segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil: 6ª economia mundial.


Notícia divulgada em vários jornais, (abaixo no britânico "Daily Mail"), mostra o resultado de um trabalho realizado por uma conceituada consultoria britânica, onde mostra o Brasil agora como a 6ª maior economia mundial. E o que muda para nós? Pelo menos 20 anos para que tenhamos o mesmo padrão de vida europeu, é o que dizem. Realmente, não me ufano com certas notícias... Qual a posição da educação?...
     
Brazil overtakes UK as sixth biggest economy as Britain falls behind a South American nation for the first time. China, Japan, Germany, France and the U.S. occupy the top five places.
Britain has been deposed by Brazil as the sixth largest economy in the world, latest figures show.
In a dramatic illustration of changing global economic fortunes, the UK has fallen behind a South American nation for the first time.
The figures, from the Centre for Economic and Business Research’s annual world economic league table, show Britain is now the seventh richest country in the world.
More often associated with football and dirt-poor shanty towns known as favelas, Brazil is fast becoming one of the powerhouses of the global economy.
The largest country in Latin America, its economy has surged because of vast reserves of natural resources and a rapidly growing, and cash-rich, middle class.


2012: Feliz Ano Novo!



Hoje,

Acreditando que um mundo com mais de sete bilhões de habitantes ainda possa ser autossustentável, desejo-lhe Boas Festas e um 2012 da maneira que você espera.

Saudações acadêmicas e econômicas!
João Melo
E-mail:    jmelo@uol.com.br
Twitter: @JOAOMELOCE
Skype:    jmelo2011
Website:           http://economiaecapitalismo.blogspot.com/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

2012: a análise do relatório do Bacen.


Editorial do Valor Econômico de hoje e a análise do Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo Bacen. 

As previsões do mercado financeiro para o comportamento da economia, mais pessimistas do que as que o governo vinha apresentando, encontraram um respaldo de peso no Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, divulgado ontem pelo Banco Central (BC). O Relatório Trimestral de Inflação reduziu em meio ponto a expectativa de crescimento da economia neste ano, de 3,5% para 3%, e, além disso, cravou para 2012 um crescimento de 3,5%. Outros setores do governo vinham propagando recentemente a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer mais no próximo ano - a própria presidente Dilma Rousseff falou em 5%. Mas esse era apenas um arroubo de otimismo injustificado, um desejo de ano novo.

Uma previsão dessa magnitude não tem fundamento para se sustentar, inclusive tendo em conta o instável cenário internacional. O BC mantém a expectativa de que a crise internacional terá um impacto na economia brasileira equivalente a um quarto do ocorrido em 2008 e 2009, sem eventos extremos, com viés desinflacionário em vista da perspectiva de atividade mais moderada e do risco de recessão em alguns países.

O relatório explica que levou em conta na redução da previsão do PIB deste ano também as medidas tomadas entre o fim de 2010 e meados deste ano para desacelerar a economia, cujo impacto é defasado no tempo. O mercado financeiro trabalha com a expectativa de que o PIB vai crescer pouco menos de 3% neste ano. O número do último relatório Focus é de 2,92%.

Para o BC, o nível de atividades melhora ligeiramente no próximo ano e os 3,5% previstos de expansão do PIB não estão muito distantes dos 3,4% estampados na mais recente pesquisa Focus. O aumento do emprego, da massa salarial, da confiança do consumidor e da oferta de crédito vão contribuir para o crescimento maior da economia em 2012. A indústria e os serviços, que desaceleraram no segundo semestre deste ano, devem recuperar o ritmo em 2012.

Ao informar que o crescimento econômico acumulado em 12 meses recuou de 4,9% para 3,7% entre o segundo e o terceiro trimestre, o relatório avalia que a economia está agora em um "ciclo de crescimento em ritmo mais condizente com as taxas avaliadas como sustentáveis em longo prazo".

No cenário que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai levar em conta em suas decisões, o nível de atividades vai crescer em um ambiente de inflação mais baixa. Apesar de manter a expectativa de que a inflação vai convergir para o centro da meta no próximo ano, a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses projetada para 2012 é de 4,7%, a mesma já prevista no relatório de setembro, e de 4,7% também para 2013. Ou seja, haverá uma significativa desaceleração de preços porque, em 2011, a inflação, que já está praticamente dada, chegará a 6,5%, conforme as projeções do BC. Houve ligeira revisão do número, pois no relatório anterior a expectativa era que o IPCA subisse 6,4% neste ano. Essas projeções levam em conta o que o Copom chama de cenário de referência, que pressupõe juros básicos e taxa de câmbio constantes até o fim de 2012. No cenário de mercado, que considera projeções de juros e câmbio capturadas pela pesquisa Focus junto a bancos e empresas, a inflação chega a 4,8% em 2012 e a 5,3% em 2013. Já o mercado financeiro prevê para 2012 inflação de 5,39%.

