domingo, 2 de março de 2014
Diplomacia inerte.
Fernando Henrique Cardoso manifesta sua opinião sobre a nossa atual política externa em sua coluna publicada neste domingo em vários jornais.
Domingo de carnaval,
convenhamos, não é o melhor dia para ler artigo sobre política internacional.
Mas que fazer? Coincidiu que o dia de minha coluna fosse hoje e não tenho jeito
nem vontade de escrever sobre as alegrias de Momo. Por mais que nos
anestesiemos no carnaval, o meio circundante não alenta alegrias duráveis.
Comecemos do princípio.
Acho que houve um erro estratégico desde o governo Lula na avaliação das forças
que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional que se
transformava. Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendências
que objetivamente se foram configurando. Nossa diplomacia se guiou pela
convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente, em sua
natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. A convicção
implícita era a de que pós-Muro de Berlim, depois de breve período de quase
hegemonia dos Estados Unidos, pregada por seus teóricos do neoconservadorismo,
e da coorte de equívocos da política externa desse país (invasão do Iraque, do
Afeganistão, isolamento da Rússia, apoio acrítico a Israel em sua política de
assentamentos de colonos, etc.) e dos desastres provocados por essas atitudes,
assistiríamos a uma correção de rumos.
De fato, houve essa
correção de rumos, mas a direção esperada pela cúpula da diplomacia brasileira
e por setores políticos sob influência de alas antiamericanas do PT era a do "declínio
do Ocidente", com a perda relativa do protagonismo americano e a
emergência das forças novas: a China (o que ocorreu), o mundo árabe, em
especial os países petroleiros, a África e, naturalmente, a América Latina como
parte deste "Terceiro Mundo" renascido. Essa visão encontra raízes em
nossa cultura diplomática desde os tempos da "política externa
independente", de Jânio Quadros, e encontra eco nos sentimentos de boa
parte dos brasileiros, inclusive de quem escreve este artigo. Sempre sonhamos
com um mundo multipolar no qual "os grandes" tivessem de compartilhar
poder e nós, brasileiros, pouco a pouco nos tornássemos parceiros legítimos do
grande jogo de poder global.
Contudo uma coisa é
desejar um objetivo, outra é analisar as condições de sua possibilidade e atuar
para que, dentro do possível, buscando ampliar seus limites, nos aproximemos do
que consideramos o ideal. Nisso é que o governo Lula calculou mal. Se a Europa,
sobretudo depois da crise financeira de 2008, perdeu tempo em tomar decisões e
está até hoje embrulhada na indefinição sobre até que ponto precisará
integrar-se mais (compatibilizando as políticas monetárias com as fiscais), ou
voltar, na linguagem de De Gaulle, a ser a "Europa das Pátrias", nem
a China se perdeu nos devaneios maoistas nem os Estados Unidos no
neoconservadorismo que acreditava que a América poderia agir como se fosse uma
hiperpotência. Ao contrário, a China lançou-se às reformas para inverter o polo
investimento/consumo, diminuindo aquele e aumentando este, e os americanos
deixaram de lado a ortodoxia monetarista, recalibraram a sua política externa e
se jogaram à inovação das fontes de energia. Hoje propõem uma coexistência
competitiva, mas pacífica, com a China, baseada no comércio, e lançam cordas
para que a Europa saia do marasmo e se incorpore aos Estados Unidos, que
funcionariam como dobradiça entre a China e a Europa, formando um formidável
tripé.
Enquanto isso, o Brasil
faz reuniões com os árabes, que não deixam de ter sua importância, propõe
negociações sobre o Irã em coordenação com a Turquia (imagine-se se os turcos
fariam o mesmo, propondo-se a ajudar o Brasil para resolver o litígio das
papeleiras entre Uruguai e Argentina...), abre embaixadas nas mais remotas
ilhas para, com o voto de países sem peso na mesa das negociações, chegar ao
Conselho de Segurança (da ONU). Por outro lado, comporta-se timidamente quando
a Petrobrás é expropriada pela Bolívia, interfere contra o sentimento popular
em Honduras, abstém-se de entrar em bolas divididas, como no conflito
argentino-uruguaio, além de calar diante de manifestações antidemocráticas
quando elas ocorrem nos países de influência "bolivariana".
