quinta-feira, 18 de junho de 2009

OBAMA VERSUS PODEROSAS MOSCAS

Hoje, véspera de sexta-feira, vale um sorriso a charge do nosso colega cearense SINFRÔNIO, no DIÁRIO DO NORDESTE, da minha Fortaleza.
É claro que mesmo muito distante do centro do mundo, estamos torcendo para o OBAMA acertar direto na mosca da ECONOMIA. E colocar o Irã, Coréia do Norte, Venezuela e outros mais no seu devido lugar.

domingo, 14 de junho de 2009

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Anos atrás eu fui a FEBRABAN em São Paulo e conversei com o colega ROBERTO LUIS TROSTER, na época economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos, sobre um estudo que eu estava realizando sobre a relação entre cheques compensados e cartões. Apesar de seus inúmeros afazeres, o Professor Troster atendeu-me com extrema cordialidade e suas indicações e comentários são para sempre objeto de meu total agradecimento.
Na Folha de S. Paulo de ontem, lá está o Professor Troster escrevendo e defendendo a responsabilidade monetária. Vamos à leitura:
Uma década de responsabilidade monetária.

O Conselho Monetário Nacional fixará a meta de inflação para 2011 neste mês, quando o regime de metas de inflação comemora dez anos. A decisão abre a oportunidade para um avanço na gestão da moeda no Brasil. A escolha é repetir a meta atual, que perpetua desnecessariamente o imposto inflacionário e os juros reais mais altos, ou avançar; é a troca entre o populismo monetário de curto prazo e a consolidação da responsabilidade.
O regime de metas, combinado com o câmbio flexível e a disciplina fiscal, se iniciou em 1999, no ápice da crise externa. Seu objetivo era fixar a diretriz para a atuação do Banco Central.
Sua implantação foi complicada em razão dos choques de oferta - crise de energia, impactos do "default" argentino e dos escândalos contábeis etc.- e da estrutura de preços internos - indexação elevada e canais de transmissão de política monetária emperrados.
A redução da taxa básica para um dígito (9,25%) nesta semana, coincidentemente com uma década do regime, deve ser celebrado. É fruto da gestão macroeconômica responsável, de fatores conjunturais favoráveis e da condução da política monetária que conseguiu combinar transparência com autonomia nas decisões e flexibilidade para absorver crises com rigor em perseguir objetivos. São resultados positivos.
Até o início deste governo, não havia uma meta de longo prazo explícita. Entretanto, o presidente do Banco Central e o então ministro da Fazenda fixaram a meta de longo prazo em 4%, em 2003. Os resultados obtidos até agora mostram que é factível reduzir a inflação para esse patamar. O momento é oportuno para fixar a meta de 2011 nesse valor.
A diferença entre repetir os 4,5% de 2006 a 2010 e baixar para 4% é emblemática, pois afirma o compromisso com uma inflação mais baixa, com a eliminação dos fatores que a tornam latente e com o cumprimento da meta de inflação de longo prazo. Os custos de transição são mínimos, e os ganhos, expressivos.
O quadro conjuntural é oportuno para reduzir a meta em 0,5 ponto percentual. As expectativas apontam a inflação deste ano e a do próximo inferiores a 4,5%. O real está valorizado e a dinâmica da dívida pública está sob controle. Independentemente da meta de 2011 estar em 4% ou 4,5%, a taxa básica de juros será de um dígito.
A queda da inflação tem impactos positivos de bem-estar: há uma diminuição nas taxas reais e nominais de juros, bem como a redução do imposto inflacionário; a absorção de choques de oferta tem custos menores; há uma dispersão menor de preços; a volatilidade financeira é menor; a oferta de crédito é mais abundante; a possibilidade de surpresas inflacionárias diminui consideravelmente; e, por fim, traz impactos positivos na desconcentração da renda.
Perpetuar a meta de 4,5% sinaliza a manutenção do imposto inflacionário, de juros reais mais elevados, de salários reais menores e o abandono de cumprimento da meta de longo prazo de 4%. Há uma dissipação de crescimento. É paradoxal, mas o anúncio de uma meta mais frouxa, considerando o atual quadro conjuntural, significa menos crescimento e juros reais mais altos por mais tempo.
O regime de metas de inflação foi um avanço institucional importante, que substituiu uma história de confiscos, planos econômicos mirabolantes, mudanças de moeda etc. por metas críveis, coordenando expectativas e minimizando os custos sociais de absorção de choques.
Há espaço para avançar mais.
As metas de inflação de países industrializados que adotaram o regime estão centradas num patamar inferior, em cerca de 2%. Entretanto, é conveniente consolidar a taxa de 4% por alguns anos para depois avançar.
É tempo de ousar: há uma percepção de que a aplicação rígida apresenta resultados melhores.

