domingo, 17 de janeiro de 2010

SUGESTÃO DE LEITURA

Este post merece ser lido por quem deseja aprofundar seu conhecimento na área de ECONOMIA, através da forte recomendação do colega ANTONIO DELFIM NETTO, diretamente da FOLHA DE S. PAULO.

A Segesta Editora (www.segestaeditora.com.br), de Curitiba, acaba de publicar o nono volume de sua imperdível coleção "Raízes do Pensamento Econômico". Trata-se de empreitada do maior alcance para a ampliação da nossa cultura econômica. As traduções são esmeradas, e a escolha dos textos, cuidadosa.
O nono volume da coleção é a obra clássica de Jean-Charles Léonard Simonde de Sismondi, "Novos Princípios de Economia Política", cuja primeira edição é de 1819. A segunda é de 1827.
Não poderia haver melhor oportunidade para servir Sismondi aos nossos jovens economistas do que o momento atual, quando o fracasso da administração econômica dos países transformou o Estado que prejudicava os "mercados" em seu "salvador de última instância"!
Para Sismondi, o Estado não é um corpo estranho na atividade econômica, mas parte integrante e decisiva para a sua boa realização. O papel do Estado no desenvolvimento econômico que olha para os menos favorecidos pela sorte é o fio condutor do seu pensamento.
Para ter uma ideia da importância de Sismondi, bastam duas indicações: 1ª) O mais distinto dos marxólogos, Maximilien Rubel, afirmou que, para Marx, Sismondi foi tão importante quanto Hegel; 2ª) a grande Joan Robinson disse que, na "Teoria Geral", Keynes deveria ter dado crédito a Sismondi, e não a Malthus, porque aquele é o seu verdadeiro precursor.
Aos 30 anos, Sismondi publicou o livro "De La Richesse Commerciale, ou Principes d'Economie Politique", uma habilíssima exposição das doutrinas de Adam Smith.
O livro consagrou-o como economista, a ponto de ser convidado para a cátedra de economia política da Universidade de Wilna.
Sismondi era um observador pragmático. Na sua visita à Inglaterra em 1819, ele testemunhou um quadro pavoroso. Uma crise financeira e industrial se abatia sobre o país, derrubando os salários abaixo do nível de subsistência, o que não encontrava explicação em Adam Smith. Isso levou Sismondi à reflexão que constitui os "Novos Princípios de Economia Política", que a Segesta põe agora à disposição de nossos economistas em excelente edição.
Sismondi recusou a Lei de Say, de que a "oferta cria sua própria procura"; desenvolveu uma noção clara do circuito econômico; antecipou o problema da demanda efetiva; introduziu um modelo dinâmico com variáveis datadas etc.
Ele anteviu o Estado do bem-estar e as modernas preocupações com a justiça social. No fim, o "socialista pequeno-burguês" (como a ele se referia Marx) foi mais conforme com o futuro do que o "socialismo científico". Que ninguém perca esse banquete!

"A HIPERVALORIZAÇÃO DO REAL"

Direto da FOLHA DE S. PAULO, o colega PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. escreve sobre “A HIPERVALORIZAÇÃO DO REAL”.

