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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Roberto Macedo no Estadão: Churchill guerreiro e guerras no Brasil.

Assisti ao filme O Destino de uma Nação, em que Winston Churchill é o personagem principal. Aliás, muitíssimo bem interpretado por Gary Oldman, que por isso é forte candidato ao Oscar de melhor ator na premiação deste ano. Há quem diga que sua interpretação vale o filme, mas nele há muito mais.

Aborda período muitíssimo delicado da História mundial, em particular do Reino Unido, onde Churchill passou a primeiro-ministro em 10/5/1940, quando Hitler já era séria ameaça. Este havia dominado alguns países do Leste Europeu e em abril daquele ano tomou a Dinamarca e a Noruega. No dia em que Churchill assumiu, a máquina de guerra nazista avançou sobre a Bélgica, a Holanda e a França. No norte francês encurralou parte importante do Exército britânico, que lá estava.

Churchill era personalidade controvertida, contestada mesmo dentro do seu partido. Sofreu fortes pressões para assinar acordo de paz com a Alemanha nazista, vacilou, mas seguiu em frente para enfrentar Hitler. Acabou por convencer o país e seu Parlamento de que esse era o caminho. E tomou decisões que retiraram a maior parte dos seus soldados que estavam na França.

Admiro o Parlamento britânico, onde os membros de sua Câmara dos Comuns esgrimem argumentos num recinto apertado, que incentiva o diálogo e o debate, e onde é preciso ser bom tribuno para ter prestígio. E mais: o primeiro-ministro sempre aparece para se explicar, sofre contestações e pode perder o cargo se receber voto de desconfiança.

O filme aborda questão de interesse nacional: o que fazer diante de Hitler. Mas para o Parlamento apoiar Churchill não vi ninguém brigando por cargos e verbas, como ocorre aqui, nesse presidencialismo de coalizão e de corrupção.

Enquanto isso, grandes questões de interesse nacional não recebem a devida atenção. Algumas tão sérias como uma guerra, ao comprometerem o destino desta nação. A primeira, que mina a segurança pública, é similar até no uso de armamentos de grosso calibre, como os utilizados no roubo de carros-fortes. Segundo O Globo (12/2), em 2017 houve 108 desses roubos, cerca de um a cada três dias! Dessas e de outras armas vêm disparos que atingem gente que nada tem que ver com disputas dentro do exército da criminalidade e deste com policiais. O Atlas da Violência 2017, do Ipea, mostrou 59.080 (!) homicídios no Brasil em 2015, uma estatística de guerra, banalizada por falta de solução. Em comparação, nos oito anos em que mais se envolveram na Guerra do Vietnã os Estados Unidos perderam 58.220 soldados, segundo o seu governo.

Nesse cenário de guerra, entre as vítimas de homicídios no Brasil estão homens, mulheres e crianças que morrem por estar perto de tiroteios e, mesmo em casa ou mais longe, alcançadas por balas perdidas. Perdidos estão também nossos governantes, que, salvo exceções cada vez mais excepcionais, só ficam a marcar reuniões sobre o assunto, cujo resultado muitas vezes é só o de marcar outra reunião. É o que chamo de “reunite”. De providências concretas e eficazes, quase nada.

Outra guerra se dá no âmbito das finanças públicas, que na União e em vários Estados chegaram a situação lastimável devida à irresponsabilidade de políticos a distribuir benefícios populistas sem olhar custos, e sem enfrentar corporações de servidores e outros grupos de interesses totalmente distantes dos nacionais. O desleixo orçamentário lulopetista acabou por gerar a crise atual, em que o desemprego está perto de a 12% da força de trabalho, alcançando cerca de 12 milhões de pessoas, o que também aumenta a opção pela criminalidade. Essa taxa é próxima do dobro (!) do que era quatro anos atrás. Não seria surpresa se estudos revelassem suicídios provocados pela ultrajante condição de desempregados e mortes associadas a apertos nas verbas de atendimento à saúde e à segurança.