TAXA DE JUROS E RENTABILIDADE

Finalmente o Brasil chegou ao primeiro mundo: estamos com juros de 9,25% ao ano. (Brincadeira! Esse fato de primeiro mundo está muito longe. Enquanto o brasileiro não tiver competentes padrões educacionais, o resto é resto. Mas, retornemos ao tema). Para quem conviveu com uma inflação acumulada entre os meses de Dezembro/89 a Março/90 de 693% - caso de hiperinflação e hoje vê uma taxa anual de juros de 9,25%, realmente muita coisa mudou.

A cultura inflacionária, que ainda persiste na cabeça de alguns colegas e políticos desenvolvimentistas, ao acreditarem que podemos crescer com inflação, é uma falácia. O Brasil deve continuar buscando atingir a sua meta de inflação, meta essa que não deve ser elevada e, ao mesmo tempo, crescer, mesmo neste período de graves acontecimentos que atingem o mundo. Não devemos esquecer que o país deve manter reduzida sua taxa de inflação, manter o câmbio flexível e, principalmente no caso do atual governo, não gastar mais do que arrecada e indevidamente onde não é necessária a sua ação.

Diante desse cenário de seqüenciais quedas na taxa de juros, o investidor deve manter a cabeça fria e procurar arriscar um pouco mais, porém não ingressando com 100% de seus ativos na bolsa de valores, local onde gente muito bem informada consegue ganhar muito dinheiro e outros perdem quase tudo. No entanto, é nesse tipo de cenário que surgem os empreendedores. Ao investirem na economia real, conseguem elevar a sua rentabilidade pessoal e ao mesmo tempo fazem o Brasil crescer. E sem nenhum tipo de Bolsa Família, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Bolsa Cota etc etc etc

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A SELVA NO JORNAL NACIONAL

  • Por diversos motivos raramente tenho visto o Jornal Nacional. Hoje, 12/06, fui surpreendido pela primeira matéria apresentada: A Rodovia PA 150 (onde trafego com frequência)  e a cidade de Tailândia (próxima a fazenda onde trabalho). E o que o Brasil viu hoje é o que vejo diariamente: madeira da floresta sendo livremente levada em "caminhões?" ou algo parecido com isso, pela nossa PA 150. Que vergonha de ser brasileiro nesta hora. É estranho que neste momento não exista a presença do ESTADO a proibir essa situação. Será possível que matérias como essas sejam reprisadas novamente e nada seja feito? Até quando? Onde estão as ONGs que gostam de hoteis cinco estrelas que não impedem essa devastação? Qual o último governador do Pará que foi de Belém à Tailândia através da PA 150?   
  • Desligo a TV. 
  • LAMENTÁVEL E TRISTE.  

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ENCONTRO DE ECONOMIA EM FORTALEZA

O nosso CAEN promove o IV ENCONTRO CAEN/UFC - EPGE/FGV de Políticas Públicas e Crescimento Econômico dias 18 e 19 de junho. Além de rever meus estimados Professores, é uma oportunidade de abraçar a minha família cearense. Aos interessados, basta acessar www.caen.ufc.br.
É claro que a minha amiga Cibele Bastos http://behbastos.blogspot.com/ estará por lá. 

BRASIL - TAXA DE JUROS

Quem diria: a "herança maldita" de FHC faz com que hoje tenhamos uma taxa de juros na casa de um dígito. Para ser mais preciso: 9,25% ao ano
E VIVA SÃO JOÃO, um dos meus santos favoritos e meu xará, na excelente charge do nosso colega cearense SINFRÔNIO do DIÁRIO DO NORDESTE da minha bela cidade capital: FORTALEZA-CE
Pena que essa taxa de juros não reflita o que os consumidores pagam no mercado. Basta lembrar quanto seu banco cobra pelo uso do cheque especial e a administradora pelo o seu cartão de crédito.
  

