segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

EMPREGO: ESTADOS UNIDOS X BRASIL

Direto do Blog do Noblat http://oglobo.globo.com/pais/noblat/, o post abaixo traz um resultado, se já esperado, porém muito preocupante. Será que os problemas de lá irão acabar sobrando para o lado de cá?

A marolinha custou ao país só em dezembro a extinção de 654.946 empregos com carteira assinada.

No mesmo mês, nos Estados Unidos, a crise econômica acabou com 525 mil empregos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA DE KRUGMAN A DEAR MR. PRESIDENT OBAMA

Com relação ao artigo do Paul Krugman no post abaixo, vide a carta que ele escreveu ao futuro Presidente Barack Obama, publicada na Rolling Stone e comentada no blog http://economistsview.typepad.com/economistsview/.

ESTE BLOG ESTA TOP NA TROPPO DO O LIBERAL

Meu muito obrigado a minha colega de blogosfera jornalista Rejane Barros pela citação do nosso blog em sua famosa coluna na revista TROPPO do O LIBERAL.

Leitor semanal de sua excelente coluna, onde ficamos atualizados com o que acontece de melhor em Belém, a Rejane tem agora a sua coluna virtual no http://colunadarejane.blogspot.com/ onde também brilha em seus posts.

Valeu Rejane.

A RESPONSABILIDADE DE BUSH NA VISÃO DE KRUGMAN

Nosso Nobel de Economia Paul Krugman publicou em sua coluna de 16/01/2009 no The New York Times o texto abaixo, cujo título original é "FORGIVE AND FORGET?" Não recordo de ter lido um texto tão seguro e forte da necessidade de responsabilizar BUSH pela inúmeras falhas que cometeu nos últimos oito anos. Porém, que pena: a política de lá tem algumas semelhanças com a de cá. Leiam e confirmem.

No domingo passado, foi perguntado ao presidente eleito Barack Obama se ele pediria uma investigação dos possíveis crimes cometidos pelo governo Bush. "Eu não acredito que ninguém esteja acima da lei", ele respondeu, mas "precisamos olhar para a frente em vez de olhar para trás".

Sinto muito, mas se não fizermos uma sindicância sobre o que aconteceu durante os anos Bush - e quase todo mundo entendeu os comentários de Obama como significando que não faremos - isso significa que aqueles que detêm o poder realmente estão acima da lei porque não enfrentarão qualquer conseqüência caso abusem de seu poder.

Vamos deixar claro sobre o que estamos falando aqui. Não se trata apenas de tortura e grampos ilegais, cujos perpetradores alegam, por mais implausível que seja, que eram patriotas agindo no interesse da segurança da nação. O fato é que os abusos do governo Bush se estendem da política ambiental aos direitos de voto. E a maioria dos abusos envolveu o uso do poder do governo para recompensar políticos amigos e punir políticos inimigos.

O processo de contratação no Judiciário era semelhante ao processo de contratação durante a ocupação do Iraque - uma ocupação cujo sucesso supostamente era essencial para a segurança nacional - no qual os candidatos eram julgados segundo sua posição política, sua lealdade pessoal ao presidente Bush e, segundo alguns relatos, sobre sua posição na questão do aborto, em vez de sua capacidade de realizar seu trabalho.

Falando sobre o Iraque, não vamos esquecer que o país fracassou na reconstrução: o governo Bush entregou bilhões de dólares em contratos sem licitação para empresas com conexões políticas, empresas que não cumpriram o contrato. E por que deveriam se preocupar em fazer seu trabalho? Qualquer funcionário do governo que tentasse auditar, digamos, a Halliburton, rapidamente via sua carreira descarrilar.

Há muito, muito mais. Segundo minha contagem, pelo menos seis importantes agências do governo passaram por grandes escândalos nos últimos oito anos - na maioria dos casos, escândalos que nunca foram apropriadamente investigados. E há o maior escândalo de todos: alguma pessoa seriamente duvida que o governo Bush enganou deliberadamente a nação para invadir o Iraque?Por que, então, não devemos ter uma investigação oficial dos abusos durante os anos Bush?

Uma resposta que você ouvirá é que buscar a verdade causaria divisão, que exacerbaria o partidarismo. Mas se o partidarismo é tão terrível, não deveria haver alguma pena para a politização pelo governo Bush de cada aspecto do governo?