Na questão orçamentária, desponta a previdenciária. Até aqui não surgiram líderes políticos capazes de convencer o povo, nem seus “representantes” no Congresso, da necessidade de uma profunda reforma nessa área. Acho que nem Churchill seria capaz disso, tamanho desconhecimento do assunto pelos cidadãos e o egoísmo dos que se opõem à reforma. E há também a covardia dos que cedem a eles. Esse seriíssimo problema tem implicações muito graves para o destino desta nação.

Há quase quatro décadas o Brasil tampouco consegue resultados noutra guerra, contra o mau desempenho do seu produto interno bruto (PIB), que na média cresce a taxas baixíssimas, e quando se elevam são apenas voos de galinha que logo as trazem ao chão. E pior: o último voo levou-a a um buraco onde até agora está a ciscar. Nesse mau desempenho prepondera o impacto de más gestões governamentais.

Mais uma guerra se trava no âmbito da educação, que desde os tempos coloniais foi maltratada, com efeitos cumulativos sobre a população que veio depois. Testes nacionais e internacionais mostram que a educação básica brasileira é muito atrasada, ceifando esperanças de uma vida melhor para dezenas de milhões de brasileiros. Muitos buscam a criminalidade por meio de uma nefasta escola. No ensino básico, são trombadinhas e também praticam arrastões. No superior, passam a traficantes bem armados, entre outras especializações. Nas duas últimas décadas houve algum progresso na educação, mas ainda muito distante das necessidades. E fala-se de planos disso e daquilo para enfrentá-las. Resultados precisam verificar-se na ponta do sistema, que são a frente dessa guerra.

Após o filme, cujo título original é The Darkest Hour, ou A Hora mais Escura, pensei em filmes sobre os destinos do Brasil nessa escuridão que o encobre e não se dissipa. Não sou do ramo, mas diante de tanta escuridão imaginei um seriado, I, II, III, etc., e nele se destacariam vilões heróis como Churchill.

domingo, 4 de agosto de 2013

FHC: Cartas na mesa.

Mais um brilhante texto do presidente Fernando Henrique, hoje, no Estadão e no blog do Augusto Nunes na VEJA. 

Saí do Brasil depois que as manifestações populares provocaram um tsunami na avaliação dos principais dirigentes políticos. Na Europa o noticiário repercute a recidiva da crise egípcia, a volta da incerteza na Tunísia, a continuidade trágica da guerra civil síria, os atentados sem fim no Paquistão e no Afeganistão, enfim, uma rotina de tragédias preanunciadas que, vistas de longe, parecem “coisas do Terceiro Mundo”. Enquanto isso, a China vai encolhendo sua economia, os EUA confiam na recuperação e a Europa se contorce em ajustes sem fim. Do Brasil ecoam apenas os passos do papa, por vezes tocando o solo lamacento dos ermos para onde o levaram em sua pregação.

De nossas aflições financeiras os mercados externos só eventualmente tratam, mas delas sempre se cuidam, retirando suas aplicações ao primeiro sinal de alarme. Do desabamento político poucas referências há. Embora nenhuma crise de legitimidade tenha sido o gatilho do torvelinho popular, este terminou por mostrar que existe algo parecido com ela. Se de nossa política a mídia ocidental cuidasse, talvez visse que nem só na África e no Oriente Médio há um desencontro entre o poder e o povo. Há algo que não está funcionando direito na política, mesmo nas partes mais longínquas do Ocidente, como a América do Sul. Há um elo nesse desarranjo: as sociedades urbanas de massas, agora hiperconectadas pela internet, sentem-se mal representadas pelos que as comandam. Isso vale tanto para nós como para a Itália, a Espanha, a Grécia ou Portugal, assim como valeu para a Islândia ou pode vir a valer para outras regiões onde, além da crise de legitimidade política, choques culturais e religiosos acrescentem outra crise à de identidade.