Uma das principais fraquezas da economia brasileira é a força externa da moeda. É exagero falar em hipervalorização do real? Não me parece.
Segundo levantamento da Bloomberg, que inclui 51 moedas, o real foi a que mais se valorizou no ano passado. A apreciação de 2009 se soma a vários anos de alta do real.
Em termos reais, a taxa efetiva de câmbio -calculada em relação a uma cesta de 15 moedas e ajustada por índices de preços ao consumidor- subiu mais de 40% desde dezembro de 2003, segundo estimativa do Banco Central. A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) obtém o mesmo resultado para esse período, calculando a taxa efetiva com base em 13 taxas bilaterais de câmbio.
Parte dessa valorização era inevitável. Ela reflete, em parte, os avanços do Brasil nos anos recentes. Mas, em 2009, chegamos a um ponto claramente problemático. É uma ilusão pensar que essa enorme apreciação cambial possa ser compensada por ganhos de produtividade ou reformas estruturais, como alguns economistas sustentam. E se o Banco Central resolver subir os juros em 2010, como muitos preveem, o problema tenderá a se agravar.
As consequências de uma grande e persistente sobrevalorização são velhas conhecidas nossas. A cada semana que passa, aparecem projeções piores para o balanço de pagamentos em 2010. O superavit comercial, que chegava a mais de US$ 40 bilhões por ano entre 2005 e 2007, ficou em US$ 25 bilhões em 2009 e deve cair para US$ 11 bilhões em 2010, segundo projeções de analistas do mercado coletadas pelo Banco Central (relatório Focus).
O mesmo relatório Focus aponta para um deficit no balanço de pagamentos em conta corrente de mais de US$ 40 bilhões neste ano (mediana das projeções). Alguns bancos calculam um deficit ainda maior. O Itaú Unibanco, por exemplo, projeta desequilíbrio de US$ 60 bilhões, o equivalente a mais de 3% do PIB (Produto Interno Bruto).
O resultado vai depender também do ritmo de expansão da economia brasileira. Um crescimento rápido da demanda interna, aliado à moeda valorizada, é a combinação ideal para produzir desequilíbrios perigosos em conta corrente.
O crescimento da economia pode refletir, por sua vez, uma política fiscal excessivamente expansiva. Ou, ainda, a ampliação do crédito induzida por entradas de capital estrangeiro. A oferta excedente de capital externo contribui, portanto, duplamente para o problema. Por um lado, leva diretamente à valorização da moeda nacional. Por outro, induz a expansão do crédito e da demanda agregada, reforçando a pressão sobre as contas externas.
Não se deve perder de vista que a persistente sobrevalorização do real tem também implicações de médio e longo prazos para a estrutura da economia. Pode afetar, por exemplo, o setor industrial e levar a uma diminuição do grau de diversificação da economia e da pauta de exportações. Esse processo parece já ter começado. Segundo a Funcex, o quantum exportado de produtos manufaturados acusou queda de nada menos que 25% no período janeiro-novembro de 2009 em relação a igual período de 2008.
Os manufaturados, que costumam ser mais sensíveis aos movimentos do câmbio, vêm perdendo peso relativo nas exportações do país. No exterior, a economia brasileira continua sendo celebrada em prosa e verso. Hora de se acautelar.

A ARTE DA POLÍTICA?

Direto do nosso DIÁRIO DO NORDESTE, políticos não mudam!

sábado, 16 de janeiro de 2010

HAITI = TERROR

Precisamos ajudar a mudar este tipo de vida - (?) - que existe no HAITI e por aqui também, tão perto de nós.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ECONOMIA: HERANÇA BENDITA.

O Economista e Professor CLAUDIO SALM, 67 anos, graduado pela Universidade Federal do Rio, com pós-graduação no Chile e doutorado na Unicamp. Sua tese, Escola e Trabalho, foi publicada pela editora Brasiliense em 1982, em entrevista hoje na FOLHA DE S. PAULO:

FOLHA - Quais são os indícios de que, entre os governos FHC e Lula, houve continuidade, e não ruptura, nas políticas sociais?

CLAUDIO SALM - Do ponto de vista da política econômica já sabemos que não houve qualquer ruptura, como o próprio Lula havia anunciado que não haveria, em 2002, na famosa Carta aos Brasileiros. Eu diria até que, em alguns aspectos, como o da política monetária, Lula é mais conservador que FHC. Conservador no sentido do excessivo cuidado em relação à banca. Quanto à política social, é só conferir os números. O período Lula é uma continuidade do período FHC, com tudo o que tem de bom e de ruim. Houve uma progressão contínua na qualidade de vida dos 25% de brasileiros mais pobres. Desde 1996, vários indicadores melhoram mais ou menos no mesmo ritmo: acesso às redes de água e esgoto, coleta direta de lixo, iluminação elétrica, posse de telefone, máquina de lavar. Essa conversa de herança maldita é pura bobagem.

NOTÍCIAS DA CHINA!

A China alcançou mais um recorde em 2009. Detentora do maior mercado automotivo e siderúrgico do mundo, o país superou a Alemanha e foi o que mais exportou no ano passado. Foram exportados mais de US$ 1,2 trilhão em produtos, acima dos US$ 1,17 trilhão previstos para as exportações da Alemanha. Segundo reportagem do Estado, a crise global acelerou o crescimento da China, estimulada pelo incentivo governamental de US$ 586 bilhões, fazendo com que a economia e o consumo fossem mantidos em alta, enquanto os Estados Unidos e outros mercados enfrentavam dificuldades com a recessão.

domingo, 10 de janeiro de 2010

ECONOMIA: ANÁLISE

A lição da recessão é clara. O ponto fraco do capitalismo não é o mercado de trabalho, mas o mercado financeiro. Na pior das hipóteses, as falhas do mercado de trabalho impõem modestos custos sociais por ineficiência, enquanto as falhas dos mercados de capitais prejudicam severamente a sociedade, e os mais graves problemas são infligidos aos trabalhadores, e não aos responsáveis pelos desastres financeiros.