Como esclareceu o próprio diretor do Banco Central, Carlos Hamilton, isso se deve aos efeitos defasados do afrouxamento monetário que está sendo implementado e terá impacto no nível de atividades no segundo semestre de 2012, com prováveis reflexos na inflação no início do ano seguinte.

O relatório do Banco Central reforça a estratégia de ajustes moderados na política monetária, apesar de considerar a existência de pressões altistas da inflação no primeiro trimestre, derivadas de fatores sazonais como matrículas escolares e alimentos in natura.

Com uma frase já conhecida de cor e repetida praticamente com as mesmas palavras em outros relatórios, o de dezembro ressalta que "o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível de taxa básica são consistentes com cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".

2011,2012.


Diego Viana, no Valor Econômico de hoje, faz uma revisão do passado e a previsão do futuro.  

Poucos são os anos que ficam lembrados como ponto de mudança radical. Pode ser precipitação declarar que 2011 pertence a essa linhagem, mas é certo que o ano se apresenta como candidato. Os sete bilhões de humanos que agora caminham sobre o planeta enfrentam um cenário onde grandes mudanças geopolíticas, econômicas, climáticas e culturais são certas.

No ano em que morreram Osama bin Laden, Steve Jobs e Amy Winehouse não faltaram notícias. Para o cientista político francês Dominique Moïsi, autor de "A Geopolítica das Emoções", pelo menos no mundo árabe 2011 é comparável a 1989 (em que se derrubou o Muro de Berlim), 1968 (das manifestações de rua através do mundo) ou 1848 (ano de movimentos modernizadores na Europa). 

Os processos iniciados ou revelados nos últimos 12 meses ainda têm a render. As revoluções árabes estão em marcha. É difícil prever o que resultará da miríade de greves, protestos e movimentos de ocupação, em vários formatos - sindical no Reino Unido, inovador na Espanha e nos Estados Unidos, político-partidário na Rússia. Também é uma incógnita o mundo que pode emergir da ascensão de novas forças geopolíticas: China, Índia, Brasil, Turquia. "Acho que 2012 vai ser ainda mais animado que 2011", diz o cientista político Maurício Santoro, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No próximo ano, o Brasil vai receber a Rio+20, que debaterá o desenvolvimento sustentável, depois do quase naufrágio da Conferência de Durban sobre o clima

No Brasil, ainda que a posse de Dilma Rousseff represente a vitória eleitoral da situação, a primeira mulher a governar o país assumiu o cargo, em janeiro, com uma proposta que incluía a promessa de enfatizar os direitos humanos. Mas 2011 ficou marcado pelas sucessivas denúncias de corrupção, que derrubaram seis ministros (Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Wagner Rossi, Orlando Silva e Carlos Lupi). "A corrupção pautou o Congresso e a mídia. Mas surgiu um paradoxo. A corrupção é uma agenda negativa e o efeito sobre os governantes deveria ser negativo", afirma Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Dilma, porém, "talvez por ter mandado embora os ministros com relativa firmeza", terminou o ano com popularidade maior do que seus antecessores. Mesmo a oposição teve de se ver com acusações, com o lançamento, neste mês, do livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Júnior.

Na economia, o desafio era manter um bom ritmo de crescimento sem ceder à pressão inflacionária. A inflação veio, atingindo o teto da meta (6,5%). Mas a contenção do crédito (medidas macroprudenciais) e as ondas de choque da crise europeia desaceleraram a economia, cujo crescimento não deve passar de 3%. "O governo errou a mão nas medidas macroprudenciais", diz João Sicsú, economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para ele, a intenção era desacelerar o PIB para algo em torno de 4,5%. Ao longo do ano, o debate econômico oscilou em dois planos - a apreciação do câmbio (o dólar chegou a atingir R$ 1,537) e a inflação, que deve fechar o ano em 6,52% (IPCA). A valorização do real, que sufoca a exportação, também segura a alta dos preços, sugerindo que, em outro cenário, o risco inflacionário seria ainda maior.

Para o economista Fabio Kanczuk, da Universidade de São Paulo (USP), o estouro da meta de inflação era previsível. "Estive no Banco Central no começo do ano e a previsão era de 5,2%. Falei que estava mais para 6% e me chamaram de louco", diz. "Para 2012 o mais provável é continuar nesse nível. O BC está afrouxando de novo a política monetária, para estimular o consumo."

