Paul Krugman, do seu blog, especialmente disponível no
ESTADÃO.
O website Nieman Watchdog traz um bom
artigo de John Hanrahan
sobre a cobertura da imprensa das
manifestações com o slogan Ocupar Wall
Street. A cobertura inicialmente foi depreciativa e mínima - e "mea
culpa", eu mesmo não dei muito atenção a elas. Mas está cada vez mais
claro que alguma coisa importante está sucedendo: finalmente, depois de três
anos em que Pessoas Muito Sérias se recusam a exigir que Wall Street preste
contas à sociedade, existe uma insurreição popular contra os Mestres do
Universo.
Naturalmente, surgirão as costumeiras
tentativas para negar todo o movimento, baseadas em trivialidades. Veja como as
pessoas estão vestidas de modo estranho! E daí?
É melhor quando banqueiros nos seus ternos sob medida e cujas apostas
colocaram a economia mundial de joelhos - e foram socorridos pelos contribuintes
- se queixam que o presidente Obama está dizendo coisas um pouco duras sobre
eles.
Ou, por que não tentam trabalhar dentro
do sistema? E o que tem ocorrido com
aqueles que de fato tentaram? Quando as intrigas palacianas prejudicaram
pessoas como Elizabeth Warren mesmo dentro do governo Obama, e os republicanos
lançaram seu apoio total aos delinquentes das grandes riquezas, por que os
manifestantes não podem agir fora dos canais usuais?
Finalmente, por que não acatar a opinião
das pessoas que sabem o que necessita ser feito? Os leitores regulares sabem a
resposta: as Pessoas Muito Sérias erraram de modo impressionante e
consistente, antes da crise financeira e
depois. Nada nos recentes fatos
políticos sugere que os sagazes homens das finanças merecem algum crédito,
absolutamente.
Portanto, bom para os manifestantes. E
se as pessoas que cercam Obama tiverem algum instinto de autopreservação, elas tentarão se reconciliar com as pessoas
que decepcionaram tanto.
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