O desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média dos alunos em
países da OCDE em ciências (401 pontos, comparados à média de 493 pontos), em
leitura (407 pontos, comparados à média de 493 points) e em matemática (377
pontos, comparados à média de 490 pontos). • A média do Brasil na área de
ciências se manteve estável desde 2006, o último ciclo do PISA com foco em
ciências (uma elevação aproximada de 10 pontos nas notas - que passaram de 390
pontos em 2006 para 401 pontos em 2015 – não representa uma mudança
estatisticamente significativa). Estes resultados são semelhantes à evolução
histórica observada entre os países da OCDE: um leve declínio na média de 498
pontos em 2006 para 493 pontos em 2015 também não representa uma mudança
estatisticamente significativa. • A média do Brasil na área de leitura também
se manteve estável desde o ano 2000. Embora tenha havido uma elevação na
pontuação de 396 pontos em 2000 para 407 pontos em 2015, esta diferença não
representa uma mudança estatisticamente significativa. Na área de matemática, houve
um aumento significativo de 21 pontos na média dos alunos entre 2003 a 2015. Ao
mesmo tempo, houve um declínio de 11 pontos se compararmos a média de 2012 à
média de 2015. • O PIB per capita do Brasil (USD 15 893) corresponde a menos da
metade da média do PIB per capita nos países da OCDE (USD 39 333). O gasto
acumulado por aluno entre 6 e 15 anos de idade no Brasil (USD 38 190) equivale
a 42% da média do gasto por aluno em países da OCDE (USD 90 294). Esta
proporção correspondia a 32% em 2012. Aumentos no investimento em educação
precisam agora ser convertidos em melhores resultados na aprendizagem dos
alunos. Outros países, como a Colômbia, o México e o Uruguai obtiveram
resultados melhores em 2015 em comparação ao Brasil muito embora tenham um
custo médio por aluno inferior. O Chile, com um gasto por aluno semelhante ao
do Brasil (USD 40 607), também obteve uma pontuação melhor (477 pontos) em
ciências. • No Brasil, 71% dos jovens na faixa de 15 anos de idade estão
matriculados na escola a partir da 7a. série, o que corresponde a um acréscimo
de 15 pontos percentuais em relação a 2003, uma ampliação notável de
escolarização. O fato de o Brasil ter expandido o acesso escolar a novas
parcelas da população de jovens sem declínios no desempenho médio dos alunos é
um desenvolvimento bastante positivo. Entre os países da OCDE, o desempenho em ciências de
um aluno de nível sócio-econômico mais elevado é, em média, 38 pontos superior
ao de um aluno com um nível sócioeconômico menor. No Brasil, esta diferença
corresponde a 27 pontos, o que equivale a aproximadamente ao aprendizado de um
ano letivo. • No Brasil, menos de 1% dos jovens do sexo masculino estão entre
os alunos com rendimento mais elevado no PISA em ciências (aqueles com
pontuação no nível de proficiência 5 ou superior). Entre os países da OCDE,
esta proporção corresponde a 8.9% dos jovens do sexo masculino. Apenas 0.5% do
grupo feminino no Brasil alcançou este mesmo nível de desempenho. Entre os
países da OCDE, 6.5% das meninas se destacaram neste nível elevado de
proficiência. No Brasil, entre alunos de baixo rendimento em ciências (aqueles
com pontuação inferior ao nível básico de proficiência, o nível 2), uma
proporção maior entre o grupo feminino espera seguir uma carreira na área de
ciências. • Menos de 10% dos alunos que participaram do PISA 2015 no Brasil são
imigrantes (primeira ou segunda geração). Numa comparação entre alunos de mesmo
nível sócioeconômico, a média dos alunos imigrantes em ciências é 66 pontos
inferior à média de alunos não-imigrantes. • O Brasil tem uma alto percentual
de alunos em camadas desfavorecidas: 43% dos alunos se situam entre os 20% mais
desfavorecidos na escala internacional de níveis sócioeconômicos do PISA, uma
parcela muito superior à media de 12% de alunos nesta faixa entre os países da
OCDE. Esta proporção, no entanto, é semelhante àquela observada na Colômbia.
