terça-feira, 28 de junho de 2016

BACEN: revista queda no PIB 2016 de 3,5% para 3,3%.

A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, incorporando os resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o primeiro trimestre do ano e estatísticas disponíveis para o segundo trimestre, foi revisada de -3,5%, no Relatório anterior, para -3,3%. O PIB recuou 3,8% em 2015
Estima-se recuo de 1,1% para a produção agropecuária, ante expansão de 0,2% em março, reversão decorrente de revisões para baixo nas projeções do IBGE para as safras de soja, cana-de-açúcar e milho, que deverão diminuir 0,4%, 2,6% e 14,1%, respectivamente, no ano. 
A projeção para a retração da indústria diminuiu de 5,8%, em março, para 4,6%. A melhora reflete o desempenho acima do esperado para o setor no primeiro trimestre e a evolução de indicadores coincidentes no segundo trimestre. Destaque para as revisões nas projeções para os segmentos indústria de transformação (de -8,0% para -6,1%) e distribuição de eletricidade, gás e água (de 1,0% para 4,1%). A estimativa para o recuo na indústria extrativa aumentou de 4,7% para 4,8%, enquanto a taxa esperada para o setor de construção civil passou de -5,0% para -5,5%, alteração consistente com o aprofundamento da distensão no mercado de trabalho, com a piora das condições no mercado de crédito e com o patamar reduzido da confiança dos agentes econômicos. 
A estimativa para o recuo no setor terciário em 2016 manteve-se em 2,4%, com recuos mais pronunciados para as atividades comércio (6,5%), transportes, armazenagem e correio (5,0%) e outros serviços (2,3%). Apenas o segmento atividades imobiliárias e de aluguel não deverá apresentar desempenho negativo no ano, mas estabilidade. 
No âmbito dos componentes domésticos da demanda agregada, projeta-se recuo de 4,0% para o consumo das famílias (-3,3% em março), piora consistente com o desempenho do componente no primeiro trimestre e com o processo de distensão em curso no mercado de trabalho. O consumo do governo deve recuar 0,8% (-0,7% em março) e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), 11,6% (-13,0% em março), terceira retração anual consecutiva, impactada pelos desempenhos negativos projetados para a construção civil e para a absorção de bens de capital. 
As exportações e as importações de bens e serviços devem variar 7,5% e -14,0%, ante 6,0% e -15,0%, respectivamente, no Relatório de março, alteração em linha com os resultados do primeiro trimestre e com indicadores coincidentes referentes ao segundo trimestre. A evolução projetada para as exportações, em ambiente de retomada moderada da atividade econômica global, reflete o desempenho positivo das categorias de produtos básicos e de industrializados, este influenciado pelos ganhos de competitividade decorrentes da depreciação do real. O desempenho das importações é consistente com o ambiente de retração da atividade interna. Nesse cenário, as contribuições da demanda interna e do setor externo para a evolução do PIB em 2016 estão estimadas em -6,3 p.p. e 3 p.p., respectivamente (-6,4 p.p. e 2,9 p.p., na ordem, no relatório de março).

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