Em nosso caso, como nos demais países ocidentais, o fator geral mais evidente que condiciona e possibilita o surgimento do mal-estar político deriva da grande crise financeira de 2007/8. Mas seria enganoso pensar que basta retomar o ritmo do crescimento da economia e tudo se arranja. É melhor ter cautela e reconhecer que, uma vez visto o rei nu, sua magia se desfaz ou engana menos incautos. As novas formas de sociabilidade criadas pelos meios diretos de informação e comunicação estão a requerer revisão profunda no modo de fazer política e nas instituições em que o poder se exerce. A desconfiança nos partidos e nos políticos é generalizada, embora não atinja o mesmo grau em todos os países, nem as instituições desabem ou sejam incapazes de se aprimorar. Até agora os efeitos construtivos da pressão popular sobre as instituições ─ salvo na Islândia ─ estão por se ver. Mas basta haver eleições para que os governos (de esquerda, de direita ou o que mais sejam) caiam, como cairia o nosso se as eleições fossem em breve.

A questão é complexa e há responsáveis políticos, em maior ou menor grau. Para começar, o governo Lula zombou da crise, era uma “marolinha”, e seguiu funcionando, fagueiro, como se nada precisasse ser feito para ajustar o rumo. Houve, portanto, uma avaliação errada da conjuntura. Mas houve outras barbeiragens. O lulopetismo, arrogante, colocou a lanterna na popa do barco e, rumando para o passado, retomou as políticas dos tempos militares geiselianos como se avançasse intrépido para o futuro. Tome subsídios para pobres e ricos, mais para estes que para aqueles, mais sem razão ao ajudar os ricos mais que os pobres. Perceberam tarde que o cobertor era curto, faltaria dinheiro. Se há problemas, tome maquiagem: o Tesouro se endivida, pega emprestado dinheiro no mercado, repassa-o ao BNDES, que fornece os mesmos recursos aos empresários amigos do rei. Toma-se dinheiro a, digamos, 10% e se concede a 5%. Quem paga a farra: eu, você, os contribuintes todos e os consumidores, pois algo dessa mágica desemboca em inflação.

A maquiagem fiscal já não engana: mesmo o governo dizendo que sua dívida líquida não aumenta, quem sabe ler balanços vê que a dívida bruta aumenta e os que investem ou emprestam, nacionais ou estrangeiros, aprenderam muito bem a ler as contas. Deixam de acreditar no governo. Mais ainda quando observam sua ginástica para fingir que é austero e mantém o superávit primário.

Não é só. Em vez de preparar o Brasil para um futuro mais eficiente e decente, com regras claras e competitivas que incentivassem a produtividade, o “modelo” retrocedeu ao clientelismo, ao protecionismo governamental e à ingerência crescente do poder político na vida das pessoas e das empresas. E não apenas graças a características pessoais da presidenta: a visão petista descrê da sociedade civil, atrela-a ao governo e ao partido, e transforma o Estado na mola exclusiva da economia. Pior e inevitável, a corrupção, independentemente dos desejos de quem esteja no ápice, vem junto. Tal sistema não é novo, foi coroado lá atrás, ainda no primeiro mandato de Lula, quando se armou o mensalão. Também neste caso há responsáveis políticos e nem todos estão na lista dos condenados pelo Supremo.

Com ou sem consciência de seus erros, o petismo é responsável por muito do que aí está. Não por acaso seu líder supremo, depois de longo silêncio, ao falar foi claro: identificou-se com as instituições que as ruas criticam e, como Macunaíma, aconselhou a presidenta a fazer oposição a si mesma, como se governo não fosse…

Se as oposições pretenderem sobreviver ao cataclismo, a hora é agora. O Brasil quer e precisa mudar. Chegou o momento de as vozes oposicionistas se comprometerem com um novo estilo de política e de assim procederem. Escutando e interpretando o significado do protesto popular. Sendo diretas e sinceras. Basta de corrupção e de falsas manias de grandeza. Enfrentemos o essencial da vida cotidiana, dos transportes à saúde, à educação e à segurança, não para prometer o milagre da solução imediata, mas a transparência das contas, das dificuldades e dos propósitos.