Por outro lado, nos dizem que não devemos nos concentrar nos abusos do passado, porque não os repetiremos. Mas nenhuma figura importante do governo Bush, ou entre os aliados políticos do governo, expressou remorso por infringir a lei. Quem garante que eles ou seus herdeiros políticos não farão o mesmo de novo, caso tenham a chance?

Na verdade, nós já vimos esse filme. Durante os anos Reagan, os conspiradores do caso Irã -Contras violaram a Constituição em nome da segurança nacional. Mas o primeiro presidente Bush perdoou a maioria dos malfeitores, e quando a Casa Branca finalmente mudou de mãos, o establishment político e a mídia deram a Bill Clinton o mesmo conselho que estão dando a Obama: deixe os escândalos de lado. Então o segundo governo Bush retomou exatamente de onde os conspiradores do Irã - Contras pararam -o que não causa surpresa quando você tem em mente que Bush de fato contratou alguns desses conspiradores.

Mas é verdade que uma investigação séria dos abusos da era Bush tornariam Washington um local desconfortável, tanto para aqueles que abusaram do poder quanto para aqueles que lhes possibilitaram ou defenderam. E estas pessoas têm muitos amigos. Mas o preço de proteger o conforto delas seria alto: se ignorarmos os abusos dos últimos oito anos, nós garantiremos que eles acontecerão de novo.

Enquanto isso, a respeito de Obama: apesar de provavelmente ser de seu interesse político a curto prazo perdoar e esquecer, na próxima semana ele jurará "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos". Este não é um juramento condicional para ser honrado apenas quando for conveniente.

E para proteger e defender a Constituição, um presidente deve fazer mais do que obedecer a própria Constituição; ele deve fazer com que aqueles que violam a Constituição respondam por isso. Então Obama deve reconsiderar sua aparente decisão de deixar o governo anterior escapar impune de seus crimes. Conseqüências a parte, esta não é uma decisão que ele tem o direito de tomar.

FHC NO EL PAÍS E UMA MERECIDA RESPOSTA

Fernando Henrique Cardoso foi entrevistado em 16/01/2009 pelo excelente jornal espanhol El País e gostaria de compartilhar com meus quase dois leitores duas respostas dele ao jornalista Javier Lafuente:

Pregunta: Barack Obama ha prometido una nueva página en la relación con Latinoamérica. ¿Qué tiene que cambiar? Respuesta: El asunto no es tanto América Latina; el asunto es el mundo. Mientras Estados Unidos no se dé cuenta de que hay que compartir las decisiones y no imponerlas, no tendrá quien lo escuche con simpatía. Obama es negro; eso supone una transformación del espíritu norteamericano y quizás una sensibilidad mayor para entender que el mundo es desigual. Ha sido positivo que nombrara a Hillary Clinton secretaria de Estado. Creo que puede ayudarlo en esta visión más diversificada del mundo.

P. Lula ha dicho que Brasil está mejor que cuando usted dejó la presidencia. R. Tiene razón. Pero es natural. A él le tocó una coyuntura económica positiva de 2003 en adelante. Y tuvo la sabiduría de no haber cambiado. Puede que haya defraudado a sus seguidores, pero para Brasil fue bueno que lo hiciera. El país progresa desde hace tiempo, y el progreso es acumulativo.

Esta segunda questão é uma bela resposta para quem faz tudo pelo Brasil desde 1500...

A DEPRESSÃO DE 1929 E A REAÇÃO DE UM LÍDER

O dia 29 de Outubro de 1929 ficou para sempre registrado como a "Terça-feira Negra", quando o índice Dow Jones despencou 40 pontos e fechou o dia em 230. O ano de 1929 também ficou para sempre conhecido como o ano da Grande Depressão, do crash e durante os anos seguintes de 1930, 1931, 1932 as grandes indústrias americanas sofreram desvalorizações de até 90% no mercado de ações. Mas chegou, finalmente, o ano de 1933.