Obama é favorito para a reeleição à Presidência dos Estados Unidos menos por suas qualidades do que pelas dificuldades dos adversários republicanos

O governo persegue um crescimento acima de 4% no próximo ano, mas o número será difícil de alcançar. O elemento determinante é a crise irradiada por uma Europa incapaz de se coordenar. Nesse meio-tempo, gregos vão às ruas contra os cortes de gastos públicos; governantes são substituídos em série - na Grécia e na Itália, os novos primeiros-ministros são técnicos do mercado; a Alemanha de Angela Merkel não quer ouvir falar em medidas de estímulo; a crise das dívidas soberanas ameaça economias maiores, como a italiana e mesmo, a distância, a França, quinta maior economia do mundo. Os mercados voltam os olhos para os líderes europeus, porque a moratória italiana ou a saída de um país da zona do euro poderia desestruturar o sistema financeiro global, como aponta Kanczuk. Mas a solução que a cúpula europeia de dezembro ofereceu foi um tratado de maior união fiscal. Os países prometem manter os déficits abaixo de 3%. "Até hoje, os únicos países que conseguiram foram Alemanha, Finlândia e Suécia. Nem a França conseguiu!", comenta Santoro.

A adoção da austeridade radical na Europa deverá ser recebida com forte resistência. Foi o que aconteceu na América Latina, lembra Santoro: "Só que as sociedades europeias são mais estruturadas e mobilizadas socialmente. As pessoas não vão ficar em casa vendo seus direitos serem riscados". Porém, a extrema direita, sempre crítica da cessão de soberania para instâncias supranacionais, tende a sair vencedora. Dominique Moïsi ressalta um ponto capital: nacionalismo e xenofobia são uma expressão de medo produzida, acima de tudo, pela falta de perspectivas. Essencialmente, o maior problema é o desemprego, com índices próximos aos que havia no norte da África ao eclodir a Primavera Árabe.

A avalanche de protestos irradiados da Tunísia é o eixo central de manifestações que se espalharam pelo mundo: protestos estudantis no Chile, acampamentos em Israel, ocupações na Espanha e nos EUA, confrontos na Grécia, levantes na Rússia. Na África subsaariana, movimentos democratizantes ganharam fôlego com o sucesso das revoluções ao Norte. Mas esses movimentos já existiam. "É como um bumerangue, lançado por Libéria, Quênia, Gana, Costa do Marfim", diz Santoro. "Para o tunisiano, que é árabe, mas também africano, ver esses países lutando por democracia provoca pelo menos um pouco."

Vitórias de partidos islâmicos na Tunísia, no Egito e no Marrocos suscitam especulações sobre um "inverno islamita". Mas também para esse cenário uma boa comparação pode ser com a América Latina, onde a democratização, após as ditaduras, foi gradual e negociada. "A Tunísia seria como o Uruguai; o Egito, como o Chile", compara Santoro. A sociedade tunisiana, de vasta classe média e sem conflitos étnicos, elegeu um partido islâmico moderado (Ennahda). O Egito, com a maior minoria cristã da região (os coptas, 5% da população) e um exército hipertrofiado política e economicamente, terá uma transição mais dura. Em outros países, a Primavera Árabe engatinha. Já a Síria flerta com a guerra civil. "Mas é uma guerra em que o governo tem a mão forte", diz Santoro. "Por enquanto, Bashar Assad matou 5 mil pessoas. Seu pai, Hafez Assad, matou 20 mil. Ele ainda está longe de ser derrubado."

O ambiente internacional menos propício a violações de direitos humanos pode ser uma pedra no sapato do ditador. E a relação com autocratas árabes pode ser a pedra no sapato da política externa brasileira. O Brasil recebeu a desconfiança das demais potências por sua cautela ao lidar com Síria e Irã, bem como pela abstenção na votação da Organização das Nações Unidas (ONU) que determinou a intervenção na Líbia. Outros temas sensíveis para um país que pretende aumentar sua participação nas decisões multilaterais e globais são a agenda ambiental e os direitos humanos, justamente a área que a presidente determinou como prioritária ao assumir o cargo.

A agenda ambiental ganha importância num ano que se abriu sob o signo dos desastres naturais. Entre eles, destacam-se os deslizamentos de terra na Serra Fluminense, que mataram mais de 900 pessoas. Em março, o tsunami do Japão deixou pelo menos 16 mil vítimas e atingiu a usina nuclear de Fukushima, a maior tragédia atômica desde Chernobyl, há 25 anos. Nesse contexto, o Brasil se destacou positiva e negativamente. Foi criticado pela iminente aprovação do novo código florestal, que, na prática, permite o aumento dos desmatamentos na Amazônia e nas encostas urbanas. Mas seus diplomatas receberam elogios por evitar o naufrágio da Conferência de Durban, que discutiu a mudança climática. "Havia o risco de enterrar de vez Protocolo de Kyoto. No contexto da crise, em que os países querem estimular as economias a qualquer custo, o pouco que se conseguiu foi uma grande vitória", sugere Santoro. No próximo ano, o Brasil receberá a conferência Rio+20, que debaterá o desenvolvimento sustentável.