Apenas dois outros países latino-americanos possuem uma proporção ainda maior
de alunos neste nível sócio-econômico, o México e o Peru. • Uma parcela muito
reduzida de pais de alunos alcançaram o nível superior de ensino no Brasil.
Menos de 15% dos adultos na faixa etária de 35 a 44 anos de idade possuem um
diploma universitário, uma taxa bem menor que a média de 37% observada entre os
países da OCDE. Entre os países que participaram do PISA 2015, o Brasil está
entre os dois países com a menor proporção de adultos com nível superior,
ficando atrás apenas da Indonésia onde menos de 9% dos adultos nesta faixa
etária alcançaram este nível de escolaridade. A faixa etária entre 35 e 44 anos
corresponde aproximadamente à idade dos pais de alunos que participaram do PISA
2015. • No Brasil, 36% dos jovens de 15 anos afirmam ter repetido uma série escolar
ao menos uma vez, uma proporção semelhante à do Uruguai. Entre os países
latino-americanos que participaram do PISA 2015, apenas a Colômbia possui uma
taxa de repetência escolar (43%) superior à do Brasil. Esta prática é mais
comum entre países com um baixo desempenho no PISA e está associada a níveis
mais elevados de desigualdade social na escola. No Brasil, altos índices de
repetência escolar estão ligados a níveis elevados de abandono da escola. Entre
2009 e 2015, houve um declínio de 6% na taxa de repetência escolar no Brasil,
observado principalmente entre os alunos do ensino médio.
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terça-feira, 6 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Ministro Celso de Mello no STF: "A corrupção é o cupim da República".
“A política é a conquista do poder a serviço do bem comum. Logo, fica
excluída a gula do poder para gôzo próprio, ou de sua família ou classe. Se ao
político, no interêsse comum, é defeso o emprego de meios imorais (...), que
nome terá quem, sob a capa da política, esconde apenas o apetite depravado de
usufruir as vantagens do poder, monopolizando-o, degradando-o a instrumento de
opressão e abastardamento de seu país? Êsse é apenas o delinqüente da
política. Será tratado como tal se malograr-se o crime. (...).” (grifei)
O
saudoso Deputado ULYSSES GUIMARÃES, por sua vez, na sessão solene de
promulgação da vigente Constituição, ao encerrar os trabalhos da Assembleia
Nacional Constituinte que tão bem soube conduzir, repudiou, com extremo vigor,
qualquer prática comprometedora da integridade ética dos agentes públicos e
ultrajante da correção e lisura dos costumes políticos, administrativos e
empresariais que devem prevalecer em nosso País: “A vida pública brasileira
será também fiscalizada pelos cidadãos. Do presidente da República ao prefeito,
do senador ao vereador. A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da
República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos,
que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na
cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.” (grifei)
É por
essa e por outras razões, Senhora Presidente, que se impõe repudiar e reprimir
– sempre, porém, sob a égide dos princípios que informam o Estado Democrático
de Direito e que consagram o regime dos direitos e garantias individuais – todo
e qualquer ato de corrupção, pois não constitui demasia insistir no fato de
que a corrupção traduz um gesto de perversão da ética do poder e de erosão da
integridade da ordem jurídica, cabendo ressaltar que o dever de probidade e de
comportamento honesto e transparente configura obrigação cuja observância
impõe-se a todos os cidadãos desta República que não tolera o poder que
corrompe nem admite o poder que se deixa corromper."
terça-feira, 6 de setembro de 2016
quinta-feira, 3 de março de 2016
Brasil PIB 2015: queda de 3,8%, a maior desde 1996 segundo o IBGE.
Como já esperado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou hoje o PIB brasileiro em 2015.