No ano de 1933 Franklin Delano Roosevelt substituiu Herbert Hoover na presidência dos Estadas Unidos com a depressão chegando ao fundo do poço. Para completar, Adolf Hitler assumia o governo na Alemanha. Nesse momento temos que recordar as palavras do FDR:

"ESTA GRANDE NAÇÃO IRÁ RESISTIR, COMO JÁ RESISTIU, IRÁ REVIVER E PROSPERAR. PORTANTO, ANTES DE QUALQUER OUTRA COISA, PERMITAM QUE EU ASSEVERE A MINHA FIRME CONVICÇÃO DE QUE A ÚNICA COISA A TEMER É O PRÓPRIO MEDO - O TERROR SEM NOME, IRRACIONAL, INJUSTIFICADO, QUE PARALIZA OS ESFORÇOS NECESSÁRIOS PARA TRANSFORMAR O RETROCESSO EM AVANÇO... O POVO DOS ESTADOS UNIDOS NÃO FRAQUEJOU. NA SUA NECESSIDADE, DEIXOU REGISTRADO EM PLEITO DE AÇÃO DIRETA, VIGOROSA. EXIGIU DISCIPLINA E RUMO COM LIDERANÇA."

Nada mais do que isso é esperamos de BARACK OBAMA no próximo dia 20/01/2009. É a história se repetindo: economia em crise e guerra ao mesmo tempo. Torcemos que a experiência de 1929 traga resultados em 2009 - 80 anos depois.

PAULO FRANCIS E O CAPITALISMO

Em 04/06/1988, Paulo Francis escreveu na Folha de S. Paulo que "NÃO HÁ PAÍSES RICOS NÃO DEMOCRÁTICOS." Mais de 20 anos depois a frase continua atual e verdadeira.

Entretanto, quando na mesma Folha, em 03/06/1989 ele escreveu que "O QUE FAZ A RIQUEZA DOS PAÍSES É A GANÂNCIA. OS EMPRESÁRIOS QUEREM LUCRO E, QUANDO O OBTÊM, CRIAM UMA SÉRIE DE COMBINAÇÕES NA SOCIEDADE, SUSCITAM UMA ATIVIDADE ECONÔMICA QUE ACABA ENRIQUECENDO O PAÍS COMO UM TODO." Pena que dessa vez o inteligente intelectual Paulo Francis não acertou toda a frase. Como diz o meu colega de blogosfera Celso Rocha de Barros no seu http://napraticaateoriaeoutra.org: na prática a teoria é outra.

20 anos depois, se vivo estivesse, ele estaria vendo uma crise financeira global, resultado da ganância de alguns no mercado imobiliário e financeiro, aliado com a complacência da ineficiente fiscalização do poder do Estado. Francis, seu entendimento estava quase certo. Faltou apenas acertar com os "jogadores".

EM 2009 ELES CONTINUAM CONOSCO

Indiferente de ser conservador, radical ou liberal, três grandes economistas estão sempre presentes hoje em nossas vidas: ADAM SMITH (1723-1790) - KARL MARX (1818-1883) e JOHN MAYNARD KEYNES (1883-1946). Por essas coincidências da vida KEYNES nasceu no ano que MARX morreu.

SMITH, o pai de nossa Economia, é o economista da famosa Mão Invisível, que opunha-se a intervenção do governo, tendo como filosofia o laissez-faire.

MARX, o revolucionário barbudo, de todos eles, foi o mais notável analista da dinâmica capitalista. Enxergava no mercado uma força poderosa de acumulação de capital e riqueza e na história uma contínua luta de classes sociais.

KEYNES, um homem muito rico e com ações adiante do seu tempo, demonstrou que nao existia no mercado um sistema de autocorreção para manter o capitalismo em crescimento. Para ele, o estímulo deveria partir do governo.

Autores de três excepcionais obras-primas da literatura mundial, A Riqueza das Nações - O Capital - Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, cada qual, à sua maneira, conseguiram moldar o mundo por todo o sempre. Que seus espíritos consigam iluminar os atuais colegas para que em 2009 o mundo - com o sistema capitalista predominante - consiga trazer crescimento e bem-estar para todos.

UM VENCEDOR DE CRISES AINDA ATUAL

Nesta época de tanta notícia ruim - guerras e crises econômicas -, nada como relembrar da frase de um grande homem que, em sua época, conseguiu realmente mudar os caminhos da história. Que OBAMA consiga, pelo menos, alcançar parte do que ele foi capaz. Yes, We Can.