Em 2012, também se espera do Brasil que dê uma satisfação a críticas quanto à tortura no regime militar. Condenado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) por não investigar o paradeiro dos mortos durante a guerrilha do Araguaia, e comparado a vizinhos como Argentina e Uruguai, que reviram suas leis de anistia para condenar os responsáveis por torturas, o Brasil instaurou a Comissão da Verdade. "É uma comissão sem poder de punição e com poucos membros, mas é melhor do que não ter comissão nenhuma", estima Santoro. "Pode incitar discussões sobre a tortura aos presos mesmo na democracia."

A exigência sobre o Brasil reflete a mudança de seu lugar no mundo e os fenômenos internos à sociedade. A classe média ganha novos membros e "as pessoas se satisfazem com o que têm dentro de casa, mas se irritam com o que está fora, como o transporte público e os equipamentos urbanos", assinala Sicsú. "Se a economia cresce, o país se depara com seus gargalos." O sistema energético, a formação de mão de obra e a infraestrutura do Brasil não aguentam uma taxa de crescimento como a de 2010 (7,7%). Para o economista da UFRJ, é possível enfrentar esses gargalos com um crescimento de 4,5%. O gargalo político está na exigência de moralidade, como diz Fornazieri. "A população tolera menos a corrupção, mas isso só terá efeito se for traduzido em leis e punição", diz. Ele não vê sinais de que o próximo passo esteja para ser dado.

No Brasil e no mundo, 2012 será ano eleitoral. A tendência nos EUA e na Europa é a mesma de 2011: quem está no poder perde, como na Espanha, onde a esquerda foi rechaçada, e na França, onde a direita perdeu as eleições legislativas de todas as regiões, exceto a Alsácia. Barack Obama é favorito para a reeleição menos por suas qualidades do que pelas dificuldades dos adversários republicanos, que não têm um nome convincente. Nicolas Sarkozy é um grande candidato a perder o emprego para François Hollande em Paris e mesmo o russo Vladimir Putin terá de fazer frente a uma oposição capaz de lhe causar dificuldades.

As eleições municipais brasileiras prometem menos emoções, a não ser pela participação de um novo partido, o PSD. Quando Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, anunciou a fundação da sigla, o DEM quem mais lutou para evitar a sangria: suas hostes foram as mais desfalcadas. Segundo Fornazieri, "o surgimento da sigla só é possível no quadro de derrocada das oposições", mas o efeito sobre as eleições não deve ser significativo.

Fim da História, pelo menos por enquanto.




O conflito no Iraque foi desde o princípio uma guerra opcional. Como eu nunca acreditei no argumento de que Saddam Hussein possuía armas nucleares, para mim a decisão foi derivada de uma escolha diferente: poderiam os Estados Unidos colaborar com o povo iraquiano para modificar a trajetória política desse Estado estratégico situado no coração do mundo árabe e ajudar a inclinar a região na direção de uma trajetória democrática? Após o 11 de Setembro, a ideia de ajudar a modificar o contexto da política árabe e de atacar as causas fundamentais da falta de funcionalidade do Estado Árabe e do terrorismo muçulmano – causas que foram identificadas no Relatório de Desenvolvimento Humano Árabe de 2002 como sendo déficits de liberdade, de conhecimento e de poder da mulher – me pareceu ser uma escolha estratégica legítima. Mas teria sido ela uma escolha inteligente?

Eu tenho duas respostas: “Não” e “Talvez, mais ou menos, vamos ver”.

Eu digo “não” porque, não importa o que venha a acontecer no Iraque, ainda que o país se transforme em uma Suíça, nós pagamos caro demais pelo que foi feito. E, por isso, tudo o que eu sinto é arrependimento. Nós pagamos um preço demasiadamente elevado em vidas, em feridos, em valores maculados, em dólares e na falta de foco no desenvolvimento dos Estados Unidos. E é claro que os iraquianos também pagaram um preço altíssimo.