Em 2015, o PIB caiu 3,8% em relação a 2014, a maior queda da série histórica iniciada
em 1996. A queda do PIB resultou do recuo de 3,3% do valor adicionado a preços
básicos e da contração de 7,3% nos impostos sobre produtos. Nessa comparação, a
Agropecuária (1,8%) apresentou expansão, e a Indústria (-6,2%) e os Serviços
(-2,7%) caíram. Em 2015, o PIB totalizou R$ 5,9 trilhões (valores correntes). O PIB per capita ficou em R$
28.876 em 2015, com queda de 4,6%, em volume, em relação ao ano
anterior.
Fonte: IBGE
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Brasil: IDH 2014 0,755 - 75º do mundo!
Sem surpresa o resultado do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH
do Brasil divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas - ONU o IDH
brasileiro passou de 0,752 em 2013 para 0,755 no ano passado. Dentre os 188 países
avaliados, o Brasil ocupa a 75ª posição.
O Brasil ainda está muito distante de ser um país onde a sociedade
tenha renda, saúde e educação de primeiro mundo.
E que venha 2017!
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
“Pela democracia, contra a corrupção”
Lendo Lira Neto na ótima biografia de Getúlio Vargas, um trecho
cita que “a cada dia pipocavam escândalos, uns maiores, outros menores, nos
mais diversos setores da administração pública – fato que levou Carlos Lacerda
a cunhar a expressão ‘“mar de lama””.
Isso ocorreu em meados de 1952 e 1953, com a economia em pífio
desempenho.
Estamos em 2015 e parece que voltamos à “Além do Tempo”?!
Que Brasil!?!?!?
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Governo: quando até o Simples é complicado.
Parecia até Simples, mas até nisso o governo consegue ser
complicado. O Brasil precisa urgentemente de lideranças capazes de fazer a “máquina”
funcionar no que ela tem de básico. É impossível continuar neste estado de entorpecimento
onde resta evidente que o único esforço do governo é tentar ser governo até o
final do mandato. Isso é muito pouco e os brasileiros precisam de muito mais.
Sinfrônio, hoje, no cearense Diário do Nordeste, foi direto ao ponto.
quarta-feira, 19 de agosto de 2015
O Brasil no The New York Times: Brazil’s Rising Turbulence.
Brazil is in tatters. The
economy is in a deepening recession: Last Tuesday, Moody’s downgraded Brazil’s
credit rating to just about junk. A massive corruption scandal involving the
national oil company Petrobras has ensnared scores of politicians and businessmen.
The legislature is in revolt. President Dilma Rousseff’s popularity rating,
less than a year after her re-election, is down to one digit, and nationwide
protests on Sunday reverberated with calls for her impeachment.
In all this turbulence, it is
easy to miss the good news: the fortitude of Brazil’s democratic institutions.
In pursuing bribery at Petrobras, federal prosecutors from a special
anticorruption unit of the Public Ministry have not been deterred by rank or
power, dealing a blow to the entrenched culture of immunity among government
and business elites. Former Petrobras executives have been arrested; the
wealthy chief executive of the construction giant Odebrecht, Marcelo Odebrecht,
is under arrest; the admiral who oversaw Brazil’s secret nuclear program has
been arrested, and many others face scrutiny, including Ms. Rousseff’s
predecessor and mentor, Luiz Inácio Lula da Silva.
Though the investigations
have created huge political problems for Ms. Rousseff and have raised questions
about her seven-year tenure as the chairwoman of Petrobras, before she became
president, she has admirably made no effort to constrain or influence the
investigations. On the contrary, she has consistently emphasized that no one is
above the law, and has supported a new term for the prosecutor general in
charge of the Petrobras probe, Rodrigo Janot.
So far, the investigations
have found no evidence of illegal actions on her part. And while she is no
doubt responsible for policies and much of the mismanagement that have laid
Brazil’s economy low, these are not impeachable offenses. Forcing Ms. Rousseff
out of office without any concrete evidence of wrongdoing would do serious
damage to a democracy that has been gaining strength for 30 years without any
balancing benefit. And there is nothing to suggest that any leaders in the
wings would do a better job with the economy.
