sábado, 31 de janeiro de 2009

NOTA À IMPRENSA - COMUNICADO - 2009

Hoje, 31/01/2009 é o fim do primeiro mês deste conturbado ano de 2009. A partir de amanhã, fevereiro, este blog completa um ano de criação e esta engatinhando entre blogueiros que já estão no PhD. Por alguns meses deixamos de postar por absoluta falta de tempo, mas reavaliamos a situação e conseguimos, de certa maneira, mantê-lo atualizado dentro do possível.

Foi um período muito proveitoso, tivemos acesso a muitas informações econômicas importantes, aprendemos e conhecemos diversos colegas que são verdadeiros Doutores em Economia, além de excelentes pessoas.

No entanto, de hoje até meados do Carnaval/2009, este blog estará em recesso constitucional, cumprindo fielmente o que determina a legislação. Nesse período, pretendemos ir do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, numa viagem que somente deve acontecer em épocas de crise. Afinal, não é durante as crises que surgem as melhores soluções? Quem sabe, após o retorno, tenhamos encontrado a solução para a crise.

Até breve,

João Melo, direto da floresta amazônica.

Nota: Na verdade, esse ser humano na canoa na foto acima, não sou eu. Ou será que é? De qualquer maneira, a princípio, a viagem não será realizada utilizando uma canoa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ECONOMIA TAMBÉM É HUMOR

Esta eu pesquei no blog http://outrafacedamoeda.wordpress.com/ do colega Renato Byrro:

"Devido à quebra de bancos, queda nas bolsas, cortes no orçamento, crise nos combustíveis e pelo racionamento mundial de energia, informamos que a famosa luz no fim do túnel será desligada.”

Mas, afinal, quem "a pagará" a última conta de luz?

DIRETO DE DAVOS - DOIS LADOS NO MESMO LADO

Li hoje na Folha de S. Paulo, a coluna do CLÓVIS ROSSI "O capitalista e o comunista" e recomendo aos meus quase dos leitores, pela visão entre dois conceitos tão diferentes.

DAVOS - Pode-se acusar George Soros de tudo ou de quase tudo, menos de não saber ganhar dinheiro. Mesmo sabendo, é o único grande capitalista que tem feito críticas sólidas ao capitalismo.

Sua análise sobre a presente crise é irrebatível nesse aspecto. Começa por dizer que a decantada eficiência do mercado "foi desmentida", assim como foi desmentida a tese de que os mercados, deixados por sua conta, "tendem ao equilíbrio". Na verdade, Soros usou o verbo "desproved", que, em português, seria "não provado/a", mas fica esquisito, não é?O megainvestidor lembra, de novo com toda a razão, que não foi um "choque exógeno" que levou aos "distúrbios" no sistema financeiro.

Ou seja, os "distúrbios" nasceram no próprio sistema financeiro e acabaram por levá-lo ao "colapso", sempre na análise de Soros. Ele se recusa a fazer previsões sobre o tamanho e o tempo de duração da recessão provocada pelos "distúrbios" (ou "colapso", você escolhe). Diz que não é importante.Ou que de fato importante seria reconstruir o sistema que entrou em colapso, o que exige uma fantástica, quase incalculável, injeção de dinheiro para capitalizar os bancos em coma. De onde virá o dinheiro? Óbvio: de papai-Estado, o único que tem recursos para fazê-lo, nem que seja preciso imprimi-lo.

Soros também defende o que a maioria de seus pares rejeita: a regulação do sistema financeiro. Não que acredite na capacidade de o Estado fazer direito as coisas. Mas "tem que fazê-lo, mesmo que tenda ao erro, porque, se errar, o mercado reage e permite corrigir o erro", que no caso seria de calibragem da regulação.Prefiro Soros a um suposto comunista, o premiê chinês Wen Jiabao, que só ontem se lembrou de que, ao reler os dois clássicos de Adam Smith, encontrara apenas uma única menção à justiça social.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - BELÉM 2009

Estou aqui neste momento no interior da floresta ou selva amazônica, imerso em como colaborar com BARACK OBAMA na reconstrução mundial, quando penso em Belém e no Fórum Social Mundial que lá está acontecendo em sua 9ª edição.