RICHARD FREEMAN, é professor de Economia na Universidade Harvard e codiretor do programa de mão de obra e vida profissional na Escola de Direito de Harvard. Ele também é pesquisador sênior de mercados de trabalho no Centro de Desempenho Econômico da London School of Economics, dirige o Science and Engineering Workforce Project (SEWP) no Serviço Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos e escreveu hoje na FOLHA DE S. PAULO o artigo “UMA RECUPERAÇÃO SEM EMPREGOS?

ECONOMIA: REVENDO CONCEITOS

ECONOMIA é o estudo de como a sociedade administra seus recursos escassos.

DEZ Princípios de Economia:

Como as Pessoas Tomam Decisões

1 – As pessoas enfrentam tradeoffs

2 – O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la

3 – As pessoas racionais pensam na margem

4 – As pessoas reagem a incentivos

Como as Pessoas Interagem

5 – O comércio pode ser bom para todos

6 – Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica

7 – Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados

Como a Economia Funciona

8 – O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços

9 – Os preços sobem quando o governo emite moeda demais

10 – A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego

sábado, 9 de janeiro de 2010

IT'S THE ECONOMY, STUPID!

Diretamente das melhores bancas do mundo, ao preço de US$ 6,99 nos Estados Unidos, 5,50 na zona do euro e R$ 29,90 no Brasil, acima a capa desta semana da revista mais influente do mundo.

ECONOMIA E IGREJA

Amanhã, dia 10/01/2010, será o lançamento pela Igreja Católica da Campanha da Fraternidade 2010 - "FRATERNIDADE E ECONOMIA", cujo lema será: "Vocês não podem servir a DEUS e ao dinheiro" - Mt 6,24.

SEM ESQUECER O PASSADO

Do blog do colega Leo Martins - http://leomrtns.blogspot.com, com dados da politicamente correta The Economist, vale começar este 2010 sem esquecer o que já passamos neste BRASIL:

  • 1973-79: os choques do petróleo
  • 1982: a dívida
  • 1986: o Plano Cruzado
  • 1990: o Plano Collor
  • 1994: a crise da tequila
  • 1997: a crise asiática
  • 1998-99: a crise russa e dos fundos de cobertura
  • 2001-02: o estouro da bolha das ponto-com e a dívida da Argentina
  • 2007-?: a crise financeira global.

ECONOMIA EM UMA NOVA DÉCADA

Existe agora uma nova Economia? Quando um psicólogo é premiado com o Nobel estamos lidando com uma Neuroeconomia? GEORGE AKERLOF, professor de Economia na Universidade de Berkeley e ROBERT SCHILLER, economista da Universidade Yale escrevem que: “O grande problema com a MACROECONOMIA hoje é que os economistas ainda não entenderam o que move a economia. Muitos imaginaram que eram apenas as mudanças tecnológicas ou as ações dos bancos centrais”.

Afinal, em qual direção irá a ECONOMIA a partir desta década? A crise será um divisor de idéias e soluções? Como um estatístico como NASSIN TALEB brilha no ninho dos economistas?

GRAND HOTEL CA'D'ORO

Quando morei em São Paulo sempre desejei passar uma noite no lendário Grand Hotel Ca’d’Oro, localizado na famosa Rua Augusta, o primeiro cinco estrelas da cidade. Por lá passaram dos monarcas como Juan Carlos, da Espanha e Gustavo Adolfo, da Suécia, ao presidente François Mitterrand, dos poetas Vinicius de Moraes e Pablo Neruda aos prêmios Nobel Linus Pauling e Nelson Mandela, de Luciano Pavarotti a Roberto Carlos, de Jorge Amado a Rachel de Queiroz, passando por Gore Vidal. Realmente acho que somente faltou o meu nome...

É uma parte do charme e da nobre São Paulo que se vai e que deixará saudades.

BRASIL: RESERVAS 2009

O Brasil encerrou o ano de 2009 com US$ 239,054 bilhões nas reservas internacionais. É o nível mais alto já registrado pelo Banco Centra para o último dia útil do ano, considerando a série histórica iniciada em 1970. No final de 2008, o país contava com US$ 206,806 bilhões aplicados no exterior. O crescimento de 15,6% é alto, mas não é o maior registrado: entre 2006 e 2007, as reservas internacionais saltaram de US$ 85,839 bilhões para US$ 180,334 bilhões, aumento de 110,1%.