There is no question that
Brazilians are facing tough and frustrating times, and things are likely to get
worse before they get better. Ms. Rousseff is also in for a lot more trouble
and criticism. But the solution must not be to undermine the democratic
institutions that are ultimately the guarantors of stability, credibility and
honest government.
domingo, 18 de janeiro de 2015
Delfim Netto: O perigo.
Recentemente li na FOLHA um novo artigo do mestre Delfim Netto.
Depois de um extraordinário e justificado entusiasmo nacional por
termos reencontrado o caminho da construção de uma sociedade
"civilizada": 1) com o "milagre" da Constituição de 1988;
2) com o movimento de reequilíbrio geral iniciado, mas nunca terminado, pelo
Plano Real de 1994/95 e, afinal 3) com a aceleração da inclusão social a partir
de 2003 apoiada por um fantástico e passageiro donativo externo, terminamos
2010 com brilhante superação da maior crise econômica e social que o mundo
conheceu depois da Segunda Guerra Mundial.
Com essa história, Dilma Rousseff elegeu-se com relativa
facilidade. Os estresses internos estavam escondidos pela velocidade do
crescimento e a condição externa estava mudando, o que exigiu um forte ajuste
em 2011. O seu primeiro mandato foi testemunha do primeiro grito de desconforto
da sociedade brasileira nos últimos 30 anos, e a sua reeleição marcada por um
embate político de rara agressividade.
Nossa situação econômica é certamente delicada, mas claramente
superável. O fenômeno mais grave que estamos vivendo, entretanto, é a
generalização da recusa à política que está se apropriando de boa parte da
juventude brasileira.
Sem perceber, ela tem sido vítima da mais incompetente história
"engajada" ensinada há décadas nas escolas de todo nível (da base às
universidades), sob os auspícios do MEC e de sindicatos de funcionários
públicos que se acreditam "professores".
Com raras exceções, não aprenderam nada, nem da história pátria,
nem da universal. Continuam comparando o socialismo "ideal" com o
capitalismo "real", esquecendo o socialismo "real".
Continuam ensinando que a "verdadeira" democracia é o sistema em que
a "maioria" decide que a "minoria" não tem outro direito
que não o de obedecer-lhes. É a matriz do pensamento autoritário que infecciona
a sociedade e que sempre terminará numa "verdadeira" democracia de
direita que dura 20 anos, ou numa "verdadeira" democracia de
esquerda, em geral mais competente, que costuma durar pelo menos 70...
Quando a maioria da sociedade empodera pelo sufrágio universal um
governo para atender a todas as suas vontades, o mais provável é que (inclusive
a minoria que se negou a fazê-lo) vai entregar-lhe tudo, a começar por sua
liberdade. Disso já sabiam os "founding fathers" da nação americana
que construíram, na sua Constituição os mais altos obstáculos ao autoritarismo,
sob o controle de um Supremo Tribunal, cuja função básica é garantir os
inalienáveis direitos das minorias.
Os fatos dão razão à História: quem a ignora --que é o caso das
nossas "direita" boçalizada e "esquerda" imbecilizada--
está mesmo destinado a repeti-la.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
sábado, 18 de outubro de 2014
As diferenças nas ideias econômicas de Aécio e Dilma.
Texto na revista ÉPOCA desta semana, relaciona as as diferenças nas ideias econômicas de Aécio Neves e Dilma Rousseff e isso é muito importante neste momento de eleições.
Para os meus ainda fiéis leitores e eleitores, uma boa reflexão ainda nesta semana, antes do dia 26.
Os candidatos Aécio Neves, do PSDB, e Dilma Rousseff, do PT,
rolaram na lama nos últimos dias, atracados numa violenta briga eleitoral.