Interessante, mas muito interessante como se vestem grande número de participantes desse evento. Também estranho a necessidade da distribuição, pelo governo do estado do Pará, de 600.000 camisinhas aos cerca de 20.000 jovens que irão participar de atividades "extras". Além de atrapalhar o trânsito e perturbar o sossego de moradores, quanto é gasto com um fórum que bem poderia ser utilizado em determinadas escolas ou hospitais públicos/maternidades?

Gostaria muito de ler sobre os resultados, as propostas, as sugestões dos milhares de participantes do FSM que efetivamente produzam ou agreguem algo na solução dos diversos problemas que o mundo hoje enfrenta. Afinal, qual o resultado que o FSM apresentará ao mundo? Qual a alternativa ao capitalismo que possa ser imediatamente implantada? O que festejam os participantes do Fórum? Afinal, parece-me que todos estão a favor do meio ambiente e contrários a riqueza, porém, na hospedagem, sempre preferem um cinco estrelas...

sábado, 24 de janeiro de 2009

DA SÉRIE "TEXTO DE QUEM ESCREVE BEM"

SE até o Nobel PAUL KRUGMAN está considerando-se PERDIDO neste início de 2009, nesta crise que a cada dia aparece com uma notícia ruim, imagine nós, aprendizes na arte da Economia, procurando o ponto de equilíbrio para solucionar esta situação.

Com vocês, um GRANDE MESTRE, direto do The New York Times, já colando sua forte crítica nas costas do poderoso BARACK OBAMA. Trata-se de mais um texto inteligente, com uma argumentação que traz a todos uma preocupação com o estado REAL da Economia, além de procurar resumir todo o quadro atual. Uma excelente leitura para os meus dois quase leitores. O final do texto é dramático, porém é o mundo no qual vivemos hoje.

Krugman: perdido na confusão Como qualquer pessoa que presta atenção nas notícias financeiras e de negócios, eu encontro-me em um estado de alta ansiedade econômica. E, como qualquer indivíduo de boa vontade, eu esperava que o discurso de posse do presidente Barack Obama restaurasse um pouco da confiança e indicasse que o governo tem controle sobre o problema.

Mas não foi isso o que ocorreu. Terminei a terça-feira menos confiante do que me encontrava pela manhã em relação ao rumo da política econômica.

Apenas para esclarecer, não havia nada de escandalosamente errado com o discurso - embora para aqueles que ainda esperam que Obama seja o líder que criará um serviço universal de saúde, foi desapontador o fato de ele ter falado apenas do custo excessivo dos serviços médicos e de não ter mencionado uma vez sequer o sofrimento dos que não têm plano de saúde nenhum ou dos que têm planos cuja cobertura é insuficiente.

Além disso, era de se esperar que os redatores do discurso apresentassem algo mais inspirador do que um apelo por uma "era de responsabilidade" - que, sem querer ser muito detalhista, foi o mesmo que George W. Bush pediu oito anos atrás.

Mas o que me desagradou sobremaneira em relação ao discurso, no que se refere à questão econômica, foi a sua convencionalidade. Em resposta a uma crise econômica sem precedentes - ou, para ser mais preciso, uma crise cujo único precedente real foi a Grande Depressão -, Obama fez aquilo que os indivíduos de Washington fazem quando querem parecer sérios: ele falou, de forma mais ou menos abstrata, sobre a necessidade de fazer escolhas difíceis e enfrentar os interesses especiais.

Isso não é suficiente. Na verdade, não é sequer correto.

Assim, no seu discurso, Obama atribuiu a crise econômica em parte ao "nosso fracasso coletivo no que se refere a fazer escolhas difíceis e preparar a nação para uma nova era" - mas eu não faço a menor ideia do que ele quis dizer com isso. Esta é, acima de tudo, uma crise provocada por uma indústria financeira descontrolada. E, se nós não conseguimos controlar essa indústria, não foi porque os norte-americanos recusaram-se "coletivamente" a fazer escolhas difíceis; o povo norte-americano não fazia a menor ideia do que estava se passando, e a maioria das pessoas que sabiam o que se passava acreditava que a desregulação era uma excelente ideia.

Ou, observem esta declaração de Obama: "Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos criativas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada, no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não diminuiu. Mas a nossa época de resistir às mudanças, de proteger interesses estreitos e de descartar decisões desagradáveis - essa época sem dúvida passou".