Com vocês, de SIR WINSTON CHURCHILL - British Prime Minister - (1874 - 1965):

"The pessimist sees difficulty in every opportunity. The optimist sees the opportunity in every difficulty."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ECONOMIA TAMBÉM É COM SIR ELTON JOHN

Diferente de outros posts, o de hoje tem seus motivos especiais. Por uma questão de economia e não ECONOMIA, não estarei entre os fãs de Sir Elton John nos shows que ele realiza agora em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1995 já tive o prazer de assistir em São Paulo sua extraordinária performance, quando da turnê Made in England, um show inesquecível. Terceiro artista mais importante da história do pop, dono de título de nobreza, 200 milhões de discos vendidos. Se hoje, aos 61 anos, Elton John está longe do melhor momento de sua carreira, ele ainda conserva um certo magnetismo e a velha pompa. Em 2008, em lista elaborada pela revista americana "Billboard", sir Elton John aparece como o terceiro artista mais importante do pop -atrás de Beatles e Madonna..

Como também não fui convidado pelo Banco Cruzeiro do Sul para assistir um show para poucos e bons ontem em São Paulo, na fantástica Sala São Paulo, deixo para a minha colega de blogosfera Barbara Gancia http://www.barbaragancia.com.br/, que esteve lá, relatar abaixo um show fantástico:

Minha noite de ontem foi de glória celestial. Tive o privilégio de assistir ao show de Sir Reginald Kenneth Dwight, na Sala São Paulo, a convite do Banco Cruzeiro do Sul.

Vários roqueiros de renome estavam na platéia, como o heavy metal José Serra, o aerosmith Gilberto Kassab, o funkeiro Sérgio Cabral, o metaleiro ACM Neto, a banshee Ellen Gracie, o rapper Paulo Skaf, a família Jackson Ermírio de Moraes e a família Osbourne Camargo (leia-se Camargo Corrêa).

Apesar de serem todos roqueiros de longa data e de terem aplaudido Sir Reggie com vontade, a turma não mexeu as ancas. Ficou todo mundo sentadinho feito boneco Playmobil.

Não quero estragar a festa de quem vai ao Anhembi no sábado e no domingo. Digo apenas que o rocket man toca todos, repito TODOS, os hits da carreira dele.

De “Tiny Dancer” a “Bennie and the Jets”, passando por “Yellow Brick Road”, “Daniel”, “Crocodile Rock” e “Skyline Pigeon”. Nem “Sorry Seems to be The Hardest Word” fica de fora. Acompanhado por guitarra, baixo, teclado e percussão, ele demonstra estar em grande forma (agora que parou com a manguaça) e nem se incomodou pelo fato de a platéia ser meio blasé. Bem, para quem está acostumado à família real britânica, isso não deve ter sido lá um grande problema.

Antes do “grand finale”, ele se despediu dizendo: “Quero dizer que foi um privilégio tocar nesta sala maravilhosa e começar o ano no Brasil, que é um dos países mais fantásticos do mundo”.

A cereja do bolo ficou por conta da minha volta para casa. Tinha programado voltar de táxi, mas meu blogueiro predileto, Reinaldo Azevedo http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/ , mais dona Reinalda, insistiram em me dar carona. Morra de inveja, doce internauta!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

UM DIA NA CRISE - 14/01/2009

É rara uma leitura hoje em dia de algum texto que transmita otimismo com relação ao ambiente econômico que estamos passando. O mundo espera e torce pela posse de Obama como um divisor que resultará no retorno dos Estados Unidos ao crescimento e, por extensão, no resto do mundo. Mas os textos continuam muito pessimistas.

No Financial Times, Martin Wolf considera o plano de Obama inadequado e incompleto. Em seu blog, Nouriel Roubini comenta sobre a primeira recessão econômica global. E para o meu desconforto, porém já esperado, Bresser-Pereira, na Folha de S. Paulo comenta que os neoclássicos, com a arrogância dos seus modelos matemáticos, são em parte responsáveis pela gravidade da crise.