Acusações e denúncias têm seu papel no debate. Parte dos eleitores decide o
voto na suposição de que um candidato seja mais honesto que outro. Mas a parte
dos eleitores que prefere escolher ideias se sente abandonada, ao tentar
encontrar algum diamante no meio do lamaçal. Por isso, vale a pena avaliar com
carinho as ideias em confronto. Os dois candidatos e seus partidos representam
hoje visões bem distintas sobre como funciona a economia e como um governo pode
contribuir com a prosperidade dos cidadãos. Para esclarecê-las, convidamos
economistas ligados às duas campanhas a explicar suas ideias.
Tanto o ideário econômico de Aécio como o de Dilma resultam da
interação de diferentes correntes de pensamento. No caso de Aécio, a mais
evidente no momento é o princípio do liberalismo econômico. Na tradição
brasileira, liberais defendem que o Estado seja comedido. Cabe ao governo
cumprir funções fundamentais, como prover segurança, educação, ou garantir a
estabilidade econômica – controlar a inflação, dar bom rumo às contas públicas
e revelar com transparência como cumpre essas tarefas. “O PSDB de hoje acredita
que cabe ao mercado usar os recursos da melhor forma possível e ao Estado criar
regras apenas para corrigir as falhas de mercado”, diz o economista Fernando
Holanda Barbosa Filho, professor do Ibre-FGV.
Liberal em economia, no Brasil, é o governo que dá o máximo de
liberdade possível aos agentes, como os profissionais e as empresas. Por esse
credo, se o cenário econômico for estável e as regras claras, as empresas farão
planos, investirão e criarão empregos. O grande nome dessa corrente no Brasil é
o economista Eugênio Gudin (1886-1986). Mas não há sentido em chamar Aécio e o PSDB de
economicamente liberais, muito menos xingá-los de “neoliberais”. O liberalismo
é um princípio, não um programa de governo. Pode-se usá-lo com diferentes
intensidades. No Brasil, uma boa dose seria bem-vinda, pois nossa economia
ainda é fechada ao mundo, tem presença exagerada do Estado em comparação com
países desenvolvidos e barra com burocracia o caminho dos empreendimentos.
Resolver esses entraves exige uma aplicação bem calibrada de liberalismo.
A influência dos economistas liberais no PSDB começou no governo
Itamar Franco, em 1993. O então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso,
incumbido de enfrentar a hiperinflação, reuniu um grupo deles. A reunião
resultou no Plano Real e no fim da hiperinflação. Esses economistas mantiveram
sua influência no governo Fernando Henrique, a partir de 1994. Eles
apresentaram ao país conceitos importantes de gestão pública, como
responsabilidade fiscal, metas de inflação e agências reguladoras com
autonomia, de que nos beneficiamos até hoje. O pensamento econômico liberal
deverá se manter em alta no partido, caso Aécio seja eleito, porque se opõe
frontalmente à estratégia econômica do governo Dilma. “Há duas visões do que é
incentivo a quem produz e cria empregos. Para o PT, é dar dinheiro, subsídio,
financiamento. Para o PSDB, é criar regras atraentes, inspirar credibilidade,
confiança”, diz a economista Monica de Bolle, doutora em economia pela London
School of Economics. Pesquisadora visitante no Wilson Center, nos Estados
Unidos, ela hoje prepara um livro crítico sobre o governo Dilma Rousseff.
O liberalismo dos economistas que apoiam Aécio é temperado com a
social-democracia. Trata-se de uma ideia nascida na Europa, na segunda metade
do século XIX. Originalmente, defendia uma transição pacífica do capitalismo
para o socialismo. Ao longo do século XX, evoluiu. Deixou para trás conceitos
empoeirados, como o conflito de classes e a vilipendiação do empresário. Na
concepção moderna, busca justiça social sem abrir mão da economia de livre
mercado. Esse conceito fundamental norteou a criação do PSDB, em 1988.