É quase certo que a primeira parte desse trecho do discurso teve como objetivo parafrasear as palavras escritas por John Maynard Keynes quando o mundo mergulhava na Grande Depressão - e foi um grande alívio, após décadas de denúncias automáticas contra o governo, ouvir um novo presidente fazer um elogio a Keynes.

"Os recursos da natureza e os instrumentos do ser humano continuam exatamente tão férteis e produtivos quanto eram. O ritmo do nosso progresso na tarefa de resolver os problemas materiais da vida não é menos rápido. Somos tão capazes quanto antes de proporcionar a todos um alto padrão de vida... Mas atualmente nos envolvemos em uma confusão colossal, tendo cometido um erro grave no controle de uma máquina delicada, cujo funcionamento não entendemos".

Mas algo perdeu-se na tradução. Tanto Obama quanto Keynes afirmam que nós estamos fracassando na tarefa de usarmos a nossa capacidade econômica. Mas a percepção de Keynes - de que estamos imersos em uma "confusão" que precisa ser consertada - foi de alguma forma substituída pela mensagem padronizada do tipo "a culpa é nossa, sejamos mais rigorosos com nós mesmos".

Lembrem-se de que Herbert Hoover não tinha problemas quanto a tomar decisões desagradáveis: ele teve a coragem e a firmeza para reduzir os gastos e aumentar os impostos diante da Grande Depressão. Infelizmente, isso só fez com que as coisas piorassem.

Mesmo assim, um discurso é apenas um discurso. Os membros da equipe econômica de Obama sem dúvida entendem a natureza extraordinária da bagunça em que estamos metidos. Portanto, o tom do discurso da terça-feira pode não significar nada em relação à futura política do governo Obama.

Por outro lado, Obama é, conforme disse o seu antecessor, a pessoa que decide. E ele terá que tomar algumas grandes decisões muito em breve. Para ser mais específico, ele terá que decidir o grau de ousadia das suas medidas para sustentar o sistema financeiro, cujo cenário deteriorou-se tão drasticamente que uma quantidade surpreendente de economistas, nem todos eles particularmente liberais, afirma agora que uma nacionalização temporária de alguns dos maiores bancos será necessária para que se resolva a crise.

E, então, Obama está pronto para isso? Ou as banalidades do seu discurso de posse foram um sinal de que ele esperará até que o saber convencional alcance o patamar dos acontecimentos? Se for este o caso, o governo dele estará perigosamente atrasado em relação aos fatos.

E nós não desejamos ver a nova equipe em tal situação. A cada semana a crise piora e a sua solução fica mais difícil. Se não contarmos logo com ações drásticas, poderemos nos ver atolados nesta confusão por um período bem longo.

ECONOMIA AMERICANA - AFTER BUSH

Esta charge está SENSACIONAL e somente poderia sair da pena de meu conterrâneo, o famoso cearense SINFRÔNIO.

Desde os meus tempos de Fortaleza e do meu jornal O POVO, Mestre Sinfrônio brilhava diariamente com suas figuras. Direto dos meus colegas de blogosfera Daniel Simões e David Sacramento, http://academiaeconomica.blogspot.com/ cada um tire suas próprias conclusões.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

20/01/2009 - UM ESPECIAL DIA NO MUNDO

Como não poderia deixar de ser, hoje, dia de São Sebastião, Padroeiro de uma das cidades mais lindas do mundo, o nosso Rio de Janeiro, é o dia da posse de BARACK OBAMA como Presidente dos Estados Unidos da América. Este blog, direto da selva amazônica, deseja de todo o coração e com muita esperança, votos de muito sucesso para seu governo. E que os anjos digam AMÉM. GOD bless the United States of America.

Para sintetizar a data, transcrevo abaixo o editorial de hoje da FOLHA DE S.PAULO: A PROMESSA OBAMA:

A posse de Barack Obama como 44º presidente dos Estados Unidos constitui evento histórico cuja magnitude não se pode atenuar. Não só um político negro alcança o posto de governante mais poderoso do mundo, fato inédito a atestar a vitalidade daquela democracia, como o faz envolto em uma aura de otimismo que contrasta, frontalmente, com o panorama à sua volta.