PAUL SAMUELSON - A LENDA

O colega Marcos Fernandes Gonçalves Da Silva, coordenador pedagógico da Escola de Economia da FGV-SP, escreve na ultima ÉPOCA Negócios sobre o sempre presente Paul Samuelson.

Escrever o obituário de Paul Anthony Samuelson, morto no dia 13 de dezembro, é uma tarefa enriquecedora. Mesmo quem discorda dele, aqui ou acolá, respeita seu trabalho. Samuelson nasceu em Gary, Indiana, em 1915. Graduou-se na Universidade de Chicago, mas foi em Harvard que recebeu o Ph.D. em economia em 1941, com uma tese que, transformada em livro, viria a fundamentar a ciência econômica. Seu título: Fundamentos da Análise Econômica. Junto com Valor e Capital, de John Hicks, Prêmio Nobel de 1972, este livro marca o início da consolidação analítica da teoria neoclássica em economia. Além disso, Samuelson escreveu um manual de introdução à economia que durante décadas foi hegemônico no mercado.

Nas vidas profissional e pessoal de Samuelson sempre estiveram presentes economistas importantes. Um dos maiores do século passado, Joseph Schumpeter, foi seu professor e membro de sua banca de doutorado. Nicholas Georgescu-Roegen, matemático e economista romeno, era seu amigo. E em sua família há economistas de monta, como o sobrinho Larry Summers, ex-secretário do Tesouro americano e atual assessor econômico de Obama.

Samuelson estudou física na graduação e, mais tarde, ao longo de sua formação como economista, carregou para a análise econômica uma visão de processos baseada na termodinâmica. Neste particular, é notável a influência de Georgescu-Roegen, admitida no discurso de aceitação do Prêmio Nobel de Economia, em 1970. Esse documento é uma genealogia intelectual de Samuelson. Sua leitura revela que ele também foi influenciado por Ernst Mach, físico e filósofo austríaco que antecipou a ideia de tempo relativo e foi fundamental na formação tanto de Einstein como de Schumpeter.

Não se entende como Samuelson via a economia e como revolucionou seu estudo sem levar essa influência em conta. Explico: para Mach, o conhecimento científico é meramente empírico, não cabendo ao cientista nenhuma inferência sobre a natureza metafísica do mundo. Matemática é a linguagem da ciência e propicia a “economia de pensamento”, isto é, a construção de modelos elegantes, simples, literalmente econômicos. Esta ideia foi fundamental para Schumpeter, pois ele avaliava que a ciência econômica deveria ser meramente descritiva e que a formalização matemática seria seu sinal de maturidade. Como também fica claro na palestra do Nobel, a influência de Mach foi decisiva para a construção de Fundamentos.

No campo acadêmico, Samuelson travou uma batalha intelectual com vários economistas, entre eles a britânica Joan Robinson, da Universidade de Cambridge. O embate intelectual conhecido como a “controvérsia do capital” abriu espaço para Joan criticar a forma como os economistas neoclássicos, entre eles Samuelson, analisavam o valor e o capital na teoria econômica. A “controvérsia do capital” foi vencida, como o próprio Samuelson reconheceria, por Joan Robinson e seus aliados. Contudo, tal vitória foi pírrica: quem passou para a história como vencedor foi ele. No campo do debate público, Samuelson sempre foi um democrata de esquerda, pelos padrões americanos. Crítico do neoliberalismo de Hayek e Milton Friedman, ele propunha maior ativismo do Estado.

CEARENSE É FORTE E ESTUDIOSO.

Com alegria essa eu li no nosso jornal O POVO, de FORTALEZA: “A barreira para chegar às melhores faculdades tecnológicas do País é do tamanho do vestibular. Que não é qualquer um: poucas vagas, concorrentes dedicados, conteúdo aprofundado de Química, Física e Matemática. Mas os estudantes cearenses têm encarado o desafio à altura. Fortaleza foi a cidade com o maior número de aprovados tanto no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) como no Instituto Militar de Engenharia (IME)."

Cearense é antes de tudo um povo forte. E estudioso.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O QUE ESPERAR DEPOIS DA CRISE?