Dilma também se alimentou de duas fontes principais para formar seu
credo econômico. Ela é uma desenvolvimentista. Essa corrente de pensamento
surgiu em países subdesenvolvidos, em reação à Grande Depressão, iniciada em
1929. A crise varreu o mundo – no Brasil, sumiram os empregos na lavoura
cafeeira, principal atividade do país naquela época. Nesse cenário, surgiram
economistas dispostos a não dar chance ao acaso e garantir o desenvolvimento
por meio de planejamento estatal. No Brasil, o principal nome dessa escola
econômica foi Celso Furtado (1920-2004). Dilma, como boa desenvolvimentista,
acredita que cabe ao governo mais que regular e garantir estabilidade. Por essa
visão de mundo, cabe ao Estado fazer o que for necessário para promover o
crescimento – investir, contratar, emprestar ou produzir ele mesmo. A “nova
matriz econômica” defendida pelo governo Dilma nos últimos anos consistiu em
tolerar mais inflação, oferecer mais crédito e estimular o consumo. Essa
receita deveria incentivar as empresas a investir mais, para atender os
consumidores. Esse resultado, até o momento, não apareceu. O governo passou
também a agir de maneira pontual, com subsídios e intervenções em setores que
considerou estratégicos e com apoio a grandes empresas que considerou ter
chances de se tornar multinacionais com poder de fogo global. Esse curso de
ação manteve empacados o investimento e a produtividade. Seu efeito positivo
foi disseminar o surgimento de empregos, mesmo que de baixa remuneração e
qualificação. A combinação de baixo desemprego, aumento real do salário mínimo,
expansão do Bolsa Família e da oferta de crédito teve efeito poderoso no
bem-estar dos brasileiros durante a maior parte dos 12 anos de governo petista.
“O PT dá mais ênfase às políticas sociais. Por essa visão, o Estado é
importante para contribuir com a redução das desigualdades sociais, porque o
mercado é incapaz de propiciar isso à população excluída do sistema. Estamos
num país com desigualdades muito gritantes”, afirma o economista Fabrício de
Oliveira, ex-professor da Unicamp e da UFMG. Oliveira foi um dos economistas a
assinar o manifesto “O Brasil não quer voltar atrás”, de apoio a Dilma,
publicado na terça, dia 14.
A outra fonte em que bebe o pensamento econômico de Dilma é o
trabalhismo. Ela iniciou carreira no PDT, representante de uma esquerda
moderada e pragmática, orientada para a conquista de resultados para os
assalariados. O PT nasceu em 1980, num momento em que o ideário socialista
ainda cativava, mundo afora, os idealistas ingênuos, os desiludidos com a
democracia e os desinformados de economia – ainda que já se comprometesse mais
com resultados práticos do que com princípios ideológicos. Mesmo assim, o PT
era um partido sectário, que tendia a dividir o mundo em explorados e
exploradores. Essa visão de mundo evoluiu gradualmente, à medida que ganharam
força, no exterior, movimentos trabalhistas mais dispostos a negociar e a
buscar resultados práticos. Formou-se nesse caldeirão o maior líder do PT, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma ingressou no PT em 2001 e
mostrou-se mais apegada a ideologias que Lula. No momento, é difícil ver isso
como uma vantagem.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Aécio Neves - manifesto de apoio.
Apoiamos Aécio Neves porque a sociedade brasileira quer mudanças.
Porque é preciso dar um basta à conivência com a corrupção e aos retrocessos
que marcaram a ação do governo nos últimos anos: a confusão entre partido e
Estado e a cooptação de organizações da sociedade civil.
Porque a democracia requer valores republicanos e exige o respeito
às diferenças políticas, culturais e individuais. Apoiamos Aécio Neves porque a
estabilidade e o crescimento econômicos são condições indispensáveis para que a
redução das desigualdades seja efetiva, e a retomada do desenvolvimento seja
sustentável.
Porque queremos que as pessoas realmente se emancipem da
ineficiência e das distorções dos serviços públicos, da pobreza que amesquinha
seus horizontes e da falta de acesso a direitos fundamentais em áreas
prioritárias como educação, saúde e segurança pública.