Noutros termos:
escolhemos parceiros errados, embora, em si mesma, a relação Sul-Sul seja
desejável, e menosprezamos os atores que estão saindo da crise como principais
condutores da agenda global, exceção parcial feita à China (neste caso, não há
menosprezo, mas falta de estratégia). Perdemos liderança na América Latina,
hoje atravessada pela cunha bolivariana que parte da Venezuela com apoio de
Cuba, estende-se acima até a Nicarágua, passa pelo Equador e, abaixo, desce
direto à Bolívia e chega à Argentina. No outro polo se consolida o Arco do
Pacífico, englobando Chile, Peru, Colômbia e México, e nós ficamos encurralados
no Mercosul, sem acordos comerciais bilaterais e, pior, calados diante de
tendências antidemocráticas que surgem aqui e ali.
Ainda agora, na crise da
Venezuela, é incrível a timidez de nosso governo em fazer o que deve: não digo
apoiar este ou aquele lado em que o país rachou, mas pelo menos agir como
pacificador, restabelecendo o diálogo entre as partes, salvaguardando os
direitos humanos e a cidadania. O Mercosul desabridamente se põe do lado do
governo de Maduro. O Brasil timidamente se encolhe, enquanto o partido da
presidente apoia o governo venezuelano, sem nenhuma ressalva às mortes, ao
aprisionamento de oposicionistas e às cortinas de fumaça que querem fazer crer
que o perigo vem de fora, e não das péssimas condições em que vive o povo
venezuelano.
Agindo assim, como
esperar que, chegada a hora, a comunidade internacional reconheça os direitos
que cremos ter (e de fato poderíamos ter) de tomar assento nas grandes decisões
mundiais? Fomos incapazes de agir, ficamos paralisados em nossa área de
influência direta. A continuar assim, que contribuição daremos a uma nova ordem
global? Chegou a hora de corrigir o rumo. Que a crise venezuelana nos desperte
da letargia.
Ambição real.
Editorial da FOLHA DE S. PAULO e os 20 anos do Plano Real.
O aniversário de 20 anos
da medida provisória 434/1994, que instituiu a URV (Unidade Real de Valor) e
preparou o caminho para o lançamento do real, decerto merece celebração.
Não pela nostalgia de um
momento de grandes mudanças, quando os artífices do Plano Real demonstraram
singular visão de Estado --destaque-se, além do então presidente Itamar Franco
e seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, os economistas André Lara
Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Pérsio Arida.
A lembrança é válida pela
constatação de que, mesmo em meio às dificuldades daqueles dias, o governo
construiu consensos e obteve legitimidade para um salto de qualidade nas
instituições. Há, portanto, lições para o Brasil de hoje.
Sem a estabilização da
moeda não teriam sido possíveis os avanços posteriores, como o alargamento dos
direitos sociais e a redução da desigualdade. O fim da inflação galopante, em
si, foi o primeiro passo para isso, pois eram os mais pobres os mais
prejudicados.
Houve erros graves, como
os desequilíbrios que fizeram o Brasil recorrer ao FMI em 1998. Mas mudanças de
monta na condução da economia deram ao país uma estabilidade havia tempo
esquecida.
Depois, o presidente Lula
construiu sobre esses alicerces, criando um grande mercado interno de massas.
Manteve, especialmente no primeiro mandato, a aderência aos pilares
macroeconômicos e acelerou a inclusão social.
O bom momento mundial
catalisou as ações internas, e o Brasil registrou crescimento acelerado. Foram
criados mais de 15 milhões de empregos entre 2003 e 2010.
Nos últimos anos, porém,
cessaram as propostas ambiciosas. A administração Dilma Rousseff, em especial,
abusou do modelo de consumo, sem enxergar a necessidade de novas estratégias à
luz das transformações globais e da baixa produtividade interna.
Reformas em áreas como
Previdência e tributação, fundamentais para o equilíbrio das contas públicas e
recuperação da capacidade de investimento do Estado, permanecem paralisadas
enquanto as autoridades de turno vendem a ilusão de que tudo vai muito bem.
O ex-presidente Fernando
Henrique tem razão quando fala da natural fadiga que acomete grupos políticos
instalados por muito tempo no poder --regra que vale para todos os partidos, em
todos os níveis da Federação.
Fundamental, nesse
sentido, oxigenar o debate --não necessariamente com novos mandatários, mas sem
dúvida com novas ideias.
Forças governistas e seus
opositores poderiam se inspirar nos exemplos do passado. Pouco importam, no
fundo, discussões sobre o mérito do que já desbota no tempo; o país demanda uma
visão de futuro. O ano é propício.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
PIB Brasil 2013: 2,3%.
No ano
de 2013, o PIB aumentou 2,3% em relação a 2012, fruto do crescimento de 2,1% no
valor adicionado e 3,3% nos impostos. Nessa comparação, a agropecuária (7,0%),
os serviços (2,0%) e a indústria (1,3%) cresceram. Em 2013, o PIB em valores
correntes alcançou R$ 4,84 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 24.065,
apresentando uma alta, em volume, de 1,4%, em volume, em relação a 2012.
