quinta-feira, 4 de maio de 2017
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Balança comercial tem maior desempenho em abril desde 1989.
A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 6,969 bilhões
em abril. Trata-se do melhor resultado para o mês desde o início da série
histórica do governo, em 1989. O saldo positivo supera o recorde de abril de
2016, quando a balança ficou positiva em US$ 4,862 bilhões.
Os dados foram divulgados ontem (3) pelo Ministério do
Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços. De janeiro a abril deste ano, a
balança acumula superávit de US$ 21,387 bilhões. O valor também é o maior da história,
superando o recorde de US$ 13,2 bilhões registrado de janeiro a abril de 2016.
A balança comercial tem superávit quando as exportações –
vendas do Brasil para parceiros de negócios no exterior – superam as
importações, que são as compras do país também no exterior.
No mês de abril, as exportações brasileiras ficaram em US$ 17,686
bilhões, superando os US$ 10,717 bilhões em importações. As exportações
cresceram 27,8% em relação a abril de 2016, segundo o critério da média diária,
que leva em conta o valor negociado por dia útil. Ante março deste ano, houve
alta de 12,5%.
As importações, por sua vez, cresceram 13,3% na comparação com
abril do ano passado e subiram 5,8% em relação a março deste ano, também
segundo o critério da média diária.
Destaques
Altas de preços impulsionaram as exportações, principalmente de
itens básicos e semimanufaturados que cresceram 29,2% e 27,5% ante abril de
2016. Entre os básicos, foram destaque as vendas de minério de ferro (alta de
87,6% na comparação com abril de 2016), petróleo bruto (58,6%), minério de
cobre (50,9%), carne suína (34,4%), soja em grão (24,2%) e farelo de soja
(15,5%).
Nos semimanufaturados, produtos como óleo de soja (alta de
173,9%), de ferro e aço (55,5%), ferro fundido (46,1%) e açúcar bruto (44,4%)
se destacaram. Entre os manufaturados, cujas vendas aumentaram 25,7% ante abril
do ano passado, cresceu a exportação de itens como açúcar refinado (139,1%) e
veículos de carga (123,3%).
Nas importações, cresceu a compra de combustíveis e lubrificantes
(28,5%), bens intermediários (16,5%) e bens de consumo (6,3%). Por outro lado,
caiu a aquisição de bens de capital (-5,9%).
Edição: Maria Claudia
terça-feira, 2 de maio de 2017
Focus: Crescimento do PIB 2017 é estimado em 0,46%. Para 2018 em 2,5%.
O mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação este ano
pela oitava semana consecutiva. Agora, a estimativa para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,04% para 4,03%, de acordo com o
boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo Banco Central
(BC), em Brasília.
A projeção para a inflação este ano está abaixo do centro da meta
que é 4,5%. A meta tem ainda limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018,
a estimativa foi reduzida de 4,32% para 4,30%, no quarto ajuste seguido.
A projeção de instituições financeiras para o crescimento da
economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas
pelo país) este ano passou de 0,43% para 0,46%. Para o próximo ano, a
estimativa permanece em 2,5%.
Para as instituições financeiras, a Selic encerrará 2017 e 2018 em
8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 11,25% ao ano. A Selic é um dos
instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação. Quando
o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Já quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o
crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o
controle sobre a inflação.
Edição: Kleber Sampaio
segunda-feira, 1 de maio de 2017
domingo, 30 de abril de 2017
Marcos Lisboa: Kenneth Arrow e a revolução de um Nobel na economia.
Num sobrevoo por mais de 200 anos de teoria, autor explica a
importância de Kenneth
Arrow, que recebeu os prêmios mais relevantes de sua área, incluindo o
Nobel, e morreu em fevereiro. Argumenta que ninguém contribuiu tanto quanto ele
para a transformação profunda por que passou a economia em meados do século 20.
Belchior morreu: um triste dia para a música popular brasileira!
"Recebi
com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior.