*
A LISTA DE NOMES*
Abílio A. Baeta Neves - Professor titular da UFRGS
Adilson Simonis - Professor titular da USP
Adriano Pires - Economista
Alberto Aggio -Professor titular da Unesp
Alessandro Ventura - Arquiteto
Alexandre Salles - Economista
Alexandre Schwartsman - Economista
Álvaro de Souza - Empresário
Amarildo Virgulino - Economista
Amilcar Baiardi - Professor titular da UFBA
Ana Paula Vescovi - Economista
André Medici - Economista
Antonio Cícero - Poeta
Antonio Marcio Buainain - Professor do IE/Unicamp
Antonio Octavio Cintra - Cientista político
Aron Belinky - Administrador
Barby de Bittencourt Martins - Socióloga
Beatriz Bracher - Escritora
Beatriz Cardoso - Educadora
Bolívar Lamounier - Cientista politico
Bolívar Moura Rocha - Advogado
Boris Fausto - Historiador
Breno Raigorodsky - Publicitário
Carlos Ari Sundfeld -Advogado
Carlos de Almeida Vieira - Médico
Carlos Dranger - Arquiteto
Carlos Eduardo Lessa Brandão - Engenheiro
Carlos Henrique de Brito Cruz - Prof. titular da Unicamp
Carlos Pereira - Cientista político
Carolina Learth - Engenheira
Celia Fix Korbivcher - Psicanalista
Cesar Borges de Souza - Empresário
Claudia Romano - Economista
Cleonice Ferreira da Cunha - Arquiteta
Clóvis Cavalcanti - Economista
Clóvis Panzarin - Economista
Dalberto Adulis - Administrador
Decio Zylbersytajn -Professor titular da USP
Dora Fix Ventura - Biopsicóloga
Dora Kaufman - Economista
Edmar Bacha - Economista
Edson Teófilo - Economista
Eduardo Felipe Matias - Advogado
Eduardo Giannetti - Economista
Eduardo Portella - Escritor
Eduardo Viola - Professor titular da UnB
Elizabeth Castanheira P. Costa - Consultora
Eneida Orenstein Ende - Auditora Fiscal
Estela Neves - Arquiteta
Eunice Ribeiro Durhan -Professor titular da USP
Evandro Carlos Ames - Economista
Everardo Maciel -Tributarista
Fábio Akira Nakayama Ohia -Engenheiro
Felipe Massao Kuzuhara -Economista
Fernando Furriela - Advogado
Fernando Schuler - Advogado
Flávio Dias Barbosa - Engenheiro
Francisco Correa Weffort - Sociólogo
Francisco Vidal Luna - Economista
Frederica Kriek Cavalcanti - Professora da UFPE
Gabriel Maciel Fontes - Advogado
Geraldo Biasoto - Professor do IE/Unicamp
Guilherme Aranha Coelho - Advogado
Guilherme Dias - Economista
Guilherme Doin - Advogado
Guilherme Lima - Economista
Gustavo Franco - Economista
Hamilton Dias de Souza - Advogado
Hans Michael van Bellen - Prof. Associado da UFSC
Helena Sampaio - Antropóloga
Helena Severo - Produtora cultural
Helio Mattar - Empreededor social
Heloisa Helena Jardim Almeida - Comerciante
Henrique Wittler - Engenheiro
Isaías Coelho - Economista
Itiberê Muarrek -Economista
Ivonne Maggie - Antropóloga
Joana Setzer - Advogada
Joaquim Francisco de Carvalho - Engenheiro
José Álvaro Moisés - Professor titular da USP
José Arthur Giannotti - Professor titular da USP
José Eli da Veiga - Professor titular da USP
José Roberto Afonso - Economista
José Roberto Mendonça de Barros - Economista
Jurandir Craveiro - Publicitário
Leandro Piquet - Professor titular da USP
Lia Zatz - Escritora
Lino de Macedo - Educador
Livia Barbosa - Antropóloga
Lourdes Sola - Professora titular da USP
Luciano Ramos - Cientista social
Lucio Gomes Machado - Arquiteto