No plano doméstico, como no internacional, grassa uma das maiores crises da economia moderna. Na política externa, às guerras inacabadas do Afeganistão e do Iraque se soma agora a chaga reaberta do conflito israelo-palestino. A China, potência em ascensão, se tornou a terceira maior economia mundial, ultrapassando a Alemanha. Não faltam desafios para Obama.

A esperança, noção vaga o bastante para servir de base ao discurso de propaganda eleitoral, inexoravelmente se converte em expectativas determinadas, com grande potencial para gerar frustração. Em nenhuma outra esfera essa ameaça é mais aguda do que na economia americana.

Desde a eleição do candidato democrata, a situação só fez deteriorar-se: taxa de desemprego a 7,2%, a pior em 16 anos, queda de 0,5% do PIB no quarto trimestre, vendas no varejo despencando 9,6% em dezembro, contra o mesmo mês de 2007.

Mesmo os poucos grandes bancos de varejo que pareciam resistir à debacle deslanchada em setembro começam a vacilar. O Bank of America, maior instituição daquele país, precisou ser socorrido com US$ 117,2 bilhões, entre injeção de capital e garantia de perdas. O terceiro no ranking, Citigroup, anunciou a própria partição em duas unidades, para garantir a sobrevivência.

Espectros similares rondam portentosos empregadores, como a General Motors. O presidente eleito, contudo, prometeu criar 3 milhões a 4 milhões de vagas. Ficaria com o prestígio devastado se principiasse sua administração com a quebra de um desses gigantes e a avalanche de desemprego que desataria.

Se dependesse só do novo presidente, ele assinaria as medidas do programa econômico já no dia de hoje. Mas Obama não conseguiu arrastar o Congresso, apesar da maioria democrata, na onda da expectativa popular. A aprovação das medidas pode demorar um mês ainda.

Espera-se também que Obama anuncie de pronto o cumprimento de outra promessa eleitoral, o fechamento da base em Guantánamo. O símbolo da perversão das liberdades e garantias individuais que a nação norte-americana tanto fez para consagrar como condição do Estado de Direito, porém, pode perdurar meses. Antes de esvaziar suas celas, há que encontrar solução e destino para centenas de prisioneiros até agora mantidos no limbo jurídico da base.

A atmosfera de confiança e esperança que cerca Obama em sua posse lhe garantirá um período de graça incomum. O porte e a multiplicidade dos desafios que o aguardam, entretanto, acumulam potencial para erodi-las com velocidade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

EMPREGO: ESTADOS UNIDOS X BRASIL

Direto do Blog do Noblat http://oglobo.globo.com/pais/noblat/, o post abaixo traz um resultado, se já esperado, porém muito preocupante. Será que os problemas de lá irão acabar sobrando para o lado de cá?

A marolinha custou ao país só em dezembro a extinção de 654.946 empregos com carteira assinada.

No mesmo mês, nos Estados Unidos, a crise econômica acabou com 525 mil empregos.

sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA DE KRUGMAN A DEAR MR. PRESIDENT OBAMA

Com relação ao artigo do Paul Krugman no post abaixo, vide a carta que ele escreveu ao futuro Presidente Barack Obama, publicada na Rolling Stone e comentada no blog http://economistsview.typepad.com/economistsview/.

ESTE BLOG ESTA TOP NA TROPPO DO O LIBERAL

Meu muito obrigado a minha colega de blogosfera jornalista Rejane Barros pela citação do nosso blog em sua famosa coluna na revista TROPPO do O LIBERAL.

Leitor semanal de sua excelente coluna, onde ficamos atualizados com o que acontece de melhor em Belém, a Rejane tem agora a sua coluna virtual no http://colunadarejane.blogspot.com/ onde também brilha em seus posts.

Valeu Rejane.

A RESPONSABILIDADE DE BUSH NA VISÃO DE KRUGMAN

Nosso Nobel de Economia Paul Krugman publicou em sua coluna de 16/01/2009 no The New York Times o texto abaixo, cujo título original é "FORGIVE AND FORGET?" Não recordo de ter lido um texto tão seguro e forte da necessidade de responsabilizar BUSH pela inúmeras falhas que cometeu nos últimos oito anos. Porém, que pena: a política de lá tem algumas semelhanças com a de cá. Leiam e confirmem.

