Hoje, no caderno Ilustríssima da FOLHA DE S. PAULO, um aperitivo do novo livro da norte-americana Sylvia Nasar. "A Imaginação Econômica" é uma vibrante narrativa da evolução das
ideias econômicas, de Marx e Engels a Amartya Sen. Abaixo, leia parte do capítulo sobre um dos
protagonistas, John M. Keynes. A Companhia das Letras lança o livro no final do
mês. Da autora eu li o ótimo "Uma Mente Brilhante", sobre o genial John Nash, depois no cinema com Russel Crowe no papel do gênio da Matemática. Imperdível leitura.
O
economista britânico John Maynard Keynes descreveu a viagem transatlântica com
sua mulher Lydia no Queen Mary, em junho de 1944, semanas antes da conferência
monetária internacional de Bretton Woods, New Hampshire, "como um momento
extremamente tranquilo, mas também extremamente atarefado".
Viajava
na companhia de Friedrich von Hayek e do agora amigo íntimo Lionel Robbins,
além de 12 agentes governamentais britânicos. Keynes presidiu mais de 13
encontros a bordo e teve destaque na escrita de dois "rascunhos de
bordo" sobre as duas principais instituições que administrariam os acordos
monetários do pós-Guerra: o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Nos
momentos de folga, ele se estirava numa espreguiçadeira no convés e lia livros.
Com uma nova edição da "República", de Platão, e uma biografia de seu
ensaísta preferido, Thomas Babington Macaulay, ele leu "O Caminho da
Servidão", de Hayek.
Em
contraste com seus discípulos mais doutrinários, Keynes era um gênio capaz de
defender, em pensamento, duas verdades opostas: "Moral e
filosoficamente", ele escreveu numa longa carta a Hayek, "eu me vejo
de acordo com quase tudo o que você escreveu; e não apenas de acordo, mas é um
acordo que me envolve profundamente".
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