Tudo isso num dia no qual a Bovespa fecha em baixa de 3,95%, o dólar comercial sobe para R$ 2,346 e a taxa do risco-país vai para os 462 pontos. No front externo o Federal Reserve advertiu que a economia americana piorou ainda mais nos últimso dois meses de 2008, o banco alemão Deutsche Bank informou um prejuízo de 3,9 bilhões de euros (US$ 5,187 bilhões) em 2008, ante lucro recorde de 6,5 bilhões de euros (US$ 8,645 bilhões) de 2007, enquanto a americana Alcoa reportou um prejuízo de US$ 1,19 bilhão de outubro a dezembro de 2008.

Ainda bem que amanhã será OUTRO DIA.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A CRISE E O VERDADEIRO CAPITALISMO

Para quem ainda acha que a CULPA da atual crise econômica é exclusivamente do CAPITALISMO, recomendo um artigo do Professor Bruce Scott, da Escola de Administração da Universidade de Harvard, que li na VEJA da edição de 31/12/2008. Abaixo um breve trecho do excelente artigo "Capitalismo não existe sem governo."

"O capitalismo não pode ser culpado pelo que aconteceu. A culpa deve ser atribuída aos ideólogos que o entenderam mal, acreditando que o equilíbrio do mercado equivale ao interesse público, por definição. Na verdade, ele equivale ao interesse dos banqueiros e especuladores que, nas palavras de Martin Wolf, colunista do Financial Times, conseguiram 'privatizar os lucros e socializar os prejuízos' e com isso ajudaram a desacreditar o capitalismo no mundo todo."

Ele recomenda como uma definição precisa do que é CAPITALISMO, a que o Professor Thomas McCraw escreveu no livro Creating Modern Capitalism: "Em seus elementos mínimos, uma sociedade capitalista é organizada em torno de uma economia de mercado que enfatiza a propriedade privada, a oportunidade empresarial, a inovação tecnológica, a inviolabilidade dos contratos, o pagamento de salários em dinheiro e a disponibilidade de créditos."

DA SÉRIE "TEXTO DE QUEM ESCREVE BEM"

