No ESTADÃO deste domingo de inverno brasileiro, o economista
Barry Eichengreen, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, avalia questões relevantes da nossa economia e confirma a velha máxima que o Brasil é o eterno país do futuro. Até quando?
O
Brasil tem um problema de mercados excessivamente regulados, empresas estatais
ineficientes e competição inadequada entre diferentes setores. Abrir a economia
ao comércio internacional e a cadeias globais de produção é um dos caminhos
para enfrentar esses problemas. O melhor seria que as autoridades brasileiras
lidassem com essas questões de maneira direta, por meio de reformas estruturais
em casa. Depender do comércio para obter esses resultados pode ser menos
eficiente agora do que no passado, se de fato o crescimento do comércio global
estiver diminuindo.
A nova
equipe econômica propôs a adoção de limites ao crescimento dos gastos públicos.
Esse é um caminho adequado? Quão dolorosa será a saída da crise?
Será
dolorosa, mas o Brasil não tem escolha. O que complica a situação é o fato de a
inflação continuar razoavelmente alta. Em tese, o Banco Central poderia
compensar ao menos em parte o corte em gastos público com o corte na taxa de
juros, mas não há espaço para isso no caso brasileiro. Isso significa que é
difícil ser otimista em relação ao Brasil no curto prazo. No longo prazo, tudo
depende de reformas estruturais. O novo governo tem uma boa retórica, mas ainda
temos de ver se será capaz de implementá-la. A fragmentação do sistema político
brasileiro torna difícil ser otimista. Mas o Brasil sempre foi o país do
futuro. E continua a ser.
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