Recente editorial do ESTADÃO e a confirmação para quem conhece o BRASIL: um país muito BUROCRÁTICO.
Nada
menos que 80% das pessoas entrevistadas para a publicação Retratos do Brasil, da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), consideram que o País é burocrático
ou muito burocrático. E mais de 70% entende que a burocracia provoca alta do
preço de produtos e serviços, desestimula negócios e dificulta o crescimento
econômico, Ainda pior, burocracia de mais favorece a corrupção: além da questão
ética, a economia é afetada.
A
pesquisa confirma o que a maioria dos brasileiros sabe na prática. E ajuda a
explicar por que a energia perdida nos meandros oficiais resulta em taxas de
crescimento aquém do potencial brasileiro.
Interna
e externamente, o Brasil já é conhecido pelo excesso de burocracia. Em 2013, o
estudo DoingBusiness, do Banco Mundial, classificou o País no 121º lugar entre
aqueles onde é mais difícil empreender, de um total de 185 países analisados.
Em 2012, o País ocupou a 122º colocação, ou seja, evoluiu apenas uma posição
neste ano.
Segundo
a CNI, a maioria acha difícil fazer um inventário, requerer aposentadoria,
fechar uma empresa e tirar passaporte. Também é difícil limpar o nome e até
alugar imóvel e tirar carteira de motorista. Os entrevistados também afirmam
que deveria ser prioritário combater a burocracia. Parece óbvio, mas não é.
No
passado, criar dificuldades para vender facilidades era a máxima adotada na
política e em grande parte dos serviços públicos. Mas ainda hoje 57% dos
brasileiros pensam que a burocracia é um mal necessário a ser tolerado e 63%,
que ela coíbe o mau uso de recursos públicos.
Na
verdade, excessos burocráticos elevam os custos das empresas e pesam nos
orçamentos domésticos. Perdem-se recursos que iriam para consumo ou
investimentos.
Entre
a penúltima e a última pesquisa semanal Focus a mediana das projeções para o
PIB deste ano caiu mais uma vez, de 2,28% para 2,24%.
A
maioria dos economistas espera crescimento de apenas 2%. Há explicações para
isso: incertezas quanto à inflação e aos compromissos fiscais; dificuldades
externas; tributos altos; infraestrutura decadente; e, ao mesmo tempo,
aparelhamento do Estado por pessoal pouco qualificado, incapaz de atrair
investimento na magnitude de que o Brasil precisa para voltar a crescer.
O
excesso de burocracia é marca da péssima qualidade de grande parte dos serviços
públicos - geridos diretamente pelo Estado ou concedidos a companhias privadas.
E isso empurra o PIB para baixo.
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