Nascido em Sobral, foi um ícone da Música Popular Brasileira e um dos primeiros
cantores nordestinos de MPB a se destacar no país, com mais de 20 discos
gravados. O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo
que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará. Que Deus conforte a
família, amigos e fãs de Belchior. O Governo do Estado decretou luto oficial de
três dias".
sábado, 29 de abril de 2017
sexta-feira, 28 de abril de 2017
IBGE: 14,2 milhões de desempregados e o que esperar de 2018?
A taxa de desocupação no país continua em alta e o país tem agora
14,2 milhões de desempregados no trimestre encerrado em março, número 14,9%
superior ao trimestre imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro de
2016) – o equivalente a 1,8 milhão de pessoas a mais desocupadas.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua) divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com os resultados do primeiro
trimestre. No trimestre encerrado em fevereiro, o Brasil tinha 13 milhões de
desempregados.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação fechou março em 13,7%
com alta de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre outubro/dezembro de 2016,
quando o desemprego estava em 12%. Em relação aos 10,9% da taxa de desemprego
do trimestre móvel de igual período do ano passado, a alta foi de 2,8 pontos
percentuais. Essa foi a maior taxa de desocupação da série histórica, iniciada
no primeiro trimestre de em 2012.
Em relação ao primeiro trimestre móvel do ano passado, a alta da
taxa de desocupação chegou a 27,8%, o que significa que mais 3,1 milhões de
pessoas estão procurando.
A população ocupada do país no trimestre móvel encerrado em março
ficou em 88,9 milhões de pessoas, recuando tanto em relação ao trimestre
imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro) quanto ao primeiro
trimestre móvel do ano passado.
Os números da Pnad Contínua divulgados hoje pelo IBGE indicam
ainda que, em relação ao último trimestre de 2016, a queda foi de 1,5%, ou
menos 1,3 milhão de pessoas ocupadas, enquanto em relação aos três primeiros
meses de 2016 a retração chegou a 1,9%, ou menos 1,7 milhão de pessoas.
Ao fechar o trimestre encerrado em março com uma população ocupada
de 88,9 milhões de pessoas, os dados do desemprego registram também outro
recorde negativo desde o início da série histórica em 2012. Este é o menor
contingente de pessoas ocupadas desde o primeiro trimestre daquele ano, quando
a população ocupada era de 88,4 milhões de pessoas.
Este nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas na
população em idade de trabalhar) chegou a recuar 53,1% no trimestre de janeiro
a março deste ano, com queda de 0,9 ponto percentual, quando comparado ao nível
do trimestre imediatamente anterior, de 54%. Em relação ao nível do mesmo
trimestre de 2016, quando o nível de ocupação era de 54,7%, houve retração de
1,7 ponto percentual.
O aumento crescente das taxas de desemprego no país vem refletindo
no número de pessoas com carteira de trabalho assinada, que fechou o trimestre
móvel encerrado em março também com o menor contingente já observado na série
histórica.
Segundo os dados da pesquisa, o número de empregados com carteira
de trabalho assinada fechou março em 33,4 milhões de pessoas, recuando em ambos
os períodos de comparação: frente ao trimestre outubro/dezembro de 2016, o
recuo foi de 1,8%, ou menos 599 mil pessoas com carteira assinada. Já em
relação ao trimestre janeiro/ março do ano passado, a queda foi de 3,5%, ou
menos 1,2 milhão de pessoas.
Apesar do número recorde de pessoas desocupadas no país, o
rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro manteve-se estável no
trimestre encerrado em março: R$ 2.110. No trimestre anterior o rendimento era
de R$ 2.064 e, no primeiro trimestre do ano passado, de R$ 2.059.
(*) Texto alterado às 11h11 para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio
quinta-feira, 27 de abril de 2017
quarta-feira, 26 de abril de 2017
Richtopia: The 100 Most Influential Economists.
Economists Top 100: From Paul Krugman to Michael Porter, These Are the Most Influential Economists in the World
segunda-feira, 24 de abril de 2017
A corrupção no Brasil é a nossa MOAB!