E não nos enganemos mais: ou nos capacitamos para participar e concorrer num mundo global áspero e em crise ou nos condenaremos à irrelevância.

segunda-feira, 26 de março de 2012

O caráter humano da política.


No Milênio de hoje, saiba mais sobre o poder transformador da filosofia política e a importância de nos questionarmos constantemente sobre nossa realidade. Não perca a entrevista que Jorge Pontual fez com o filósofo Michael Sandel para o Milênio! Hoje, às 23h30, na Globo News.

Há cerca de duas décadas, Michael Sandel leciona, na Universidade de Harvard, o famoso curso "Justice", pelo qual já passaram mais de 15 mil alunos.  É dele o livro Justiça - o que é fazer a coisa certa, aqui publicado pela Civilização Brasileira, já na 4ª edição em 2011.    

Rodrigo Bodstein comentou o programa conforme abaixo: 
 
Ao lermos as notícias, parece que o mundo está caminhando para um cenário apocalíptico. Alguns países anunciam a intenção de entrar em guerra, enquanto outros estão envolvidos em batalhas difíceis de serem justificadas. Discute-se a intervenção militar para derrubar regimes ditatoriais. O combate à crise econômica, que perdura desde 2008, traz, a cada novo pacote de austeridade, manifestações e duros confrontos com as forças policiais que tentam manter a frágil ordem que ainda existe. O consumismo e a obsessão por crescimento econômico perpassam o tecido social e pressionam o limite dos recursos naturais do planeta. Casos de corrupção surgem por todos os cantos, sem fazer distinção entre governos. Enquanto isso, pessoas morrem de fome. Cada decisão, seja no nível internacional ou no cotidiano, afeta outras pessoas. Como, então, separar a política da moral? Qual é o propósito da política?

Nesse contexto em que o debate tornou-se cada vez mais tecnocrático e, ao mesmo tempo, crucial para a vida no e do planeta, Michael Sandel traz uma reflexão sobre a natureza do fazer político, do exercício do diálogo e do enfrentamento construtivo de ideias e posições que determinam a nossa realidade. Devemos basear nosso cálculo puramente em custos e benefícios? Devemos considerar a liberdade de cada um como algo absoluto e não interferir? Ou temos um dever moral que deve nos guiar? Devemos ser utilitaristas, libertários ou humanistas? Diante de um momento decisivo e de questões específicas, cada pessoa terá sua resposta para essas perguntas. O mais importante é o exercício da reflexão sobre a ética, a moral e a política. Como Sandel coloca “sentir a força dessa confusão e a pressão para resolvê–la é o que nos impulsiona a filosofar.” e ele vai além ao afirmar que “a reflexão moral não é uma busca individual e sim coletiva.”

Determinar o que é certo ou errado é quase impossível sem estar dentro da situação, sem ver todas as variáveis que podem influenciar a decisão, mas questionar é um dever cívico. É um exercício de cidadania e de respeito a si próprio e à sociedade em que vivemos. Em linhas gerais, Sandel afirma que se precisarmos escolher entre falar ou não falar é melhor optarmos pelo primeiro. O não falar dá espaço para ideologias e dogmas. Engessa as escolhas. Cria frases como “sempre foi assim”, “as coisas são desse jeito”, etc. Ao fazer isso, abre caminho para abusos de poder, abusos morais, para uma compreensão que as instituições que temos são as únicas possíveis e restringe nossa capacidade de pensar novas soluções para a vida em sociedade. A busca, como bem diz Sandel, é coletiva, mas depende do esforço individual. Somos mais do que consumidores ou eleitores. Somos mais do que reféns de situações intransponíveis. Somos humanos


terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 8 de março de 2010

ESQUERDISMO DE PROFESSORES?