No domingo passado, foi perguntado ao presidente eleito Barack Obama se ele pediria uma investigação dos possíveis crimes cometidos pelo governo Bush. "Eu não acredito que ninguém esteja acima da lei", ele respondeu, mas "precisamos olhar para a frente em vez de olhar para trás".

Sinto muito, mas se não fizermos uma sindicância sobre o que aconteceu durante os anos Bush - e quase todo mundo entendeu os comentários de Obama como significando que não faremos - isso significa que aqueles que detêm o poder realmente estão acima da lei porque não enfrentarão qualquer conseqüência caso abusem de seu poder.

Vamos deixar claro sobre o que estamos falando aqui. Não se trata apenas de tortura e grampos ilegais, cujos perpetradores alegam, por mais implausível que seja, que eram patriotas agindo no interesse da segurança da nação. O fato é que os abusos do governo Bush se estendem da política ambiental aos direitos de voto. E a maioria dos abusos envolveu o uso do poder do governo para recompensar políticos amigos e punir políticos inimigos.

O processo de contratação no Judiciário era semelhante ao processo de contratação durante a ocupação do Iraque - uma ocupação cujo sucesso supostamente era essencial para a segurança nacional - no qual os candidatos eram julgados segundo sua posição política, sua lealdade pessoal ao presidente Bush e, segundo alguns relatos, sobre sua posição na questão do aborto, em vez de sua capacidade de realizar seu trabalho.

Falando sobre o Iraque, não vamos esquecer que o país fracassou na reconstrução: o governo Bush entregou bilhões de dólares em contratos sem licitação para empresas com conexões políticas, empresas que não cumpriram o contrato. E por que deveriam se preocupar em fazer seu trabalho? Qualquer funcionário do governo que tentasse auditar, digamos, a Halliburton, rapidamente via sua carreira descarrilar.

Há muito, muito mais. Segundo minha contagem, pelo menos seis importantes agências do governo passaram por grandes escândalos nos últimos oito anos - na maioria dos casos, escândalos que nunca foram apropriadamente investigados. E há o maior escândalo de todos: alguma pessoa seriamente duvida que o governo Bush enganou deliberadamente a nação para invadir o Iraque?Por que, então, não devemos ter uma investigação oficial dos abusos durante os anos Bush?

Uma resposta que você ouvirá é que buscar a verdade causaria divisão, que exacerbaria o partidarismo. Mas se o partidarismo é tão terrível, não deveria haver alguma pena para a politização pelo governo Bush de cada aspecto do governo?

Por outro lado, nos dizem que não devemos nos concentrar nos abusos do passado, porque não os repetiremos. Mas nenhuma figura importante do governo Bush, ou entre os aliados políticos do governo, expressou remorso por infringir a lei. Quem garante que eles ou seus herdeiros políticos não farão o mesmo de novo, caso tenham a chance?

Na verdade, nós já vimos esse filme. Durante os anos Reagan, os conspiradores do caso Irã -Contras violaram a Constituição em nome da segurança nacional. Mas o primeiro presidente Bush perdoou a maioria dos malfeitores, e quando a Casa Branca finalmente mudou de mãos, o establishment político e a mídia deram a Bill Clinton o mesmo conselho que estão dando a Obama: deixe os escândalos de lado. Então o segundo governo Bush retomou exatamente de onde os conspiradores do Irã - Contras pararam -o que não causa surpresa quando você tem em mente que Bush de fato contratou alguns desses conspiradores.

Mas é verdade que uma investigação séria dos abusos da era Bush tornariam Washington um local desconfortável, tanto para aqueles que abusaram do poder quanto para aqueles que lhes possibilitaram ou defenderam. E estas pessoas têm muitos amigos. Mas o preço de proteger o conforto delas seria alto: se ignorarmos os abusos dos últimos oito anos, nós garantiremos que eles acontecerão de novo.

Enquanto isso, a respeito de Obama: apesar de provavelmente ser de seu interesse político a curto prazo perdoar e esquecer, na próxima semana ele jurará "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos". Este não é um juramento condicional para ser honrado apenas quando for conveniente.