A corrupção no Brasil é a nossa MOAB!
(MOAB: Mother of All Bombs)
sábado, 15 de abril de 2017
Estadão: Roberto Campos, 100 anos – e sempre atual.
Em 17 de abril, Roberto Campos estaria completando 100 anos. Sua
vida pública se estende do início de 1939, quando toma posse como diplomata, na
primeira turma em concurso organizado pelo Departamento Administrativo do
Serviço Público (Dasp), até o final do século, quando se despede da Câmara dos
Deputados, ao final de dois mandatos como representante de Mato Grosso e do Rio
de Janeiro, e de um mandato inicial como senador por Mato Grosso, a partir de
1983.
Roberto Campos foi um tecnocrata esclarecido, o mais iluminista de
nossos intelectuais, um estadista exemplar, embora frustrado em suas inúmeras
tentativas de reformar o Brasil, de retirá-lo de uma pobreza evitável para
colocá-lo numa situação de prosperidade possível, como argumentou diversas
vezes ao longo de meio século.
Minha interação com o grande brasileiro se deu apenas duas vezes,
de forma direta, e intensamente, de forma indireta, ao longo de quase 50 anos,
quando passei de suposto opositor ideológico do então “serviçal da ditadura
militar” – enquanto ministro do Planejamento do governo Castelo Branco, ao
defender o Programa de Ação Econômica do governo, numa faculdade de São Paulo –
a admirador de sua lógica impecável, na defesa de políticas econômicas
racionais, quando o visitei na Câmara dos Deputados, em meados dos anos 1990,
cinco anos antes de sua morte, em 2001. Nessa época, eu já tinha lido a maior
parte de sua produção jornalística, os artigos semanais que ele publicou ao
longo de mais de 50 anos nos grandes jornais do Rio e de São Paulo. Nos últimos
meses, dediquei-me a ler seus ensaios mais eruditos, artigos de corte acadêmico
e de análise econômica empiricamente embasada, a começar por sua tese de
mestrado de 1947 – praticamente uma tese de doutorado, na opinião do grande
economista austríaco Joseph Schumpeter – sobre flutuações e ciclos econômicos,
defendida na George Washington University, quando ele servia na embaixada em
Washington, em sua primeira remoção para o exterior pelo Itamaraty.
Como resultado dessa revisão completa de toda a sua obra escrita –
e de diversas entrevistas gravadas nos meios de comunicação – pude compor
metade de um livro organizado por mim, O Homem que Pensou o Brasil: trajetória
intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Appris), que reúne ainda contribuições
de dez outros colaboradores que se dedicaram a discorrer sobre as diversas
facetas de um intelectual completo, provavelmente o maior do Brasil na segunda
metade do século 20. Nele, o professor de História da Universidade de Brasília
e assessor legislativo Antonio José Barbosa dedica-se, por exemplo, a examinar
seu perfil parlamentar, a última etapa de uma vida inteiramente dedicada a
tentar fazer do Brasil um país menos injusto, uma economia mais desenvolvida, uma
nação mais integrada na grande interdependência global.
O jovem historiador Rogério de Souza Farias examina a participação
de Roberto Campos na comissão de reforma institucional do Itamaraty, na
primeira metade dos anos 1950, quando ele tenta aplicar alguns dos
procedimentos seguidos pelo diplomata americano George Kennan, então
responsável pela área de planejamento político no Departamento de Estado.
Ricardo Vélez-Rodríguez, outro colaborador, focaliza o patrimonialismo na visão
de Roberto Campos, um dos cinco “ismos” negativos – juntamente com o
protecionismo, o nacionalismo, o corporativismo e o estatismo – a comprometer o
desenvolvimento sustentado do Brasil.
