter certeza das taxas de crescimento econômico dos anos que virão. Se os países ricos conseguirem crescer mais de 4% ao ano, por exemplo, a desigualdade tende a se equilibrar. Mas não há evidências de que isso deva ocorrer. Então é melhor termos outro plano caso essa taxa de crescimento não ocorra. O que eu digo no livro é que será preciso transparência sobre a renda e a riqueza dos indivíduos. Isso servirá para que possamos produzir informações sobre a evolução do nível de renda e do patrimônio e, em consequência, fortalecer nossa democracia, para que ela disponha de mais dados sobre ela mesma.

A base para sua tese sobre a desigualdade é a relação r>g , segundo a qual a renda sobre o capital (r) é sempre maior que o crescimento econômico (g). Por que, para sua tese, é tão vital relacionar essas duas variáveis, uma microeconômica e outra macro?São duas variáveis certamente de natureza distinta. Mas a comparação entre r e g é importante, porque uma diferença muito grande entre elas significa que a desigualdade inicial de riqueza tende a se ampliar a ponto de ameaçar a estabilidade em muitos países. A ideia de comparar essas duas variáveis não é novidade. Quando se abre um romance do francês Balzac, que viveu na primeira metade do século XIX, um período de crescimento nulo e retorno sobre o capital de 4% a 5% ao ano, essa preocupação está muito clara. Essa relação é, inclusive, a base da sociedade tradicional, pois permite que um grande proprietário viva da renda de seu patrimônio. Um ponto crucial do livro é mostrar que a industrialização não mudou fundamentalmente essa dinâmica. Mesmo que tenhamos passado de um mundo de crescimento zero para um mundo de crescimento positivo, a longo prazo a produtividade não se mostrou tão alta assim, foi de 1% ou 2% ao ano. Uma taxa de crescimento de 4% só é possível para países ainda em desenvolvimento. Em países que já estão na dianteira do avanço tecnológico, um crescimento de 4% ao ano parece improvável. Seria necessário um salto inaudito de produtividade. Ou talvez um choque, como uma guerra mundial que leve a um longo processo de reconstrução. Suponho que não queremos isso. Em vez de depender de um milagre de crescimento, deveríamos nos acostumar a viver com um crescimento positivo mas limitado e pensar no que mais somos capazes de fazer.

O senhor propõe uma taxação progressiva de até 80%. O Estado já não abocanha uma fatia grande demais da riqueza produzida por empresas e indivíduos? Certamente. Por isso, minha proposta para a Europa é, na verdade, reduzir os impostos para a classe média e aumentá-los para os maiores patrimônios. O problema na Europa é que a concorrência fiscal entre os países faz com que as grandes empresas paguem muito pouco imposto em comparação às pequenas e médias. Por outro lado, aumentam-se as taxas sobre os sa­lários, ou o IVA, que é o imposto sobre o consumo. Então, o problema não é aumentar os impostos, e sim reparti-los melhor. Por exemplo, o principal tri­buto sobre o patrimônio nos Estados Unidos e na Europa é o imposto proporcional sobre o valor dos imóveis. Eu não proponho aumentá-lo, mas transformá-lo num imposto progressivo sobre o patrimônio líquido. Se um indivíduo tem um apartamento que vale 300000 euros, mas foi financiado em 290000 euros, sua riqueza líquida sobre esse bem é de 10000 euros. Hoje, esse indivíduo paga o mesmo imposto que aquele que não tem financiamento, herdou seu apartamento ou tem várias casas e uma ampla carteira de investimentos. Eu proponho mudar essa lógica.

Para aumentar tributos, é preciso que a população confie no Estado como gestor. Como essa proposta se sustenta se essa confiança está cada vez menor? Tem razão. Uma das complicações nos países ricos é que, ao mesmo tempo em que há um questionamento sobre a desregulamentação, há um questionamento sobre o papel do Estado. A desconfiança é totalmente justificável. Nos países ricos hoje, quando temos 40% ou 50% do PIB em carga tributária, não dá para aumentar mais. Mas há outras formas de perseguir o mesmo objetivo. Uma delas é permitir um pouco de inflação, o que traz riscos enormes. A outra é pôr em prática o imposto progressivo sobre o patrimônio, que atinge de forma concentrada a camada mais alta da população e, ao mesmo tempo, protege a classe média.