E para proteger e defender a Constituição, um presidente deve fazer mais do que obedecer a própria Constituição; ele deve fazer com que aqueles que violam a Constituição respondam por isso. Então Obama deve reconsiderar sua aparente decisão de deixar o governo anterior escapar impune de seus crimes. Conseqüências a parte, esta não é uma decisão que ele tem o direito de tomar.

FHC NO EL PAÍS E UMA MERECIDA RESPOSTA

Fernando Henrique Cardoso foi entrevistado em 16/01/2009 pelo excelente jornal espanhol El País e gostaria de compartilhar com meus quase dois leitores duas respostas dele ao jornalista Javier Lafuente:

Pregunta: Barack Obama ha prometido una nueva página en la relación con Latinoamérica. ¿Qué tiene que cambiar? Respuesta: El asunto no es tanto América Latina; el asunto es el mundo. Mientras Estados Unidos no se dé cuenta de que hay que compartir las decisiones y no imponerlas, no tendrá quien lo escuche con simpatía. Obama es negro; eso supone una transformación del espíritu norteamericano y quizás una sensibilidad mayor para entender que el mundo es desigual. Ha sido positivo que nombrara a Hillary Clinton secretaria de Estado. Creo que puede ayudarlo en esta visión más diversificada del mundo.

P. Lula ha dicho que Brasil está mejor que cuando usted dejó la presidencia. R. Tiene razón. Pero es natural. A él le tocó una coyuntura económica positiva de 2003 en adelante. Y tuvo la sabiduría de no haber cambiado. Puede que haya defraudado a sus seguidores, pero para Brasil fue bueno que lo hiciera. El país progresa desde hace tiempo, y el progreso es acumulativo.

Esta segunda questão é uma bela resposta para quem faz tudo pelo Brasil desde 1500...

A DEPRESSÃO DE 1929 E A REAÇÃO DE UM LÍDER

O dia 29 de Outubro de 1929 ficou para sempre registrado como a "Terça-feira Negra", quando o índice Dow Jones despencou 40 pontos e fechou o dia em 230. O ano de 1929 também ficou para sempre conhecido como o ano da Grande Depressão, do crash e durante os anos seguintes de 1930, 1931, 1932 as grandes indústrias americanas sofreram desvalorizações de até 90% no mercado de ações. Mas chegou, finalmente, o ano de 1933.

No ano de 1933 Franklin Delano Roosevelt substituiu Herbert Hoover na presidência dos Estadas Unidos com a depressão chegando ao fundo do poço. Para completar, Adolf Hitler assumia o governo na Alemanha. Nesse momento temos que recordar as palavras do FDR:

"ESTA GRANDE NAÇÃO IRÁ RESISTIR, COMO JÁ RESISTIU, IRÁ REVIVER E PROSPERAR. PORTANTO, ANTES DE QUALQUER OUTRA COISA, PERMITAM QUE EU ASSEVERE A MINHA FIRME CONVICÇÃO DE QUE A ÚNICA COISA A TEMER É O PRÓPRIO MEDO - O TERROR SEM NOME, IRRACIONAL, INJUSTIFICADO, QUE PARALIZA OS ESFORÇOS NECESSÁRIOS PARA TRANSFORMAR O RETROCESSO EM AVANÇO... O POVO DOS ESTADOS UNIDOS NÃO FRAQUEJOU. NA SUA NECESSIDADE, DEIXOU REGISTRADO EM PLEITO DE AÇÃO DIRETA, VIGOROSA. EXIGIU DISCIPLINA E RUMO COM LIDERANÇA."

Nada mais do que isso é esperamos de BARACK OBAMA no próximo dia 20/01/2009. É a história se repetindo: economia em crise e guerra ao mesmo tempo. Torcemos que a experiência de 1929 traga resultados em 2009 - 80 anos depois.

PAULO FRANCIS E O CAPITALISMO

Em 04/06/1988, Paulo Francis escreveu na Folha de S. Paulo que "NÃO HÁ PAÍSES RICOS NÃO DEMOCRÁTICOS." Mais de 20 anos depois a frase continua atual e verdadeira.