Editorial da Folha de S. Paulo de hoje - "DEPOIS DA CRISE", comenta a atual situação econômica mundial.
Foram dois os desequilíbrios que levaram à debacle financeira deflagrada em setembro de 2008. Durante duas décadas, houve no mundo rico um progressivo endividamento, concentrado nas famílias e nos bancos -a regulação débil, por ideologia e problemas operacionais, foi incapaz de detectar e evitar os excessos.
Além disso, a emergência da China como protagonista na economia mundial perturbou a tradicional ordem das coisas.
Ao longo da década de 2000, a China optou por não permitir a valorização de sua moeda, o que seria o curso natural para um país com forte impulso na produtividade e superavits comerciais crescentes. Pequim adotou uma versão moderna de mercantilismo e logo acumulou reservas internacionais de US$ 2 trilhões, superiores ao PIB do Brasil.
Esse dinheiro foi reciclado no sistema financeiro ocidental e, numa inversão do padrão histórico, direcionado aos países ricos. Contribuiu para manter baixas as taxas de juros nos EUA e na Europa e acelerou o endividamento dessas economias. No fim da corrente de crédito estavam, principalmente, financiamentos imobiliários feitos pelos bancos.
A crise foi desencadeada pelo esgotamento da capacidade de tomar empréstimos das economias ricas, o que levou à interrupção do circuito, à queda nos preços dos imóveis e, por conseguinte, à insolvência dos bancos.
A alternativa no calor da crise foi recorrer a uma profunda intervenção do Estado, por meio de capitalização e injeção ilimitada de recursos no sistema financeiro e na economia em geral, com a forte expansão dos gastos públicos. O primeiro grupo de medidas pretendeu evitar a paralisia do que pode ser descrito como óleo lubrificante do capitalismo. O segundo tentou preencher o vácuo de demanda privada que se seguiu à crise. Em conjunto, tais iniciativas afastaram o risco de depressão.
Passada a fase aguda, ficam os problemas crônicos, que vão balizar a economia mundial a partir deste ano de 2010.
Um dos principais gargalos é o endividamento público nos países ricos. A maioria deles continuará a incorrer em deficits entre 5% e 10% do PIB em 2010 e 2011. A dívida pública chegará a patamares inéditos em tempos de paz, entre 80% e 100% do PIB.
Já está colocada a necessidade de reduzir esses deficits em horizonte não muito longo, sob pena de incorrer-se em riscos financeiros severos para os governos e em inflação. A liberdade da política econômica nesses países centrais ficará, portanto, seriamente restrita no curto prazo.
Em 2010, os capitais despejados em abundância pelos Bancos Centrais serão em parte recolhidos, mas os juros devem continuar baixos. Tal combinação é um risco, no contexto de forte crescimento dos emergentes. Pode alimentar uma nova inflação de "commodities" e sobreaquecer os países mais dinâmicos. Em alguns deles -China, Índia e Brasil-, já está clara a necessidade de políticas mais restritivas.
Até por esse motivo, o potencial de instabilidade da economia global ainda é grande. Ao Brasil convém uma estratégia cautelosa, a fim de evitar desequilíbrio externo significativo.

sábado, 2 de janeiro de 2010

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

31/12/2009 - O FIM DE UMA DÉCADA!

Em sua última coluna de 2009 no NYT, com o título THE BIG ZERO, o Nobel PAUL KRUGMAN, escreve, com PESSIMISMO, que do ponto de vista econômico sua sugestão é que chamássemos a década passada de o Grande Zero. Segundo ele, foi uma década em que nada de bom aconteceu e nenhuma das coisas otimistas nas quais supostamente deveríamos acreditar se concretizaram. E concluindo seu artigo: So let’s bid a not at all fond farewell to the Big Zero — the decade in which we achieved nothing and learned nothing. Will the next decade be better? Stay tuned. Oh, and happy New Year.

Diante disso e com OTIMISMO, que 2010 e seus sucessores nos tragam sempre boas novas...

DICTA&CONTRADICTA - A REVISTA DO ANO

Concordando com o meu colega LUCAS MENDES - http://austriaco.blogspot.com/, que não é o jornalista, a revista DICTA&CONTRADICTA é uma das melhores leituras que fizemos em 2009 e esperamos continuar em 2010.
Além da nossa PIAUÍ, of course.

2009 - O HOMEM DO ANO?

Goste-se ou não do Presidente Lula, é dever reconhecer sua habilidade em tornar-se o mais popular Presidente da história deste país. Como a EXAME registrou em sua edição de final de ano, sua importância histórica como líder é inegável. E como sempre a ECONOMIA é o coração de tudo, ao garantir a estabilidade da moeda brasileira, a autonomia relativa do Banco Central e a permanência de seu presidente, o ortodoxo Henrique Meirelles, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, mesmo com as suas “populares frases”, conseguiu sair-se bem da turbulência financeira que agitou/agita ainda o mundo e foi eleito em diversas ocasiões, O HOMEM DO ANO.