SEMINÁRIO DE ECONOMIA - PREVISÕES

Para quem estiver em São Paulo no próximo dia 03 de julho, um seminário imperdível sobre as perspectivas econômicas brasileiras estará acontecendo no Hotel Meliá Jardim Europa. 
Segundo a InterNews, organizadora do seminário, superada a fase mais aguda da crise de confiança, a economia brasileira já mostra sinais de recuperação. Diante disso, a empresa convidou renomados especialistas para debater qual será o ritmo de crescimento do PIB nos últimos seis meses de 2009 e em 2010.
A InterNews provoca que as iniciativas do governo ainda não foram suficientes para criar um horizonte propício ao investimento e que as economias desenvolvidas em recessão prolongada não contribuem para um melhor ambiente interno. Entretanto, o país, junto com alguns outros emergentes, tem conseguido manter uma situação relativamente diferenciada. Saiba as oportunidades e os riscos que se apresentam para a sua empresa no segundo semestre e em 2010.
·   Qual será o ritmo de crescimento no 2º semestre e em 2010? 
·   A valorização do real inibirá o crescimento econômico? 
·   O acesso ao crédito estará normalizado? 
·   Qual a capacidade do governo de induzir investimentos? 
·   Quais os riscos de um novo agravamento da crise mundial? 
Entre os palestrantes, um dos Diretores da nossa FGV, o Professor Yoshiaki Nakano. Vejam abaixo a relação completa:
Luciano Coutinho
Presidente do BNDES, PhD em Economia pela Universidade de Cornell (EUA). Professor da Unicamp, lecionou nas universidades de São Paulo, Paris XIII, Texas e no Instituto Ortega y Gasset.
Ilan Goldfajn
Economista-Chefe do Itaú Unibanco. Ex-diretor de Política Econômica do Banco Central. É professor do Departamento de Economia da PUC-RJ e diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças (IEPE/CdG). Doutor em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Foi sócio-diretor da Ciano Investimentos.
Yoshiaki Nakano
Diretor da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Foi Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Secretário especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda e consultor do Banco Mundial.
Michal Gartenkraut
Sócio da Rosenberg & Associados, PhD em Sistemas Econômicos pela Universidade de Stanford. Foi reitor do ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, secretário geral do Ministério do Planejamento e presidente do IPEA.
Contato com lucianam.souza@terra.com.br.

A "THE ECONOMIST" DESTA SEMANA

A edição semanal da "The Economist" já está nas melhores bancas e, como sempre, com suas capas que traduzem o melhor da semana para seus leitores. Nesta edição, numa matéria sobre a economia brasileira, a revista destaca que o BRASIL foi um dos últimos países do mundo a entrar em recessão, porém deve ser um dos primeiros a sair, fato esse já comentado neste blog eque conta com uma torcida com quase duzentos milhões de torcedores... 

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A NOSSA SEMANA SEGUNDO A MÍRIAM LEITÃO

Compartilhando das idéias de Míriam Leitão, esta semana foi realmente "pesada". Além das ocorrências pessoais e profissionais que enfrentei, tivemos muitos fatos importantes acontecendo. Fala lá minha estimada Míriam: "Logo na segunda-feira, o mundo enfrentou duas tragédias, uma delas anunciada: primeiro a concordata da GM, e o mais trágico, o desaparecimento do avião da Airbus.

A GM foi a maior produtora de automóveis desde 1931 até 2007. É um dos símbolos do capitalismo americano e agora virou estatal. Tem capital do governo americano e também do governo canadense.

A GM do Brasil sempre recebia tecnologia de um braço da GM na Europa, a Opel, que foi vendida para a Magna. De acordo com o presidente da GM no Brasil, nada mudará.

A volatilidade do dólar também chamou atenção. A queda tem sido forte nos últimos dois meses e isso impede a tomada de decisão dos empresários, ou seja, atrapalha a suave recuperação da economia.

Hoje, o dólar está em alta no mundo. O momento é de instabilidade. O presidente do Fed, Ben Bernanke, que era um dos mais otimistas, esta semana pediu cautela. Fez um alerta de que é preciso ir com calma.

Outro assunto importante é que hoje é dia do meio ambiente. As matas estão de luto porque o Congresso aprovou esta semana a MP 458  que regulariza a posse de terras que foram griladas, ou seja, invadidas. Agora, tanto a Câmara quanto o Senado trabalharam para regularizar isso. Que o presidente Lula vete a proposta."     