Entretanto, quando na mesma Folha, em 03/06/1989 ele escreveu que "O QUE FAZ A RIQUEZA DOS PAÍSES É A GANÂNCIA. OS EMPRESÁRIOS QUEREM LUCRO E, QUANDO O OBTÊM, CRIAM UMA SÉRIE DE COMBINAÇÕES NA SOCIEDADE, SUSCITAM UMA ATIVIDADE ECONÔMICA QUE ACABA ENRIQUECENDO O PAÍS COMO UM TODO." Pena que dessa vez o inteligente intelectual Paulo Francis não acertou toda a frase. Como diz o meu colega de blogosfera Celso Rocha de Barros no seu http://napraticaateoriaeoutra.org: na prática a teoria é outra.

20 anos depois, se vivo estivesse, ele estaria vendo uma crise financeira global, resultado da ganância de alguns no mercado imobiliário e financeiro, aliado com a complacência da ineficiente fiscalização do poder do Estado. Francis, seu entendimento estava quase certo. Faltou apenas acertar com os "jogadores".

EM 2009 ELES CONTINUAM CONOSCO

Indiferente de ser conservador, radical ou liberal, três grandes economistas estão sempre presentes hoje em nossas vidas: ADAM SMITH (1723-1790) - KARL MARX (1818-1883) e JOHN MAYNARD KEYNES (1883-1946). Por essas coincidências da vida KEYNES nasceu no ano que MARX morreu.

SMITH, o pai de nossa Economia, é o economista da famosa Mão Invisível, que opunha-se a intervenção do governo, tendo como filosofia o laissez-faire.

MARX, o revolucionário barbudo, de todos eles, foi o mais notável analista da dinâmica capitalista. Enxergava no mercado uma força poderosa de acumulação de capital e riqueza e na história uma contínua luta de classes sociais.

KEYNES, um homem muito rico e com ações adiante do seu tempo, demonstrou que nao existia no mercado um sistema de autocorreção para manter o capitalismo em crescimento. Para ele, o estímulo deveria partir do governo.

Autores de três excepcionais obras-primas da literatura mundial, A Riqueza das Nações - O Capital - Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, cada qual, à sua maneira, conseguiram moldar o mundo por todo o sempre. Que seus espíritos consigam iluminar os atuais colegas para que em 2009 o mundo - com o sistema capitalista predominante - consiga trazer crescimento e bem-estar para todos.

UM VENCEDOR DE CRISES AINDA ATUAL

Nesta época de tanta notícia ruim - guerras e crises econômicas -, nada como relembrar da frase de um grande homem que, em sua época, conseguiu realmente mudar os caminhos da história. Que OBAMA consiga, pelo menos, alcançar parte do que ele foi capaz. Yes, We Can.

Com vocês, de SIR WINSTON CHURCHILL - British Prime Minister - (1874 - 1965):

"The pessimist sees difficulty in every opportunity. The optimist sees the opportunity in every difficulty."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ECONOMIA TAMBÉM É COM SIR ELTON JOHN

Diferente de outros posts, o de hoje tem seus motivos especiais. Por uma questão de economia e não ECONOMIA, não estarei entre os fãs de Sir Elton John nos shows que ele realiza agora em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1995 já tive o prazer de assistir em São Paulo sua extraordinária performance, quando da turnê Made in England, um show inesquecível. Terceiro artista mais importante da história do pop, dono de título de nobreza, 200 milhões de discos vendidos. Se hoje, aos 61 anos, Elton John está longe do melhor momento de sua carreira, ele ainda conserva um certo magnetismo e a velha pompa. Em 2008, em lista elaborada pela revista americana "Billboard", sir Elton John aparece como o terceiro artista mais importante do pop -atrás de Beatles e Madonna..

Como também não fui convidado pelo Banco Cruzeiro do Sul para assistir um show para poucos e bons ontem em São Paulo, na fantástica Sala São Paulo, deixo para a minha colega de blogosfera Barbara Gancia http://www.barbaragancia.com.br/, que esteve lá, relatar abaixo um show fantástico:

Minha noite de ontem foi de glória celestial. Tive o privilégio de assistir ao show de Sir Reginald Kenneth Dwight, na Sala São Paulo, a convite do Banco Cruzeiro do Sul.

Vários roqueiros de renome estavam na platéia, como o heavy metal José Serra, o aerosmith Gilberto Kassab, o funkeiro Sérgio Cabral, o metaleiro ACM Neto, a banshee Ellen Gracie, o rapper Paulo Skaf, a família Jackson Ermírio de Moraes e a família Osbourne Camargo (leia-se Camargo Corrêa).