NÓS E ELES - 2009

Enquanto por aqui 2009 foi um bom ano, em certo país mais poderoso do mundo...

O DÓLAR EM 2009

Direto da redação da ÉPOCA, uma das principais notícias de 31/12/2009, e que será muito acompanhada em 2010: Com a intervenção da unidade monetária no câmbio, com um leilão para compra de dólares com taxa de corte de R$ 1,7424 e a postura cautelosa do mercado no ultimo dia de negócios do ano, o dólar fechou estável ontem, 30/12, marcando R$ 1,741 para compra e R$ 1,743 para venda. Com o resultado, a queda do dólar em dezembro foi de 0,63%. De acordo com reportagem do Valor, no ano, a moeda americana apresentou desvalorização de 25,32%, invertendo a alta de 31,34% registrada no ano passado. Segundo estudo da consultoria Economatica, baseado na cotação de ontem, a desvalorização nominal do dólar neste ano é a maior da história, superando as perdas de 18,23% verificadas em 2003.

2009 - 2010: A DIFERENÇA

Diretamente de FORTALEZA-CE, do nosso DIÁRIO DO NORDESTE, o genial SINFRÔNIO nos apresenta o antigo 2009 e o novo 2010. E que venha 2010...

OS NOMES QUE FIZERAM 2009

Sempre gostei de recordar dos principais assuntos que estiveram nas manchetes ao longo do ano que passou. É claro que cada “relação” tem o gosto ou o interesse de quem escreve. Por isso, os principais fatos, por exemplo, citados na TIME, não são os mesmos da VEJA. De qualquer maneira, lendo diversas “listas de 2009”, considerei a abaixo, da FOLHA DE S. PAULO, bastante completa do que realmente vivemos.

Para a nossa recordação, nada como relembrar 2009 nos nomes de:

LULA - Chamado de "o cara" por Obama e eleito personagem do ano pelo espanhol"El País",o petista participou de discussões internacionais sobre o clima,a fome,a crise econômica e foi associado à escolha do Rio para sediar os Jogos de 2016. Internamente, foi alvo de polêmica pelo filme "Lula, o Filho do Brasil", tachado de oportunista, e por ter se empenhado em manter José Sarney na presidência do Senado. Terminou o ano com 72% de aprovação, segundo o Datafolha, um recorde de popularidade.

OBAMA - O casal Obama encabeçou as listas dos mais poderosos, influentes e elegantes. Empossado em janeiro, Barack passou o ano tentando aprovar a reforma no sistema de saúde dos EUA e, externamente, dando justificativas para as ações militares no Afeganistão e no Iraque, que não impediram que ele ganhasse o Prêmio Nobel da Paz. Já Michelle chamou a atenção por suas roupas, quase sempre impecáveis.

JOSÉ SERRA - O governador de São Paulo, que lidera as pesquisas para 2010, passou o ano se esquivando de dizer se vai ser ou não o candidato do PSDB à Presidência. Apesar disso, estendeu sua agenda de viagens para outros Estados e fez propaganda maciça de programas como a lei antifumo e a expansão do metrô. Nos últimos dias do ano, viu Aécio Neves anunciar que desistia de disputar a indicação para o Planalto.

DILMA ROUSSEFF - Escolhida candidata do PT à Presidência por Lula, Dilma aproveitou o ano pré-eleitoral para intensificar sua aparição ao lado do presidente e tentar associar seu nome a programas do governo federal, como o PAC. Foi apresentada como chefe da equipe, mas demorou 40 horas para falar sobre o apagão. Diagnosticada com câncer linfático em abril, anunciou em setembro que tinha terminado o tratamento.

JOSÉ SARNEY - Eleito presidente do Senado em fevereiro, o peemedebista foi o principal personagem da crise que atingiu o Senado por seis meses. Alvo de denúncias de nepotismo, de ter beneficiado parentes por meio de atos secretos e de ter recebido irregularmente o auxílio moradia, Sarney sempre negou as acusações e resistiu no cargo. Escapou, graças ao PT, de processos no Conselho de Ética.

GRIPE SUÍNA - Surgida no México, em março,a nova doença respiratória deixou ao menos 10.582 mortos em mais de 208 países até dezembro, segundo a OMS. No Brasil, o Ministério da Saúde registrou mais de 1.600 mortes no período. Para 2010, o governo promete vacinar os mais vulneráveis ao vírus.