Fonte:
IBGE
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
As melhores universidades do Brasil em 2014.
Leio no portal UOL uma ótima notícia:
A USP (Universidade de São Paulo) aparece entre as 50 melhores
instituições do mundo em sete áreas de estudo, segundo ranking da QS divulgado
nessa terça-feira (25).
A universidade paulista está entre as melhores em agricultura e
silvicultura (27°), matemática (39°), geografia (42°), estatística (45°),
comunicação e estudos midiáticos (46°), farmácia e farmacologia (48°) e
história (50°).
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aparece no top 50
em três disciplinas: agricultura e silvicultura (22°), história (34°)
e filosofia (42°).
No ranking das 200 melhores aparecem ainda, entre as
brasileiras, a Unesp (Universidade Estadual Paulista), a UFRGS (Universidade
Federal do Rio Grande do Sul), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro),
a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos), a FGV (Fundação Getulio Vargas), a PUC-SP (Pontifícia
Universidade Católica) e PUC-Rio.
O ranking QS World University by Subject 2014 leva em conta uma
pesquisa de reputação acadêmica, pesquisa entre empregadores e dados sobre
citações de pesquisas.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
A economia brasileira antes do Carnaval de 2014.
Com
o Carnaval já animando milhares de foliões país afora, o Boletim Focus derrama um balde de
água gelada na animação de todos.
Senão
vejamos:
- A
expectativa para o PIB de 2014 e para o de 2015 sinalizam nova queda, com os
novos números de 1,67% e 2,00% respectivamente.
- A taxa de câmbio para 2014 foi estimada em R$ 2,50 e para 2015 em R$ 2,55.
- A inflação não dá sinais de queda neste 2014 com o IPCA chegando em 6,00%, porém com redução para 5,70% para 2015.
- Já a nossa Taxa Selic continua em estimados 11,25% para 2014 e 12,00% para 2015.
- A taxa de câmbio para 2014 foi estimada em R$ 2,50 e para 2015 em R$ 2,55.
- A inflação não dá sinais de queda neste 2014 com o IPCA chegando em 6,00%, porém com redução para 5,70% para 2015.
- Já a nossa Taxa Selic continua em estimados 11,25% para 2014 e 12,00% para 2015.
E
o ano está apenas começando...
sábado, 22 de fevereiro de 2014
iPhone: comparando preços em 2014.
Agora, com loja no Brasil,
applemaníacos não podem reclamar da falta de produtos, mas podem reclamar do preço.
Uma rápida comparação de
preços do iPhone 5s em alguns países, já com a cotação em R$:
Brasil R$ 2.799,00
Estados Unidos R$
1.548,00
Inglaterra R$ 2.196,00
México R$ 1.908,00
Japão R$ 1.680,00
E muita alegria para o povo brasileiro e a nossa carga tributária de "apenas" 36,3% do PIB.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
O paradoxo de Delfim Netto.
Hoje na FOLHA DE S. PAULO, Delfim Netto alerta que a situação é difícil. E, com certeza, isso ele já falou para a Presidente Dilma.
Diante do constrangedor resultado do IBC-Br, que
procura antecipar as variações do PIB que serão anunciadas pelo IBGE, a grande
maioria dos analistas financeiros está revendo para baixo as estimativas para o
crescimento de 2013 e 2014. Alguns mais afoitos já sugerem que a economia
brasileira teria entrado numa recessão "técnica" --dois trimestres
consecutivos de crescimento negativo--, o que só se verificará quando aquele
órgão divulgar os seus números.
De qualquer forma, a
situação é difícil. Apesar das recentes indicações amistosas do governo
federal com relação à organização da economia por meio dos "mercados"
e o seu respeito aos contratos, o comportamento de algumas agências aparelhadas
com "companheiros de passeata" e a ação oportunista de governos
estaduais e municipais têm prejudicado fortemente e retardado que o setor
privado empresarial lhe dê um amplo voto de confiança. A visita da presidente
Dilma ao Fórum de Davos em janeiro e a que deverá fazer à Comunidade Europeia,
inserem-se nesse esforço.
O restabelecimento da confiança
entre o poder incumbente e a sociedade empresarial é condição necessária para
que qualquer política fiscal, monetária e cambial produza os resultados
esperados. Não devemos esquecer que a presidente tem a confiança da sociedade
não empresarial, como revelam as pesquisas de opinião.