Neste final de semana, escolhi como o meu texto favorito, um artigo do PAUL KRUGMAN, nosso Nobel de Economia em 2008 e colunista do The New York Times, com o sugestivo título "COMBATENDO A DEPRESSÃO."
Boa leitura aos meu quase dois leitores e uma boa semana. Sem crises.
"Se não agirmos de forma rápida e ousada", declarou o presidente eleito Barack Obama em seu mais recente discurso semanal, "nós poderemos ver uma retração econômica mais profunda que poderia levar a um desemprego de dois dígitos". Se você me perguntar, ele estava atenuando o caso.
O fato é que os recentes números econômicos são assustadores, não apenas nos Estados Unidos, mas ao redor do mundo. O setor manufatureiro, em particular, está despencando em toda parte. Os bancos não estão emprestando, as empresas e os consumidores não estão gastando. Não vamos medir palavras: isto se parece muito com o início da segunda Grande Depressão.
Logo, nós agiremos "de forma rápida e ousada" o suficiente para impedir que isso aconteça? Nós descobriremos em breve.
Nós não deveríamos nos ver nesta situação. Por muitos anos a maioria dos economistas acreditava que impedir outra Grande Depressão seria fácil. Em 2003, Robert Lucas, da Universidade de Chicago, declarou que o "problema central na prevenção à depressão foi resolvido, para todos os fins práticos, e foi resolvido na verdade há muitas décadas".
Milton Friedman, em particular, persuadiu muitos economistas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderia ter detido a Depressão simplesmente fornecendo aos bancos mais liquidez, o que teria impedido a queda acentuada na oferta de dinheiro. Ben Bernanke, o presidente do Fed, famosamente pediu desculpas a Friedman em nome de sua instituição: "Você está certo. Nós erramos. Nós sentimos muito. Mas graças a você, não erraremos de novo".
Na verdade, entretanto, impedir depressões não é tão fácil. Sob a liderança de Bernanke, o Fed tem fornecido liquidez como uma equipe do corpo de bombeiros tentando apagar um incêndio e a oferta de dinheiro está aumentando rapidamente. Todavia o crédito permanece escasso e a economia ainda está em queda livre.
A alegação de Friedman de que a política monetária poderia ter impedido a Grande Depressão foi uma tentativa de refutar a análise de John Maynard Keynes, que argumentava que a política monetária é ineficaz sob as condições de depressão e que a política fiscal - gastos deficitários em grande escala pelo governo - é necessária para combater o desemprego em massa. O fracasso da política monetária na crise atual mostra que Keynes acertou na primeira. E o pensamento keynesiano está por trás dos planos de Obama de resgatar a economia.
Mas esses planos podem ser difíceis de vender.
O noticiário diz que os democratas esperam aprovar um plano econômico com amplo apoio bipartidário. Boa sorte para eles.
Na verdade, a dissimulação política já começou, com os líderes republicanos erguendo bloqueios à legislação de estímulo ao mesmo tempo em que posam como campeões da deliberação legislativa cuidadosa - o que é engraçado considerando o comportamento de seu partido nos últimos oito anos.
De forma mais ampla, após décadas declarando que o governo é o problema, não a solução, sem contar o desprezo à economia keynesiana e ao New Deal, a maioria dos republicanos não vai aceitar a necessidade de uma solução de grandes gastos, tipo Franklin Delano Roosevelt, para a crise econômica.
O maior problema diante do plano de Obama, entretanto, provavelmente será a exigência por muitos políticos de provas de que os benefícios dos gastos públicos propostos justificam seus custos - um ônus de prova nunca imposto às propostas de redução de impostos.Este é um problema com o qual Keynes estava familiarizado: dar dinheiro, ele apontou, tende a ser recebido com menos objeções do que os planos de investimento público, "que, por não serem um desperdício total, tendem a ser julgados segundo princípios rigidamente 'comerciais'". O que se perde nessas discussões é o argumento-chave para o estímulo econômico - o de que sob as condições atuais, um aumento dos gastos públicos empregaria americanos que caso contrário estariam desempregados e dinheiro que caso contrário estaria ocioso, colocando ambos para trabalhar produzindo algo útil.
Tudo isso me deixa preocupado a respeito das perspectivas do plano de Obama. Eu estou certo que o Congresso aprovará o plano de estímulo, mas temo que o plano será adiado e/ou reduzido. E Obama está certo: nós realmente precisamos de uma ação rápida e ousada.
Este é o meu cenário de pesadelo: o Congresso leva meses para aprovar um plano de estímulo, e a legislação que surge ao final é cautelosa demais. Como resultado, a economia despenca por grande parte de 2009 e, quando o plano finalmente começa a entrar em vigor, ele é suficiente apenas para desacelerar a queda, não impedi-la. Enquanto isso, a deflação se estabelece, enquanto empresas e consumidores começam a basear seus planos de gastos na expectativa de uma economia permanentemente deprimida - bem, você consegue ver onde isso vai parar.
Logo, este é o nosso momento da verdade. Nós faremos de fato o necessário para impedir a Segunda Grande Depressão?

O STÁLIN DE NIEMEYER É OUTRO

Li na FOLHA artigo de OSCAR NIEMEYER, cujo início transcrevo abaixo:

"Estou no Rio, em meu apartamento em Ipanema, alheio à agitação que hoje, 31 de dezembro, afeta toda a cidade. Recebo, pelo telefone, o abraço de fim de ano de meu amigo Renato Guimarães, lembrando-me, com entusiasmo, do livro sobre Stálin que, meses atrás, lhe emprestei. Uma obra fantástica do historiador inglês Simon Sebag Montefiore, sobre a juventude de Stálin, que tem alcançado enorme sucesso na Europa, reabilitando a figura do grande líder soviético, tão deturpada e injustamente combatida pelo mundo capitalista."

Stálin, O Pai dos Pobres, um inocente injustiçado pelo capitalismo? É demais. Preciso reler todos os livros que li sobre esse pobre rapaz.

A LÓGICA DO CISNE NEGRO

Gostei de ler "A lógica do Cisne Negro - O impacto do altamente improvável" do libanês Nassin Nicholas Taleb. Meu colega de blog Márcio Laurini já tinha bem comentado sobre o assunto em seu http://raciocioniosespurios.blogspot.com/ e realmente merece a leitura nestes tempos de crises e de férias (para alguns, of course.)