Está matéria saiu na FOLHA DE S. PAULO de hoje, mas foi publicada originalmente no The New York Times. Apesar de tratar do assunto na visão americana, acredito que a sua leitura também contempla a nossa realidade, além de ser uma pesquisa com o rigor da econometria, o que não se tinha tentado antes. Com vocês, ESTUDO DESVENDA “ESQUERDISMO” DE PROFESSORES.

Já se tentou justificar de diversas maneiras o viés de esquerda dos professores universitários dos EUA, com explicações que vão desde viés, puro e simples, a QIs mais altos. Uma nova pesquisa sugere que os críticos talvez tenham formulado a pergunta errada. Em vez de indagar o porquê de a maioria dos professores universitários ser de esquerda, deveriam perguntar por que tantos esquerdistas querem ser professores universitários. Dois sociólogos acham que podem ter encontrado a resposta: os papéis, ou profissões, de cada pessoa seriam escolhidos por ela segundo sua personalidade ou preferências. Basta pensar na imagem clássica de um professor de letras, filosofia ou ciências sociais, campos em que a assimetria é mais forte: casaco de tweed, ar de nerd, ateu - e de esquerda. Mesmo que isso seja um estereótipo antiquado, ele influi nas ideias que os jovens têm sobre escolha profissional. Empregos ou profissões podem ser enquadrados em estereótipos diferentes, disseram Neil Gross e Ethan Foss, os autores do estudo. Eles citaram, por exemplo, a proporção baixa de enfermeiros, comparados às enfermeiras. A razão principal da disparidade é que a maioria das pessoas vê a enfermagem como profissão feminina, disse Gross. A enfermagem sofre o efeito do que os sociólogos chamam de "estereotipagem de gênero". Para Gross, "professores universitários e vários outros profissionais são alvos de estereotipagem política". Jornalismo, artes, carreiras da área social e terapia são dominados por pessoas de viés esquerdista; policiamento, agricultura, odontologia, medicina e carreiras militares atraem mais conservadores nos EUA. "Esse tipo de reputação afeta as aspirações profissionais das pessoas", acrescentou o sociólogo. A profissão acadêmica "ganhou uma reputação tão forte de viés esquerdista e secularismo que, nos últimos 35 anos, poucos estudantes que são conservadores políticos ou religiosos, mas muitos que são seculares e de esquerda, desenvolveram a aspiração de se tornarem professores universitários", escrevem os dois autores. Essa máxima se aplica especialmente ao campo deles, a sociologia, que acabou associada "ao estudo da raça, classe social e desigualdade de gêneros - um conjunto de preocupações que é importante especialmente para as pessoas de esquerda". O que distingue a pesquisa de Gross e Fosse de muito do burburinho que cerca esse tema é a metodologia. Enquanto a maioria dos argumentos apresentados até hoje se baseou sobretudo em relatos pessoais, esse é um dos únicos estudos a utilizar dados da Pesquisa Social Geral de opiniões e comportamentos sociais e a comparar os professores ao resto da população americana. Gross e Fosse vincularam esses resultados empíricos à questão mais ampla do porquê de algumas ocupações -assim como alguns grupos étnicos ou algumas religiões- se caracterizarem por um viés político evidente. Usando uma técnica econométrica, eles testaram quais das teorias mencionadas com frequência eram substanciadas por provas, e quais não eram. Descobriu-se que a discriminação intencional, uma das acusações mais frequentes feitas por conservadores, não exerce um papel significativo. Claro que a estereotipagem não é a única causa do viés esquerdista. As características que definem a orientação política de cada um também estão presentes. Quase a metade da assimetria política presente no mundo acadêmico pode ser atribuída a quatro características compartilhadas pelos esquerdistas em geral, e pelos professores universitários em particular: alto grau de instrução; posição religiosa não conservadora, tolerância declarada por ideias controversas e disparidade entre grau de instrução e renda. A tendência das pessoas que estão em qualquer instituição ou organização de tentarem enquadrar-se nela também reforça a assimetria política. Em uma coletânea de ensaios publicada pelo grupo conservador American Enterprise Institute, o economista Daniel B. Klein, da Universidade George Mason, e a socióloga sueca Charlotta Stern argumentam que, quando se trata de contratar profissionais, "a maioria das pessoas tende a preferir a candidatos semelhantes a elas em matéria de crenças, valores e engajamentos". Para Gross, acusações sobre viés e lavagem cerebral de estudantes são contraproducentes. "O irônico é que, quanto mais conservadores se queixam do esquerdismo da academia, é mais provável que a academia continue a representar um reduto do pensamento de esquerda."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