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA SEGUNDO A THE ECONOMIST

Que aqui neste país TODOS já são cientes que a nossa EDUCAÇÃO - no sentido instituição de ensino - está entre as piores do mundo, NÃO é nenhuma novidade. Porém nesta semana, a sempre irônica e sensacional The Economist inicia uma matéria sobre esse assunto com a frase: "Deus pode ser brasileiro, como os cidadãos do maior país da América do Sul gostam de dizer, mas certamente Ele não teve envolvimento no planejamento do sistema educacional." Como diria o colega blogueiro Professor Claudio Shikida no seu sempre excelente  http://gustibusgustibus.wordpress.com/, nem eu escreveria melhor. 
LAMENTÁVEL que esse assunto não esteja como prioridade número UM dos governos. Enquanto nosso sistema educacional assim continuar, NUNCA seremos um país de PRIMEIRO MUNDO. Afinal, com o belo exemplo de um presidente que tem orgulho de nunca ter lido um livro, não ler jornais nem revistas, o futuro é promissor...  
No momento não comentarei sobre a EDUCAÇÂO SOCIAL, pois se na EDUCAÇÃO ESCOLAR estamos na lanterna, no vida social o atraso também é tão grande que merece uma postagem especial.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

KRUGMAN, DÍVIDAS E POUPANÇA

Paul Krugman, como sempre, na Folha de S. Paulo e/ou no The New York Times, colocando o dedo na ferida e, com todas as letras, confirmando o que já é público e notório: "Os padrões mais frouxos de empréstimo para outros tipos de crédito ao consumidor, levou a uma mudança radical no comportamento americano.
Nem sempre fomos uma nação de grandes dívidas e pouca poupança: nos anos 70, os americanos poupavam quase 10% de sua renda, um pouco mais do que nos anos 60. Foi só depois da desregulamentação de Reagan que a parcimônia desapareceu gradualmente do modo de vida americano, culminando na taxa quase zero de poupança que predominava às vésperas da grande crise. A dívida dos lares era de apenas 60% da renda quando Reagan assumiu o governo, praticamente a mesma que era na época do governo Kennedy. Em 2007, ela chegou a 119%.
Tudo isso, nos foi assegurado, era uma coisa boa: claro, os americanos estavam acumulando dívidas e não guardavam nada de sua renda, mas suas finanças pareciam em ordem assim que levada em consideração a valorização de seus imóveis e de seus portfólios de ações." 
E, por tudo isso, fica bem claro hoje que essa situação chegaria a uma insustentabilidade que em algum momento resultaria nisso que estamos vivenciando agora. Eu não posso ganhar $1 e gastar $2. E isso vale muito também para o governo, apesar dele ter a máquina de imprimir $$$$$$$$$$...           

DÁ SÉRIE: ECONOMIA - VOCÊ SABIA?

1 - Que o SOCIALISMO é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são controlados pelo governo ou pelos trabalhadores, e as decisões sobre o emprego de recursos são tomadas de modo centralizado ou coletivo?
2 - Que o CAPITALISMO funciona com base nos princípios da propriedade privada, do lucro e da concorrência em um mercado livre?
3 - Diante disso, o que você prefere? Por que não podemos ter um "casamento" combinando os incentivos da concorrência capitalista com a justiça social do socialismo e, ao mesmo tempo, evitando relações de trabalho exploradoras e a rigidez burocrática do planejamento centralizado? 
Fonte primária: "O livro das idéias" de Chris Rohmann.

A "THE ECONOMIST" DESTA SEMANA

Responsabilizar o capitalismo pela quebra da GM é típico de quem culpa o termômetro pela febre. Tenho certeza que o que virá de revolução criativa no mercado automotivo e afins será bem melhor do que o existente hoje. É somente uma questão de tempo.    

terça-feira, 2 de junho de 2009

UMA PIADA DE ECONOMIA

Em tempos de crises, rir ainda é o melhor remédio. Recebi via e-mail a piada abaixo que anda circulando pela internet e gostaria de compartilhar com os meus quase dois leitores. Afinal, nem tudo é para chorar...(Esquecendo um pouco da crise e do voo da AF).

"Mês de agosto, às margens do Mar Negro. Chovia muito e o vilarejo estava totalmente abandonado.

Eram tempos muito difíceis e todos tinham dívidas e viviam de empréstimos.

De repente, chega ao vilarejo um turista muito rico. Entra no único hotel do vilarejo, coloca sobre o balcão uma nota de 100 euros e sobe as escadas para escolher um quarto.

O dono do hotel pega os 100 euros e corre para pagar sua dívida com o açougueiro.

O açougueiro pega o dinheiro e corre para pagar o criador de gado.

O criador pega o dinheiro e corre para pagar a prostituta do vilarejo, que por conta da crise, trabalhou fiado.