APAGÃO - Cerca de 70 milhões de pessoas de 18 Estados brasileiros ficaram sem energia elétrica por mais de três horas em novembro. O governo culpou o mau tempo pelo ocorrido.

AHMADINEJAD - O iraniano protagonizou a eleição presidencial mais tensa de 2009. A disputa, em junho, teve acusações de fraude e protestos da oposição, reprimidos violentamente pelo governo. Reeleito, Ahmadinejad foi recebido no Brasil por Lula.

CIRO GOMES - Apesar de dizer que é candidato a presidente, o deputado federal (PSB) transferiu seu título de eleitor do Ceará para São Paulo, deixando aberta a possibilidade de concorrer ao governo paulista.

MICHAEL JACKSON - O Rei do Pop morreu em junho, aos 50 anos, em decorrência de uma parada cardíaca provocada por uma quantidade letal de analgésico aplicada por seu médico particular. O cantor se preparava para uma turnê.

RIO-2016 - Após três tentativas frustradas de organizar uma Olimpíada, o Rio ganhou a disputa pela sede dos Jogos de 2016, os primeiros na história a serem organizado sem um país sul-americano. A cidade venceu Madri, Tóquio e Chicago e irá investir R$ 25,9.

LEI ANTIFUMO - Em vigor desde agosto em SP, a lei antifumo baniu a fumaça de ambientes coletivos fechados.Além dos fumantes, donos de bares e restaurantes se queixaram da nova regra, que acabou adotada em outros lugares do país.

AIR FRANCE - O Airbus que cumpria o voo 447 da Air France saiu do Rio em 31 de maio e caiu no oceano Atlântico, deixando 228 mortos. A caixa preta jamais foi localizada e as investigações não esclareceram a causa do acidente.

BERLUSCONI - O premiê deu tanto o que falar em 2009 que acabou até eleito "astro de rock do ano" pela "Rolling Stone" italiana. Suspeito de envolvimento com prostitutas e com a máfia e réu em processos por suborno e fraude fiscal, Silvio Berlusconi fechou o ano se recuperando de uma agressão no rosto.

NELSINHO PIQUET - O piloto fez parte de um dos maiores escândalos da F-1 ao revelar, em julho, que bateu o carro de propósito em 2008, a pedido da Renault, para ajudar seu companheiro de equipe, o espanhol Fernando Alonso.

PRÉ-SAL - Foram lançadas em agosto as regras de exploração do pré-sal, coma troca do sistema de concessões pelo modelo de partilha de produção. A mudança prevê capitalização recorde da Petrobras, estimada em até R$ 100 bilhões, a criação de uma estatal do setor e a montagem de um fundo para investir em educação, combate à pobreza, tecnologia, cultura e ambiente.

RONALDO+CORINTHIANS - Ronaldo, que escolheu o Corinthians para voltar a jogar no Brasil, teve papel importante nas conquistas dos títulos do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. Fora dos campos, fez uma lipoaspiração na barriga, terá um filho coma mulher, Bia Antony, e, claro, foi visto em algumas noitadas.

TWITTER - O Twitter virou fenômeno da internet e se tornou palco para revelações de políticos, esportistas e celebridades. O sistema de microblog anunciou o nascimento do filho de Ivete Sangalo e a renúncia "irrevogável" de Aloizio Mercadante da liderança do PT no Senado, além de permitir que a população do Irã denunciasse a repressão durante as eleições.

ZELAYA - O então presidente de Honduras, Manuel Zelaya, que tentava reformar a Constituição, sofreu um golpe, em junho, orquestrado por Congresso, Suprema Corte e Forças Armadas. As negociações para reconduzi-lo ao cargo foram frustradas, e ele se refugiou na embaixada brasileira de Tegucigalpa, onde passou o Natal.

COPENHAGUE - Um dos eventos mais esperados do ano, a conferência do clima fracassou ao não formular um acordo para conter o aquecimento global e ao empurrar as expectativas para 2010.

DUNGA - Apesar da desconfiança de parte do público e da imprensa, Dunga classificou a seleção brasileira para a Copa da África do Sul com três rodadas de antecedência e com uma vitória sobre a Argentina.

MARINA SILVA - A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente anunciou sua saída do PT, rumo ao PV, pelo qual vai disputar a Presidência.

CAMPEONATO BRASILEIRO - O torneio mais emocionante da era dos pontos corridos só conheceu seu campeão na última rodada. O Flamengo, líder por apenas uma semana, voltou a ganhar o título do Brasileiro depois de 17 anos, graças a atuações de Adriano, de volta ao Brasil em 2009, Petkovic e do técnico Andrade.