POLÍTICA EM 2010.

Em ano de eleição, entendemos que um blog sobre ECONOMIA não deve ficar distante do mundo político. Afinal, ECONOMIA e POLÍTICA andam de mãos dadas. Para vocês, direto do DIÁRIO DO NORDESTE, da bela capital cearense, SINFRÔNIO, mais uma vez, é Mestre no assunto.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

AS PESSOAS MAIS PODEROSAS DO MUNDO EM 2009

Diretamente da FORBES http://www.forbes.com/2009/11/11/worlds-most-powerful-leadership-power-09-people_land.html, leiam abaixo a lista das pessoas mais PODEROSAS do mundo. É claro que BARACK OBAMA estaria presente - é o nº 1, LULA está em 33º, e ELE, OSAMA bin LADEN figura na 37ª colocação. Ainda bem...
  1. Barack Obama
  2. Hu Jintao
  3. Vladimir Putin
  4. Ben S. Bernanke
  5. Sergey Brin and Larry Page
  6. Carlos Slim Helu
  7. Rupert Murdoch
  8. Michael T. Duke
  9. Abdullah bin Abdul Aziz al Saud
  10. William Gates III
  11. Pope Benedict XVI
  12. Silvio Berlusconi
  13. Jeffrey R. Immelt
  14. Warren Buffett
  15. Angela Merkel
  16. Laurence D. Fink
  17. Hillary Clinton
  18. Lloyd C. Blankfein
  19. Li Changchun
  20. Michael Bloomberg
  21. Timothy Geithner
  22. Rex W. Tillerson
  23. Li Ka-shing
  24. Kim Jong Il
  25. Jean-Claude Trichet
  26. Masaaki Shirakawa
  27. Sheikh Ahmed bin Zayed al Nahyan
  28. Akio Toyoda
  29. Gordon Brown
  30. James S. Dimon
  31. Bill Clinton
  32. William H. Gross
  33. Luiz Inacio Lula da Silva
  34. Lou Jiwei
  35. Yukio Hatoyama
  36. Manmohan Singh
  37. Osama bin Laden
  38. Syed Yousaf Raza Gilani
  39. Tenzin Gyatso
  40. Ali Hoseini-Khamenei
  41. Joaquin Guzman
  42. Igor Sechin
  43. Dmitry Medvedev
  44. Mukesh Ambani
  45. Oprah Winfrey
  46. Benjamin Netanyahu
  47. Dominique Strauss-Kahn
  48. Zhou Xiaochuan
  49. John Roberts Jr.
  50. Dawood Ibrahim Kaskar
  51. William Keller
  52. Bernard Arnault
  53. Joseph S. Blatter
  54. Wadah Khanfar
  55. Lakshmi Mittal
  56. Nicolas Sarkozy
  57. Steve Jobs
  58. Fujio Mitarai
  59. Ratan Tata
  60. Jacques Rogge
  61. Li Rongrong
  62. Blairo Maggi
  63. Robert B. Zoellick
  64. Antonio Guterres
  65. Mark John Thompson
  66. Klaus Schwab
  67. Hugo Chavez