É fato empírico que ajustes "expansionistas"
só têm sucesso quando a constrição do Estado pela política fiscal tem tal
credibilidade que desperta e liberta rapidamente o "espírito animal"
do empresário privado, nacional e estrangeiro, pela mudança das
"expectativas" que produz. À medida em que o investimento privado
murcha por qualquer motivo, mas especialmente quando isso ocorre pelas
incertezas introduzidas pelo próprio comportamento do governo revelado em sua
ação, ele pode durante algum tempo ser substituído pelo investimento publico. O
governo logo descobrirá que não pode fazê-lo impunemente por muito tempo,
porque os desequilíbrios se manifestam na redução do crescimento, no aumento
das tensões inflacionárias e do deficit em conta corrente.
Sem a recuperação da confiança que libertará o
"espírito animal" do empresário privado para substituir, com
investimento mais produtivo, a demanda pública, o ajuste fiscal que vamos ter
de fazer para construir um ambiente saudável será, certamente,
"recessivo" e socialmente muito mais custoso. Esse é o paradoxo: sem
a preliminar recuperação da confiança, a correção da situação de baixo
crescimento que nos assombra exigirá um longo interregno de crescimento menor
ainda! Sem essa correção, os desequilíbrios continuarão a crescer e o PIB, a
patinar.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Expectativas em queda.
Editorial da FOLHA neste domingo é favorável a mudanças no rumo da política econômica.
Eram reduzidas as expectativas a respeito do
desempenho da economia no final de 2013. Ainda assim, a média dos observadores
acabou por se revelar otimista quando neste início de ano foram divulgados os
resultados da indústria, do comércio e do índice de atividade calculado pelo
Banco Central, que caiu 0,2% no último trimestre.
O ritmo mais lento do que o previsto por
economistas do setor privado por si só já não augurava dias melhores, ao menos
para a primeira metade do ano.
As perturbações do mercado financeiro
internacional, o efeito da crise argentina sobre a indústria, o aumento do
preço da energia elétrica e a resistente falta de ânimo do empresário
industrial para investir degradaram as perspectivas.
Alguns dos principais analistas reduzem para
perto de 1,5% as estimativas de crescimento do PIB para 2014, as quais na média
rondavam os 2% no início de janeiro.
Tais números não merecem ser inscritos em
pedra, tanto pelas incertezas que envolvem seus cálculos como pelo simples fato
de que é possível tomar providências para reverter a tendência. Ademais, o
indicador deve ser considerado no panorama de quase meia década de deterioração
da política econômica e da produtividade.
Mais importante do que melhorar os indicadores
de curto prazo, porém, é restabelecer as condições de administrar a economia, o
que pode custar pontos de crescimento do PIB ao fim de 2014, pelo menos.
Isso implica dar fim à maquiagem de preços por
meio de controles mal disfarçados e subsídios, como se faz no caso de
combustíveis, energias e tarifas públicas. Implica contenção de gastos que,
neste ano, não deve poupar nem os escassos investimentos federais. Implica
desistir dos truques contábeis; colocar a inflação em clara trajetória
descendente.
Isso tem o nome de política elementar de estabilização.
Não se trata de receita de crescimento, mas de requisito mínimo para conter
degradação maior das condições econômicas e permitir discussão e implementação
de medidas para elevar a produtividade brasileira.
Um crescimento de 1,5% neste ano por si só não
será boa medida do desempenho das autoridades. Mais relevante é o governo
demonstrar que abriu mão dos emplastros mágicos em favor da racionalidade
econômica rudimentar.
Mais de três anos de experimentos
amadorísticos deveriam ser bastantes para o reconhecimento do insucesso.
Insistir no erro pode colocar o país num caminho perigoso. Seria de fato um
exagero comparar o Brasil com a Argentina, assim como é exorbitante dizer que
esta se candidata ao horror de se tornar uma Venezuela.
A mera sugestão de que é possível trilhar tais
caminhos, contudo, deve ser estímulo suficiente para mudar imediatamente de
rumo.
sábado, 15 de fevereiro de 2014
PIB 2013: prévia de 2,57%.
Leio no Brasil Econômico a matéria sobre a prévia do PIB 2013. O resultado oficial do PIB somente teremos dia 27 de fevereiro.
O Banco
Central (BC) divulgou nesta sexta-feira o Índice de Atividade Econômica
(IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Pelo índice, a
economia em 2013 cresceu 2,52%. É importante observar, no entanto, que o índice
oficial de crescimento da economia do ano passado só deverá ser divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim deste mês.
Se for considerada a
dessazonalização do índice, ou seja, sem efeitos momentâneos do período, o
resultado foi ainda melhor. Pelo IBC-Br, o PIB brasileiro cresceu 2,57%.