Um dos motivos pelos quais os custos foram tão elevados foi o fato de o projeto ter sido tão difícil. Outro motivo foi a incompetência da equipe de George W. Bush em conduzir a guerra. Outra razão, no entanto, foi a natureza do inimigo. O Irã, os ditadores árabes e, sobretudo, a Al-Qaeda não desejavam uma democracia no coração do mundo árabe, e eles procuraram fazer tudo o que estava ao seu alcance – no caso da Al-Qaeda, o uso de centenas de homens-bombas com o financiamento dos petrodólares árabes – no sentido de semear o medo e a discórdia sectarista a fim de fazer com que esse projeto de democracia fracassasse.

Portanto, não importa quais sejam as razões originais para a guerra, no fim das contas, tudo se resume a isto: os Estados Unidos e os seus aliados iraquianos derrotariam a Al-Qaeda e os seus aliados no coração do mundo árabe, ou a Al-Qaeda e os seus aliados derrotariam os norte-americanos? Graças ao movimento Despertar Sunita no Iraque, e ao aumento do número de tropas, os Estados Unidos e os seus aliados foram os vencedores e criaram as condições necessárias para o mais importante produto da Guerra do Iraque: o primeiro contrato social voluntário da história entre sunitas, curdos e xiitas para a divisão de poder e de recursos em um país árabe e para que eles governassem a si próprios de uma maneira democrática. Os Estados Unidos ajudaram a intermediar esse contrato no Iraque, e agora todos os movimentos democráticos árabes estão tentando replicá-lo – sem a intermediação dos Estados Unidos. Dá para ver como isso é difícil.

E isso nos conduz à outra resposta, “Talvez, mais ou menos, vamos ver”. É possível pagar demais por algo que, ainda assim, gere transformações. O Iraque obteve os seus benefícios estratégicos: a remoção de um ditador genocida; a derrota da Al Qaeda no país, o que reduziu a capacidade da organização de nos atacar; a intimidação da Líbia, o que fez com que o ditador daquele país desistisse do seu programa nuclear (e ajudou a expor a rede nuclear de Abdul Qadeer Khan); o nascimento do Curdistão como uma ilha de civilidade e de mercados livres e a criação no Iraque de uma imprensa livre e diversificada. Mas o Iraque só irá se transformar em um fator de transformações caso ele se torne um modelo no qual xiitas, sunitas e curdos, indivíduos seculares e religiosos, muçulmanos e não muçulmanos, possam viver juntos e compartilhar o poder.

Conforme podemos ver na Síria, no Iêmen, no Egito, na Líbia e no Bahrain, essa é a questão que determinará o destino de todas as rebeliões árabes. Poderá o mundo árabe desenvolver uma política pluralista e consensual, com rotatividade regular no poder, na qual os indivíduos possam viver como cidadãos, sem sentir que as suas tribos, seitas ou partidos só têm como opções governar ou morrer? Isso não acontecerá da noite para o dia no Iraque, mas se ocorrer daqui a algum tempo, será um processo gerador de transformações porque essa é uma condição necessária para que a democracia se firme na região. Sem isso, o mundo árabe continuará sendo uma perigosa panela de água fervente por muito, muito tempo.

O melhor cenário para o Iraque seria o país transformar-se em uma outra Rússia. Uma democracia imperfeita, corrupta e movida a petróleo que ainda se mantém coesa por tempo suficiente para que uma nova geração, o agente de mudanças, que demora nove meses e 21 anos para ser criada, possa chegar à idade adulta em uma sociedade mais aberta e pluralista. Os atuais líderes iraquianos são um resquício da era antiga, assim como ocorre com Vladimir Putin na Rússia. Eles sempre serão influenciados pelo passado. Mas, conforme Putin está descobrindo – cerca de 21 anos após o início do despertar democrático da Rússia –, essa nova geração pensa de forma diferente. Eu não sei se o Iraque conseguirá fazer isso. As chances são de fato precárias, mas a criação dessa oportunidade foi uma façanha importante, e eu só posso sentir respeito pelos norte-americanos, britânicos e iraquianos que pagaram o preço para tornar isso possível.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

2012: previsão PIB/Inflação - Bacen.


No UOL Economia:

O Banco Central (BC) reduziu nesta quinta-feira (22) a previsão de crescimento da economia brasileira no ano, de 3,5% para 3%. O Relatório Trimestral de Inflação do BC mostra ainda que para o próximo ano a previsão de crescimento é de 3,5%.

A estimativa de inflação para 2011 subiu de 6,4% para 6,5%. Caso confirmado este número, a alta dos preços ficará no teto da meta de inflação. O Banco Central informou, porém, que as chances da meta de inflação ser ultrapassada são de 54%. Para o próximo ano, o BC manteve a previsão de 4,7%.

Esse movimento, segundo informou a autoridade monetária, reflete, em parte, "os efeitos observados das ações de política monetária entre o final de 2010 e meados de 2011."