O BRASIL NA THE ECONOMIST

É a glória. Ou quase. Fato é que o BRASIL é capa da THE ECONOMIST que está nas melhores bancas do mundo. Um trecho da matéria na livre tradução do REINALDO AZEVEDO em http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/.
“E, talvez, este seja o maior perigo que o Brasil enfrenta: a húbris. Lula está certo ao dizer que seu país merece respeito, como ele merece muito da adulação que tanto o agrada. Mas ele é também um presidente de sorte, colhendo o resultado do boom das commodities e governando numa plataforma de crescimento construída por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.Manter essa boa perfomance num mundo que enfrenta tempos difíceis significa que o sucessor de Lula terá de tentar resolver alguns problemas que ele fez questão de ignorar. O resultado da eleição pode determinar a velocidade com que o Brasil avança na era pós-Lula. O caminho do Brasil, no entanto, parece definido. Seu salto é ainda mais admirável porque foi dado por meio da reforma e da construção de um consenso democrático. Quem dera a China pudesse dizer o mesmo”.

domingo, 6 de setembro de 2009

BRASIL: 1822 - 2009 - INDEPENDÊNCIA?

Amanhã, 7 de Setembro de 2009, o que temos para comemorar neste Brasil que ainda acha que é um país do futuro. Até quando? Com a riqueza que fez a taxa de crescimento das 500 maiores companhias brasileiras em 2008 ser mais de cinco vezes superior a das 500 maiores americanas (sim, dos Estados Unidos), por que não temos uma liderança competente a fazer que o nosso BRASIL seja um país sério, respeitado e onde os quase duzentos milhões de brasileiros possam se orgulhar dele, sem a necessidade de bolsas esmolas?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A THE ECONOMIST DESTA SEMANA

Na The Economist desta semana, novamente o BRASIL é notícia, digo, o governo Lula e o PT. Se na semana passada o texto era sobre a política externa, nesta é sobre o PT e sua força em tentar manter Lula no poder. E já cita o "problema" Dilma x Lina e o quase doutorado da candidata do coração de Lula. É isso aí. Gostaríamos de ler outro tipo de reportagem, mas este é o nosso BRAZIL. Rezemos por ele.

domingo, 23 de agosto de 2009

DOMINGÃO COM JORNAIS DO DIA

Este é um domingo especial. Afinal, aqui nesta parte da floresta amazônica AINDA não devastada pelo ser humano, não é todo domingo que recebo, diretamente de São Paulo, os pesos pesados FOLHA e ESTADÃO, edições completas. Agradecimento especial ao leitor deste blog e também morador destas paragens, que não esqueceu do amigo e trouxe esse presentaço. Afinal, entre ler os mesmos jornais pela internet e tê-los em mãos, existe uma diferença muito grande.
Então, como escreveu hoje o nosso incrível JOSÉ SIMÃO, meu caro leitor, você sabe a diferença entre a eleição no Brasil e no Afeganistão? É que no Afeganistão o homem-bomba explode antes...

sábado, 15 de agosto de 2009

LULA COMPANHEIRO E ECONOMISTA

Ali Kamel, do grupo GLOBO lança seu mais novo livro Dicionário Lula – Um Presidente Exposto por Suas Próprias Palavras (Nova Fronteira; 59,90 reais - 672 páginas). Num trabalho de pesquisa magnífico, o jornalista Ali Kamel reúne as falas do presidente. É o verbo a espelhar o homem.
Das várias frases, uma é meu destaque neste início de final de semana:
Diploma de economia é algo que Lula gostaria de ter: Lamento profundamente não ter tido um diploma universitário, lamento. Não digo isso com orgulho, não, gostaria de ter. Até gostaria de ser economista, viu, Aloizio (Mercadante, senador pelo PT de São Paulo)? Veja que coisa. Até gostaria de ser economista, não fui.
Dito isso em junho de 2006.
Lula, ainda tens tempo de estudar Economia. Em 2010...
Tenha certeza que farás uma ótima escolha.

sábado, 8 de agosto de 2009

ECONOMIA E POLÍTICA EM COPA DO MUNDO - E NO BRASIL

Muitos colegas discordam que este blog seja contrário, desde o início da idéia, a realização no BRASIL da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Talvez eles, como a maioria da sociedade, tenham esquecido os Jogos Pan-Americanos realizado em 2007, na cidade do Rio de Janeiro...Orçado x Realizado...