O IBC-Br é uma forma de
avaliar como está a evolução da atividade econômica brasileira. O índice
incorpora informações sobre o nível da atividade dos três setores da economia:
indústria, comércio e serviços e agropecuária. O acompanhamento do indicador é
considerado importante pelo BC para que haja maior compreensão da atividade
econômica.
O PIB é um indicador para
medir a atividade econômica do país. Quando há queda de dois trimestres
consecutivos no PIB, a economia está em recessão técnica. Os economistas
costumam dizer que o PIB é um bom indicador de crescimento, mas não de
desenvolvimento, que deveria incluir outros dados como distribuição de renda,
investimento em educação, entre outros aspectos.
O PIB pode ser calculado
de duas maneiras. Uma delas é pela soma das riquezas produzidas dentro do país,
incluindo nesse cálculo empresas nacionais e estrangeiras localizadas em
território nacional. Nesse cálculo entram os resultados da indústria (que respondem
por 30% do total), serviços (65%) e agropecuária (5%). Entra no cálculo apenas
o produto final vendido. Exemplo: uma geladeira e não o aço utilizado em sua
fabricação. Assim, evita-se a contagem dupla de bens industriais.
A análise de José Serra sobre o Brasil de hoje.
Nesta semana, no ESTADÃO, José Serra faz uma análise da situação atual, que merece ser lida e objeto de reflexão neste começo de um ano que promete muitas emoções.
Governos existem para
controlar as circunstâncias, não para ser controlados por elas; governos
existem para irem adiante, e não atrás dos acontecimentos; governos existem
para cercar as margens de erro, antecipando-se aos problemas, não para elaborar
desculpas implausíveis; governos existem para informar-se sobre o futuro e as
consequências dos seus atos - não com bola de cristal, mas com os dados
objetivos fornecidos pela realidade -, não para confundir a embromação com o
otimismo.
Isso tudo é querer
demais? Pode ser. Mas, digamos, nosso problema principal não é o tamanho do
superávit primário, a seca que vai subtrair água e energia, o tapering do Banco
Central dos EUA ou as matérias de duvidosa qualidade da The Economist e do
Financial Times, mais alarmistas que o devido. A questão essencial no Brasil de
hoje é outra: a excessiva distância entre o que o governo deveria ser e o que
é. Essa distância, que não para de se ampliar, é o nosso problema número um.
Estamos colhendo,
literalmente, o que temos plantado. Quando plantamos direito - caso do
agronegócio, que tem livrado o Brasil de um vexame na balança comercial dos
últimos anos -, colhemos bons frutos. Quando plantamos o erro, o que se colhe
é... uma safra de erros.
O déficit em conta
corrente do balanço de pagamentos, problema n.º 1 da economia brasileira, que a
torna tão vulnerável às apostas do mercado financeiro internacional, tem como
causa principal o déficit comercial do setor industrial, que no ano passado foi
de espantosos US$ 105 bilhões. Essa situação resultou de uma escolha da
política econômica lulista, muito especialmente a partir da crise internacional
de 2008/2009.
Aqui e ali,
multiplicam-se as críticas sobre a perversidade do farto financiamento do BNDES
a alguns setores da indústria, algumas fundadas, outras nem tanto - e não vou
entrar no mérito neste texto, a merecer outro artigo. Ou, ainda, há quem
atribua isso ao "fechamento da economia", embora ela não pare de se
abrir. A questão essencial, porém, é outra. O governo brasileiro assiste inerme
a um processo de desindustrialização - a grande marca do governo Lula - que
cobra um preço social altíssimo no médio e no longo prazos, já que é o setor
que paga os melhores salários e que força com mais velocidade a especialização
da mão de obra.
A escolha dos governos do
PT foi torrar o dinheiro proveniente tanto dos altos preços das nossas
exportações de produtos agrominerais como da abundância de capital externo
barato. Como mencionou o professor Edmar Bacha, entre 2004 e 2011, tivemos uma
farra econômica no Brasil: nada mais nada menos do que 25% do aumento do gasto
doméstico foi financiado por esses dólares. Tudo para consumir e substituir
produção doméstica. Pouco ou nada para fortalecer a competitividade da
economia, elevando os investimentos públicos e privados e a oferta de bons
empregos. Tudo para elevar a carga tributária que sufoca a produção e castiga
proporcionalmente mais os setores sociais de menores rendas, via tributação
indireta. Pouco ou nada para dar sustentação permanente à elevação do padrão de
vida.