Em todas as demais contribuições a essa obra – de Antonio Paim,
Ives Gandra Martins, Reginaldo Teixeira Perez, Carlos Henrique Cardim, Roberto
Castello Branco, Rubem Freitas Novaes e Paulo Kramer, que traça um paralelo
entre Campos e Raymond Aron – transparece a profunda adequação dos diagnósticos
e das prescrições do economista e diplomata à atualidade dos problemas
brasileiros, de uma maneira até angustiante, ao constatarmos que tudo o que ele
dizia desde meados dos anos 1950 até seus últimos anos se aplica quase que de
maneira perfeita aos desafios que enfrentam os dirigentes do governo Temer, depois
da Grande Destruição produzida pelas irresponsáveis administrações
lulopetistas. Campos, que teve sobre Raymond Aron a sorte de ver suas previsões
sobre a inviabilidade do socialismo como regime econômico e político
confirmadas pelo veredicto da História, teve também a duvidosa “felicidade” de
não assistir ao desmantelamento da frágil estabilidade criada pelo Plano Real
sob os golpes combinados da inépcia e da corrupção dos governos lulopetistas.
No dia do centenário de Roberto Campos, outro livro, Lanterna na
Proa, organizado por Paulo Rabello de Castro e Ives Gandra Martins (Editora
Resistência Cultural), também será lançado, trazendo as contribuições de mais
de 60 autores sobre igual número de aspectos da vida e da obra do diplomata que
assistiu à criação da ordem econômica contemporânea, em Bretton Woods, em 1944
(objeto de um dos meus textos), participou do exercício pioneiro de
planejamento econômico no âmbito da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos,
dirigiu e presidiu o BNDE (outro dos meus capítulos no mesmo livro) e exerceu,
com Octávio Gouvêa de Bulhões, a liderança do maior esforço de reforma e de
modernização da economia brasileira, em meados dos anos 1960. Os dois livros,
diferentes em estilo, mas animados pelo mesmo espírito de recuperação dos
argumentos pertinentes de Campos em prol da superação das diversas crises
econômicas a que assistiu desde a 2.ª Guerra, trazem detalhes de como ele
formulou suas recomendações de políticas públicas sem nenhum vezo ideológico,
ou obsessão com a austeridade, apenas animado por sua postura eclética e
abertura aos dados da realidade.
Aos 100 anos, Roberto Campos ainda vive. Vale relê-lo.
PAULO ROBERTO DE ALMEIDA É DIRETOR DO IPRI-FUNAG-MRE, INSTITUTO DE
PESQUISA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Folha de S. Paulo: Os livros mais vendidos da semana.
MAIS VENDIDOS
TEORIA E ANÁLISE
1º (-) Governança Corporativa, Avanços e Retrocessos - Maristela Abla Rossetti e Andre Grunspun Pitta (Quartier Latin) - R$ 220
2º (1º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
3º (3º) Anatomia de um Desastre - Claudia Safatle, João Borges, Ribamar Oliveira (Portfolio-Penguin) - R$ 44,90
4º (4º) Organizações Exponenciais - vários autores (HSM) - R$ 54,90
5º (2º) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90
1º (-) Governança Corporativa, Avanços e Retrocessos - Maristela Abla Rossetti e Andre Grunspun Pitta (Quartier Latin) - R$ 220
2º (1º) Rápido e Devagar - Daniel Kahneman (Objetiva) - R$ 54,90
3º (3º) Anatomia de um Desastre - Claudia Safatle, João Borges, Ribamar Oliveira (Portfolio-Penguin) - R$ 44,90
4º (4º) Organizações Exponenciais - vários autores (HSM) - R$ 54,90
5º (2º) A Verdade É Teimosa - Miriam Leitão (Intrínseca) - R$ 49,90
PRÁTICA E PESSOAS
1º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90
2º (2º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cotella (Planeta) R$ 31,90
3º (3º) Gente que Convence - Eduardo Ferraz (Planeta Estratégia) - R$ 34,90
4º (5º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) R$ 29,90
5º (4º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) - R$ 49,90
1º (1º) O Poder da Ação - Paulo Vieira (Gente) R$ 29,90
2º (2º) Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario Sergio Cotella (Planeta) R$ 31,90
3º (3º) Gente que Convence - Eduardo Ferraz (Planeta Estratégia) - R$ 34,90
4º (5º) Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker (Sextante) R$ 29,90
5º (4º) O Poder do Hábito - Charles Duhigg (Objetiva) - R$ 49,90
Lista feita com amostra informada pelas livrarias Saraiva,
Curitiba, Martins Fontes, Fnac, Livraria da Vila, Livraria Cultura e Argumento;
os preços são referência do mercado e podem variar; semana entre 2/4 e 8/4;
entre parênteses, a posição na semana anterior
quinta-feira, 13 de abril de 2017
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Páscoa 2017: uma imagem inesquecível!