Em 2007 o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, tinham um discurso afinado: não haveria dinheiro público na reforma ou na construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014. Mas a ficção sucumbiu à realidade. Em entrevista ao ESTADÃO, Ricardo Teixeira deixou claro que recursos públicos serão injetados em pelo menos oito dos 12 estádios que vão ser reformados ou construídos para o Mundial. Já a fala do Ministro "Não vai ter um centavo do orçamento do governo federal para construir ou reformar estádios de futebol para a Copa de 2014. O que existe é a hipótese de ser feito algum tipo de financiamento por empresas financeiras públicas para construção ou reforma, mas aí é operação bancária. É dinheiro que vai ser emprestado e voltará depois para os cofres públicos".

Para os meus quase dois (milhões) de fiéis e inteligentes leitores: afinal, de onde saíra esse dinheiro? Quem pagará essa conta de, até agora, orçados R$ 5 bilhões?

CAPITALISMO E SOCIALISMO - DIFERENÇA

NUNCA é demais repetir que o CAPITALISMO é um sistema econômico impelido pelo lucro e caracterizado pelo trabalho assalariado e pela propriedade privada dos meios de produção. É o CONTRÁRIO do SOCIALISMO, no qual os meios de produção e distribuição são de propriedade coletiva.
Nestes tempos de governos na América Latina com tendências populistas, essa DIFERENÇA deve ficar bem clara.

domingo, 19 de abril de 2009

POLÍTICA NEM SEMPRE SÉRIA

  • Esta eu li do economista TODD. G. BUCHHOLZ e, não sei ainda o motivo, mas lembrei de Brasília: "Ninguém está a salvo quando o Congresso está em sessão - incluindo os congressistas."
  • Alguma dúvida?

domingo, 12 de abril de 2009

FUKUYAMA - O LIBERALISMO É O CAMINHO

Que prazer ler na VEJA o famoso cientista político FRANCIS FUKUYAMA repetir o que também acredito: "O LIBERALISMO É O CAMINHO. NÃO HÁ NADA DE ERRADO COM O LIBERALISMO. A RECEITA LIBERAL, BASEADA NO LIVRE MERCADO E NA GLOBALIZAÇÃO, AINDA É A MELHOR ALTERNATIVA PARA O DESENVOLVIMENTO GLOBAL. MILHARES DE PESSOAS DEIXARAM A LINHA DE POBREZA NOS ÚLTIMOS ANOS JUSTAMENTE POR CAUSA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO ROBUSTO NO MUNDO. A CRISE ATUAL NÃO FOI CAUSADA POR UM DESVIO DO LIBERALISMO, MAS POR OPÇÕES POLÍTICAS EQUIVOCADAS. POR DÉCADAS, SEGUIMOS UM MODELO QUE PROPUNHA A MÁXIMA DESREGAMENTAÇÃO DOS MECANISMOS FINANCEIROS E A CRENÇA DE QUE OS MERCADOS IRIAM SE AJUSTAR A QUALQUER SITUAÇÃO. ATÉ O ALAN GREENSPAN RECONHECE QUE FOI UM ERRRO ACREDITAR NISSO." E alerta: "PROGRAMAS SOCIAIS DE REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA QUE RETIRAM DIREITOS DA ELITA E OS REPASSAM AOS EXCLUÍDOS É UMA TENDÊNCIA PERIGOSA." Alguém recorda de alguma bolsa?... Novamente pergunto aos meus quase dois leitores: Qual a real alternativa ao capitalismo e ao livre mercado?

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...