Pior ainda. O governo fez
o possível para atrapalhar a Petrobrás, atrasar os investimentos em novos
campos, travar as concessões de estradas, dentro de sua ideologia mais
profunda: transformar facilidades em dificuldades. Isso nos privou de um
precioso vetor de crescimento da economia, pelo lado da demanda e da
produtividade.
A despeito das
fanfarronices sobre a suposta agilidade do Brasil nos negócios externos, a
verdade é que, das grandes economias, o Brasil é o único que não celebrou
pactos comerciais bilaterais. Foram centenas no mundo nos últimos dez anos. O
Brasil firmou só três: com Israel, Palestina e Egito... Ao contrário: continua
amarrado ao Mercosul - o maior erro cometido pelo Itamaraty na sua história
moderna, reiterado por cinco governos diferentes. E vejam bem: o estorvo
essencial do Mercosul não vem dos Kirchners. É fruto da estultice da ideia de
fazer dele uma união alfandegária, que suprimiu a soberania comercial no
Brasil. Se, por exemplo, fizéssemos um acordo comercial com a Índia, seria
preciso que todos os outros parceiros fizessem parte também... O País não se
pode dar o luxo de acumular sucessivos, crescentes e escandalosos déficits na
indústria sem considerar que está, obviamente, com problema.
Nada é tão deletério para
nós, no que concerne ao futuro, como os erros de análise de perspectiva do
governo brasileiro no que diz respeito ao cenário internacional. Tome-se o caso
do atual estresse envolvendo a fuga de investidores - os de curto prazo - para
EUA e Europa em razão da retomada do crescimento dessas economias: mais forte a
americana; ainda modesta, na média, na zona do euro. Chega a parecer piada, mas
é verdade: não faz tempo se falava por aqui numa verdadeira "guerra
cambial" em razão da enxurrada de dólares que os EUA injetaram na sua
economia. Foi uma gritaria danada. Agora que começa o movimento contrário e os
dólares estão vindo menos, em vez de chegarem mais, ouve-se o mesmo alarido.
Nos dois casos, há uma tendência de culpar os países ricos, mas a fragilização
da nossa economia, tornando-a mais suscetível aos ataques especulativos no
âmbito do sistema financeiro internacional, foi precisamente obra do governo
Lula-Dilma.
Poderíamos ter-nos
protegido dessa volatilidade? Se o ambiente fosse, por exemplo, mais favorável
aos investimentos, em vez de o Brasil estar agora lamentando a retomada da
economia americana e a melhora na zona do euro, estaria comemorando. E por dois
motivos: porque investimentos realmente produtivos não fogem do País da noite
para o dia e porque, tivesse uma indústria mais competitiva, estaria se
preparando para disputar mercado. Ocorre que essas coisas não se fazem assim,
no improviso, da noite para o dia. No fim das contas, é a incapacidade de
planejar, ditada por uma leitura capenga do que vai pelo mundo, que nos leva a
esse modelo que vai da mão para a boca.
Apertem os cintos. O
governo sumiu!
"The Monuments Men" - 2014.
Para quem gosta de filmes sobre a Segunda
Guerra Mundial e torce para que obras de Rodin, Picasso, Michelangelo, Rafael, Matisse,
Rembrandt, Leonardo da Vinci e outros nunca sejam destruídas, recomendo Caçadores de
Obras-Primas.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
O tweet do Papa Francisco.
Foi este
o texto do tweet lançado na manhã de ontem, 11/02/2014, terça-feira, do account @pontifex no
primeiro aniversário do anúncio por parte de Bento XVI da sua renúncia ao
ministério petrino.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
O Brasil que não queremos: economia e política.
Pelo que li nestes últimos
dias, os números da economia brasileira apresentam um cenário pessimista para 2014.
Senão vejamos:
De um provável PIB em
2013 por volta de 2,2%, a tendência é que 2014 o número seja ainda mais baixo,
talvez próximo a 1,7%.
A taxa de inflação deve
aumentar dos 5,9% em 2013 para algo bem próximo de 6,4%, ou seja, continuamos, há anos, sempre acima da meta.
A taxa de câmbio continua
em direção a Marte, “e logo quando a classe média pode ir a Miami", e com previsão
de R$ 2,60 para o final de 2014.
E a nossa conhecida taxa
básica de juros – Selic deverá chegar próxima a 12% também ao final deste ano.
Observo que a atual política
econômica não tem trazido resultados satisfatórios ao Brasil e já perdemos
tempo demais, quando hoje poderíamos estar em uma melhor situação. E nem vamos pensar em algumas bolhas que possam estourar em algum tempo.