Alguns trechos confirmaram algumas idéias que tenho, enquanto outros aguçaram meus sentidos para localizar o verdadeiro Cisne Negro em qualquer situação. Para o autor, a noção de resultados assimétricos é a idéia central do livro. Escreve ele que: NUNCA CONHECEREI O DESCONHECIDO POIS, POR DEFINIÇÃO, ELE É DESCONHECIDO. NO ENTANTO, SEMPRE POSSO TENTAR ADIVINHAR COMO ELE IRÁ ME AFETAR, E DEVO BASEAR MINHAS DECISÕES EM TORNO DISSO. A IDÉIA DE QUE PARA QUE SE TOME UMA DECISÃO SEJA NECESSÁRIO SE CONCENTRAR NAS CONSEQUÊNCIAS (QUE SE PODE SABER) EM VEZ DE NA PROBABILIDADE (QUE NÃO SE PODE SABER) É A IDÉIA CENTRAL DA INCERTEZA. BOA PARTE DA MINHA VIDA É BASEADA NELA. NO FINAL DE CONTAS, ESTAMOS SENDO CONDUZIDOS PELA HISTÓRIA, ENQUANTO TODO O TEMPO ACHAMOS QUE SOMOS NÓS QUE ESTAMOS NO CONTROLE "

É claro que ele tem um raciocínio lógico que faz o leitor concordar com suas idéias, porém para um fã incondicional da análise de séries temporais, em muitos trechos do livro fiquei deveras preocupado com suas palavras. Afinal, acredito no resultado de muitos trabalhos nessa área. No entanto, fato é que todos não podem esquecer do Cisne Negro. Ele existe.

O ESTADO DO PARÁ NA "EXAME"

É muito triste quando vemos uma foto de um desmatamento no estado do Pará, na página 49 da edição especial da EXAME CEO de Dezembro/2008. Segundo os autores do artigo "É hora de enfrentar o aquecimento" o grande problema do Brasil é o desflorestamento no norte do país que ainda produz quantidades enormes de dióxido de carbono. Sem isso, as emissões per capita do Brasil seriam de apenas cinco toneladas. Adicionando a cifra do desflorestamento, o número mais que dobra.

Até quando o Estado não agirá com o rigor da lei na punição aos infratores e numa solução na qual a responsabilidade social seja em benefício dos moradores locais?

O PRESIDENTE E A REVISTA PIAUÍ nº 28

Um dos assuntos mais comentados na semana foi a matéria que o jornalista Mario Sergio Conti, diretor de redação da revista PIAUÍ fez com o Presidente Lula: "O primeiro e o terceiro poder - Azia, ou o dia da caça."

Na reportagem ficamos sabendo (de novo) que o Nosso Guia não lê blogs, nem sites, nem jornais, nem revistas. E não é por falta de tempo. Simplesmente não lê porque "eu tenho problema de azia".

Para encerrar cita que gosta de Eli Gaspari - Clóvis Rossi - Janio de Freitas - Luis Nassif e Paulo Henrique Amorim. Não gosta de Merval Pereira - Ali Kamel e Diogo Mainardi.

Diante disse, recordo de Nixon quando disse que "O inimigo é a imprensa."

POLÍTICA AMERICANA - PRESIDENTES

Sempre que vejo reunidos todos os ex-presidentes americanos com o que está atualmente no poder, comparo o sorriso de todos com o que temos aqui no Brasil. Mesmo sendo a política um assunto complicado em todos os lugares do mundo, por aqui, nos últimos 500 anos, temos um aprendizado que ainda não chega ao nível deles.
Que um dia possamos ter no Brasil um interesse mais presidencial do que pessoal. Amém.

BRASIL EM CRISE? - PARTE II

Que cinema é a maior diversão, ninguém discute. Considerando que a estréia do filme "Se Eu Fosse Você 2", foi vista por mais de 575.000 brasileiras e brasileiros, um recorde para filmes brasileiros nos últimos 14 anos, pergunto: onde está a crise? Ou, melhor ainda, SE existe crise: "Fui ao cinema para divertir-me".

Enquanto isso, no outro lado do Atlântico, alguns bilionários procuram o caminho da morte, incapazes de enfrentarem uma crise.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

BRASIL EM CRISE?

Como uma charge consegue demonstrar toda uma situação e até fazer-nos rir de coisas sérias. Para deleite dos meus quase dois leitores, vide o que vi no blog do colega Daniel Simões http://academiaeconomica.blogspot.com/.

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...