O BC está menos otimista do que o próprio governo, sobretudo para 2012. Oficialmente, o governo ainda acredita que a economia terá expansão de 3,8% em 2011, apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dito que deve ficar próxima a 3,2%. Para 2012, a conta oficial é de uma expansão de 5 por cento, mas o próprio Mantega já previu um intervalo de 4% a 5%.

Na visão da autoridade monetária, a inflação já começa 2012 desacelerando chegando, no acumulado de 12 meses, a 5,9% e 5,6%, nos primeiro e segundo trimestres, respectivamente. Esses dados estão dentro do cenário de referência. 

Para o BC, o cenário econômico global apresentou deterioração nos últimos meses, e as condições mais restritivas no exterior tendem a permanecer por mais tempo do que se previa.

Feliz Natal 2011.


De Oxford para a USP.


Claudia Antunes, hoje na FOLHA DE S. PAULO, num texto realmente para discussão neste final de 2011.  

Um ótimo contraponto aos que comemoram a punição exemplar aplicada aos invasores da USP e defendem o enquadramento dos rebeldes sem causa do campus é o artigo "Universidades sob ataque", do historiador britânico Keith Thomas, recém-publicado na "London Review of Books".

O texto vem a calhar porque, por condenáveis que tenham sido os métodos usados na ocupação da Coordenadoria de Assistência Social da USP, no ano passado, o episódio virou desculpa para ataques generalizados à liberdade e à autonomia acadêmicas. Os cursos não técnicos, em especial, são caricaturados como redutos de radicais e preguiçosos.

Esse conservadorismo não é original. Thomas, professor e ex-dirigente de Oxford, descreve ofensiva semelhante em seu país, onde um programa oficial tenta alinhar as universidades às necessidades imediatas do mercado e trata alunos como consumidores de saber empacotado.

É bom registrar que o historiador não é contrário à ciência aplicada nem a que se exija mérito de professores e estudantes. Mas a ênfase na aferição quantitativa, aponta, tem resultado em calhamaços de trabalhos desnecessários ou concluídos de forma prematura.

Lá como cá, um argumento recorrente é que a universidade pública deve mostrar resultados rápidos para prestar contas aos contribuintes que a sustentam. Despreza-se, diz Thomas, a ideia de que o ensino superior tem um "valor não monetário", dando espaço ao "pensamento especulativo" essencial à democracia -e que, afinal, fez o prestígio histórico da academia britânica.

Não se contesta que a universidade brasileira, como outras instituições nacionais, precisa ser aprimorada. Ruim é a inspiração em modelos de reforma como a do Reino Unido atual, com sua juventude desencantada e sua economia quase reduzida às instituições financeiras da City.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

2012: o detalhe que falta.


GUSTAVO CERBASI, autor de "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos" (ed. Gente) e "Como Organizar sua Vida Financeira" (Elsevier Campus), hoje na FOLHA DE S. PAULO.

Em 2012, não deixe para depois os cuidados com a saúde, com a família e com as suas relações pessoais.

Há pessoas que se consideram injustiçadas pela vida, porque não tiveram as mesmas oportunidades ou a mesma sorte de outras. De maneira oposta, há também quem negue definitivamente o fator sorte como motivo para se distanciar de problemas na vida. Os preparativos para as celebrações natalinas mostram bem essas diferenças.

Nesta semana, muitas pessoas perderão dezenas de horas e muita saúde na correria das compras de final de ano e na obrigação de concluir suas tarefas de trabalho. Seja no trânsito, seja no caixa do estacionamento do shopping center ou simplesmente à espera do atendimento de um vendedor, muitos testarão sua paciência em filas.

Será uma semana de ansiedade. A pauta de reflexão será algo do tipo: "Terei de estender o horário de trabalho, mas ainda não comprei o presente do meu amigo secreto... Bom, ainda bem que as lojas fecharão mais tarde hoje". Sem tempo para escolher. Sem muitas opções, já que os produtos estarão se esgotando nas prateleiras. O preço está alto? "Não importa, é a opção que resta..." Presentes sairão caro.

Nesta mesma semana, outras pessoas estarão curtindo um merecido descanso em alguma praia ou em qualquer outro lugar longe do agito das compras.

Em alguns lares, famílias estarão se esmerando nos detalhes da decoração para a ceia de Natal, entregando presentes para crianças carentes, rasgando papéis velhos e começando a tradicional faxina para começar um 2012 com menos restos inúteis do passado.

Os mais caprichosos estarão cortando as fitas para fazer os laços dos presentes, cujas cores foram escolhidas de acordo com as preferências dos presenteados. Os presentes já estão arrumadinhos debaixo da árvore.