Também, nem vamos falar na
situação social com relação a infraestrutura básica disponível para a sociedade
(eleitores na próxima eleição): o que ocorre é que os nossos políticos não
utilizam as estradas, os hospitais, os ônibus, as escolas, os aeroportos etc
como uma pessoal igual a quem votou neles. Na realidade, político somente frequenta às ruas em campanha eleitoral, não é meu caro...
Você, meu estimado leitor,
sabia que o Brasil está apenas em 84º lugar no ranking da velocidade da nossa
internet? Que entre 65 países, no teste que avalia os estudantes do ensino médio
(Pisa), estamos na 57ª posição? Que entre os cem melhores aeroportos do mundo,
nenhum é brasileiro?
Afinal, que país é este?
Rodrigo Constantino e as causas da inflação.
Rodrigo Constantino nas páginas
da VEJA desta semana:
Nosso Banco Central não é
independente por lei nem goza de autonomia operacional na prática,
principalmente sob o governo Dilma. A meta de inflação de 4,5%, elevada para
padrões internacionais, é ignorada há anos. O governo alega que mantém a inflação
dentro do limite de 6,5%, mas ignora que a
banda existe para casos esporádicos. No fundo, a verdadeira meta é o
topo da banda. Sem falar dos preços administrados pelo governo, que estão congelados
de maneira insustentável. Analisando um ano isolado, pode parecer pouco. Mas,
quando vemos o efeito composto no tempo, o estrago é enorme. Uma inflação de 6%
ao ano representa uma perda acumulada de quase 80% em uma década.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Qual é o seu FOCO?
Recomendo a todos o excelente
FOCO – A atenção e seu papel fundamental para o sucesso, do Daniel Goleman, o
famoso autor de Inteligência emocional. São apenas 294 páginas de uma ótima
leitura, que faz o leitor realmente sentir-se envolvido durante todo o texto. Já tinha lido na Veja, Exame e Você S/A boas resenhas sobre o livro, o que apenas confirmei após a leitura.
A economia mundial — agora sem esteroides.
Com habilidade, Sri Mulyani Indrawati, ex-ministra das Finanças da Indonésia e diretora administrativa e de operações do Banco Mundial, apresenta um panorama da atual situação econômica mundial, onde fica implícito que faltou ao Brasil melhor aproveitar o contexto internacional quando a economia ia de vento em popa. Apesar de alguns colegas ainda acreditarem que a economia brasileira voa em ceu de brigadeiro, mesmo em Davos..., a tendência dos últimos números econômicos demonstra, pelo menos, motivos para preocupação. E ainda teremos eleições...
O
crescimento econômico está de volta. Não somente os Estados Unidos, Europa e
Japão estão finalmente se expandindo, mas também os países em desenvolvimento
estão recuperando forças. Como resultado, o PIB
mundial deverá ficar em 3,2% este ano, ante 2,4% de 2013 – o que significa que
2014 pode muito bem ser o ano em que a economia começará a se recuperar.
O
fato de as economias dos países desenvolvidos voltarem a ganhar força é uma boa
notícia para todos. Mas, para os países em desenvolvimento, que dominaram o
crescimento global nos últimos cinco anos, isso levanta uma questão importante:
agora, com os países de alta renda juntando-se a eles no contexto do
crescimento, os emergentes ainda estão fortes
na competição? A resposta simples é não.
Assim
como um atleta pode usar esteroides para obter resultados rápidos, evitando os
exercícios difíceis que são necessários para desenvolver resistência e garantir
a saúde em longo prazo, algumas economias emergentes, para crescer, têm se
apoiado em influxos de capital de curto prazo, especulativos, atrasando ou até
mesmo evitando as difíceis, mas necessárias reformas econômicas e financeiras.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pretende restringir as
condições monetárias excepcionalmente generosas, que levam ao crescimento
"fácil". Frente a isso, essas economias
emergentes terão de mudar sua abordagem, sujeitas a condições mais estreitas e
ao risco de perder o terreno que ganharam nos últimos anos.
Com
a política monetária restritiva do Federal Reserve tornando-se realidade, o
Banco Mundial prevê que os fluxos de capitais para os países em desenvolvimento
cairão de 4,6% do seu PIB em 2013 para cerca de 4% em 2016. Mas, se as taxas de
juros de longo prazo dos EUA subirem muito rapidamente, ou se mudanças na política
não forem bem informadas, ou ainda, se os mercados tornarem-se voláteis, o
fluxo de capitais para os países emergentes pode cair 50% ou mais por alguns
meses.
Esse cenário tem o potencial para interromper o crescimento
dessas economias emergentes que fracassaram em aproveitar os recentes fluxos de
capital para fazer reformas. A provável elevação das taxas de juros irá colocar
pressão considerável em países com grandes déficits de conta corrente e altos
níveis de dívida externa – um resultado de cinco anos de expansão do crédito.