James Tissot (French, 1836-1902). What Our Lord Saw from the Cross (Ce que voyait Notre-Seigneur sur la Croix), 1886-1894. Opaque watercolor over graphite on gray-green wove paper, Image: 9 3/4 x 9 1/16 in. (24.8 x 23 cm). Brooklyn Museum, Purchased by public subscription. Photo courtesy : Brooklyn Museum.
Bacen reduz a taxa Selic para 11,25% ao ano.
O Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em um ponto
percentual, para 11,25% a.a., sem viés.
A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as
seguintes observações:
O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgados desde
a última reunião do Copom permanece compatível com estabilização da economia no
curto prazo. A evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao
longo de 2017;
No âmbito externo, o cenário ainda é bastante incerto. Entretanto,
até o momento, esse cenário tem mitigado os efeitos sobre a economia brasileira
de possíveis revisões de política econômica em algumas economias centrais,
notadamente nos EUA. Há incerteza sobre a sustentabilidade do crescimento
econômico global e sobre a manutenção dos níveis correntes de preços de commodities;
O comportamento da inflação permanece favorável. O processo de
desinflação se difundiu e houve consolidação da desinflação nos componentes
mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. A desinflação dos
preços de alimentos constitui choque de oferta favorável;
As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus
encontram-se em torno de 4,1% para 2017, mantiveram-se ao redor de 4,5% para
2018 e, para 2019 e horizontes mais distantes, encontram-se ligeiramente abaixo
de 4,5%; e
No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio
extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom encontram-se em torno de
4,1% em 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018. Esse cenário supõe
trajetória de juros que alcança 8,5% a.a. ao final de 2017 e se mantém nesse
nível até o final de 2018.
O Comitê ressalta que seu cenário básico para a inflação envolve
fatores de risco em ambas as direções: (i) o alto grau de incerteza no cenário
externo pode dificultar o processo de desinflação; (ii) a aprovação e
implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na
economia são relevantes para a sustentabilidade da desinflação e para a redução
da taxa de juros estrutural; (iii) o choque de oferta favorável nos preços de
alimentos pode produzir efeitos secundários e, portanto, contribuir para quedas
adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da
economia; e (iv) a recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e
gradual do que a antecipada.
Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo
conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela
redução da taxa básica de juros em um ponto percentual, para 11,25% a.a., sem
viés. Essa intensificação moderada em relação ao ritmo das reuniões de janeiro
e fevereiro mostra-se, no momento, adequada. O Comitê entende que a
convergência da inflação para a meta de 4,5% no horizonte relevante para a
condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e, com
peso gradualmente crescente, de 2018, é compatível com o processo de
flexibilização monetária.
O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização
monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia
brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo,
mas também da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco
mencionados acima e das projeções e expectativas de inflação.
O Copom ressalta que o ritmo de flexibilização monetária dependerá
da extensão do ciclo pretendido e do grau de sua antecipação, que por sua vez
dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco
mencionados acima, e das projeções e expectativas de inflação. O Comitê
considera o atual ritmo adequado, entretanto, a atual conjuntura econômica
recomenda monitorar a evolução dos determinantes do grau de antecipação do
ciclo.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan
Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho,
Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso,
Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
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