Nos escritórios, também haverá gente retocando os planos para o próximo ano, ensaiando discursos criativos para a festa do amigo secreto ou até ensaiando uma poesia para declarar seu amor na tão esperada festa de fim de ano.

Enquanto um grupo sabe de antemão que sua vida será um inferno nesses dias, outro estará desfrutando da deliciosa sensação de relembrar os últimos detalhes e apagar gradualmente as luzes de um ano que se vai. Em qual grupo você gostaria de estar? Certamente, do lado dos mais tranquilos.

Existe uma sutil diferença entre os que desfrutam e os que se afobam. É a mesma que existe entre os que fazem seu dinheiro render bem com boas escolhas e os que pagam caro por entregas expressas e outros serviços de conveniência. A diferença está no hábito de planejar. Ou, na falta desse hábito, dependendo de qual lado começa a comparação.

Há quem credite à falta de sorte suas dificuldades na carreira, a falta de dinheiro, o investimento mal escolhido e a falta de vagas no estacionamento do shopping.

E há também quem passa a vida sem desfrutar dessas amargas experiências, porque em algum momento escolheu antecipar seus movimentos e escolher um caminho de menor sofrimento.

Descobri, ao longo dos anos, que quem planeja sua agenda acaba tendo mais tempo para pesquisar alternativas e analisar melhor as informações. Com isso, gasta menos dinheiro e tem mais consumo ou mais poupança. Também cheguei à conclusão de que quem planeja suas finanças conta com mais recursos disponíveis, o que possibilita comprar ferramentas e tecnologias que ajudem a economizar tempo.

Pouco importa, portanto, se sua prioridade é planejar a agenda ou planejar suas finanças. O detalhe que pode fazer grande diferença em sua vida é o planejamento. Então, aproveite que 2011 está se esvaindo e está chegando a hora de fazer promessas, e faça uma promessa definitiva: dedique em 2012 mais tempo para sua organização pessoal, para que você seja mais eficiente no que quer que faça.

Não esqueça de cuidar da agenda, das datas festivas, das liquidações pós-festejos e de suas finanças pessoais, mas também não deixe para depois os cuidados com a saúde, com a família e com as suas relações pessoais. Todos esses elementos ganham em qualidade quando há um mínimo de planejamento.

A equação não fecha.


LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, hoje na FOLHA DE S. PAULO. 

Uma política que combina alta cambial com aumento nominal de salários é suicida no médio prazo.

A aposta do governo é que o mercado interno salvará a economia brasileira: que o aumento dos salários acima da produtividade, além de reduzir a desigualdade, criará demanda para a indústria e compensará a taxa de câmbio sobreapreciada. Em outras palavras, a mesma receita que deu bons resultados no governo Lula poderia ser repetida no governo Dilma.

Mas desta vez temo que a equação não feche. Ainda será possível elevar salários reais sem alta da inflação, porque o preço global das commodities tende a baixar, mas é exatamente isso que tira espaço à política econômica do governo.

Durante o governo Lula, a taxa de crescimento do PIB dobrou, enquanto que a diminuição da desigualdade econômica, que já vinha ocorrendo, se acelerou. Mas isso foi alcançado sem que o governo enfrentasse o problema fundamental: a taxa de câmbio sobreapreciada.

Em vez disso, aproveitou a contínua apreciação do real para manter a inflação baixa, ao mesmo tempo em que os salários aumentavam.

Nesse quadro, a desindustrialização iniciada em 1990 prosseguiu, mas o setor sobreviveu porque contou com o mercado interno duplamente aquecido: pelo aumento do mínimo e pelo aumento dos salários reais decorrente da baixa do dólar.

O país, que deveria apresentar elevado superavit graças ao aumento do preço das commodities, voltou ao deficit em conta-corrente.

A médio prazo uma política de crescimento voltada para o mercado interno é tão inviável quanto a alternativa de uma economia voltada para as exportações. Mercado interno e exportações precisam crescer concomitantemente.

Uma política que combina apreciação cambial com aumento nominal de salários é suicida no médio prazo porque em pouco tempo empresas menos eficientes que as nossas ocuparão nosso mercado interno. É o que acontece atualmente.

O Brasil deverá crescer menos de 3% neste ano e é pouco provável que tenha desempenho melhor no próximo ano. Os investidores não estão sendo estimulados a investir nem pelo mercado interno nem pelo externo. Este está em plena queda, puxado pela Europa e acompanhado pela China e pela Índia.

Neste quadro global adverso, e sem espaço interno para política econômica, o mais provável é que a economia continue crescendo pouco. E sempre há o risco de uma queda forte no preço das commodities, que terá efeito desastroso.