Apesar de serem todos roqueiros de longa data e de terem aplaudido Sir Reggie com vontade, a turma não mexeu as ancas. Ficou todo mundo sentadinho feito boneco Playmobil.

Não quero estragar a festa de quem vai ao Anhembi no sábado e no domingo. Digo apenas que o rocket man toca todos, repito TODOS, os hits da carreira dele.

De “Tiny Dancer” a “Bennie and the Jets”, passando por “Yellow Brick Road”, “Daniel”, “Crocodile Rock” e “Skyline Pigeon”. Nem “Sorry Seems to be The Hardest Word” fica de fora. Acompanhado por guitarra, baixo, teclado e percussão, ele demonstra estar em grande forma (agora que parou com a manguaça) e nem se incomodou pelo fato de a platéia ser meio blasé. Bem, para quem está acostumado à família real britânica, isso não deve ter sido lá um grande problema.

Antes do “grand finale”, ele se despediu dizendo: “Quero dizer que foi um privilégio tocar nesta sala maravilhosa e começar o ano no Brasil, que é um dos países mais fantásticos do mundo”.

A cereja do bolo ficou por conta da minha volta para casa. Tinha programado voltar de táxi, mas meu blogueiro predileto, Reinaldo Azevedo http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/ , mais dona Reinalda, insistiram em me dar carona. Morra de inveja, doce internauta!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

UM DIA NA CRISE - 14/01/2009

É rara uma leitura hoje em dia de algum texto que transmita otimismo com relação ao ambiente econômico que estamos passando. O mundo espera e torce pela posse de Obama como um divisor que resultará no retorno dos Estados Unidos ao crescimento e, por extensão, no resto do mundo. Mas os textos continuam muito pessimistas.

No Financial Times, Martin Wolf considera o plano de Obama inadequado e incompleto. Em seu blog, Nouriel Roubini comenta sobre a primeira recessão econômica global. E para o meu desconforto, porém já esperado, Bresser-Pereira, na Folha de S. Paulo comenta que os neoclássicos, com a arrogância dos seus modelos matemáticos, são em parte responsáveis pela gravidade da crise.

Tudo isso num dia no qual a Bovespa fecha em baixa de 3,95%, o dólar comercial sobe para R$ 2,346 e a taxa do risco-país vai para os 462 pontos. No front externo o Federal Reserve advertiu que a economia americana piorou ainda mais nos últimso dois meses de 2008, o banco alemão Deutsche Bank informou um prejuízo de 3,9 bilhões de euros (US$ 5,187 bilhões) em 2008, ante lucro recorde de 6,5 bilhões de euros (US$ 8,645 bilhões) de 2007, enquanto a americana Alcoa reportou um prejuízo de US$ 1,19 bilhão de outubro a dezembro de 2008.

Ainda bem que amanhã será OUTRO DIA.

domingo, 11 de janeiro de 2009

A CRISE E O VERDADEIRO CAPITALISMO

Para quem ainda acha que a CULPA da atual crise econômica é exclusivamente do CAPITALISMO, recomendo um artigo do Professor Bruce Scott, da Escola de Administração da Universidade de Harvard, que li na VEJA da edição de 31/12/2008. Abaixo um breve trecho do excelente artigo "Capitalismo não existe sem governo."

"O capitalismo não pode ser culpado pelo que aconteceu. A culpa deve ser atribuída aos ideólogos que o entenderam mal, acreditando que o equilíbrio do mercado equivale ao interesse público, por definição. Na verdade, ele equivale ao interesse dos banqueiros e especuladores que, nas palavras de Martin Wolf, colunista do Financial Times, conseguiram 'privatizar os lucros e socializar os prejuízos' e com isso ajudaram a desacreditar o capitalismo no mundo todo."

Ele recomenda como uma definição precisa do que é CAPITALISMO, a que o Professor Thomas McCraw escreveu no livro Creating Modern Capitalism: "Em seus elementos mínimos, uma sociedade capitalista é organizada em torno de uma economia de mercado que enfatiza a propriedade privada, a oportunidade empresarial, a inovação tecnológica, a inviolabilidade dos contratos, o pagamento de salários em dinheiro e a disponibilidade de créditos."

A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...