ROGER ABDELMASSIH - Um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, Roger Abdelmassih, 65, teve o registro profissional suspenso e foi preso em agosto sob a acusação de ter cometido 56 estupros contra pacientes. Foi solto na antevéspera do Natal por ordem do STF.

ENEM - No ano de sua reformulação para substituir o vestibular de parte das universidades federais, o Enem foi cancelado devido ao vazamento da prova, prevista para outubro.Um novo exame foi aplicado em dezembro, mas quase 40% dos candidatos não compareceram.

HÉLIO OITICICA - Em outubro,um incêndio queimou 30% das obras do artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) que estavam guardadas na casa de seu irmão César, no Rio.

KARZAI - Pela primeira vez em oito anos, o Afeganistão teve eleições para presidente sob responsabilidade das autoridades locais. Numa disputa marcada por fraudes, Hamid Karzai foi reeleito.

GISELE BÜNDCHEN - O casamento da top de 29 anos, em cerimônia reservada, com o jogador de futebol americano Tom Brady, 32, no início do ano, provocou frisson na mídia especializada em celebridades. Em 2010, as atenções devem ir para Benjamin, seu primeiro filho, nascido em dezembro.

BERNANKE - Eleito como"Personalidade do Ano" pela revista americana "Time", Ben Bernanke, presidente do BC americano, foi responsável por conduzir a saída dos EUA da recessão, classificada por ele como "a pior crise financeira desde os anos 30".

CESAR CIELO - O brasileiro se tornou o maior velocista da natação ao ganhar o ouro nos 100m livre, com novo recorde mundial, e nos 50m livre no Mundial de Roma, em julho e agosto. Aos 22 anos, fechou o ano quebrando também o recorde dos 50m livre.

FELIPE MASSA - O piloto da Ferrari foi atingido, durante os treinos para o GP da Hungria, em julho, por uma mola que escapou do carro de Rubens Barrichello. Precisou fazer cirurgias e se recuperou bem, mas só voltará a correrem 2010.

JOSÉ ROBERTO ARRUDA - O governador do Distrito Federal protagonizou o escândalo chamado de "mensalão do DEM", esquema de distribuição de propinas. Único governador eleito pelo DEM, ele acabou se desfiliando da sigla para não ser expulso.

USAIN BOLT - O jamaicano, o homem mais veloz do mundo, se tornou, no Mundial de Berlim, em agosto, o primeiro atleta a quebrar os recordes dos 100m e dos 200m em um mesmo mundial de atletismo.

LÉVI STRAUSS - O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, pai do estruturalismo, morreu em outubro, a menos de um mês do seu 101º aniversário.

JESUS LUZ - Ao lado de Madonna desde dezembro de 2008, o brasileiro viveu uma alavancada em sua carreira neste ano, atuando como modelo e DJ, o que tem lhe rendido polpudos cachês.

BLOG 2010 - FELIZ ANO NOVO

Para um blog que teve início nas férias de 2008 com o objetivo de ser uma espécie de espaço econômico para divulgação das nossas idéias e de colegas com os quais mantemos semelhanças de pensamento, bem como de outros com os quais divergimos no entendimento econômico e político do que fazer para melhorar o nosso BRASIL, encerramos, neste 31/12/2009, com mais de 500 postagens e quase 1.000 leituras do nosso perfil.

Através deste espaço conhecemos brilhantes colegas e compartilhamos leituras de assuntos que, talvez, por outros meios, deles não teríamos tomado conhecimento. Mesmo com o pouco tempo que dispomos para postar neste espaço ou acessar o blog de outro colega, manter este blog tornou-se uma atividade prazerosa e, quando, por motivos alheios à nossa vontade, deixamos temporariamente o espaço “fora do ar”, essa situação já exige que busquemos alternativas para mantê-lo sempre atualizado e com matérias que sempre sejam úteis aos meus quase dois (milhões de...) fiéis leitores. Afinal, a excelência e a inteligência de nossos leitores é que nos faz sempre buscar o melhor da informação.

Saber da existência de milhões de blogs e ter a certeza que o acesso de um internauta ao nosso blog trouxe uma informação útil ao mesmo, NÃO TEM PREÇO. A todos que nos acompanharam em 2009 e aos que continuarão e, esperamos, virão outros mais em 2010, os melhores desejos de PROSPERIDADE para o ANO NOVO.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...