Por enquanto, o único grande gesto do governo Dilma na área econômica foi a baixa da taxa de juros, que abriu espaço para o Estado investir mais em infraestrutura.

O aumento forte do salário mínimo, já previsto em lei, será outro estímulo. Mas são insuficientes. O país continuará a crescer lentamente, e os economistas ortodoxos e as classes médias alienadas que eles guiam continuarão a atribuir a desindustrialização à "ineficiência" das empresas brasileiras.

Assim como os conservadores atribuem a culpa da pobreza e da exclusão aos pobres, os neoliberais estão agora atribuindo a desindustrialização aos empresários.

É o reacionário processo de culpabilização da vítima que se repete, ainda que aplicado a vítimas muito diferentes. E o governo parece paralisado diante desse quadro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

2012: previsões econômicas brasileiras.


Mais previsões para 2012: agora de quatro conceituados economistas que enviaram as mesmas para a EXAME.com.  Last but not least, previsões devem sempre serem consideradas. 

Os maias, alguns místicos e até Hollywood, todos já anunciaram que 2012 deve ser um ano apocalíptico. Por mais cético que se possa ser, olhar para a situação econômica da Europa, por exemplo, chega mesmo a levantar leves suspeitas. Mas quando se fala em Brasil, grandes economistas apostam que o próximo ano não chega a ter ares de “fim de mundo”.

Um time de especialistas formado por Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da consultoria Tendências; José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e sócio da MB Associados; Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco; e Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco, enviaram a EXAME.com suas projeções para os principais indicadores econômicos em 2012.

Em 2011 a economia brasileira caminhou por um caminho mais complicado do que no ano anterior e deve crescer menos que 3% - bem abaixo dos 7,5% em 2010. Esta queda em grande parte foi causada pelos impactos da piora nas condições da economia mundial.

Além disso, o ciclo de aperto monetário iniciado pelo governo no começo do ano ajudou a desacelerar a economia. Entretanto, a previsão é que o crescimento do país seja maior em 2012, ganhando ainda mais força em 2013.

PIB
O crescimento da economia em 2012 deve ficar acima dos 3%. A maior projeção é de Octávio de Barros, do banco Bradesco, 3,7%. Já Maílson da Nóbrega estima o menor crescimento, de 3,2%

Economista                           PIB
Octávio de Barros               3,7%
J.R. Mendonça de Barros  3,5%
Ilan Goldfajn                        3,5%
Maílson da Nóbrega           3,2%

Todos os economistas ouvidos por EXAME.com fizeram projeções para inflação acima do centro da meta, que é de 4,5%. Entretanto, nenhum deles acredita que o IPCA, índice oficial de inflação calculado pelo governo, vá passar do teto da meta, que é de 6,5%.

Economista                             IPCA
Octávio de Barros                 5,3%
J.R. Mendonça de Barros    5,5%
Ilan Goldfajn                          5,20%
Maílson da Nóbrega             5,40%

Taxa Selic
Em 2011 o comportamento da Selic teve duas fases distintas. Até agosto, o governo mantinha um ciclo de alta que fez a taxa básica pular de 10,75% ao ano em janeiro para 12,50% em julho.

Em agosto, porém, sob o argumento de piora na economia global, o Banco Central não só interrompeu o ciclo de alta, como também começou a cortar os juros. A taxa fechou o ano em 11%. No fim de 2012, o esperado é que a Selic esteja por volta dos 9% ao ano.

Economista                          Selic
Octávio de Barros              9,5%
J.R. Mendonça de Barros  9%
Ilan Goldfajn                        9%
Maílson da Nóbrega           9,5%

O último boletim Focus publicado pelo Banco Central, na segunda-feira, trazia a projeção dos analistas para o câmbio entre real e dólar no fim de 2011 em R$ 1,80. Já para 2012, a menor projeção, de Maílson da Nóbrega, é de R$ 1,65. A maior é de R$ 1,80, feita por J.R. Mendonça de Barros.

Economista                          Câmbio
Octávio de Barros               R$1,7
J.R. Mendonça de Barros  R$1,8
Ilan Goldfajn                        R$1,75
Maílson da Nóbrega           R$1,65

Balança comercial
Ilan Goldfajn, do Itau-Unibanco, projeta um saldo positivo de 15 bilhões de dólares para a balança comercial brasileira em 2012. A projeção de Maílson da Nóbrega é bem superior: 28 bilhões.

Economista                         Balança Comercial
Octávio de Barros              US$ 23 bilhões
J.R. Mendonça de Barros         --
Ilan Goldfajn                       US$ 15 bilhões
Maílson da Nóbrega          US$ 28 bilhões

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