A prostituta corre para o hotel e paga o dono pelo quarto que alugou para atender seus clientes.

Nesse instante, o turista desce as escadas após examinar o local, pega o dinheiro de volta, diz que não gostou de nenhum dos quartos e abandona o vilarejo.

Ninguém lucrou absolutamente nada, mas toda a aldeia vive hoje sem dívidas, otimista por um futuro melhor."

REVISTA EXAME: UM NOVO CAPITALISMO?

A edição atual da CEO EXAME que está nas melhores bancas de revistas do Brasil, traz como capa o tema "Um novo capitalismo?". E acrescenta: Um dos defeitos mais imediatos da atual crise foi colocar o sistema capitalista sob feroz ataque. E pergunta: Há alternativas reais à nossa frente OU a solução passará pela purgação de nossos próprios excessos?".
Somente a leitura do artigo de PAUL KENNEDY, Professor de História na Universidade Yale e bastante conhecido pelo seu famoso livro "Ascensão e Queda das Grandes Potências", vale o preço pago pela revista. Em resumo, Kennedy afirma que o capitalismo está longe de acabar. Ele está convicto, (assim como este aprendiz) que "o sistema baseado no poder da iniciativa privada ressurgirá mais forte após a atual crise, pois tem sido assim nos últimos 500 anos e não há nada que indique o contrário".   
Alguém aposta o contrário? 

PESAR E FALAR SEM PENSAR

Este blog não poderia deixar de registrar sua tristeza pelo acidente, em 31/05/09, com o voo 447 da Air France e seus prováveis 228 desaparecidos. 
Porém, consideramos infeliz declaracões do tipo "um país que acha petróleo a 6.000 metros de profundidade, pode achar um avião a 2.000 metros", emitidas pelo nosso Presidente Lula. E que venha 2010...   

O MUNDO CONTINUA CAPITALISTA

Recordo de uma antiga piada que diz "coloque dois economistas numa sala de debates e teremos três opiniões diferentes." Na realidade isso não é uma piada: basta uma rápida leitura nos jornais, revistas e pela nossa conhecida internet e cada colega registra a sua opinião sobre determinado problema econômico como se fosse a palavra do próprio Caio Júlio César ou, para alguns, de um Napoleão Bonaparte (de hospício, of course). 
Registro isso por discordar completamente de certos textos que afirmam o fim do capitalismo. É impressionante ler determinada argumentação e não ter o estômago embrulhado. É verdade, sim, que a economia mundial está em crise, como já esteve outras vezes. Porém, para responsabilizar o capitalismo pela situação atual existe uma longa distância. E nela, a falha foi do Estado.

DA SÉRIE: LEITURA INEVITÁVEL

Da Folha de S. Paulo de 29/05/09, lemos Krugman: o grande medo da inflação:

Repentinamente parece que todos estão falando de inflação. Artigos de opinião severos alertam que a hiperinflação está próxima. E os mercados podem estar ouvindo estes alertas: as taxas de juros sobre títulos do governo de longo prazo estão em alta, com o temor da futura inflação sendo um motivo possível para a alta dos juros.

Mas este medo de grande inflação faz algum sentido? Basicamente, não - com um porém que discutirei mais à frente. E suspeito que o medo está, ao menos em parte, ligado mais à política do que à economia.

Mas vamos começar do início. É importante entender que não há indício de pressões inflacionárias na economia no momento. Os preços ao consumidor estão mais baixos agora do que estavam há um ano, e os aumentos salariais estagnaram diante do alto desemprego. Deflação, e não inflação, é o perigo real e imediato.

Logo, se os preços não estão subindo, por que o temor de inflação? Alguns alegam que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está imprimindo muito dinheiro, o que deve ser inflacionário, enquanto outros alegam que os déficits orçamentários no final forçarão o governo americano a promover a inflação para administrar sua dívida.

A primeira história está simplesmente errada. A segunda poderia estar certa, mas não está.

Agora, é verdade que o Fed adotou medidas sem precedente ultimamente. Mais especificamente, ele tem comprado muita dívida tanto do governo quanto do setor privado, e pagando por estas compras creditando aos bancos reservas extras. Em tempos comuns, isso seria altamente inflacionário: os bancos, cheios de dinheiro, aumentariam os empréstimos, que aumentariam a demanda, que pressionariam os preços para cima.