Medidas como essa não desencorajam o empreendedorismo? Por que se arriscar em um empreendimento quando se sabe de antemão que seus frutos serão duramente taxados? Não se trata de “cortar a cabeça” dos ricos ou interditar o enriquecimento. É crucial que um país tenha empreendedores, ricos, classe média e pobres. Não há nenhum problema nisso. Mas precisamos assegurar que a riqueza dos diferentes grupos cresça num ritmo minimamente coerente. Não precisa ser exatamente o mesmo ritmo, mas, se a riqueza das classes mais altas cresce três ou quatro vezes mais que as outras, há um desequilíbrio. É preciso que as instituições democráticas e fiscais ajudem a retomar o equilíbrio desse crescimento. Mas a taxação não é a única saída. A meu ver, aliás, a educação é e continuará sendo a maior força de redução da desigualdade.

O senhor trata executivos com altos salários como vilões da desigualdade. Salários altos são pagos para atrair gente capaz e talentosa. Há algo errado com a meritocracia? As desigualdade salariais são fundadas na lógica do mérito e da produtividade. O problema é que o aumento dos salários dos grandes executivos pode ser justificado por muitos indicadores, menos pelas estatísticas de produtividade das empresas. Nos Estados Unidos, quando se comparam empresas que pagam a seus executivos 10 ou 50 milhões de salário anual com empresas que pagam muito menos, não se verifica que as empresas que pagam mais bônus cresceram mais. Então, esse discurso precisa ser visto com cautela. Mas é certo que a meritocracia é melhor que os sistemas do passado. Ela permite que as pessoas consigam construir um patrimônio sem que tenham sido beneficiadas por uma herança. O problema é que o ideal da meritocracia foi, em muitos casos, deturpado.

O Brasil dificulta o acesso a dados e ficou fora de sua pesquisa. Algo mudou depois da publicação do livro? O Brasil foi o país em que tivemos mais dificuldades, e, por enquanto, continuamos sem dados significativos. É uma pena, porque foi um dos países que mais conseguiram, nos últimos anos, conciliar crescimento e redistribuição de renda. Mas as conversas avançam. Não se pode ter medo da transparência, da democracia. Espero, em breve, ter o Brasil em nossa base de dados.


sábado, 5 de dezembro de 2009

BRASIL E CHILE - DIFERENÇAS

Tenho uma boa impressão econômica e social do Chile e confirmei isso quando de minha visita a Santiago. Na VEJA desta semana, um breve resumo da diferença entre NÓS e ELES. Por que será que no BRASIL tudo é tão difícil de resolver?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AOS FUMANTES OU NÃO...

Segundo o epidemiologista THOMAS FRIEDEN, o TABACO é a maior causa EVITÁVEL de MORTE no mundo. Neste ano, mais de 5.000.000 de pessoas morrerão por causa do cigarro, um total superior ao que mata a aids, a tuberculose e a malária somadas.
Diante disso, pense bem antes de acender um cigarro, exceto em alguns momentos especiais...

sábado, 21 de novembro de 2009

LULA, O FILHO DO BRASIL?

A princípio, e por uma questão de princípio, não estou comprando ingresso para assistir, logo que possível, ao filme LULA, O FILHO DO BRASIL. Cearense, lá do interior de IBIAPINA, posso afirmar que conheço razoavelmente o que aconteceu com a trajetória de LULA. E sempre prefiro DRAMA, a uma estória romanceada.

domingo, 18 de outubro de 2009

O ESTADO DO PARÁ NAS PÁGINAS DA REVISTA VEJA

É muito triste para um cearense, trabalhador no interior do estado do PARÁ, ler na VEJA desta semana que o presidente da siderúrgica COSIPAR, tenta há UM ANO convencer o governo do PARÁ a cumprir uma ordem de reintegração de posse emitida pela JUSTIÇA e até o momento, NADA FEITO.
Título da matéria: O PARÁ É MESMO TERRA SEM LEI.
Sinceramente, como gostaríamos de ler matérias sobre o nosso PARÁ diferentes dessas. O que devemos fazer para MUDAR com isso de vez? Como um estado tão rico possui indicadores de qualidade de vida tão ruins para à sua população?
Neste caso, acredito que temos que apelar não para o Bispo (afinal, o daqui foi transferido para a cidade do Rio de Janeiro e o sucessor ainda não chegou), mas para a VIRGEM DE NAZARÉ.
Amém.

sábado, 12 de setembro de 2009

ECONOMIA NA REVISTA VEJA

Altamente recomendável a leitura da VEJA que está nas bancas desta semana. Vejam meus caros leitores queem 500 anos, os EUA saltaram à frente da América Latina ao conjugar capitalismo e democracia. No mundo pós-crise, começa a ficar claro que esse binômio se constrói mais na política do que no mercado. Alguém duvida?