Luis Fernando Laranja da Fonseca - Médico Veterinário
Luis Fernando M. Coutinho - Empreendedor
Luis Otávio Furquim - Advogado
Luiz Carlos Pereira da Silva - Locutor TV
Luiz Felipe Lampréia - Diplomata
Luiz Sergio Henriques - Tradutor
Maína Celidonio - Economista
Marcilio Marques Moreira -Advogado
Marco Polo Buonora - Geólogo
Marcos Cavalcanti - Professor COPPE/UFRJ
Marcos Egydio - Engenheiro agrônomo
Marcos Jank - Economista
Marcos José Mendes - Consultor Legislativo Senado
Marcos Nóbrega - Professor Adjunto da UFPE
Marcus Melo - Cientista político
Margarida do Amaral Lopes - Mediadora
Maria Alice Rufino - Psicóloga
Maria Angela D´Incao - Socióloga
Maria Eduarda Marques - Historiadora
Maria Helena Guimarães Castro - Educadora
Maria Inês Fini - Educadora
Maria Nelma Gaburro - Funcionária Pública
Mariana Castanheira P. Costa - Jornalista
Marília de Almeida Maciel Cabral - Advogada
Mário Brockman Machado - Cientista político
Mario Roitman - Empresário
Maristela Bernardo - Jornalista
Mariza Abreu - Educadora
Marta Dora Grostein - Professora titular da USP
Monica Baumgarten de Bolle - Economista
Monika Naumann - Engenheira Florestal
Patrícia Castanheira P. Costa - Jornalista
Paulo Cabral de Araújo Neto - Arquiteto
Paulo César Brito - Ator
Paulo Francini - Engenheiro
Paulo Gonzaga Mibielli de Carvalho - Economista
Pedro Malan - Economista
Peter Knight - Economista
Philippe Reischtul - Economista
Rachel Biderman - Advogada
Raimundo Santos - Professor da UFRRJ
Raul Velloso - Economista
René Scharer - Empreendedor Social
Ricardo Guimarães - Empresário
Roberto Macedo - Economista
Roberto Muylaert - Jornalista
Ronaldo Porto Macedo Jr - Advogado
Rosiris Innocenzi - Socióloga
Rubens Barbosa - Diplomata
Rubens Gomes - Músico
Ruth Goldemberg - Empreendedora cívica
Ruth Viotti Saldanha - Professora
Ruy Korbivcher - Empresário
Sandra Sinicco - Jornalista
Sergio Besserman Vianna - Professor da PUC-Rio
Sergio Fausto - Cientista político
Sergio Guimarães Ferreira - Economista
Sergio Mindlin - Empreendedor Social
Sergio Monteiro Salles - Prof. titular da Unicamp
Shigueo Watanabe - Físico
Silvana Cappanari - Psicóloga
Simon Schwartzman - Sociólogo
Sonia Draibe - Prof. titular da Unicamp
Sonia K. Guimarães - Professora titular da UFRGS
Tatiana Pezutto - Geógrafa
Tércio Sampaio Ferraz - Jurista
Thaia Perez - Atriz
Thiago Villas Bôas Zanon - Engenheiro
Vera Cabral Costa -Economista
Walter Colli - Professor titular da USP
Walter de Mattos Jr. - Jornalista
Wellington Almeida - Professor da UnB
Yan Dozol Carreirão - Cientista político
Zander Soares de Navarro - Professor da UFRGS
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A importância de debater o PIB nas eleições 2022.
Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...
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É lamentável que tenhamos poucas vozes na oposição com a lucidez do FHC . De sua excelente entrevista na CONJUNTURA ECONÔMICA deste mês, de...
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O 1º Fórum Insper de Políticas Públicas , que acontecerá no campus da instituição no dia 05.09, irá reunir pesquisadores renomados da Améri...
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