Mas estes não são tempos comuns. Os bancos não estão emprestando suas reservas extras. Eles estão apenas sentados sobre elas -na prática, eles estão enviando o dinheiro de volta ao Fed. Logo, o Fed não está realmente imprimindo dinheiro.

Mesmo assim, essas ações não seriam inflacionárias cedo ou tarde? Não. O Banco do Japão, diante de dificuldades econômicas não muito diferentes daquelas que enfrentamos hoje, comprou dívida em grande escala entre 1997 e 2003. O que aconteceu aos preços ao consumidor? Eles caíram.

No geral, muito da atual discussão a respeito da inflação faz lembrar o que aconteceu durante os primeiros anos da Grande Depressão, quando muitas pessoas influentes alertavam sobre a inflação enquanto os preços despencavam. Como escreveu o economista britânico Ralph Hawtrey, "temores fantásticos de inflação foram manifestados. Foi como um grito de Fogo, Fogo, no Dilúvio de Noé". E ele prosseguiu: "É depois de cederem a depressão e o desemprego que a inflação se torna perigosa".

Há um risco de que teremos inflação após a economia se recuperar? Esta é a alegação daqueles que olham para projeções de que a dívida federal poderá crescer para mais de 100% do PIB e dizem que os Estados Unidos terão que inflacionar para se livrar da dívida - isto é, elevar os preços para que o valor real da dívida seja reduzido.

Coisas como esta aconteceram no passado. Por exemplo, a França usou esse recurso para se livrar de grande parte da dívida que contraiu enquanto travava a Primeira Guerra Mundial.

Mas faltam exemplos mais modernos. Nas últimas duas décadas, a Bélgica, Canadá e, é claro, o Japão passaram por episódios em que a dívida ultrapassou 100% do PIB. E os próprios Estados Unidos saíram da Segunda Guerra Mundial com uma dívida ultrapassando 120% do PIB. Em nenhum desses casos os governos recorreram à inflação para solucionar seus problemas.

Logo, há algum motivo para achar que a inflação está chegando? Alguns economistas defendem uma inflação moderada como política deliberada, como uma forma de encorajar o empréstimo e reduzir o fardo da dívida privada. Eu tenho simpatia por estes argumentos e fiz um argumento semelhante para o caso do Japão nos anos 90. Mas o argumento em prol da inflação nunca foi acolhido pelos autores de políticas japoneses naquela época, e não há sinal de que está ganhando força juntos aos autores de políticas americanos agora.

Tudo isso gera a pergunta: se a inflação não é um risco real, por que todas estas alegações de que é?

Bem, como você deve ter notado, os economistas às vezes discordam. E grandes discordâncias são especialmente prováveis em tempos estranhos como o presente, quando muitas das regras normais não mais se aplicam.

Mas é difícil escapar da sensação de que a atual disseminação do medo da inflação é em parte política, vinda principalmente de economistas que não tinham problema com déficits causados por reduções de impostos, mas repentinamente se tornaram rabugentos fiscais quando o governo começa a gastar dinheiro para resgatar a economia. E a meta deles parece ser pressionar o governo Obama a abandonar os esforços de resgate.

Não é preciso dizer, o presidente não deve se deixar pressionar. A economia ainda se encontra em profundas dificuldades e precisa de ajuda contínua.

Sim, nós temos um problema orçamentário de longo prazo, e precisamos começar a preparar o caminho para uma solução de longo prazo. Mas quando se trata de inflação, a única coisa que temos a temer é o próprio medo da inflação.

É TENTAÇÃO POLÍTICA COM IMITAÇÃO

Não creio que o Nosso Guia tenha realmente o perfil que ele está vendo no espelho. Tentadoras são as propostas para um terceiro mandato, beneficiado ele por uma forte popularidade, mas, mesmo sendo no Brasil, ainda temos pessoas que confiam num Estado Democrático de Direito.
Mais uma do nosso colega cearense Sinfrônio, no Diário do Nordeste. 

segunda-feira, 1 de junho de 2009

COMUNICADO - BLOG

Aviso aos meus quase dois (milhões de) leitores que devido a problema com a conexão, aliado a uma viagem extraordinária, ficamos sem postar diversos assuntos em maio passado. Espero recuperar o atraso agora em junho, incluindo as leituras atrasadas dos posts dos meus colegas blogueiros. 
E um excelente mês para todos, preferencialmente, sem crises... 

    A importância de debater o PIB nas eleições 2022.

    Desde o início deste 2022 percebemos um ano complicado tanto na área econômica como na política. Temos um ano com eleições para presidente, ...