No começo da colonização, a América Latina era mais rica e tinha sociedades mais complexas que a América do Norte. O Brasil, com terra e clima promissores, já tinha vida comercial, com o pau-brasil e depois com o açúcar, mercadoria altamente valorizada na época, enquanto as tentativas de colonização nos Estados Unidos eram um fracasso atrás do outro. Nos primeiros 250 anos da colonização europeia, a América ibérica teve alguma vantagem sobre a América inglesa. Nos 250 anos seguintes, período em que as colônias viraram países independentes e republicanos, o jogo inverteu-se brutalmente. A renda per capita dos americanos e canadenses disparou. De acordo com as contas do cientista político Francis Fukuyama, o ex-ícone do conservadorismo americano e editor de Falling Behind, que trata do desnível entre as Américas, o calendário do fosso foi o seguinte.

Até cerca de 1800, o norte e o sul das Américas evoluíram de modo mais ou menos semelhante.

• De 1820 a 1870, período que concentrou as guerras de independência, a América Latina encolheu 0,5% ao ano. Os Estados Unidos cresceram 1,39% ao ano.

• De 1870 a 1970, com uma interrupção durante a depressão dos anos 30, a América Latina cresceu até mais do que os Estados Unidos, mas num ritmo longe de cobrir a diferença.

• De 1970 até agora, os Estados Unidos voltaram a crescer mais que os vizinhos do sul, aprofundando o fosso.

• Em 2001, a renda per capita americana superava 27000 dólares. A latino-americana não chegava a 6 000 dólares.

O Brasil avançou em muitos aspectos, mas ainda é "a eterna promessa de futuro", ora como celeiro do mundo, ora como potência verde, ora com etanol, ora com pré-sal, mas sempre o país em busca de cumprir o vaticínio da aurora redentora."

Triste e sem um futuro de riqueza uma sociedade que não consegue manter o CAPITALISMO e a DEMOCRACIA. Fiquemos pois atentos neste 2010 no qual várias ideias serão lançadas EM BUSCA DE UM TEMPO PERDIDO.

domingo, 12 de abril de 2009

FUKUYAMA - O LIBERALISMO É O CAMINHO

Que prazer ler na VEJA o famoso cientista político FRANCIS FUKUYAMA repetir o que também acredito: "O LIBERALISMO É O CAMINHO. NÃO HÁ NADA DE ERRADO COM O LIBERALISMO. A RECEITA LIBERAL, BASEADA NO LIVRE MERCADO E NA GLOBALIZAÇÃO, AINDA É A MELHOR ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO GLOBAL. MILHARES DE PESSOAS DEIXARAM A LINHA DE POBREZA NOS ÚLTIMOS ANOS JUSTAMENTE POR CAUSA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO ROBUSTO NO MUNDO. A CRISE ATUAL NÃO FOI CAUSADA POR UM DESVIO DO LIBERALISMO, MAS POR OPÇÕES POLÍTICAS EQUIVOCADAS. POR DÉCADAS, SEGUIMOS UM MODELO QUE PROPUNHA A MÁXIMA DESREGAMENTAÇÃO DOS MECANISMOS FINANCEIROS E A CRENÇA DE QUE OS MERCADOS IRIAM SE AJUSTAR A QUALQUER SITUAÇÃO. ATÉ O ALAN GREENSPAN RECONHECE QUE FOI UM ERRRO ACREDITAR NISSO." E alerta: "PROGRAMAS SOCIAIS DE REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA QUE RETIRAM DIREITOS DA ELITA E OS REPASSAM AOS EXCLUÍDOS É UMA TENDÊNCIA PERIGOSA." Alguém recorda de alguma bolsa?... Novamente pergunto aos meus quase dois leitores: Qual a real alternativa ao capitalismo e ao livre mercado?

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...