De
fato, na metade do ano passado, com a especulação de que o Fed começaria a
redução gradual de compras de ativos de longo prazo (o chamado afrouxamento
quantitativo, ou quantitative easing), as pressões financeiras foram mais
fortes nos mercados suspeitos de possuírem fracos fundamentos. Turquia, Brasil, Indonésia, Índia e África do Sul –
apelidados de "os cinco frágeis" – foram particularmente atingidos.
Da
mesma forma, algumas moedas de mercados emergentes têm sofrido pressão nos
últimos dias, provocada em parte pela desvalorização do peso argentino e sinais
de uma desaceleração no crescimento chinês, bem como dúvidas sobre os
verdadeiros pontos fortes dessas economias em meio a um mercado geralmente
tenso. Como a grande turbulência no verão passado, o atual surto do mercado
está afetando principalmente as economias caracterizadas por tensões políticas
internas ou desequilíbrios econômicos.
Mas,
para a maioria dos países em desenvolvimento, a história não foi tão ruim. Os mercados
financeiros de muitas destas nações não sofreram tanta pressão – no ano passado
ou agora. Com efeito, mais de três quintos dos países em desenvolvimento –
muitos dos quais são fortes agentes econômicos, que se beneficiaram das
reformas anteriores à crise (e assim atraíram mais influxos de capital, como
investimento estrangeiro direto) – se saíram bem no último ano.
Novamente,
retornando à metáfora do atleta: alguns continuaram a exercitar os músculos e a
melhorar a resistência – mesmo sob pressão. O
México, por exemplo, apresentou no ano passado um projeto de abertura do setor
de energia para parceiros estrangeiros – uma reforma politicamente difícil que
possivelmente trará benefícios significativos ao país no longo prazo. Sem
dúvida, essa iniciativa ajudou o México a evitar unir-se aos cinco frágeis.
O
forte crescimento nas economias de alta renda também criará oportunidades para
os países em desenvolvimento – por meio da forte demanda de importação e novas
fontes de investimento. Enquanto essas oportunidades serão mais difíceis, em
comparação à facilidade dos fluxos de capital da época de maiores estímulos do
Fed, as recompensas serão muito mais duradouras. Mas, para aproveitá-las, os
países, assim como os atletas, devem se esforçar para competir com êxito – por
meio de políticas nacionais sólidas que promovam um ambiente de
pró-concorrência ideal para negócios, um regime de comércio exterior atraente e
um setor financeiro saudável.
Em
muitos países, parte do desafio será reconstruir reservas macroeconômicas,
esgotadas ao longo dos anos em função do estímulo fiscal e monetário. A redução dos déficits orçamentários e a
transição da política monetária para um plano mais neutro será particularmente
difícil em países como os cinco frágeis, onde o crescimento está muito
atrasado.
Como
no caso de um atleta exausto que precisa recuperar sua força, é muito difícil
para um líder político tomar duras medidas de reforma sob pressão. Mas, para as
economias emergentes, fazê-lo é fundamental para de restaurar o crescimento,
bem como melhorar o bem-estar dos cidadãos. Sobreviver à crise é uma coisa;
sair vencedor é algo completamente diferente.
O texto está disponível no site da VEJA.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Um estadista brasileiro nas ruas de New York.
Nas páginas amarelas de
VEJA nesta semana, a inteligência do cientista político Luiz Felipe d’Avila na
matéria “Procura-se um estadista”.
O entrevistado afirma que
o Brasil precisa de um líder capaz de fazer as reformas institucionais sem as
quais estamos condenados à mediocridade.
Para ele, os NOVE maiores
estadistas brasileiros foram:
- José Bonifácio de Andrada e Silva;
- Joaquim Nabuco;
- Dom Pedro II;
- Prudente de Morais;
- Campos Salles;
- Rodrigues Alves;
- Oswaldo Aranha;
- Ulysses Guimarães;
- Fernando Henrique Cardoso.
Como qualquer “lista”,
evidentemente a do Luiz Felipe não representa a unanimidade (e nem deveria
representar), mas é lamentável saber que a maioria dos brasileiros não conhece
a maioria dos nove nomes acima.
São importantes nomes da
nossa história, por nós pouco lembrados, mas que, por vezes, são reverenciados mesmo
em outros países. É o caso de José Bonifácio de Andrada e Silva, que com uma
bela estátua localizada no Bryant Park demonstra ao mundo a sua importância na
história do Brasil.
E continuamos aqui, neste ano de eleições presidenciais, ainda na busca de um(a) estadista.
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